Nino Prata Krishnamurtianos leitores, muita calma nesta hora! Os soldados de Dunga foram a campo (de batalha?!) contra a enigmática Coréia do Norte de Kim Jong-Hun. Mão no queixo, exclamo: Huuummm!!! Única seleção a participar de todas as Copas, o Brasil começou a escrever nesta terça (15) mais uma trajetória rumo ao título, cá entre nós o almejado hexa. Pesquisa do Ipespe/Diário SP revela que 65% das mulheres entrevistadas acreditam mesmo na conquista, e 59% dos homens idem. Até aí, beleza. Mas 51% dos paulistas ouvidos aceitam o título, mesmo com a seleção do Dunga jogando feio. Eu não estaria entre eles. Dá para jogar bem e ganhar. Os jogadores de futebol brasileiros têm um cartel expressivo de estréias na competição. Em 18 edições, são 2 derrotas apenas (nas duas primeiras), 2 empates (em 1974 e 1978). Em todas as demais, vitórias, duas por goleada (3 a 0, em 1958; 4 a 1, em 1970), quando fomos campeões na final, com equipes que marcaram a história do futebol mundial. Na véspera da estréia, na África do Sul, jogadores de ponta no atual elenco - Kaká, Robinho, Júlio César - mostraram-se confiantes ao falar com jornalistas. O estádio Ellis Park, em Joanesburgo, deixa o time em casa porque ali o Brasil ganhou a Copa das Confederações há dois anos. Bons presságios. Ainda por cima, Costa do Marfim e Portugal nos deram de bandeja um empate por 0 a 0, na partida que abriu o Grupo G. Aí está o ponto, minha gente! O jogo Bola rolando, o Brasil foi superior, em domínio de bola e troca de passes, aos comandados do Kim técnico, mas conseguiu apenas duas vezes balançar as redes adversárias, para uma deles, quando tudo já parecia definido no placar, até com possibilidades de ser ampliado a favor dos brazucas. Nilmar, que entrou no lugar de Kaká no segundo tempo, em menos de 5 minutos chutou com direção certa mais do que Luís Fabiano em todo o tempo de jogo. O lampejo de Dunga, em colocar um atacante no lugar de Kaká, era um dos motivos que me fazia acreditar que a goleada poderia vir. Isto porque o Brasil ia muito bem da sua intermediária até a do adversário, mas faltava aos jogadores acertarem o pé para concluir. Na medida em que o tempo de jogo passava, mais os norte-coreanos se fechavam. Num dos contra-ataques, Lúcio ganhou de Jong Tae-Se na velocidade e cortou na hora agá do arremate. Na cobrança de escanteio, Hong Yong-Jo mandou a bola para o outro lado do campo, que permitiu um passe rápido para trás, porém uma conclusão fraca para fora. Num time em que o destaque é Elano, para mim um jogador de técnica limitada, 2 a 1 chega a ser goleada. Foi do volante o segundo gol. O primeiro foi de Maicon, golaço quase da linha de fundo, enganando o goleiro ao colocar a bola entre ele e a trave esquerda. O que mostra por que a gente precisaria mais de atacantes para não sobrecarregar os meio-campos e os defensores. O gol norte-coreano saiu pela direita da defesa brasileira. À frente no placar, o jogo ficava ao gosto de Dunga: bolas pro lado, para trás, à espera do contragolpe ofensivo. Luís Fabiano esteve abaixo da crítica neste jogo, sem concluir com perigo, mas bom ao matar as saídas dos norte-coreanos ao contra-ataque. Fez tanta falta que chegou a ser advertido pelo húngaro Viktor Kassai, apenas verbalmente. Kaká me pareceu ou fora de forma física ou sem ritmo de jogo (chegou a errar dois passes seguidos, em menos de 4 minutos, no primeiro tempo, e se atrapalhou todo numa disputa de bola na linha de fundo, no segundo, quando por pouco não foi ao chão de forma bizarra), e talvez seja arriscado demais esperar que ele cresça numa competição tão curta. Robinho fez lá suas graças, mas pelo menos deu o lançamento preciso para Elano marcar o segundo gol, em chute em diagonal, no canto direito de Ri Myong-Guk. Como se diz, deu pro gasto, e o resultado magro não ajuda muito se for preciso gordura no saldo de gols para definir a classificação para as oitavas. ____________________________________________________________________________ Lances da partida
___________________________________________________________________________ Nem elefante nem bacalhau A grande expectativa para a partida de abertura do Grupo G, entre Costa do Marfim e Portugal, no Nelson Mandela Bay Stadium, em Porto Elizabeth, era a presença de Drogba. O que só aconteceu no segundo tempo). Dá gosto ver em campo craques como o marfinense, na equipe em que o símbolo é o elefante (não sei se pela inteligência ou pelo porte físico; acredito que sejam os dois), da mesma maneira que entre os lusitanos, que tornaram o bacalhau mais conhecido que os noruegueses, o brilho de Cristiano Ronaldo seria bem-vindo (às vezes, ele brilha mais pelo gel nos cabelos). No duelo do 27o. com o 3o. no ranking da Fifa, Portugal veio mais bem credenciado pela terceira participação seguida em Copas e por ter em campo os luso-corinthianos Deco e Liedosn. Os gajos, vestidos de branco, começaram a criar mais jogadas, dominavam a posse de bola e não abriam mão de marcar a saída de bola adversária, bem como tinham uma linha de zagueiros bem armada (isso é que é levar a sério o refrão do hino: "às armas! Às armas!"). Hino, aliás, solenemente não cantado por Cristiano Ronaldo, apesar da vibração de seu colega ao lado. A Costa do Marfim soube usar a técnica, a velocidade e disposição física de seus jogadores, acertando aos poucos a marcação e chegando junto, às vezes com perigo - para os adversários. Numa dessas entradas mais ríspidas, saiu um dos cartões amarelos mais rápidos da competição (se não o mais). Para facilitar o acompanhamento do jogo do grupo do Brasil, confira quadro com os Lances capitais. Acontece que cartão que dá em marfinense não dá em lusitano, segundo o uruguaio Larrionda. Aos 28, Pedro Mendes operou a canela de seu opositor sem ser advertido pelo árbitro. O que traz à tona a recorrente discussão: que raios são os tais critérios de arbitragem? Pra mim, esses figurões têm mais é que tomar JUIZo!!! No segundo tempo, em que as duas equipes procuraram intensificar as jogadas de ataque, sem maior resultado prático, sobrou pra um dos luso-corinthianos, Deco, que foi direto pros vestiários. Deve ter ido tomar aquela ducha quente porque o frio estava bestial! Tiene, a meu ver, foi um dos nomes do jogo, bem como Liedson, quando havia estrelas de maior grandeza em campo. A mais esperada delas, pra quem gosta do bom futebol, surgiu para não brilhar. Drogba, porém, foi a substituição mais aplaudida da Copa até agora, viu seu Túlio Panaca? (nipo-brasileiro que quase tira o astro da competição, em amistoso recente). Gervinho, por sua vez, até ser substituído por Keita, esteve mais pra diabinho por infernizar, como poucos, a zaga lusitana. Do lado dos cultuadores de Camões, Raul Meireles, apesar de meia/volante, tornou-se o finalizador mais obstinado, sobretudo nos 10 minutos finais da partida. Quem também veio pro jogo foi Romaric (referência a Romário, com a camisa 13 cultuada por Zagalo). Estaria aí o talismã para botar a bola pra dentro do gol? Num jogo disputado com equilíbrio no poder de fogo das seleções, o Brasil se deu melhor porque, se vencer a Coréia do Norte, sai na dianteira do Grupo G. __________________________________________________________________________ Lances capitais
________________________________________________________________________ Feio e simpático como diabo-da-tazmânia Nova Zelândia e Eslováquia, 78o. e 38o. no ranking da Fifa, fecharam a primeira rodada do Grupo F com a esperança de uma das seleções assumir a liderança, em caso de vitória. Nenhuma das duas conseguiu o feito histórico, e embolou tudo na chave: dois empates por 1 a 1. Time de alta estatura e muita força física, a Nova Zelândia, em que prevalece a marcação implacável, até tentou jogadas de ataque no início da peleja. O que fazia principalmente em cobranças de falta, para aproveitar uma de suas características, que é o jogo aéreo. A Eslováquia, estreante em Copas, como país independente (até 1993, formava a Tchecoslováquia), chegou bem cotada à África do Sul por ter eliminado seleções de certa tradição, como as da Polônia e República Tcheca. No Royal Bafoken Stadium, em Rustemburgo, mostrou, do meio para o fim do primeiro tempo, que tinha mais poder ofensivo em jogadas de ataque. Logo aos 5 da segunda etapa, Vittek cabeceou, preciso, no canto direito do gol neozelandês, depois de pedir que Sestak alçasse a bola para ele. Gol merecido, pelo andar da carruagem, ainda que duvidoso na posição do artilheiro eslovaco, que está perto de tornar-se o mais bem-sucedido de seu país. Se faltaram futebol vistoso e gols, sobraram caneladas, chuteiradas, empurrões de toda ordem. Strba, aos 9, recebeu amarelo por reincidência em pegadas mais fortes. Tudo parecia resolvido, mas a insistência da Nova Zelândia resultou no gol ao estilo da jogada que mas sabe fazer: em cruzamento de Smetz, da esquerda, Reid cabeceou, sem chance de defesa para Mucha. O técnico Ricki Herbert até escalou Vicelich, para ver se enganava no grito algum eslovaco, mas vai ver que a pronúncia não saiu conforme a escrita. Não foi este o ator decisivo. A Nova Zelândia, mais conhecida por ser país em que nasceu Roussel Crowe, astro de grandes sucessos do cinema, e por ter na sua fauna o diabo-da-tazmânia, mostrou que futebol pode ser feio, como o bichinho, mas esse animal é também boa gente, como os neozelandeses. Menos para os eslovacos, que saíram de cara amarrada por deixar escapar nos acréscimos a liderança sobre italianos, camaroneses e os persistentes adversários desta terça (15). Esquema 171 é o que se poderia dizer da Coréia do Norte. Fechadinha, fechadinha, enquanto pode esconder-se da imprensa, inscreveu Kim Myong Won, atacante, como terceiro goleiro. O duas-caras participou de 3 vitórias de sua seleção nas Eliminatórias, atacando. Agora vai ter de defender, se escalado, porque só pode atuar no gol. Descoberta a manobra, o técnico Kim Jong Hun tentou explicar-se: "O Kim é atacante e foi registrado como goleiro porque iniciou a carreira assim. É que vocês desconhecem a nossa realidade. Ele é um goleiro veloz, por isso foi usado como atacante, mas na Copa quis exercer a função e goleiro". Tá bão, nhô Kim! A gente até quer saber mais sobre vocês, mas não deixam. O slogan do técnico dever ser: "Kim por Kim, acreditem em mim!". Imaginar não é proibido, ao contrário de certos treinamentos. Nos ultra-secretos dos norte-coreanos, o Kim técnico deve fazer aquelas mirabolantes escalações de 4 equipes em espaço reduzido: uma só de seus xarás; outra de nomes iniciados em Pak; uma terceira de nomes em Ri; e numa quarta, vem os An, Jong, Choe, Nam, Mun, Hong. Fonoaudiólogos de plantão, socorro!!! República Mundial Pensar - e disso ninguém deve abrir mão - também é cultura. Anotem e adotem este, de Leonardo Boff, pensador brasileiro de projeção internacional: "Está dentro das possibilidades de nosso ser viver esse tipo de o humanismo necessário, como condição da paz duradoura, vista já por Kant como o fundamento da República Mundial". _______________________Na estrada__________________________ Mais algumas frases de internautas para substituir as que estão nos ônibus das delegações
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br charge; sponholz; aroeira; lila |
15 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A RESULTADO MAGRO
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