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1 de julho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Jogo pra história: defesa impecável...

 

 

 

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... meio de campo soberano...

 

 

 

 

... ataque matador: 4 vezes campeão!

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'Roja' de raiva


Nino Prata

1o./07/2013 - Esta 13a. coluna que escrevo não foi planejada para ter este número, amuleto de Zagalo: 13. E não é que deu Brasil 3 a 0 contra a Espanha na final dos sonhos?! Muito se falou, antes da partida, às vezes com pitadas de autoconfiança e até com uso de metáforas (cereja no bolo de uns; Fusca vendido caro por outros - ver Notas), e o que se viu de fato no remoçado Maracanã foi que a razão - mesmo nem sempre tendo lógica no futebol - estava do nosso lado.

Eu me arrisco a dizer que foi exibição impecável, histórica. Não entendi,  por exemplo, por que Del Bosque escalou Mata, com a 13 - mais um amuleto zagalino. Gracias!   

Com Mata ou sem, com Iniesta, Xavi, Busquets, Piqué, Sergio Ramos e Casillas; Alba, Aberloa (gracias!), Pedro (?!) e Torres (depois entraram Azpilicueta, Navas e Villa), a melhor seleção do mundo não foi páreo para os brasucas. Cabalisticamente,  Fred  abriu o placar aos 2 do primeiro tempo, raçudo, estatelado no chão mas encobrindo Casillas, em arremate de  direita, e  fechou aos 2 do  segundo, metendo a bola entre as pernas de Azpilicueta (isso lá é nome de jogador?) e longe do alcance do goleiro; Neymar fez o segundo da partida, aos 44 do primeiro tempo, outro golaço num tirambaço de canhota por cima do experienteportero, depois de bela troca de passes com Oscar.

O time de Felipão foi bem do goleiro ao ponta-esquerda (como se dizia lá nos anos a perder de vista), salvo o vacilo de Marcelo no pênalti sobre Navas, que Sergio Ramos desperdiçou. Piqué, então, bem que tentou impressionar Shakyra, mas foi expulso por pegada feia em Neymar, que partiria pra dentro da área  espanhola. Eles terão tempo pra  se desculpar,  se entender no Barça...

Iniesta, a meu ver, foi quem mais tentou fazer algo pra mudar a história do jogo, mas  jogo histórico sempre se conta do lado vencedor. O Brasil poderia ter feito um ou dois gols a mais. Já a Espanha, se ameaçou, foi uma oclaytonu outra vez, porém encontrou Júlio César em mais uma excelente jornada e, quando poderia ter  marcado, David Luiz tirou a bola a meio metro (se tanto) da risca do  gol. O 4 brasileiro, de nariz quebrado e tudo, não baixou a crista. 

Empurrada pela torcida - desde  o hino cantado a plenos pulmões com os jogadores, nos pedidos de 'Olé!', ao grito de "O campeão voltou" -, a  equipe  brasileira mostrou estar no caminho certo. Por enquanto, ganhar a quarta Copa das  Confederações, invicta, vencendo na final a ainda toda-poderosa Roja, passando pelos  campeões mundiais Itália e Uruguai, sem a baba do Taiti  (que os espanhóis experimentaram), por enquanto, repito, está de bom tamanho.

Há muito caminho ainda a percorrer, por isso que venham amistosos de peso - contra Alemanha, Holanda, de novo França, Inglaterra, Itália, quem sabe a própria Espanha (duvido que topem) -, que se mantenha e se reforce o grupo. 

E que os gritos das ruas sejam ouvidos o quanto antes.

Aí, sim, teríamos brasileiras e brasileiros contentes, muito mais do que com a seleção, com as conquistas de suas legítimas reivindicações.

Aqui a coluna se despede, prometendo voltar na Copa  Fifa 2014, quando certamente o País terá mudado para melhor.

Preliminar de luxodefende!!!-tilemmh

Uruguai e Itália fizeram na Fonte Nova, em Salvador, o que considero uma preliminar de luxo do jogo principal do dia. O início, às 13 horas, me fez lembrar os tempos de criança, em São José dos Campos (Vale do Paraíba), no bairro dos mineiros: era missa às 11 da manhã e o futebol  em seguida, nos campos de várzea, em que clássicos memoráveis foram disputados. Guardadas todas as proporções, foi como senti o clima ludopédico deste domingo (30).  

No confronto dos reclamões da competição (os uruguaios se queixaram da falta de local adequado para treinar, de dificuldades em se locomover nas cidades, de intransigência da Fifa quanto a horário de reconhecimento de gramado e, até mesmo, houve quem ficasse preso em elevador;  os italianos, por sua vez, também reclamaram da falta de local de treino adequado, das viagens e jogos

em cidades distantes umas das outras e, até mesmo, de lesões), para decidir quem seria terceiro e quarto colocados dentre oito seleções, a Itália escalou una squadra de muitos reservas, enquanto o Uruguai foi de força máxima. Força, aliás, que nem sempre é característica elogiável nos hermanitos

Deu 3 a 2 para a Itália - gols de Aquilani, El Shaarawy, Giaccherini; e Cavani, Suárez, na cobrança de pênaltis. Buffon salvou a Azurra na primeira cobrança, caindo certo no chute de Forlán, e também no quarto e quinto chutes de Cáceres e Gargano.  Muslera ainda defendeu a cobrança do lateral De Sciglio, mas insuficiente para tirar a diferença.   

Teve de tudo um pouco na partida, até vira-casaca da torcida, que começou pela Itália e terminou do lado uruguaio; valeu principalmente a superação das duas equipes, que empataram por 2 a 2 no tempo normal de jogo (placar que se repetiu durante a prorrogação), com direito a dois golaços de falta, respectivamente de Diamanti e Cavani - jogadores que foram os destaques de suas equipes. 

Os dois também fizeram as jogadas quando o placar esteve igual por 1 a 1. Diamanti cobrou falta da direita enganando Muslera, que esperava cruzamento; a bola bateu na trave direita, no cangote do goleiro e sobrou para Astori empurrar de leve em cima da linha; já  Cavani se aproveitou de bobeira da zaga italiana, que perdeu a bola em sua intermediária; o atacante uruguaio recebeu, dentro da área, cortou e mandou de pé direito, tirando Buffon da linha da bola, que morreu mansinha no canto esquerdo.

O resultado, parelho, fez jus a duas seleções que têm história no futebol - seis títulos mundiais -, contam com elencos de respeito em clubes europeus (a Itália, aliás, veio com uma seleção quase 100% feita em casa) e, terminada a Copa das Confederações, precisam ça se ocupar das eliminatórias para a Copa do Mundo 2014. 

Os 43.382 torcedores assistiram a uma partida honesta, que certamente entrou na história da renovada Fonte Nova como marco dos eventos oficiais de sua inauguração. Não é a todo momento que se tem a oportunidade de ver preliminar de luxo desse nível. Pena que decidida nos pênaltis.       

bolaj Taiti não conta - Felipão,  em entrevista antes do jogo: "Sabemos que a Espanha, nesta Copa das Confederações, praticamente teve um jogo a menos, porque no jogo contra o Taiti todos foram trocados. Os jogadores, então, se recuperaram, estão em perfeitas condições para o nosso jogo", disse, cheio de confiança em que seria possível derrotar o rival, com todo o respeito.

bolajIrônico - Vicente Del Bosque, técnico da Roja, disse depois da classificação espanhola para a final: "Agora, é Espanha e Brasil. Vamos ver se estamos à altura desse jogo para dar uma resposta aos brasileiros", provavelmente ironizando as vaias que sua equipe recebeu em cada partida realizada na competição.

bolajDesejo atendido - Jesus Navas, que decidiu a semifinal ao marcar o 7o. gol espanhol, nos pênaltis, ao interpretar o que rola entre os jogadores: "Nós queríamos estar na final, queríamos jogar contra  o Brasil e vamos desfrutar essa situação". Xavi também havia manifestado estar perto de realizar sonho de menino: jogar um dia na Maracanã contra os donos da casa.

bolajAzedou o bolo - "Vencer o Brasil numa final em sua casa e fazer um novo Maracanazo é a cereja que falta no bolo desta seleção." Arbeloa, lateral direito, dando a entender como o confronto era visto no elenco espanhol. Na Roja desde 2007, o jogador não via como ignorar o atual favoritismo da sua equipe: "Vamos para o jogo com a cabeça bastante erguida e o peito cheio".

bolajNeymar e o Fusca - Mais solto que de costume numa entrevista coletiva, Neymar usou de metáfora para falar do estado de espírito entre os canarinhos antes da partida: "Quando eu era pequeno, meu pai me disse... que eu tinha de vender meu Fusca caro. Tem de suar... A gente tem de vender o Fusca caro. Foi o que a Itália fez. Vendeu o Fusca caro".   

bolajFred pegador - "Agora que as minhas bolas começaram a entrar, estou com a confiança lá em cima." O 9 brasileiro, 3 gols em 2 jogos, tá podendo...  

bolajMais um na conta - Até o confronto deste domingo (30), Espanha e Brasil haviam se enfrentado 8 vezes (5 delas em Copas do Mundo e 3 amistosos), com 4 vitórias brasileiras, 2 empates e 2 vitórias espanholas, num total de 11 gols brasileiros e 8 espanhóis. Confira placar e ano de cada jogo:

Copas do Mundo - Brasil 1 x 3 Espanha (1934); Brasil 6 x 1 Espanha (1950); Brasil 2 x 1 Espanha  (1962); Brasil 0 x 0 Espanha (1978); Brasil 1 x 0 Espanha (1986). 

Amistosos - Brasil 1 x 0 Espanha (1981); Brasil 0 x 3 Espanha (1990); Brasil 0 x  0 Espanha (1999).  

Com o resultado da final desta Copa das Confederações botamos mais um resultado expressivo em nossa conta. Afinal, a Espanha não perdia há 29 jogos, e sabe-se lá quando tomou um vareio de 3 a 0. 

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Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

28 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Jesus decide pra Espanha

Nino  Prata

Espanhóis e italianos reviveram no Castelão, em Fortaleza, de forma dramática, a final da Eurocopa 2012, ao disputar a semifinal do Grupo B da Copa das Confederações. A Espanha precisou da ajuda de Jesus Navas (que fechou a série de cobranças de pênaltis) para vencer o confronto por 7 a 6. Foram 90 minutos de tempo normal, mais acréscimos, prorrogação (também com acréscimo no seu primeiro tempo), num grau de calor e umidade que extenuaram os atletas e fizeram o placar ficar em 0 a 0.

Jesus Navas foi uma das substituições que Del Bosque fez, para ver se abria a retranca italiana pelos flancos. Foram dele alguns lances mais agudos, desperdiçados nas finalizações, que não saíram de acordo com a categoria que a Roja costuma mostrar. Mesmo as estrelas Xavi e Iniesta não conseguiram repetir atuações que fazem a seleção espanhola ser ainda a melhor do mundo. E mais temida. 

Temor não foi, porém, o que demonstrou a Itália de Cesare Prandelli, mas antes a cautela. 

A torcida era nitidamente italiana, apoiando a Azurra em sucessivos gritos de Itália! Itália e 'olé!'. Não se sabe se por achar que a Azurra pudesse ser adversário mais fácil para o Brasil na final de domingo (30) ou se por alguma bronca com membros da delegação espanhola que não teriam sabido se comportar nos momentos de folga. Os dois motivos, na verdade, carecem de sustentação, mesmo porque se a Itália deu trabalho - e muito - para a Espanha, imagina se seria presa fácil do Brasil.

Os italianos, historicamente, valem bem mais que os espanhóis no futebol. Afinal, são 4 vezes campeões do mundo, contra apenas um título espanhol.  Mas, nos últimos cinco anos, a Espanha se tornou o papa-tudo: duas Eurocopas (2008 e 2012) e o Mundial na África do Sul. 

Prandelli, dessa vez, ao contrário do que aconteceu na final da Eurocopa (quando ousou encarar a Roja por igual), ressuscitou o catenaccio, escalando três zagueiros, um lateral direito, cinco meio-campistas e apenas um atacante de ofício. O máximo que conseguiu foi conter o toque de bola espanhol  e criar mais situações de gol a seu favor, principalmente no primeiro tempo.  A Itália soube marcar as peças-chaves da Espanha e chutar mais a gol, não com muita pontaria. Pecar nas finalizações, aliás, foi algo comum às duas seleções.

Até em bolas mandadas na trave italianos e espanhóis foram iguais: 1 a 1. Quando as conclusões teriam endereço certo, os cabeceios e chutes saíram fracos, nas mãos dos goleiros, com raras exceções. Embora muito pegado, o jogo se desenvolveu num total de faltas civilizado. catenaccio valendo O desgaste físico de lado a lado contribuiu também para que a partida não fosse a esperada em gols. Torres, David Silva e Pedro não brilharam, enquanto que o solitário Gilardino pouco pôde fazer para balançar as redes de Casillas. Pirlo também não brilhou em cobranças de falta, mas foi mais eficiente nos passes que Iniesta. Esses contrapontos todos podem servir de espelho para Felipão armar a sua seleção de modo a aproveitar o que os italianos fizeram de melhor e os espanhóis ficaram devendo.

Parreira é um dos que não vê a hora de encarar a Espanha. Acredita que a equipe, da qual é coordenador técnico, está em condições de incomodar a Roja. Incomodar só não basta; tem de se fazer gols.

Que Deus o escute, e que Jesus não jogue no time adversário.

bolaadidas (1) Banho de garrafinha - Jogadores das duas seleções tomaram o que  se pode chamar de banho de garrafinhas de água, tal o nível de desgaste físico. Dentro e fora do gramado era comum ver também massagens, aplicação de bolsas de gelo em todo o corpo: da cabeça às pernas de alguns atletas.

bolaadidas (1)Isso é que é chegar junto - Itália e Espanha chegaram juntos antes mesmo de a partida começar. Os ônibus e os comboios que conduziram as duas seleções à Arena Castelão por pouco não congestionaram o acesso ao portão destinado ao acesso das delegações. Foi questão de minutos.

bolaadidas (1)Trabalho facilitado - Montar uma seleção espanhola não deve ser tarefa das mais difíceis. É só observar Barcelona e Real Madri, para escolher titulares e reservas, acrescentando um ou outro espanhol que atua no exterior. Quem diz é Marcos Senna, que atuou pela Fúria. 

bolaadidas (1)Perguntar não ofende - Em sucessivos boletins noticiosos que pude ver na telinha, correspondentes brasileiros diretamente de Madri informavam que a temperatura na capital espanhola estava nos 30 graus. A mesma registrada em Fortaleza, na hora do jogo. Por que tanto desgaste, então, de espanhóis em campo - só pela excessiva umidade? E pensar que para a Copa do Mundo estão previstos jogos com início às 13 horas daqui. 

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

27 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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MINEIRAZO!!!

Nino Prata com Agências

27/06/2013 - O Uruguai que o Brasil venceu na semifinal da Copa das Confederações é time experiente (17 dos 23 jogadores convocados agora pelo marrentito Oscar Tabarez chegaram à semifinal da Copa do Mundo 2010) e joga no esquema que considero o mais adequado a uma equipe que se pretenda vencedora: o 4-3-3.

A potencial força no ataque só é superada pela pegada de seus zagueiros, que não brincam na marcação, às vezes chegando junto e até mesmo antes. O duelo prometido poderia descambar em faltas, digamos, abusivas porque time que sabe marcar não precisa ser necessariamente  botinudo. A Espanha é exemplo, nesse aspecto, porque sabe marcar, sabe segurar a bola e comete poucas faltas, qualquer que seja o adversário. 

Os comandados de Felipão mostraram ter evoluído bastante nos jogos disputados até ontem para um time ainda em formação, segundo o próprio treinador. Passados quase 63 anos do Maracanazo, demos aos hermanitos um quase troco com este Mineirazo.  Que venha a  Espanha, se a Itália deixar...

Mas nesse confronto com o Uruguai, para ver qual equipe teria o direito de ir à final, o Brasil não atuou bem, antes contou com a sorte na defesa de Júlio César na amorim2cobrança de pênalti infantil, cometido por David Luiz em Lugano - justo o zagueiro clássico em cima do zagueiro voluntarioso. Forlán tentou achar o canto esquerdo do  goleiro canarinho, mas a defesa foi precisa, espalmando para escanteio.

Alguns jogadores brasileiros estiveram irreconhecíveis e, por outro lado, os uruguaios fizeram marcação implacável tanto na sua defesa como no meio de campo e no nosso ataque, dificultando o toque de bola, uma raridade na partida. Os comandados de Felipão erraram passes além da conta, até que Paulinho acertasse, nos instantes finais do primeiro tempo, um lançamento à Gerson. Neymar dominou a bola, passou com categoria pelos zagueiros e tentou encobrir Muslera com leve toque; o goleiro desviou com uma das mãos, a bola sobrou para Fred estufar as redes, batendo de canela mas de jeito a desviar a bola de três uruguaios diante dele. Já estávamos nos 41 minutos da primeira etapa.paixao

Os uruguaios vieram com mais força ainda para o segundo tempo, e logo aos 3 minutos Cavani - que fez uma partidaça multiplicando-se em todos os setores de campo - empatou em bobeira generalizada na área brasileira. Foi aquela ducha de água fria.

O jogo ficou ainda mais pegado, o Brasil não se achava, alguns jogadores se estranharam - Fred e Lugano; González e Neymar -, e tudo levava a prever uma dramática prorrogação, disputa na cobrança de pênaltis.  Aos 15, Felipão atende ao clamor da torcida e põe Bernard no lugar de Hulk.

semitres (1)Acertou porque a entrada do atleticano, jogando em casa, deu novo ritmo às jogadas de ataque. A troca de posição entre os  jogadores brasileiros se intensificou, Hernanes também foi pro jogo, no lugar de Oscar, o que liberou Paulinho para arriscar-se mais no ataque. 

O Uruguai também mexeu no time, mais para compensar o cansaço de alguns de seus jogadores, e nos 10 minutos finais já se arriscava menos. Godin era um dos mais debilitados, mas mantinha a eficiência da zaga. Gargano substituiu González, que, ao sair de campo pela linha de fundo, passou próximo de Neymar (que cobraria escanteio) e provocou-o protagonizando cena digna de pelada. Neymar retribuiu com alguma gentileza, González ainda retrucou e recebeu de volta beijinhos a distância do 10 brasileiro.

Estávamos nos 36 minutos. Aos 41, cabalisticamente, em mais uma cobrança de escanteio, Neymar cobrou com perfeição no segundo pau, para Paulinho saltar mais que Cáceres e cabecear sem chances de defesa para Muslera.

Num jogo sofrível o placar foi apertado, mas a galera cantou firme e forte o "Eu sou brasileiro...". Felipão, em entrevista às vésperas da partida, parecia preparar os ânimos ao avaliar: "Às vezes a vitória mascara.  A derrota pode te dar um caminho". Ao falar depois da partida, o técnico reconheceu: "... time não esteve bem, os jogadores sabem que não jogaram bem".

1034724037  Nem é  preciso dizer mais nada. A seleção tem poucas horas para se acertar e fazer partida impecável na final. Por enquanto, o Mineirazo é nosso!  

   


Embate Fenomenal

fenomenUM (1) Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local (COL), e Romário, deputado federal (PSB-RJ), já não se entendem nesses tempos de Copas como nos tempos em que atuaram juntos pela Seleção  Brasileira. O Fenômeno já estava na berlinda pelo cargo que ocupa no COL e, na semana de manifestações populares em todo o Brasil, passou de herói a vilão. Tudo por conta de um antigo vídeo, repicado nas redes sociais, em que diz que "Copa se faz com estádio, e não com hospitais". 

Nos protestos sobraram para o (ainda) ídolo nacional frases como "Mais Romário, Menos Ronaldo". 

Além de ser vítima de memes na internet, chamando-o Debi e Loide, o maior artilheiro de todas as Copas foi 'cornetado' pelo baixinho.

Numa tentativa de driblar a situação vexatória, com a categoria que demonstrou em gramados pelo mundo, Ronaldo deu a entender que não compactua com sua antiga declaração e ser um "homem do povo". "Não senti medo porque sou do povo FenomenDOIS e reivindico as mesmas coisas que o povo está reivindicando. Não tenho medo de sofrer qualquer tipo de represália. Meu sentimento é igual ao do povo. Quero um Brasil mais justo com o povo. Ele quer dar fim à corrupção, aos desvios de dinheiro. O povo quer hospitais. E eu estou com o povo. O Brasil não tem falta de dinheiro. O que falta é investimento certo. Temos de responsabilizar os culpados pelos desvios", afirmou.
Perguntando se iria às manifestações, Ronaldo mostrou ter vontade de participar, mas receio do que poderia acontecer: "Eu iria. Mas não sei se ia dar certo. Ia ser um pouco confuso, ia atrapalhar a manifestação. Mas estou vendo uma grande maioria fazer um protesto pacífico", disse.

Sobre o deputado federal fluminense Ronaldo afirmou: "Não tenho absolutamente nada para falar do Romário. Eu vejo, não só o Romário, vejo muita gente se aproveitando para ganhar uma medalhinha. Vivemos um momento de reflexão. Precisamos de soluções para melhorar o Brasil e não só ficar apontando o dedo para fulano e sicrano, sendo que o Brasil precisa de mudanças. Gostaria de mudar, mas não tenho cargo público e político, ele tem", cutucou.

A resposta do ex-atacante de Vasco, Flamengo, Fluminense foi enfática: "Se tem alguém se aproveitando dessa situação de indignação popular, certamente, não sou eu. Desde 2011, quando assumi meu mandato, tenho me informado sobre tudo que acontece no Brasil na área de esporte para contribuir com minha experiência".

"Para finalizar, parceiro, não é só governo que contribui com o bem da população de seu país, empresários e cidadãos bem intencionados também compartilham desta inestimável generosidade", afirmou.

O baixinho chegou a divulgar carta aberta ao ex-companheromario3 iro de Seleção no domingo (23), garantindo que faz seu papel de deputado federal, cobrando ainda ingressos prometidos aos portadores de deficiência para o Mundial. Em um dos trechos da carta se lê:

"Uma coisa que você não deve saber, é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte (o COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso", argumenta o Baixinho.
O campeão mundial em 1994, em seguida, lista ações que já realizou, definidas por Ronaldo como "apontar o dedo": "São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos. Visitei todas as cidades-sedes para fiscalizar obras de mobilidade, aeroportos, estádios e acessibilidade".

Romário ainda lembrou a Ronaldo que como deputado federal pode apenas fiscalizar, mas que a "canetada final", como ele próprio definiu, cabe ao poder Executivo. Entre as ações que ele afirma estar tomando está a proposição para que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as ações da Fifa no país.

A carta aberta diz ainda: "Como você (Ronaldo) também deve saber, estou tentando instalar um CPI da CBF na Câmara, para que possamos por fim aos desmandos daquela instituição e resgatar a verdadeira função do futebol, que é fortalecer este esporte tão amado por mim, por você e por milhões de brasileiros".

Romário também escreveu: "O primeiro impacto negativo que tive foi a Lei Geral da Copa, que dava poderes excessivos à Fifa. Trabalhei junto com outros deputados para tornar aquele texto mais favorável ao Brasil. Sugeri que a Fifa deixasse no Brasil 10% do seu lucro, de R$ 4 bilhões, para investimento no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência. Entre outros projetos que você, certamente, pode conferir posteriormente".

O deputado federal pelo PSB fluminense aproveitou ainda para cobrar uma antiga concessão que seria feita a seu pedido. "Nós da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência ainda esperamos os 32 mil ingressos para a Copa do Mundo prometidos publicamente por você, em nome do COL, para as pessoas com deficiência de baixa renda".

bolaadidas (1) Balotelli a 30 centavos - Para quem ama colecionar figurinhas, do mesmo jeito que Edson Castelli, atenção! Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, é possível negociar o 9  italiano, bem como outros craques de todas as seleções que estão na Copa das Confederações em condições especiais mediante troca ou compra. Cada figurinha custa Cr$ 0,30. Bem melhor que ir a uma banca de jornal e desembolsar três vezes mais por um pacote de 4 figurinhas repetidas. Quem curte colecionar álbuns sabe que o bom mesmo é trocar as que tem a mais por outras que ainda não tem.

bolaadidas (1)Espaço do Colecionismo - Edson é dono do Espaço do Colecionismo, que fica na Avenida Pereira Barreto, 1.500, Box 34. É possível contatar o empresário pelo telefone 11 4341-4182, celular 11 97121-7101 ou pelo e-mail ecastelli@uol.com.br. Edson especializou-se na compra, venda e avaliação de cédulas, moedas antigas e cartões telefônicos, bem como carrinhos em miniatura e adesivos. E, lógico, F I G U R I N H A S.

bolaadidas (1)Álbum histórico - Esta Copa das Confederações já entrou pra história pelo contexto sociopolítico em que se desenrola a competição. Não perca tempo: faça um bom negócio e complete o seu álbum, os dos filhos e dos netos. Antes que seja tarde!   

bolaadidas (1)Prantelli -  O técnico italiano tem nome de imperatore, Cesare. Mas o prantelli Prandelli do sobrenome merece ter o dê trocado por tê: Prantelli. Na segunda-feira (24), ele quase foi aos prantos ao reclamar da organização da Copa das Confederações, que faz seleções viajarem longas distâncias e atuarem em regiões de climas diferentes. Ora, Colombo e Cabral já sabiam das dimensões continentais do Brasil bem antes de o calccio ser inventado. Se faltou organização, foi na preparação da Azurra para venire qui.  

bolaadidas (1)Falha nossa! - Em uma das notas publicadas nesta coluna, escrevi erroneamente que jogadores espanhóis foram vítimas de furto em hotel no Rio. Na verdade, a ação criminosa teria acontecido em hotel de Recife. E o caso ganhou toques picantes com revelações mais recentes, depois de minuciosa análise de imagens de câmeras de segurança do estabelecimento. O que faz supor que os lesados teriam sido vítimas de garotas que eles próprios levaram pros seus quartos, de madrugada, para jogar strip pôquer. O que teria feito com que ficassem de calças nas mãos e sem dinheiro no bolso... algo em torno de R$ 3 mil.  A Fifa confirmou o furto; a federação espanhola negou o cenário do crime.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

24 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Deu lógica maneira

Nino Prata

24/06/2013 - No Grupo B da Copa das Confederações deu a lógica do começo ao fim. Espanha e  Nigéria jogaram no Castelão, em Fortaleza, num clima tão animado no entorno do estádio que mais lembrava festa junina ou carnaval. Uruguai e Taiti se enfrentaram na Arena Pernambuco, em Recife. 

E, como se esperava, deu a lógica: vitória da Roja por 3 a 0 e goleada da Celeste por 8 a 0. Teremos as semifinais anunciadas entre Brasil e Uruguai, na quarta-feira (26) no Mineirão; Espanha e Itália, na quinta-feira (27), no Castelão. 

Não foi, porém, um complemento de rodada que seguiu à risca o favoritismo dos mais fortes sobre os mais fracos. Antes do início do primeiro tempo entre espanhóis e nigerianos a torcida já gritava: 'Nigéria! Nigéria'!. Logo no primeiro minuto de jogo a Espanha  chegou com perigo na área adversária, em espetacular drible de Iniesta;  e aos 3, Alba finalizou com precisão uma bela troca de passes desde o meio de campo espanhol, em 8 toques de bola. 

O placar relâmpago de 1 a 0 não foi, porém, suficiente para  intimidar os africanos - mesmo com nova chance de gol aos 8 minutos, quando Xavi lançou Fàbregas no miolo da área nigeriana: goleiro e zagueiro se chocaram e ainda cederam escanteio. A partir daí até os 22 minutos, foi a Nigéria que mandou no jogo. Faltou caprichar nas finalizações.

Do lado espanhol, quem desperdiçou oportunidades de ampliar o placar foi Soldado, aos 25, talvez por displicência na conclusão das jogadas. Os nigerianos insistiram nas jogadas de ataque sem levar em conta o poderio do adversário, mas sempre pecaram no arremates. Aos 30, Soldado conclui fraco nas mãos de Enyeama. 

niger 3VALENDO A Nigéria viveu o seu melhor momento na competição, a decantada posse de bola da Espanha ficou em 59%, depois baixou para 55%, e  a Nigéria finalizou mais. Não se sabe se apenas pelo forte calor ou porque a Nigéria soube marcar a equipe de Del Bosque, sem abusar de faltas (apenas 4 nas duas seleções até os 35 minutos), mas até Iniesta deu um chute bizarro aos 41, na tentativa de encobrir o goleiro adiantado. Busquets ainda cobrou falta nos acréscimos de 2 minutos, mas a bola foi fraca pras mãos de Enyeama.  

Na volta do intervalo havia movimento no banco de reservas espanhol, sinal de que o andamento do jogo não agradava Del Bosque. Se não bastasse, a Nigéria teve momentos de Espanha ao tocar a bola em seu campo. A torcida foi à loucura aos gritos de 'Nigéria! Nigéria!. Em arrancada de Musa, que cruza para um distraído Ineye, atrás da zaga, por pouco não saiu o gol de empate. Em outro momento os africanos abusaram da própria categoria em boa trama pelo lado esquerdo da área espanhola. E Soldado até que se esforçava do outro lado, como ao sofrer falta, na medida para Xavi bater. O 8 espanhol mandou a bola por cima do goleiro, mas também do travessão, tocando a rede do lado de fora. 

A Nigéria, mesmo nesses momentos de aperto na defesa, não abria mão de atacar. Até Torres substituir Soldado e, aos 16, usar bem a cabeça em cruzamento de Pedro, que recebeu a bola de Alba. Foi o 104o. gol do 9 espanhol com a camisa da seleção, além de ser o artilheiro da competição com 5 arremates certeiros.

A Nigéria também mexeu no time, procurando reforçar as jogadas de ataque, mesmo porque a essa altura já estava em busca de um  milagre porque o Uruguai goleava o Taiti. A partida continuava, porém, em ritmo civilizado: apenas 13 faltas. E na base do lá e cá. 

Mikel enfileirou a marcação espanhola e ia livre para a conclusão até sofrer falta. A Espanha retomou o conhecido toque de bola.  Gambo, que entrou no lugar de Akpala, perdeu o gol de que a Nigéria precisava para criar mais ânimo ainda, em bela jogada de Musa, que passou por dois marcadores e cruzou na medida. Em arrancada espetacular de Iniesta, finalmente, Villa (substituto  de Pedro) arrematou firme, mas em cima da zaga.

O coro de mais de 50 mil vozes vinha das arquibancadas: "Eu sou brasileiro, como muito orgulho, com muito amor..." e cutucava a Fúria: "Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar...". Nos cinco minutos finais a Nigéria mostrava sinais de cansaço, a ponto de o lateral Echiejile chutar pro gol espanhol da esquerda, mas bola foi parar fora de campo do lado direito. Se no primeiro tempo, os espanhóis foram superados pelos nigerianos em chutes a gol, agora dominavam também nesse aspecto com 19 finalizações. 

Aos 42 minutos, a Nigéria ainda teve chance  de sair do zero em cobrança de  escanteio. Todo o time espanhol estava na defesa. Mas saiu em contra-ataque, fulminante, para Alba fazer o segundo gol dele na partida, em belo lance, depois de limpar o goleiro e tocar pras redes de Enyeama. O placar de 3 a 0 foi um castigo para a Nigéria.

A impressão que fica é a de que, numa característica, a Espanha é imbatível: não se perturba, aguarda o momento certo e dá a estocada final, a exemplo dos toureiros. 

Taiti enriquece o faiplay

Oscar Tabarez, el marrentito, que pensa ser Mourinho, fez algumas alterações no time do Uruguai que goleou por 8 a 0 o Taiti. Destaque para os 4 gols de Hernández, um deles com direito  a chapéu, matada no peito e conclusão inapelável. Suárez fez 2; Pérez e Lodeiro, 1 cada. Os taitianos sofreram 24 gols e marcaram apenas 1, saldo de - 23 nas três partidas disputadas.  

Mas o Taiti, para esta coluna, foi a seleção que marcou a Copa das Confederações no momento em que o Brasil viveu nas ruas tempos de tensão e, mais que isso, provocação de vândalos, desocupados e, até, bandidos, a julgar por algumas prisões anunciadas.

A seleção que representou a Oceania, não importa em que circunstâncias, mostrou que é preciso levar o fairplay a patamares inimagináveis. A passagem desse time por estádios que jamais sonhou sequer visitar fica na história, mais que pelas goleadas, pelas atitudes de cortesia e atenção para com torcedores e adversários. 

Taiti-agradecimentobv

A distribuição de colares da sorte e a visita a projetos sociais foram etapas, entre outras atitudes, de algo que culminou na despedida, no domingo: levaram pro gramado bandeiras brasileiras e a faixa com apenas duas palavras: Obrigado Brasil. 

Nós brasileiros é que deveríamos agradecer pela gentileza.   

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

23 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Lição de casa ainda por fazer


Nino Prata

23/06/2013 - O apelo da voz que vem das ruas que, para mim, sintetiza melhor o que vai nos corações e mentes de brasileiras e brasileiros é o que estava, na sexta (21), numa das faixas de manifestantes em Santo André: "Isto é uma Ordem, Queremos Progresso!". Estima-se em 30 mil as pessoas movidas por esse sentimento, que vem justamente de uma cidade onde se originou, em 2002, um dos casos mais nebulosos da recente política brasileira: o sequestro e assassinato do prefeito Celso Daniel. Político carismático, de rara visão administrativa, ligado ao esporte.

O ABC Paulista fica a poucas dezenas de quilômetros da capital do estado, que tem na Avenida Paulista um de seus cartões-postais e origem das manifestações que se espalharam país afora.  

Não sou daqueles que, a exemplo de Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da Seleção Brasileira, dizem que política e esporte não se misturam. Há exemplos históricos de que ambos estão imbricados, sim, até mesmo no  Brasil e em países vizinhos. Há infelizmente os que fazem mau uso dessa, digamos, parceria. Casos das ditaduras militares sul-americanas.

Torcedoras e torcedoras fizeram bem em driblar a segurança e ir pra dentro de estádios com mensagens expressas em cartazes, deixando claro que os protestos são contra desmandos de políticos, principalmente, e não contra os selecionados de Felipão.

A impressão que fica, nos dias de hoje, é que ainda não aprendemos a fazer a lição de  casa. Saúde, educação, transporte (incluo moradia por minha conta) estão entre as carências mais gritantes das reivindicações sociais que tomaram conta das ruas país afora. Por trás de tudo o que até hoje não foi realizado nessas áreas por governos de todas as instâncias denunciam-se a corrupção, o mau uso do dinheiro público, entre outras sem-vergonhices.

Dói, a essa altura do campeonato (mais precisamente das Copas  das Confederações e do Mundo), termos de tomar pito de pessoas daqui e de fora (ler Notas desta coluna), ligadas ao esporte, que vão do meia italiano Giaccherini ao presidente da Fifa, Joseph Blatter - sem falar do vexatório pontapé nos fundilhos, sugerido lá atrás (desculpem a redundância) por Jérôme Valcke. Dói ainda mais sabermos que os estádios já prontos e os ainda em construção tiveram orçamentos, de origem já grandiosos, ultrapassados em proporções absurdas. Custos estes, no mínimo, reveladores da falta de planejamento, do desrespeito à transparência.

Decididamente, o jeito brasileiro não bate com o jeito Fifa, por mais defeito que tenha a entidade máxima do futebol mundial. Em pronunciamento oficial na noite de sexta-feira (21), em rede nacional, a presidente Dilma Rousseff anunciou medidas numa tentativa de atender ao clamor das ruas. Entre elas: a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação, proposta já em discussão no Congresso; trazer mais médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de se estabelecer um pacto com governadores, prefeitos e líderes das manifestações para se alcançar melhoria dos serviços públicos. O que se pretende é chamar todos esses segmentos para conversar em Brasília.

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Duelo pela liderança

Itália e Brasil se enfrentaram pelo Grupo A, em Salvador, na partida que decidiu quem ficaria em primeiro lugar - para enfrentar possivelmente o Uruguai numa das semifinais - e segundo, que encara a temida Espanha na outra semi. 

Eram 9 títulos mundiais em jogo, no estádio da Fonte Nova, colorido de verde-amarelo, na capital baiana dos acarajés, dos afoxés, do candomblé, dos orixás.

Num primeiro tempo em que predominou a pegada dos dois lados, com recorde de cartões amarelos distribuídos numa única partida, os canarinhos se deram melhor nos lances de gol, mas perdeu David Luiz, que não suportou a paulistinha que sofreu na coxa direita. 

Se o zagueiro titular precisa benzer-se, seu substituto, Dante, um dos baianos de origem no gramado, fez, já nos acréscimos, o gol, resultante de boa cobrança de escanteio por Neymar; Fred cabeceou, Buffon rebateu, e o número 13 (amuleto de Zagalo) tocou pras redes italianas em impedimento.

O segundo tempo começou no mesmo ritmo - Brasil no ataque e Itália com nove na defesa e apenas Balotelli avançado. Mas foi a Itália que fez o gol de empate, logo aos 6 minutos. Balotelli, mesmo sofrendo falta, tocou de calcanhar para Giaccherini, que avançou pela direita e bateu em diagonal tirando a bola do alcance de Júlio César. O Brasil, porém, deu o troco logo no minuto seguinte: Marcelo serviu Neymar, que foi derrubado próximo à linha da grande área e ainda sofreu pisão numa das mãos. 

O camisa 10 cobrou com perfeição, por fora da barreira, no canto esquerdo de Buffon. Mais um golaço do agora jogador do Barcelona, o terceiro dele na competição. O jogo ficou acelerado, como na arrancada de Hulk aos 13 minutos e nas sucessivas subidas da Itália. Numa delas Balotelli mandou um míssil, em cobrança de falta, que desviou na defesa e obrigou Júlio César a espalmar no seu canto esquerdo. 

A Itália ainda teve pênalti não marcado em Balotelli, aos 17, ao ser puxado por Dante. Mas dois minutos depois, em primoroso lançamento de Marcelo, Fred ajeitou a bola na coxa, venceu Chiellini na raça e mandou enviezado longe de Buffon, no canto direito.

Com 3 a 1 a partida parecia resolvida, o que nunca se deve considerar num confronto de dois times de primeiríssima linha. Bernard entrou no lugar de Neymar, o que poderia prever maior velocidade nos ataques brasileiros, mas foi a Itália quem chegou lá. Depois de cobrança de escanteio, houve outro pênalti em Balotelli, que teria sido marcado pelo árbitro, mas a bola sobrou para Chiellini arrematar rasteiro no canto esquerdo de Júlio César. Gol validado, apesar da reclamação geral dos brasileiros, e o placar de 3 a 2 colocou fogo no jogo.

Felipão substituiu Hulk por Fernando, reforçando  a marcação, mas os canarinhos recuaram em demasia. O sufoco da Azurra chegou a preocupar nos 10 minutos finais. Os brasileiros abusavam de faltas e, numa delas, o chute de Balotelli bateu no braço de um adversário; no minuto seguinte, em cobrança de escanteio, Maggio cabeceou a bola no travessão; mais três minutos, e em mais uma falta, Balotelli desperdiça a finalização em jogada ensaiada.fred!!!Mas era dia da redenção de Fred, em jejum nos dois primeiros jogos. aos 43, em jogada de Bernard pela esquerda, Marcelo chutou colocado, Buffon rebateu e o 9 brasileiro definiu o placar em 4 a 2.

Os três minutos de acréscimo também foram sufocantes para a defesa de Felipão, que precisa ser mais atenta na marcação e não confundir chegar junto com agarrões pelas costas adversárias. Teremos duas semifinais de arrepiar: Brasil x Uruguai e Espanha x Itália. Se der a lógica no futebol.

No mesmo horário do jogo do Brasil, México e Japão cumpriram tabela, no Mineirão, em jogo que acabou 2 a 1 para os rubro-verdes. Chicharito, a exemplo de Fred, desencantou e fez os dois gols da vitória, enquanto Okazaki anotou o dos samurais da bola.

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Desejo de melhora - Emanuele Giaccherini, meia da Azurra, ao ser perguntado sobre as manifestações de rua, avaliou: "O que vi no Brasil é que é um país pobre, muito pobre, e que está procurando por essas manifestações encontrar soluções. Espero que as manifestações deem a possibilidade de o Brasil melhorar".

imagesjBrasil que quis - Joseph Blatter, presidente da Fifa, mandou ver no dia herjosef!!!images  18: “O Brasil pediu essa Copa do Mundo. Nós não a impusemos ao Brasil. Eles sabiam que para ter uma boa Copa do Mundo naturalmente teriam que construir estádios. Mas nós dizemos que não é apenas para o Mundial. Junto com os estádios há outras construções: rodovias, hotéis, aeroportos... São itens do legado para o futuro".

imagesjJusto o Mané! - O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF) divulgou na sexta (21) o custo atualizado da construção do Estádio Mané Garrincha: R$ 1,78 bilhão - duas vezes e meia o que foi estipulado em 2010. O governo local questiona os valores (que  num período de apenas um mês subiram R$ 200 milhões, pois estavam em R$ 1,5 bilhão em maio) com a desculpa de que no relatório do TC-DF estão inclusas obras no entorno do estádio.

Romario-Foto-Ueslei-MarcelinoREUTERS_LANIMA20120329_0129_26  'Uma farsa' - Romário, que praticamente levou o Brasil ao Tetra em 1994,  hoje deputado federal, questiona o anunciado custo global da Copa do Mundo em 2014: "Os R$ 28 bilhões são uma farsa. Vamos passar de R$ 35 bilhões".

imagesj'Tiro no pé' - Gilvan Ribeiro, editor de  Esportes do Diário de S. Paulo, recomenda: "... As arenas já estão de pé e, goste-se ou não..., chegou a hora de o país ter o retorno dos investimentos... Hostilidades capazes de afugentar os estrangeiros serão um tiro no pé".

parrudo Cheio de pose - Parreira, coordenador técnico da Seleção, na cúpula do futebol nacional desde os anos 1970, saiu-se com essa: "Estou doido para que aconteça logo um Brasil x Espanha... estou na torcida para que esse jogo seja realizado... A Espanha precisa encontrar um time que a incomode". A conferir!

imagesj'Calotelli' - O atlético 9 italiano, Mario Balotelli, se sentiu tão em casa em Salvador que bebeu tranquilo aquela água de coco in natura, passeou ileso, se deixou fotografar, mas não teria pagado a conta. Bola fora, hem?! O prejuízo do vendedor de coco foi pequeno, porém, em relação ao que teria sido furtado de jogadores espanhóis, no Rio, dos quartos de hotel em que se hospedou a Fúria.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

21 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Tudo ou nada

Nino Prata

21/06/2013 - O 'marrentito' Oscar Tabarez havia previsto que a sua equipe vencesse, ontem, a Nigéria, na Arena Fonte Nova, em Salvador, estaria garantida nas semifinais. Segundo ele, perder para a Espanha no primeiro jogo não foi nada demais. E ficou implícito que vencer o Taiti, domingo, são favas contadas. 

O técnico escalou um time reforçado com Forlán (que ficara no banco de reservas na rodada inicial do Grupo B) e foi pra cima dos nigerianos num ritmo e volume de jogo impressionantes. 

Não  demorou, e os uruguaios abriram o placar - imaginem - com Lugano, de canela, escorando cruzamento que veio da esquerda. Forlán mandou a bola, rasteiro, Cavani furou e, como  se fosse um corta-luz, sobrou para o parrudo zagueiro.  

Lugano, no entanto, esteve mais como o estabanado de sempre, abusando de faltas e do jeito violento, confundido por seus fãs com garra. 

Foi sobre  ele que aconteceu o gol de empate da Nigéria, em brilhante jogada de Mikel, depois de troca de passes com bola no chão no ataque africano. O meia-atacante recebeu na área e pedalou; por pouco, Lugano não foi pro chão. Aí foi só  colocar no ângulo e empatar a partida.forlan

O segundo tempo foi quase uma repetição do primeiro com a diferença de ser a Nigéria que tomou a iniciativa do ataque. Não durou muito, porém, a pressão africana sobre os sul-americanos. O sufoco que se anunciava não durou nem 6 minutos. 

Foi quando brilhou a estrela de Forlán, no dia em que completou 100 jogos pela Celeste. Suárez puxou um contra-ataque, mandou a bola para Cavani, que serviu o 10 uruguaio livre à esquerda;  Forlán soltou a bomba no ângulo à direita de Enyeama. Foi o 34o. gol dele na seleção do país vizinho. 

A Nigéria bem que tentou, mas não conseguiu sequer empatar a partida, resultado que de qualquer maneira não seria de todo útil para ela. Tabarez mexeu melhor na sua equipe, reforçando a marcação, que no mais das vezes é implacável. Cavani até teve a chance de ampliar o marcador, ao matar no peito, avançar livre de marcação, mas concluiu nas alturas o que poderia ser a confirmação da vitória.

Com os 2 a 1 o Uruguai é o provável segundo colocado do Grupo B, para decepção da torcida do estado mais africano no Brasil, que apoiou a Nigéria o tempo todo. Os comandados de Felipão pegariam os hermanitos nas semifinais. 

O Brasil, por sinal, já está em Salvador, onde enfrenta a Itália no sábado para decidir quem fica em primeiro lugar no Grupo A. David Luiz, com fratura no nariz, assim como Paulinho, contundido,  preocupam, mas ainda é cedo para dá-los como desfalques certos.  

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Em ritmo de treino

A Espanha não precisou mais do que um time de reservas, praticamente durante todo o tempo de jogo, toque de bola abaixo de sua média histórica e ritmo moderado na variação de jogadas, para aplicar no Taiti a maior goleada em uma competição oficial da Fifa: 10 a 0 (4 gols de Fernando Torres, 3 de David Villa, 2 de David Silva, 1 de Mata). Torres ainda desperdiçou pênalti, ao mandar a bola no travessão.

Mais uma vez os taitianos levaram o vareio no faiplay, sem apelar; apenas o goleiro, depois de levar o oitavo gol, marcado por Malta se desesperou socando o gramado. Mas estava totalmente recuperado, na entrevista depois da partida, envergando, garboso, a camisa que ganhou de Reyna.

A torcida deu espetáculo à parte, apoiando o tempo todo a equipe da Polinésia e, já no segundo tempo, com a partida quase decidida, soltou a voz no "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", seguindo afinadíssima na interpretação do Hino Nacional. Sinal do clima de cidadania que varre o País e, quem sabe, um aviso aos espanhóis: no que depender da brava gente brasileira, vocês não levam essa Copa. 

O ritual de distribuição de colares da sorte, nos cumprimentos iniciais, a toda a equipe adversária - titulares, reservas, comissão técnica - e agradecimento à torcida na despedida, pelo incentivo, foi seguido à risca pelos taitianos. Gestos que, no caso deles, são mais que meramente protocolares.         neycidadao (1)

bola Seleção cidadã 1 - "Quero um Brasil mais justo, mais seguro, mais saudável e mais honesto" (Neymar, camisa e nota 10). 

bolaSeleção cidadã 2 - "Sou a favor de uma manifestação pacífica e do direito de as pessoas poderem protestar" (David Luiz, camisa 3 e nota 10). 

images Bola fora - "Vamos nos esquecer de toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a seleção brasileira é o nosso país, o nosso sangue" (Edson Arantes do Nascimento, que já foi camisa 10 e fica de recuperação em cidadania)

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança