Nino Prata Palavra de mestre não volta atrás e pesa mais que a de outros pobres mortais. Franz Beckenbauer, o Kaiser, campeão mundial como jogador em 1974 e como técnico em 1990, é um desses mestres. Numa entrevista, há tempos, revelou que quase desistiu de jogar futebol quando, certa vez, viu Pelé em campo. Os dois deviam ser, então, jovenzinhos. Ainda bem que Beckenbauer comprovou ser alemão mesmo; estes não desistem nunca em campo. Podem jogar até prorrogação com a disciplina tática de sempre e... chutam de longe. O Kaiser disse em Joanesburgo, em entrevista ao Diário de S. Paulo, que o Brasil "é uma seleção muito forte, como mostram os resultados. Dunga faz um bom trabalho, e os jogadores têm um espírito de competição aguçado. Certamente o Brasil entra como favorito". Não sem lembrar que a Espanha também leva jeito, e a Alemanha vai ter de ralar mais. Zico e Cruyff também estão por lá. Um trio de mestres que parece ter combinado o que falar - imagina esses três juntos num time! Para o Galinho, o selecionado canarinho "é um time muito forte e com grandes chances de ser campeão". Já o craque holandês, embora mais comedido, nos coloca lá: "Há uma inversão de papéis: os brasileiros jogam hoje à maneira europeia, e os espanhóis exibem um estilo técnico. Ambos são fortes". Chama atenção na declaração dessa santíssima trindade ludopedista o uso do mesmo adjetivo para se referir aos soldados de Dunga: FORTES. Tomara que seja o suficiente! E dois deles citam também a Espanha como candidatíssima ao título. Tomara que queimem a língua! Eu, que não sou mestre nem nada - sou apenas imortal, como dizia Plínio Marcos, por não ter onde cair morto -, já deixo claro antes que me perguntem: se não der Brasil, que dê Holanda, que há tempos merece vencer uma Copa, e a meu ver é a única seleção que apresentou algo revolucionário no futebol que jogava em 1974, em que - à exceção do goleiro - ninguém guardava posição. E todos se saíam bem... De mestres do gramado a um mestre da mídia, lembro que neste ano de Copa nos deixou mestre Armando Nogueira, reconhecido nesta categoria por colegas e por atletas, técnicos e um número diversificado de pessoas de outras áreas. Às vésperas da Copa de 2006, Fiori Gigliotti, que já se preparava para cobri-la com a mestria de sempre, viajou fora do combinado; durante a competição, o humor brasileiro perdeu Bussunda. Esta coluna, mais que um aquecimento final para o início dos jogos, faz aqui reverência a mestres como os citados que ensinam sobre o futebol e a vida. CURTAS
Sobre Nilton Santos: "Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nílton Santos". E sobre Zico: "A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol". Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br |
9 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A FAVORITA DE MESTRES
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