Nacionalistas leitores, se a Copa do Mundo Fifa terminasse hoje (18 de junho), o Brasil estaria sem chance de chegar ao hexa e ainda teria de aguentar os hermanos à frente na artilharia da competição: o argentino Higuaín, com 3, e de quebra o uruguaio Forlán, com 2. E aquele monte de jogadores com 1 golzinho só, fora o restante que nem gol faz. Não sei por que foram para lá. Mas que coisa mais idiota, não é mesmo? Tá na cara que a Copa não acaba hoje nem amanhã nem no domingo nem no fim do mês (o que sempre esmilingue antes de o mês acabar é o salário); vai até 11 de julho, perto da data em que se comemora a queda da bastilha. Neste ano, a bastilha, digo, a fortaleza da França caiu antes - benfeito! Os soldados de Dunga continuam lá, aquartelados, fizeram joguinho-treino com uns garotos sul-africanos para os reservas, preparando-se para ver se derrubam a bastilha dos Côte d´Ivoire - lembra alguma coisa?! Vai que os afro-franceses queiram se vingar na gente do que os representantes da matriz não foram capazes ante a turba mexicana. Mas vamos ao que interessa. Vamos não; eles vão ao que lhes interessa: bicho de R$ 750 mil pra cada um se conquistarem o título. Afinal, os soldados de Dunga têm com o que se preocupar. Caneco caro esse, não!
Água na chopas... Alemanha e Sérvia fizeram o jogo mais dramático da Copa até agora - dramático para os alemães, claro, que perderam por 1 a 0, levaram uma sacola de cartões amarelos na bagagem e um vermelho para Klose. Se não bastasse, Podolski perdeu pênalti, defendido por Stojkovic.Nem a blitzkrieg alemã foi suficiente para romper a muralha sérvia, que mais se consolidava quando o tempo de jogo ia pros estertores. Os sérvios também sentiram um pouco o drama de ver Stankovic baqueado - mas aí já estava para terminar a batalha em Porto Elizabeth. O camisa 10 participou de três Copas por três países diferentes: Iugoslávia, na França, em 1998; Sérvia e Montenegro, em 2006, na Alemanha; e, agora, na África do Sul, Sérvia. A mesma de onde veio Petkovic. Tinha razão o jogador do Flamengo em dizer, em entrevista ao Lance, que a Alemanha não é melhor do que a Sérvia. Boca santa esse Pet, hem?! A partida, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, válida pelo Grupo D, começou equilibrada e, até os 20 minutos iniciais, até nos cartões os dois times se igualavam. O juiz espanhol Alberto Undiano foi pródigo na distribuição deles, mas afrouxou no segundo tempo. Quem não afrouxou a marcação foi a Sérvia, e a Alemanha por sua vez foi para o tudo ou nada, privilegiando nas substituições colocar atacantes (Cacau e Mario Gomez) para ver se o poder de fogo alemão funcionaria. Mas nada disso aconteceu. O gol sérvio foi numa daquelas jogadas bem tramadas, aos 37 do primeiro tempo: Jovanovic ficou livre, na pequena área, para colocar de leve a bola pra dentro, depois de a jabulani ter vindo da direita, para o grandalhão Zigic, de 2m02, ajeitar de cabeça, por trás da zaga, no segundo pau. Isso logo depois da expulsão de Klose, que tomou o segundo cartão amarelo. A Alemanha foi pro vinagre e seu futebol também, melhor dizendo: botaram água na chopas! das chucrutas! Com os 10 minutos que restavam e mais todos os 45 e tantos do segundo tempo, acreditava que a famosa disciplina tática e persistência alemãs fossem dar conta de até inverter o placar. Aí, sim, diria o Zagallo, os germânicos foram surpreendidos novamente por eles próprios: Vidic pôs a mão na bola num lançamento pelo alto, em sua área. Pênalti marcado e cartão amarelo pro infrator. Podolski na cobrança, fatura certa. O goleiro Stojkovic defendeu, e a pátria sérvia estava salva. Quem pensou que seria mais uma sacola de gols tedescos, se equivocou. Eu, entre eles. Gosto do futebol alemão e, mais ainda, do hino germânico. Gostaria de saber cantá-lo, mas cadê a letra? Convido os leitores a uma respeitosa brincadeira, que já fizera na Copa de 2006. Tentem cantar o hino alemão colocando nomes de jogadores a título de letra. Poderia ser assim (até o técnico entrou na dança, melhor, na música): Schweinsteiger, Klose, Özil Neuer, Müller, Low, Friedrich. Mertesacker, Tasci, Boateng Marin, Kiessling, Cacau und Gomez. Badstuber, Jansen, Lahm, Träsch, Butt und Westermann. (bis)
Arbitragem à Bin Laden Estados Unidos e Eslovênia, duas equipes do bloco intermediário - nem zebras juramentadas nem favoritos ao título -, abriram a segunda rodada do Grupo C no Ellis Park, em Joanesburgo. O que não se esperava é que a arbitragem do malinês Koman Coulibaly fizesse a diferença. A Eslovênia começou superior à seleção do tio Sam e vencia por 2 a 0 até os 2 minutos do segundo tempo. Pintava aí uma zebrinha alviverde com os gols de Birsa e Ljubijankic. Foi quando Donovan e Bradley resolveram mostrar que são bons de bola, este não só ser filho do técnico, e empataram a partida. O fim do jogo estava próximo, e os comandados de Bob Bradley queriam mais porque o empate não refrescava muito a vida deles na chave. A Eslovênia, pelo menos, vinha de uma vitória e somava 4 pontos; os Estados Unidos somariam apenas mais 1 pontinho ao outro do primeiro jogo. Nos acréscimos, a pressão dos marines foi sufocante, com Altidore no comando da reação. Time que tem jogador com um nome desses não pode ser propaganda enganosa (outdoor, understand?). Não que a Eslovênia também não tentasse fazer o terceiro seu na partida. Foi quando, numa jogada de empurra-empurra na área eslovena, Donovan cobrou falta da direita e a bola sobrou para Edu marcar. O árbitro malinês anulou o gol, não se sabe por quê. Sem alarmismo, peitar os Estados Unidos assim na caruda só pode ser coisa da Al-Quaeda. Bem que avisaram que poderia haver atos terroristas na Copa.
Ah, se fosse no tempo das Cruzadas Horror mesmo ainda estava para vir. De um lado, "God save the Queen"; de outro, "Alá é misericordioso" (só não vale "morte aos infiéis"). Ah, se fosse no tempo das Cruzadas. Inglaterra e Argélia fecharam a segunda rodada do Grupo C no Green Point, na Cidade do Cabo, ressabiadas com seus frangueiros, que não foram escalados. Na guerra santa do futebol, sobrou pra jabulani. Os dois times fizeram partida horrorosa, sem levar em consideração que nas tribunas havia príncipe herdeiro para prestigiar os súditos da rainha Elizabeth. Quando estudávamos o ginásio, em Turvo (SC), nosso professor de inglês, recém-chegado de Londres, usava músicas para ajudar no aprendizado, uma delas o hino britânico. Havia quem cantasse god shave (faça a barba) e não save (salve) the queen. Mardade! A rainha nunca foi dessas mulheres barbadas de circo, mas o English Team nesta sexta protagonizou com a Argélia um verdadeiro circo de horrores. Nem parece ser aquele que fez bela campanha nas Eliminatórias com apenas uma derrota. O árbitro do Uzbequistão, Ravshan Imatoo, não sabia o que inventar para ver se saía um golzinho que fosse. A Inglaterra jogava tão sério, mas tão sério que seus atletas não se falavam, nem no corredor que dá acesso aos vestiários. O próprio técnico Capello, italiano da gema, não gesticulava e parecia cochichar aos ouvidos de seus pupilos - vai saber o que pretendia. Beckhann, elegante como sempre, tinha hora que ficava irado no banco de reservas, não se sabe se pê da vida com o árbitro ou com os colegas. Estrelas como Rooney, Lampard, Gerrard e auxiliares como o grandalhão Crouch, de 2m01 - este, num mês de junho, aqui, certamente seria apelidado de pau-de-sebo -, não fizeram por merecer outro resultado que 0 a 0. Não tenho do que reclamar da Argélia, que pelo menos não esfolou ninguém do time adversário. O jogo foi, no mínimo, sonoLennon. Este também não lembra no futebol nem um pouco da categoria que o Lennon famoso teve na história do rock and roll. Benfeito pra quem entrou como um dos favoritos ao título estar com apenas 2 pontos na tabela. Vai ser difícil a Inglaterra não fazer companhia aos bleus na caminhada para as oitavas. Bem mais difícil vai ser ter de assistir a um confronto mais horroroso que esse.
O nível de leitoras da coluna não está fraco não! ________________Na estrada__________________ Completo hoje a primeira rodada de frases sugeridas por internautas para se colocar no lugar das oficiais nos ônibus das delegações. Confiram!
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: reuters,afp charge; aroeira; clayton |
18 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A SE PREOCUPAR
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