“Belo Monte é uma resposta medíocre para o desafio de gerar energia para o país” - Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace no Brasil. Reproduzo na integra o texto abaixo sobre a barbaridade que esta sendo cometido com os povos indígenas. Nota do autor: O autor desse post esforçou-se ao máximo para não mostrar sua raiva e indignação em relação a esse projeto, proferindo tudo aquilo que ele pensa sobre governo e todos aqueles defensores de obra que já nos causou tanto sofrimento e, mesmo com todos os contras, continua em pauta. O projeto de construção da Usina de Belo Monte não é de agora, há mais de 20 anos que esse assunto circula pelo país. Uma questão um pouca complexa, com vários lados e muitas pessoas envolvidas mas que, ao meu ver, é muito simples: interesses econômicos aliados a incompetência política. Desde o ano passado, com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, que intensificaram-se as discussões e o envolvimento popular, principalmente de movimentos sociais contrários à construção. Localizada no município de Altamira, Pará, a terceira maior hidrelétrica do mundo – atrás apenas da Três Gargantas na China e a Itaipu, entre Brasil e Paraguai – é uma das mais importante obras do PAC e prevê um investimento em mais de R$ 19 bilhões. Segundo especialistas, para sua construção será preciso deslocar mais de 20 mil indígenas e desmatar 50 mil hectares em zona de mata, ainda razoavelmente conservada, em pleno coração da Amazônia. Aos protestos, vem os “benefícios” dessa grande obra: geração de empregos e, principalmente, energia. Ao rebater os protestos do cineasta James Cameron, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), diz “ [...] a represa ajudará a reduzir abismos sociais em uma região em que ‘a pobreza não é ficção científica’, como ocorre no filme Avatar.” Claro que uma obra deste tamanho vai gerar renda, mas a pergunta é: pra quem?! Pro’s ganhadores do leilão(?)? E a questão de energia… Todos sabem que energia elétrica não é como água que se pode armazenar: produziu tem de ser consumida. Todos lembram também daquelas aulas de física sobre a perda de energia no transporte. O quão longe fica o Pará dos grandes centros urbanos? Será que valerá o investimento, o desgate de mais de 20 anos, a corrupção e destinação do dinheiro, as perdas ambientais e humanas desta obra para suprir a carência energética do país nos próximos anos? Como disse o Marcelo Furtado, esse é um projeto defasado, “Ela não agrega novas tecnologias, não embica o país para o futuro. É uma obra de cimento e aço, típica do século que passou.” Me pergunto se outras formas de geração de energia não seriam menos impactantes ao meio ambiente, se não seria uma oportunidade do país pesquisar e desenvolver métodos mais eficientes, de explorar energias eólica, solar, biocombustíveis, usinas de queima de lixo, célula de hidrogênio, e por aí vai… Todos somos cientes do potencial hidrelétrico do país, mas vamos ficar preso a ele? Em quanto tempo o projeto será realizado? A energia produzida não será suficiente. Vamos então às 54 usinas que serão construídas com o recurso do PAC 2 (sendo que o primeiro nem chegou aos 50% do total de obras previstas)? Aliás, nem caberão aqui minhas críticas a este “desenvolvimento acelerado-tardio” do país; da corrupção e falta de critérios claros de órgãos que liberam estas obras, como IBAMA e FUNAI… O Brasil precisa ouvir seu povo, nós precisamos aprender a gritar cada vez mais alto e levar nossas questões cada vez mais longe. Cada ato deve deve ser integrado, seja de artistas, do Greenpeace, ou do E esse tal Meio Ambiente?. Não podemos só deixar o tempo passar… quando olharmos para trás, o que teremos para dizer além do “o que foi que eu não fiz?”? |
28 de junho de 2010
O equívo que Belo Monte!
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