Zelosos leitores, Brasil, pátria, equipe são palavras de seis sílabas e, assim, caminhamos para o hexacampeonato, cujo nome da vez é Copa do Mundo Fifa África do Sul 2010. Football é cada vez mais business, e nesse diapasão a Fifa virou logomarca multiplicada em produtos licenciados mundo afora. Com todos os defeitos que possa ter, a vetusta entidade leva o futebol a sério e cobra de seus filiados que façam o mesmo. Prova disso são as exigências feitas a países que se candidatam a sediar uma Copa e, mais ainda, ao que é escolhido para realizar o evento. O Brasil, vencida a batalha inicial para sediar o Mundial de 2014, vai ter de ralar muito para se sair bem como anfitrião, a exemplo do que faz agora a África do Sul. Itens como segurança, transportes, rede hoteleira, rede hospitalar, atrações turísticas e gastronômicas devem ser motivo de preocupação diária que na prática resulte em idéias, projetos e ações para tornar realidade o sonho. Se nascemos para jogar futebol, como está num slogan da marca que fornece o material esportivo da seleção canarinho, temos de chegar à capacidade plena de organização da Copa do Mundo de modo excelente. Se no futebol jogado no campo somos considerados mestres, na organização do Mundial somos aprendizes. Que a lição da África do Sul seja assimilada no que revela de bom e nem tão bom, para superarmos as falhas e otimizarmos os aspectos positivos, com a máxima urgência.
Pontapé inicial é amarelo-laranja Na linha do aprendizado, vamos procurar saber mais sobre as seleções que começam a disputar as quartas de final na sexta-feira, 2 de julho. Brasil e Holanda dão o pontapé inicial, revivendo encontro que já aconteceu em três Copas. Na de 1974, depois de passar a duras penas por Iugoslávia (0 a 0), Escócia (0 a 0) e Zaire (3 a 0), diria o Zagallo, fomos surpreendidos em um grupo que tinha Alemanha Oriental, Argentina e Holanda. Ganhamos da Alemanha Oriental por 1 a 0, da Argentina por 2 a 1, perdemos para a Holanda por 2 a 0, e o zagueirão Luís Pereira perdeu a cabeça, ao ser expulso, mas não o orgulho, ao deixar o gramado mostrando à torcida, no peito, o escudo tricampeão. Depois, na decisão do 3º. lugar, a Polônia de Lato (autor do gol) nos bateu por 1 a 0. Aí vieram os confrontos de 1994 e 1998, o primeiro nas quartas de final e o segundo nas semifinais. Vitórias brazucas por 3 a 2 (com o antológico gol de Branco, a bola disparada em curva passando por entre Romário e um laranja, indo morrer no cantinho esquerdo de De Goej) e por 4 a 2, nos pênaltis, depois do empate por 1 a 1. Dessa vez brilhou a estrela de Taffarel, hoje olheiro de Dunga. Curioso é que em 1974 a Holanda foi a vice-campeã diante das donas da casa, a Alemanha Ocidental de Beckenbauer, Gerd Müller e Cia., e o Brasil ficou no 4º. lugar; em 98, nós ficamos em 2º., com a França de Zidane campeã, e os holandeses conseguiram a 4ª. posição. Mas em 1994 foi a vez do tetra verde-amarelo, com os laranjas amargando a 7ª colocação. A Holanda de 2010 está com uma invencibilidade impressionante de 23 partidas, embora só tenha pegado duas seleções de peso nessa trajetória – Itália e Inglaterra, coincidentemente as duas que foram mais cedo para o aeroporto, na viagem de volta pra casa. Esta seleção é considerada por analistas como a melhor formação laranja desde o Carrossel Holandês de 1974. Esta, sim, para mim, foi a única equipe que representou uma revolução no futebol, desde que me conheço por gente. Grosso modo, à exceção do goleiro Jongbloed, ninguém guardava posição, e todos defendiam e atacavam com a mesma eficácia. Além de contar com o talento de Johan Cruyff e ter no líbero Krol um de seus destaques. Este revelou, certa vez, usar a amarelinha por debaixo da camisa laranja. Hoje, Robben dita o ritmo, do meio para a frente os jogadores tanto são capazes de cadenciar o jogo como organizar jogadas de ataque fulminantes, mas a defesa tem seus pontos vulneráveis. Nas palavras do especialista Steven Esselink, citado no Guia Lance Copa 2010, a seleção de Bert van Marwijk segue o que havia sido iniciado por Marco van Basten. “O sistema tático é claro, e os jogadores sabem o que fazer”. Que o digam Van Bommel, Sneijder, Van Persie...
Money, money, money As contabilidades da cartolagem e do apito vão bem, obrigado! A CBF, até aqui, já faturou US$ 14 milhões na Copa 2010: US$ 5 milhões nas fases anteriores e US$ 9 milhões do prêmio pela classificação às quartas de final. Se ganhar este Mundial de Futebol, o prêmio chegará a US$ 30 milhões. Valor a ser pago pela Fifa depois da competição. Por sua vez, cada árbitro que está na África do Sul, pela simples presença na Copa, já embolsa US$ 50 mil. Tem até um sueco que ainda nem apitou e já engodou a conta bancária com benvindo dinheirinho. Fora custeio de hospedagem e transportes, tudo pago pela Fifa.
Geopolítica da bola Ancelmo Gois, como sempre muito bem informado, em sua coluna no Diário SP, lembra o que disse Edmar Bacha: “... na Copa do Mundo, só dá Mercosul. Mais uma razão para não deixar a Venezuela entrar”. Como diria o próprio Gois: faz sentido. O pior é que Venezuela dá uma rima... Eliminados do apito O uruguaio Jorge Larrionda e o italiano Roberto Rosetti, árbitros responsáveis pelas lambanças nos jogos Inglaterra X Alemanha e México X Argentina, estão fora do Mundial. Blatter até pediu desculpas pelos erros crasos dos dois e mais todo o trio de arbitragem. Tem outro nome pra isso: quadrilha.Sul-americanos e europeus no quesito melhor apito na mão do que vuvuzela na orelha empatam, até aqui, na competição. Só pra lembrar: Larrionda simplesmente não validou belo gol de Lampard, que empataria o jogo em que a Alemanha eliminou a Inglaterra nas oitavas. Rosetti, para ser diferente, mas nem tanto, viu que Tevez empurrou a jabulani pras redes mexicanas, mas não viu que o 11 argentino estava em fragrante impedimento quando recebeu a bola de Messi. Dois apitaços desafinados, que se não tivessem acontecido, poderiam ter mudado a história das duas partidas. Vuvuzela neles!!!
Há craque e Fenômeno
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br charge: sinovaldo; paixão; jbosco; dálcio |
1 de julho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU À ÁFRICA DO SUL COMO APRENDIZ
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