22 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU A BAIXAR A TROMBA

Nino Pratafausto

Queridos leitores, hoje vou dar descanso de novo aos soldados de Dunga porque da  outra vez deu certo. Lembram-se? Depois da vitória magra contra a Coréia do Norte, segui os conselhos de Daniel Alves: “até o próximo compromisso, descansar bastante”. E a seleção canarinho vai precisar estar muito bem, contra Portugal, como vocês lerão adiante.

Ainda mais que, no domingo (20), as canelas brazucas saíram muito esfoladas. A Costa do Marfim não esperava muito desta Copa, eu esperava mais da Costa do   Marfim – mais futebol, lógico. Mais criação de chances de gol. Ora, dirão, mas a defesa brasileira esteve perfeita; digo: quase... Drduke2 ogba cabeceou livre de marcação ao fazer o gol dos marfinenses, o primeiro em Copa do Mundo. Devem estar comemorando como se ganhassem o título.

Luís Fabiano desencantou, e seu segundo gol só não foi aço aço aço por ter o atacante usado a mão para ajeitar a jabulani. Esta, agora, para ele, deixou de ser sobrenatural. A vitória incontestável do Brasil baixou a tromba de marfinenses que acharam que poderiam ganhar da seleção de Dunga; e baixou a tromba do treinador brazuca também. Dunga está muito mais pra Feliz agora; só ficou Zangado com as pisoteadas dos elefantes em canarinhos.

 

Portugal bestial!!!AUTO_jbosco

Espero que o Dunga e seus comandados não percam o sono, e nem devem.  Portugal esteve bestial nesta segunda (21), ao fechar a segunda rodada do Grupo G no Green Point Stadium, na Cidade do Cabo.

Cristiano Ruuunaldo (como se diz no idioma de Camões) participa do comercial de uma bola na TV, em que pergunta ao telispectadoire: “Onde istá tua?”. Estava na hora de ele achar a dele, ô pá – e conseguiu.

300x250_2010-06-21_4876ab7a29 Nem dá pra dizer que o craque lusitano não tenha feito chover. Boa parte do jogo foi disputado com água que escorria pelos bigodes e encharcava as camisolas. O que não impediu os comandados de Carlos Queiroz de chegarem à acachapante goleada por 7 a 0. Não teve Pak, Lam, Pyo ou Kim que resolvesse a parada dos norte-coreanos.

O grande mérito desta seleção portuguesa é ir pro ataque com atacantes, mais os meias e até zagueiros com potencial de concluir pras redes inimigas. O técnico mexeu no time que fizera a partida de estréia – empate por 0 a 0 com a Costa do Marfim – e tornou-o mais ofensivo.

Portugal ditou o ritmo, soube parar os norte-coreanos quando preciso – abusou dasClipboard01 faltas, é verdade -, mas seus jogadores seguiram o que dita o hino: “Às armas!!! Às armas!!!”. Para quem tinha um ataque de respeito, os lusitanos – desta vez, vestidos de vermelho – também contavam com os avanços de Ricardo Carvalho: implacável na marcação, o zagueiro participou de jogadas de perigo no ataque e por pouco não foi dele o primeiro gol.

O jogo foi aberto em relação ao que se viu na rodada inaugural da chave, mesmo porque aos norte-coreanos não interessava outro resultado que não vencer; empatar, para os dois times, ficaria complicado.

Kim Jcoreionong-Hun (vide Lances capitais) foi o primeiro a tentar um chute a gol na partida. Aí, patrícios, aos 29 minutos, Raul Meireles recebeu lançamento na medida, no meio  da zaga, esperou o goleiro sair e chutou por baixo de Ri Myong-Guk. O esférico foi com tudo pras redes, enquanto Meireles devia estar a pensaire: “Ri, agora, ô guardião!”.

Se estava aberta a porteira asiática, os europeus não deixavam por menos na marcação. Portugal havia cometido mais faltas que a Coréia do Norte, mas o primeiro cartão amarelo foi para Pak Chol-Jin. Ô, juizão!

Cristiano Ronaldo pedia a bola, batendo no peito, não se sabe se penitenciando-se por ainda não ter feito gol na competição. Os norte-coreanos pelo menos haviam conseguido alguns escanteios e faltas, nenhuma muito próxima da área portuguesa.

O que estava para aconteceire no segundo tempo nem N. S. de Fátima e os três pastorinhos poderiam prever. A chuva que caía transformou-se num rosário de gols. Portugal deu o chamado banho nos pernas-curtas. Mandou na partida, jogou rápido e sério, sem chances de uma reação – nem bomba nem míssil pararia os gajos. Bestiais!!!

Com menos de 20 minutos do segundo tempo, a porteira asiática estava não apenas aberta, mas escancarada. Mérito dos portugueses que não abriram mão de atacar com três jogadores da posição, meias ofensivos e até com a zaga indo prus arrumates.

Teve até gol luso-corinthiano de Liedson. E para coroar a exibição, não a sacolada,efebec8c-d6e5-344d-a592-456d192f894e Cristiano Ronaldo também fez o dele. Seria injusto o nome do jogo não ser bafejado pelos deuses dos estádios. E foi o que aconteceu: o atacante dividiu com o goleiro, a jabulani subiu e baixou na nuca do número 7, caindo mansa aos seus pés; foi só tocar pras redes.

Aí já estávamos nos estertores da porfia. O árbitro chileno Pablo Pozo teve dó dos norte-coreanos e deu só 2 minutos de acréscimo. Pode ser que fosse sair correndo para assistir a Chile e Suíça, no Grupo H.

 

Lances capitais

Primeiro tempo – 4´, Ricardo Carvalho conclui, pro alto, boa trama de ataque pela esquerda; 6´, em escanteio cobrado da direita, Ricardo Carvalho cabeceia, e a bola bate na trave – ai, Jesus!; 10´, Coréia do Norte chuta de longe, com Cha Jong-Hyok; 11´, Jong Tae-Se cobra falta, de longe pra mais longe ainda da meta; 14´, Coréia do Norte na área lusitana, em bom lançamento para Tae-Se; Eduardo sai do gol e abafa com a proteção da zaga; 17´, Hong Yong-Jo, em chute da direita, obriga Eduardo a rebater nos pés de Tae-Se; 20´, An Yong-Hak chuta de fora da área para fora do gol, à direita de Eduardo; 21´, escanteio mal cobrado pelos portugueses; 22´, Raul Meireles manda pras redes, do lado de fora; 23´, mais um chute de longa distância da Coréia do Norte; 29, gol de Raul Meireles; 32´, Pak Chol-Jin recebe cartão amarelo; 34´, bola sobra em bobeira da defesa; portugueses desperdiçam chance de ampliar o placar; 37´, Pedro Mendes recebe cartão amarelo; 31´, Cristiano Ronaldo quer a bola para ele; 42´, chute luso, cruzado, para fora; 44´, Simão vai bem pela direita, vence o marcador e cruza, com perigo, mas ninguém aproveita a chance.

nani

Segundo tempo – Rosário de gols: 8´, Simão aproveita, com categoria, a troca de bola envolvente do meio pra direita e arremata, cruzado, para fazer 2 a 0; 10´, Hugo Almeida chega ao 3º. gol, depois de cruzamento pra esquerda, de onde a bola é lançada para o atacante completar de cabeça; a Coréia do Norte muda, quem sabe dê certo Kim Kum-Il no lugar de Kim Yong-Jin; 15´, Tiago pega de primeira o passe açucarado de Cristiano Ronaldo, da esquerda do ataque para quem vem detrás: 4 a 0; 20´, falta em Hugo Almeida; 21´, a zaga lusitana não brinca em serviço, o pé alto em Tae-Se que o diga; Cristiano Ronaldo, em estado de graça deixa seus companheiros na cara do gol em sucessivas arrancadas ao ataque; 23´, Ricardo Carvalho puxa Tae-Se, e nada acontece; 24´, Hugo Almeida recebe amarelo; 25´, Cristiano Ronaldo por pouco não faz o dele; a bola explode na chamada forquilha, à direita do gol; 26´, de novo ele, ainda sem marcar na Copa, entra na área, chuta fraco e o goleiro ainda bate-roupa; a Coréia quase não ataca e, muito menos, chuta a gol; 34´, raro lance na área portuguesa; Eduardo sai do gol e abafa, no pé do atacante; 35´, Liedson faz o 5º. gol português, depois de lançamento de Duda, que passa pela zaga; o luso-corinthiano finaliza de esquerda no canto direito do goleiro; 42´, a goleada, a essa altura a maiore da seleção numa Copa, é ampliada com o gol de Cristiano Ronaldo; 43´, Tiago faz o dele, em cabeceio preciso, no canto esquerdo: 7 a 0

 

Vermelhos de raiva

chile Chile e Suíça fizeram o confronto dos vermelhos, no Grupo H, em que a cor teve mais a ver com a raiva que as equipes passaram com a arbitragem de Khalil Al Ghamdi, da Arábia Saudita, do que com a de seus uniformes. O que interessava às duas seleções, vindas de vitórias, era ver quem sairia vencedora para assumir a liderança isolada da equilibrada chave, mesmo porque Espanha e Honduras jogariam à noite, lá.

O jogo começou morno, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, mas à medida que o tempo passava tornou-se quente pelos ataques vigorosos de ambas as partes e, principalmente, pela disputa acirrada da posse de bola.

Al Ghamdi (não confundam, por favor, com o Mahatma, hindu, que além de ter “n” e não “m“ no nome, era absolutamente zen – e tão-somente zen), que parecia ter saído de recente aula de arbitragem, para não ser conivente com pegadas mais duras ou mesmo desleais, mostrou cedo o primeiro cartão amarelo, para Nkufo, por segurar um chileno pela camisa. Até onde se sabe, aí acertou na medida punitiva.

Mas, de uma arbitragem zen para outra, zenvergonha (que é como se poderia escrever na Suíça), o caminho era curto. O árbitro saudita teve atuação maldita pelas duas equipes, que sofreram com a profusão de cartões.

suiça2 A distribuição de amarelos atingiu, na sequência, dois chilenos: Carmona e Ponce, este por pé alto (e olha que para atingir a cabeça de suíço tem de ser bom na capoeira). Ponce, aquele que lembra o visual de Che Guevara, endureceu e perdeu a ternura: o cartão dele foi por reclamação. El loco Bielsa parecia não acreditar no que via do banco, com aquele olhar meio napoleônico meio maquiavélico.

Aos 30, Behrami recebeu cartão vermelho por jogada semelhante à que envolveu Kaká e Keita (dá rima na pronúncia francesa), no domingo. O suíço deixou o braço para trás, com a mão atingindo Vidal (meio no rosto, meio no pescoço), que insistia em persegui-lo para tomar-lhe a bola. O chileno foi ao chão, contorcendo-se todo. Mais fita que porrada!

Ah, é (deve ter pensado o alemão Ottmar Hitzfeld, técnico da Suíça),suiça pois vamos nos fechar ainda mais e quero ver se os Andes superam os Alpes. Os suíços postavam 8 na área a cada investida chilena. Numa delas, aos 39, Sanchez dominou, atrás do zagueiro, e concluiu mal em cima de Benaglio.

Numa rara substituição ainda no primeiro tempo, ainda mais aos 42, Hitzfeld colocou  Tranquilo Barnetta no lugar de Frei. Talvez confiante em que, com esse nome, conseguisse esfriar o clima da partida e, quem sabe, surpreender o Chile num contra-ataque. Barnetta, à semelhança da Beretta, é bom de tiro. Na verdade, o jogo ferveu, mesmo, pela pressão chilena, intensificada nos minutos finais com a criação de 5 chances de gol.

(Perdão, leitores, mas a essa altura o jogo a que eu assistia com atenção para escrever menos bobagens possível na coluna, teve de ser interrompido nas minhas retinas porque tive de atender ao Leandro e seu assistente, que com presteza acudiram ao meu chamado para salvarem o meu PC – vide nota no pé da coluna).

O que sei é que a partida terminou 1 a 0 para o time de Valdívia, El Toro, que entrou no segundo tempo, e aí já se faz uma diferença sensível a favor dos nossos vizinhos. Ele começou a jogada, aos 29, lançando Paredes, à direita, que cruzou para a conclusão com categoria de González.

Vencer aquele ferrolho suíço (que ao contrário dos queijos deles não tem buraco) por 1 a 0 é como uma goleada. Os sul-americanos se saem muito bem na competição até agora, ao contrário de africanos, asiáticos e oceânicos; e a rodada final do Grupo H, nesta fase da Copa, promete fortes emoções.

get Até a Suíça ainda pode surpreender na classificação para as oitavas; certamente vence Honduras, até mesmo por goleada. Aí, hermanos sudamericanos e europeos, quem decide mesmo é o resultado entre Espanha e Chile.

 

Fúria contida

esp O outro time vermelho, porém mesclado de amarelo, do Grupo H – a Espanha – para mim é a decepção da Copa, por enquanto. Timaço no papel, malas ao chegarem para a competição na última hora, pelo menos num quesito vão bem: não tomaram una tarjeta amarilla siquiera en la competición. Bem que poderiam sair já nesta fase com o troféu farplay.

E aí, Hugo Chavez se intrometeria onde não é chamado e daria o troco: “por que non se calan?!”.

Eu esperava que a chuva de gols lusitanos sobre os norte-coreanos, na Grupo G, poderia se deslocar para o jogo Espanha e Honduras. A Fúria não foi com tudo, porém, sobre os hondurenhos.

Os espanhóis são firmes na defesa, sem precisar congestioná-la; saem quase que solenes da defesa pro meio e do meio, elegantes, pro ataque, mas se chutam, o fazem mal; se cruzam pra área, os cabeceadores ou não chegam ou mandam por cima do gol.Clipboard03

Mais contido que eles, só mesmo o árbitro japonês, Yuichi Nishimura, que no Ellis Park, em Joanesburgo, parecia pedir licença quando advertia ou chamava alguém pra receber o cartão. Perdi as contas das bem tramadas jogadas, ora pela direita com Navas, Sérgio Ramos; ora pela esquerda, com David Villa, Capdevilla, sob a batuta de Xabi Alonso. Torres, então, sei lá, encarnou Sansão: cortaram-lhe as madeixas, perdeu a força. Errou chutes, não cabeceou, saiu.

A Espanha se perde em preciosismos, como já acontecera na rodada inicial, com toques a mais. Bem diferente de seu vizinho europeu, no Grupo G. Fez 2 a 0 em Honduras, com David Villa, aos 17 do primeiro tempo; um golaço em lançamento de Piqué. Já dentro da área, o atacante passou por 3 defensores e mandou na gaveta, já caído, à esquerda de Valadares.

A goleada se desenhavClipboard04a, ainda mais que o segundo gol saiu aos 5 da segunda etapa. David Villa tocou para Navas, à direita, recebeu de volta e chutou de fora da área (o goleiro, adiantado, ainda foi atrapalhado porque a bola desviou na zaga).

E ainda teve pênalti perdido por Villa, que mandou pra fora à direita do gol, para espanto até de torcedores vuvuzelentos; pararam de soprar, estarrecidos com o que viram. A jogada de Navas não merecia esse desfecho (o ponta deu corte seco no zagueiro, que acertou o pé de apoio do espanhol) - nem a superioridade espanhola sobre os hondurenhos.

 

Frase da Copa

Gol de bico vale o mesmo que gol de placa (Caio Ribeiro, comentarista). Mandem urgente por e-meio a mensagem para a concentração espanhola; pensando bem, melhor não.

Meu palpite e, mais que isso, a torcida é que Chile fique em segundo e Espanha ainda consiga ser a primeira; aí Portugal enfrentaria a Espanha, e o Brasil o Chile, mas pode dar tudo diferente disso.

 

Na estrada com Valquíria

Valquíria, de São Paulo (SP), nos envia mais frases alternativas para os ônibus as delegações. Confira as primeiras:

  • África do Sul –Fome a gente passa; da primeira fase, não” (e aí, Parreira, como é que fica?)
  • França –Agradecemos ao juiz pela vaga alcançada” (ça vá bien, mequetrefes!!!)
  • Argentina –Ajoelhem-se, os deuses estão aqui dentro” (modestos, como sempre, esses hermanos)
  • México –Rumo a Acapulco” (ai, caramba, arriba!!!)
  • E tem mais, se a Turquia estivesse na Copa:

Vende-se ônibus Hyundai, 10/11, baixíssima quilometragem” (manda pro Paris-Dacar)

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Por hoje, é isso.
Mensagens para esta coluna devem ser enviadas para ninoprata@yahoo.com.br
fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

fotos: afp, reuters

charge; fausto, duke, jbosco

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Sem PC não teria coluna

Conto com a compreensão dos leitores para lhes dizer que se não fosse o Leandro, da Corporation Brasil, esta coluna não teria sido escrita. Talvez alguns de vocês até dessem graças a Deus, não é mesmo? O lema desta empresa é: Vc tem problemas? Nós temos a solução.

Pois não é que deu aquele pau no meu computador? Só pode ter sido vírus marfinense. Pois bem, descobri por indicação de uma pessoa que comercializa água mineral e produtos correlatos que o Leandro atende em domicílio e também empresas com problemas em computador e outras parafernálias eletrônicas.

Não interessa o grau de sofisticação dos equipamentos que o cliente possua, a Corporation Brasil vai até ele com o que tem de melhor. O diferencial deles é o atendimento, e a gama de serviços que presta é abrangente, como se pode ver no www .xcorporation.com.br. Para saber mais, ligue (11) 3435-2295 / (11)8011-8097 e peça para falar com o Leandro. Muito melhor do que o lateral-direito que jogou na seleção brasileira. Este aqui arranca pro ataque, cobra escanteio e vai cabecear pro gol. E atende em todo o Brasil.

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