17 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

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Rodada dupla de golaços


Nino Prata

17/06/2013 - O primeiro domingo da Copa das Confederações, no qual se enfrentaram, pelo Grupo A, México e Itália (às 16 horas no Maracanã) e pelo Grupo B, Espanha e Uruguai (às 19 horas na Arena Pernambuco), é o que se pode chamar de data festiva.

Dia em que o Maracanã, remoçado, soprava suas 63 velinhas no aniversário de sua inauguração; e Pirlo, astro italiano do futebol mundial, completava 100 jogos pela Azurra;

Quem comemorou de forma bonita - como bonito é o seu futebol - foi Pirlo, ao abrir o placar com golaço, aos 27 minutos do primeiro tempo, em cobrança de falta sofrida por Balotelli, cercado por uma quadra de mexicanos. Balotelli também fez o dele, depois de receber a bola de Giacherini, em lance meio acrobático. O centroavante, sempre bem vigiado, se livrou dos zagueiros e tocou pras redes de Corona. Aí já estávamos nos 33 do segundo tempo. 

O México havia empatado a partida, ainda no primeiro tempo, aos 33 minutos, depois de pênalti infantil de Barzagli em Giovanni dos Santos. Chicharito cobrou com perfeição no canto esquerdo de  Buffon, que caíra pro lado oposto. 

prilo 2-tilevbnm  Pirlo cobra com perfeição a falta que resultou no primeiro gol oficial no remoçado Maracanã, apesar do esforço de Corona

O golaço de Pirlo valeu pela categoria com que o meia-atacante cobrou a falta, fazendo a bola superar a barreira e ir direto ao canto direito da meta mexicana. O Maracanã foi o palco da obra-prima, no primeiro gol de uma partida oficial nesse templo do futebol do Rio de Janeiro. 

Festa-baile

Mais tarde, em Recife, a festa virou um baile da Espanha sobre o Uruguai. Até os 30 minutos de jogo a Celeste praticamente não saiu de seu campo, e o domínio da Roja foi absoluto. Na saída de bola uruguaia, já se desenhava o que viria nos 45 primeiros minutos, mais 1 de acréscimo. 

Os espanhóis recuperaram a Cafusa, fácil, fácil, e foram pra cima em sucessivos toques de bola, passes precisos, alguns de desconcertar o adversário - Iniesta e   Xavi à frente da orquestra - sem se irritar com a vaia da torcida. Aos 10 minutos, num desses momentos de rara beleza ludopédica, depois de corta-luz  de Iniesta, Pedro carimbou a trave à esquerda de Muslera. Era apenas o início de goleada que se anunciava, mas acabou por não acontecer.

Aos 15, o goleiro uruguaio fez boa defesa, em dois tempos, no chute de Iniesta; e aos 20, depois de cobrança de escanteio e espurbate-rebate na área, a bola sobrou para Pedro acertar chute à Neymar contra o Japão: a bola desviou em Lugano e acabou no canto esquerdo de Muslera.

O Uruguai teve lá suas chances, como em falta cobrada aos 23 minutos, que resultou em escanteio. Mas já aos 27, também em cobrança de falta, Xavi por pouco não fez o segundo gol da Fúria. O jogo a essa altura parecia mais um confronto de MMA com sopapos de ambos os lados.

Aos 29, de novo em cobrança de falta pelo Uruguai, a bola alçada na área encontrou Cavani, que cabeceou fraco nas mãos de Casillas. Um minuto depois, mais um golaço na competição. Fàbregas lançou Soldado pelo meio da zaga, que encobriu Muslera com belo toque.            

Vaia vira 'olé!'

A vaia inicial da torcida transformou-se em pedido de 'olé', enquanto o Uruguai teve nova chance em cobrança de falta: dessa vez Lugano se atrapalhou todo e não conseguiu aproveitar o lançamento na área espanhola. Nos cinco minutos finais do  tempo normal ainda houve tempo de Muslera defender com os pés um arremate de Piqué, em bola vinda de escanteio, e Lugano tomar cartão amarelo depois de deixar o braço na cara de Soldado, numa de suas entradas que ele próprio considera normais.

O passeio espanhol prosseguiu no segundo tempo sobre o gramado um pouco castigado pelas chuvas. O que os uruguaios conseguiram fazer quase o tempo todo foi abrir a caixa de ferramentas sobre os comandados de Vicente Del Bosque.

Os jogadores espanhóis também tiveram lá seus momentos de truculência e acabaram castigados, nos instantes finais do segundo tempo normal. Em cobrança de falta, Suárez encobriu com perfeição a barreira, e a bola deixou mansamente nas redes de Casillas, que ainda tentou defender, mas sem sucesso.

O que se viu daí pra frente foi um acirramento do confronto, com pressão dos dois lados, mas a Espanha ainda ditando o ritmo com predominância nos toques de bola. A categoria espanhola tem em Iniesta seu ponto alto: de 89 passes errou (?!) apenas 2. 

Por falar em dois, 2 a 1 ficou barato para o Uruguai.    

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

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