16 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU A DECEPCIONAR

Nino Prataoi

Lépidos leitores, se até o Dunga acha que a sua seleção precisa melhorar - "temos  de melhorar sempre", segundo ele próprio -, é bom a dungaiada se tocar e jogar o futebol que tantas alegrias já trouxe à sofrida torcida brasileira.

Apesar de fogos, buzinaços, cornetadas, carreatas pelas ruas, praças, bares e outros locais - até mesmo de trabalho - do País, ficou o gostinho de quero mais.

AUTO_waldez Hoje me decido a dar folga para a rapaziada que está presa na África do Sul porque o próprio Maicon disse, muito bem, que "agora é descansar para estar bem no domingo". Eu também espero estar bem até lá e, principalmente, no dia do segundo jogo do Grupo G. Aí vem a Costa do Marfim e, se a dungaiada não tomar cuidado, o elefante atropela o canarinho, tadinho. Não vai dar nem tempo de dizer, à lá Piu-Piu: "Acho que vi um elefantinho; vi sim". A diferença é que no desenho animado, Frajola (no caso, o elefante) leva a pior.

"El loco, el Toro" e apenas 1 a 0

 robertocandia No primeiro confronto de americanos na Copa - Honduras, da América Central, com técnico colombiano; e Chile, América do Sul, com técnico argentino -, quem é favorito, por ter melhor time e mais experiência internacional jogou para vencer, sem deixar dúvidas em itens como posse de bola, escanteios, jogadas de ataque benfeitas, algumas envolventes e quase umas pinturas de gol.

O Chile venceu Honduras por 1 a 0, mas foi muito pouco pelas situações criadas. Marcelo Bielsa montou o time para ganhar e jogar bonito. Logo no primeiro minuto de jogo Valdivia sofreu falta, para Fernández cobrar com estilo e a bola pousar na rede, em cima do gol. Foi assim o tempo, a partida toda: Chile firme na marcação, com toque de bola refinado do meio pra frente, lançamentos rápidos, escanteios ou faltas a seu favor; faltou acertar a pontaria. 

Isla, Sanchez, Vidal, Fernández, Valdivia, Beausejour, à frente, e Medel e Ponce na defesa são nomes para ser anotados por Dunga com atenção porque os chilenos podem cruzar o caminho dos brasileiros nas oitavas.

Aos 34 do primeiro tempo, numa das tantas boas tramas pela direita, Fernández lançou Isla, que cruzou na área, para Beausejour dividir com a zaga e abrir o placar. O autor do gol é bom também nas armações de jogada, no toque de bola. Deve ter torcedor francês enciumado (lembram-se de que falei dele numa das primeiras colunas?). Mas o jogador é chileno, mesmo com ascendência haitiana.

Valdivia, chamado por palmeirenses de "el mago", é Toro no sobrenome. Acredito que "el toro" caia melhor para ele pela disposição em campo, veloz, objetivo e napoleao_desenhosolidário. Curiosidades não faltam aos dois times.

Se Honduras tem Guevara, sem poder de fogo, é verdade, na meia cancha, quem adota o visual do ícone cubano-mundial é o zagueiro Ponce, do Chile. Impecável na sua área, ele caça o adversário até o meio de campo, para tomar-lhe a bola, se  preciso. Para completar, "el loco" Bielsa, técnico do Chile, bem que poderia interpretar Napoleão Bonaparte, desses que a gente vê em pinturas e no cinema. Só falta colocar a mão no peito, por dentro do agasalho.

E ainda teve mais no segundo tempo: saiu Pavon, apagado no time hondurenho, ao contrário da ave que adora exibir-se, e eis que surge Welcome - bem-vindo, uma ova; entrou numa gelada, para tentar ver se mudava o placar adverso. Ficou sem conseguir a façanha, e o Chile está liderança do Grupo H, mas tem companhia.

 

O amargo sabor do chocolate

AUTO_aroeira22 Para quem esperava a estréia de uma das mais badaladas seleções desta Copa, a Espanha, com um chocolate pra cima da Suíça, na quarta (16), viu a Fúria provar o amargo sabor do chocolate.

Como diria um locutor esportivo: a Espanha tem um timaço-aço-aço, a começar do goleiro Casillas, mas quem salvou a pátria no gol foi Benaglio, da Suíça. O arturorodriguez2resultado de 1 a 0 para os vermelhos dos Alpes, que jogaram de camisas brancas, se não traduz o que foram as chances de gol criadas, porém comprova que no futebol não basta ter nome; tem de jogar com objetividade.

Os espanhóis deveriam saber que os suíços não tomam gols em Copas e, até, chegaram agora à sua nona vitória na competição. Mesmo sem o seu principal  goleador, Frei (figura abençoada), a Suíça seguiu à risca a disciplina tática (própria do seu técnico alemão Ottmar Hitezfeld) de se fechar na defesa e contra-atacar sempre que possível. Num deles, aos 5 do segundo tempo, saiu o gol de Fernandes, em jogada que, de tanta trapalhada da defesa espanhola, Piqué saiu sangrando na fronte e Casillas, a meu ver, chegou a fazer pênalti em Derdiyok - que nem precisaria ter sido marcado porque a fatura já estava pronta.  

A Espanha com seus jogadores de alto nível técnico, a meu ver, abusou de jogadas de efeito, individuais, que o que mais que produziram foram escanteios, cruzamentos, uma ou outra chegada na área adversária, além de chutes a gol de longa distância. Num deles, Xabi Alonso, apagado, acertou o travessão, numa das poucas vezes em que o goleirão suíço foi batido. O técnico Vicente Del Bosque, ele sim, deve estar mais furioso que miúra ferido.

No final, já nos acréscimos, que seriam 5 e viraram 6 minutos, Benaglio tomou amarelo por fazer cera. Abusado esse Casillas dos Alpes.

Clipboard01 Compare os times e aplauda o que os suíços fizeram no Estádio Moses Mabhida, em Durban:

Espanha - Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol, Capdevila; Xabi Alonso, Xavi, Busquets (Navas), Iniesta (Torres),David Silva (Pedro), Davi Villa.

Suíça - Benaglio; Lichtsteiner, Senderos (Von Bergen), Grichting, Ziegler; Barnetta (Yakin), Inler, Huggel, Fernandes; Derdiyok (Eggimann), Nkufo. 

 

“Pax uruguaia” enfeitiça bafanas

África do Sul e Uruguai fizeram no Loftus Versfeld Stadium, em Pretória, o jogo 3 afr6do Grupo A, sinal de que a Copa engrenou e a gente nem percebe; quando vê, já estamos com a primeira rodada completa dos grupos. A ansiedade eufórica da estréia parece ter dado lugar à tranquilidade sonífera dos bafanas, que mal se postavam em campo, mal tocavam a bola e mal chutavam a gol. Ganhar como? Teriam sido picados pela mosca azul-celeste?

O Uruguai, de branco (não se sabe se para dar sorte ou sinalizar que a celeste estava ali em paz – a pax uruguaia deve ser como a pax romana: ”se queres a paz, prepara-te para a guerra), foi bem mais objetivo porque time, já se sabe, tem mais que a seleção de Parreira.

Dessa vez, prevaleceu a lógica, no placar de 3 a 0 para nossos vizinhos, afr2que praticamente garantem a passagem para as oitavas e ainda têm Forlán na artilharia da competição com seus dois gols de hoje; o terceiro foi de Álvaro Pereira.

Um lance diz muito: Forlán marca, em chute forte e preciso da intermediária, um golaço surpreendendo a zaga, que estava em linha, e Khune, aos 23 do primeiro tempo. O atacante foi muito bem na partida, assim como toda a equipe. Nem parece que se classificaram para a Copa na repescagem.

Outro lance diz também: Mphela sai em desabalada carreira, pela direita, até próximo da área uruguaia – cruzar pra quem, se o centroavante é ele? Os bafanas mostravam toda sua inocência, como aconteceu também em falta de Digkacoi afr5sobre Suárez em disputa de bola quase perdida na lateral do campo.

No segundo tempo, os uruguaios reclamaram de dois pênaltis, não marcados, mas no terceiro, não teve como: Suárez recebe livre na área, dribla o goleiro e leva a rasteira. Pra piorar, Khune recebe cartão vermelho, aos 30. Quatro minutos depois, Forlán bate forte, no alto, à direita do infeliz Josephs, que acabara de entrar.

  Parreira optou por tirar Pienaar, mas já havia tentado acordar a rapaziada afrao substituir Letsholonyane por Moriri, um atacante a mais para ajudar Mphela. Sem resultado. Os sul-africanos abusavam das faltas, e a torcida começava a deixar o  estádio.

Nos acréscimos, a ducha esfriou de vez. Depois de cobrança de escanteio, sempre bem executada por Forlán, a bola chega a Suárez, que da direita coloca no lado oposto para Álvaro Pereira, livre, fazer o terceiro, em cabeceio para o chão com o canto do gol livre.

 

Institucional mandou bem

"O país mais fechado do mundo não tem uma defesa tão fechada assim"

(mensagem institucional de uma empresa de Comunicação, referindo-se à Coréia do Norte).

AUTO_alecrim

E pensar que no quesito defesa, a nossa própria é bem guardada; a da Suíça, então, chega a dar nos nervos, né, Fúria? A do Uruguai dá nas canelas, e por aí vai...

___________________________Na estrada__________________________

Seguem mais cinco opções de frases de internautas como sugestão para os ônibus das delegações:

  • Coréia do Norte - "1966 de novo! Vitória para a Coréia!"

Por que não:

VAMOS BOMBAR NESSE MUNDIAL!

  • Gana - "A esperança da África"

passaria a ser

GATOS EM PELE DE LEÕES

  • Japão - "O espírito samurai nunca morre! Vitória para o Japão!

ficaria assim:

A GENTE CABERIA NUMA VAN, NÉ?

  • Grécia - "A Grécia está em todos os lugares"

significa, filosoficamente

O QUE SEI É QUE NADA SEI; MAS QUE VAMOS GANHAR, ISSO VAMOS...

  • Nigéria - "Super Águias e superfãs unidos, nós acreditamos"

Algo mais prático:

VAMOS TIRAR A BARRIGA DA MISÉRIA

Por hoje, é isso.
Mensagens para esta coluna devem ser enviadas para ninoprata@yahoo.com.br
fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

charge; alecrim; aroeira; valdez; jorge braga

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