21 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

bola
 
Tudo ou nada

Nino Prata

21/06/2013 - O 'marrentito' Oscar Tabarez havia previsto que a sua equipe vencesse, ontem, a Nigéria, na Arena Fonte Nova, em Salvador, estaria garantida nas semifinais. Segundo ele, perder para a Espanha no primeiro jogo não foi nada demais. E ficou implícito que vencer o Taiti, domingo, são favas contadas. 

O técnico escalou um time reforçado com Forlán (que ficara no banco de reservas na rodada inicial do Grupo B) e foi pra cima dos nigerianos num ritmo e volume de jogo impressionantes. 

Não  demorou, e os uruguaios abriram o placar - imaginem - com Lugano, de canela, escorando cruzamento que veio da esquerda. Forlán mandou a bola, rasteiro, Cavani furou e, como  se fosse um corta-luz, sobrou para o parrudo zagueiro.  

Lugano, no entanto, esteve mais como o estabanado de sempre, abusando de faltas e do jeito violento, confundido por seus fãs com garra. 

Foi sobre  ele que aconteceu o gol de empate da Nigéria, em brilhante jogada de Mikel, depois de troca de passes com bola no chão no ataque africano. O meia-atacante recebeu na área e pedalou; por pouco, Lugano não foi pro chão. Aí foi só  colocar no ângulo e empatar a partida.forlan

O segundo tempo foi quase uma repetição do primeiro com a diferença de ser a Nigéria que tomou a iniciativa do ataque. Não durou muito, porém, a pressão africana sobre os sul-americanos. O sufoco que se anunciava não durou nem 6 minutos. 

Foi quando brilhou a estrela de Forlán, no dia em que completou 100 jogos pela Celeste. Suárez puxou um contra-ataque, mandou a bola para Cavani, que serviu o 10 uruguaio livre à esquerda;  Forlán soltou a bomba no ângulo à direita de Enyeama. Foi o 34o. gol dele na seleção do país vizinho. 

A Nigéria bem que tentou, mas não conseguiu sequer empatar a partida, resultado que de qualquer maneira não seria de todo útil para ela. Tabarez mexeu melhor na sua equipe, reforçando a marcação, que no mais das vezes é implacável. Cavani até teve a chance de ampliar o marcador, ao matar no peito, avançar livre de marcação, mas concluiu nas alturas o que poderia ser a confirmação da vitória.

Com os 2 a 1 o Uruguai é o provável segundo colocado do Grupo B, para decepção da torcida do estado mais africano no Brasil, que apoiou a Nigéria o tempo todo. Os comandados de Felipão pegariam os hermanitos nas semifinais. 

O Brasil, por sinal, já está em Salvador, onde enfrenta a Itália no sábado para decidir quem fica em primeiro lugar no Grupo A. David Luiz, com fratura no nariz, assim como Paulinho, contundido,  preocupam, mas ainda é cedo para dá-los como desfalques certos.  

goleia!!!b

Em ritmo de treino

A Espanha não precisou mais do que um time de reservas, praticamente durante todo o tempo de jogo, toque de bola abaixo de sua média histórica e ritmo moderado na variação de jogadas, para aplicar no Taiti a maior goleada em uma competição oficial da Fifa: 10 a 0 (4 gols de Fernando Torres, 3 de David Villa, 2 de David Silva, 1 de Mata). Torres ainda desperdiçou pênalti, ao mandar a bola no travessão.

Mais uma vez os taitianos levaram o vareio no faiplay, sem apelar; apenas o goleiro, depois de levar o oitavo gol, marcado por Malta se desesperou socando o gramado. Mas estava totalmente recuperado, na entrevista depois da partida, envergando, garboso, a camisa que ganhou de Reyna.

A torcida deu espetáculo à parte, apoiando o tempo todo a equipe da Polinésia e, já no segundo tempo, com a partida quase decidida, soltou a voz no "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", seguindo afinadíssima na interpretação do Hino Nacional. Sinal do clima de cidadania que varre o País e, quem sabe, um aviso aos espanhóis: no que depender da brava gente brasileira, vocês não levam essa Copa. 

O ritual de distribuição de colares da sorte, nos cumprimentos iniciais, a toda a equipe adversária - titulares, reservas, comissão técnica - e agradecimento à torcida na despedida, pelo incentivo, foi seguido à risca pelos taitianos. Gestos que, no caso deles, são mais que meramente protocolares.         neycidadao (1)

bola Seleção cidadã 1 - "Quero um Brasil mais justo, mais seguro, mais saudável e mais honesto" (Neymar, camisa e nota 10). 

bolaSeleção cidadã 2 - "Sou a favor de uma manifestação pacífica e do direito de as pessoas poderem protestar" (David Luiz, camisa 3 e nota 10). 

images Bola fora - "Vamos nos esquecer de toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a seleção brasileira é o nosso país, o nosso sangue" (Edson Arantes do Nascimento, que já foi camisa 10 e fica de recuperação em cidadania)

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

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