Hexaspemos* leitores, os soldados de Dunga plantaram a cada dia as sementes do hexa, que frutificarão na certa a ponto de amadurecer o fruto de mais um título mundial em 2014. Nada como uma Copa após a outra. O Brasil é o único que esteve em todas elas, e a próxima será aqui. Saímos, em certo sentido, em vantagem. Basta corrigir erros, otimizar acertos. Muito bate-boca ainda vai rolar: por que a contusão de Elano foi malcuidada? Por que Nilmar, quando entra, tem de sair Luís Fabiano? Não dá pra jogar pra frente, com atacantes? Lúcio, bom demais na zaga, com Juan, é quem tem de ir pra frente, tentar jogadas de ataque, quando não ainda arrematar pro gol adversário. Pra que tanto treino secreto? Pra que tanto rancor e ironia pra cima de jornalistas que estão ali a trabalho, não por mero entretenimento? Por que insistir num Kaká meia-bomba e deixar Ronaldinho que vive, de novo, grande momento em seu clube? No jogo desta sexta (2) pelas quartas de final, já tinha até feito o título, mas aí...
Emperrou o câmbio! Lembram-se de que num dos títulos mais recentes da coluna coloquei que o Brasil havia engatado a primeira? Pois é, o câmbio emperrou. A laranja já estava meio bichada, depois do gol de Robinho, o Brasil havia conseguido bem mais escanteios do que a Holanda, se fechava bem na defesa, eu já tinha até feito o título sobre o jogo: Tá bichada!!! Pode até estar bichada, mas tem o Robben infernizando o lado esquerdo de nossa defesa; tem o Kuyt oportunista; tem o Sneijder organizando tudo; tem o Van Persie bom de bola, de passe. Os holandeses se movimentam muito em campo e, na maioria das vezes, o fazem bem. E teve o elemento-surpresa, Ooijer, que entrou pra marcar firme as nossas esperanças de gol. Sem falar em Von Bommel, De Jong, Bronckhorst. Não dá para discutir números, a menos que sejam manipulados. A Holanda continua 100% na Copa, a cada partida amplia a sua invencibilidade. Jogo bonito, bonito mesmo, não existe mais, pra desespero de quem, a meu exemplo, gosta de futebol jogado com técnica, pra frente. Havia um tempo em que eu sonhava: quando ganhasse aquela bolada na loteria, formaria um time só, pra fazer exibição; poderia até tomar goleadas, mas como jogaria bonito. Nele só entrariam jogadores do estilo Dicá, João Paulo, Pita, Zenon (cito de propósito gente que não teve oportunidades numa seleção brasileira), mas também Rivellino, Gerson, Clodoaldo, Tostão, Didi, Garrincha, Canhoteiro, Carlos Alberto Torres, Nilton Santos, Zico, Falcão, Edmundo, Neto. O goleiro? Só poderia ser Gilmar dos Santos Neves. Pra sacanear, Pelé seria o técnico. Aí me vinha à mente a letra da música: “Sonhar mais um sonho impossível”, da peça Dom Quixote. Cantada pela Bethânia, claro. Brasil perder por 2 a 1 para um time desses da Holanda, em jogo muito bem disputado, com um gol só de diferença, não é demérito. Deixo aqui apenas o que, para mim, foram os lances capitais. A conclusão é de cada um de vocês.
O time holandês que conseguiu passar para as semifinais é este:
Gana elimina-se nos pênaltis A briga da raça celeste contra Gana, para ver quem chegava às semifinais, só poderia dar mesmo em prorrogação, pênalti, enfim, nenhum dos dois lados iria entregar fácil a rapadura. Sobraram força e disposição pras duas equipes; faltou categoria a Gyan e Mensah e, mais ainda, a Maxi Pereira, nos instantes cruciais e decisivos. Em jogo franco e muito disputado, nos seus 120 e poucos minutos, uruguaios e ganenses, com o empate de 1 a 1, chegaram a um final eletrizante. Gana saiu na frente, mas só aos 46 do primeiro tempo, num chute bem calibrado de Muntari, do meio da rua; Gyan teve tempo de se abaixar, e a jabulani foi certeira pra o canto esquerdo de Muslera. Lugano saiu contundido de campo, e espera-se que possa recuperar-se para a próxima fase. Desde que na equipe médica uruguaia não tenha um dr. Runco da vida. No segundo tempo, para não deixar barato, o Uruguai empatou logo aos 8 minutos com Forlán. Em mais um de seus chutes, com categoria, cobrou falta de direita pra balançar as redes de Kingson. Teve de tudo antes de irem para os pênaltis: Gana pressionou, a partir dos 9 da etapa final da prorrogação, com Gyan e Boateng por pouco não vencendo o jogo. Faltando 1 minuto para acabar o drama, em bate-rebate na área uruguaia, Suárez tirou com as mãos a bola que definiria a vitória africana. O centroavante recebeu cartão vermelho e desfalca a celeste contra a Holanda, nas semifinais. Gyan pegou a bola, foi com calma até a marca do pênalti e mandou a jabulani com força... no travessão. Indignada, a bola nem voltou pro campo. Foi o primeiro – e decisivo – pênalti perdido. Depois foram mais alguns minutos de agonia, terminada em 4 a 2 pros uruguaios. Forlán, Victorino, Scotti e Abreu mandaram pras redes suas cobranças; Gyan, Appiah fizeram os seus. Mas Maxi Pereira chutou pra fora; Mensah e Addiah, displicentes, bateram para fácil defesa de Muslera. A seleção do Uruguai passou às semifinais com:
Frases da Copa
*Hexaspemo é o que contém 6 sementes
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: getty images, aft, reuters charges: liberati, alecrim, simon |
2 de julho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU ATÉ ONDE DEU...
1 de julho de 2010
Teimando em viver…
via: grupo as margaridas
Museu do Apartheid
Apartheid ("vidas separadas" em africano) regime segregacionista que negava aos negros da África do Sul os direitos sociais, econômicos e políticos. Embora a segregação existisse na África do Sul desde o século 17, quando a região foi colonizada por ingleses e holandeses, o termo passou a ser usado legalmente em 1948. No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:
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Muitos lugares da África do Sul contam sua história cultural, política e social, mas o "Museu do Apartheid", situado em Soweto, ao sudoeste de Johanesburgo, é talvez um dos mais tradicionais e um dos cenários mais visitados pelos turistas e torcedores durante esta Copa do Mundo. Por um custo de US$ 10, você entra em um espaço que ilustra e denuncia a política do 'apartheid' imposta em 1948 pelo partido nacional dos "afrikaners" (descendentes de holandeses e huguenotes franceses). Todo um passado de opressão está relatado no museu por meio de fotos, vídeos, esculturas e testemunhos escritos, além de recintos com uma série de documentos sobre as distintas classificações raciais decretadas pelo regime segregacionista. via: turismo já |
A SELEÇÃO CHEGOU À ÁFRICA DO SUL COMO APRENDIZ
Zelosos leitores, Brasil, pátria, equipe são palavras de seis sílabas e, assim, caminhamos para o hexacampeonato, cujo nome da vez é Copa do Mundo Fifa África do Sul 2010. Football é cada vez mais business, e nesse diapasão a Fifa virou logomarca multiplicada em produtos licenciados mundo afora. Com todos os defeitos que possa ter, a vetusta entidade leva o futebol a sério e cobra de seus filiados que façam o mesmo. Prova disso são as exigências feitas a países que se candidatam a sediar uma Copa e, mais ainda, ao que é escolhido para realizar o evento. O Brasil, vencida a batalha inicial para sediar o Mundial de 2014, vai ter de ralar muito para se sair bem como anfitrião, a exemplo do que faz agora a África do Sul. Itens como segurança, transportes, rede hoteleira, rede hospitalar, atrações turísticas e gastronômicas devem ser motivo de preocupação diária que na prática resulte em idéias, projetos e ações para tornar realidade o sonho. Se nascemos para jogar futebol, como está num slogan da marca que fornece o material esportivo da seleção canarinho, temos de chegar à capacidade plena de organização da Copa do Mundo de modo excelente. Se no futebol jogado no campo somos considerados mestres, na organização do Mundial somos aprendizes. Que a lição da África do Sul seja assimilada no que revela de bom e nem tão bom, para superarmos as falhas e otimizarmos os aspectos positivos, com a máxima urgência.
Pontapé inicial é amarelo-laranja Na linha do aprendizado, vamos procurar saber mais sobre as seleções que começam a disputar as quartas de final na sexta-feira, 2 de julho. Brasil e Holanda dão o pontapé inicial, revivendo encontro que já aconteceu em três Copas. Na de 1974, depois de passar a duras penas por Iugoslávia (0 a 0), Escócia (0 a 0) e Zaire (3 a 0), diria o Zagallo, fomos surpreendidos em um grupo que tinha Alemanha Oriental, Argentina e Holanda. Ganhamos da Alemanha Oriental por 1 a 0, da Argentina por 2 a 1, perdemos para a Holanda por 2 a 0, e o zagueirão Luís Pereira perdeu a cabeça, ao ser expulso, mas não o orgulho, ao deixar o gramado mostrando à torcida, no peito, o escudo tricampeão. Depois, na decisão do 3º. lugar, a Polônia de Lato (autor do gol) nos bateu por 1 a 0. Aí vieram os confrontos de 1994 e 1998, o primeiro nas quartas de final e o segundo nas semifinais. Vitórias brazucas por 3 a 2 (com o antológico gol de Branco, a bola disparada em curva passando por entre Romário e um laranja, indo morrer no cantinho esquerdo de De Goej) e por 4 a 2, nos pênaltis, depois do empate por 1 a 1. Dessa vez brilhou a estrela de Taffarel, hoje olheiro de Dunga. Curioso é que em 1974 a Holanda foi a vice-campeã diante das donas da casa, a Alemanha Ocidental de Beckenbauer, Gerd Müller e Cia., e o Brasil ficou no 4º. lugar; em 98, nós ficamos em 2º., com a França de Zidane campeã, e os holandeses conseguiram a 4ª. posição. Mas em 1994 foi a vez do tetra verde-amarelo, com os laranjas amargando a 7ª colocação. A Holanda de 2010 está com uma invencibilidade impressionante de 23 partidas, embora só tenha pegado duas seleções de peso nessa trajetória – Itália e Inglaterra, coincidentemente as duas que foram mais cedo para o aeroporto, na viagem de volta pra casa. Esta seleção é considerada por analistas como a melhor formação laranja desde o Carrossel Holandês de 1974. Esta, sim, para mim, foi a única equipe que representou uma revolução no futebol, desde que me conheço por gente. Grosso modo, à exceção do goleiro Jongbloed, ninguém guardava posição, e todos defendiam e atacavam com a mesma eficácia. Além de contar com o talento de Johan Cruyff e ter no líbero Krol um de seus destaques. Este revelou, certa vez, usar a amarelinha por debaixo da camisa laranja. Hoje, Robben dita o ritmo, do meio para a frente os jogadores tanto são capazes de cadenciar o jogo como organizar jogadas de ataque fulminantes, mas a defesa tem seus pontos vulneráveis. Nas palavras do especialista Steven Esselink, citado no Guia Lance Copa 2010, a seleção de Bert van Marwijk segue o que havia sido iniciado por Marco van Basten. “O sistema tático é claro, e os jogadores sabem o que fazer”. Que o digam Van Bommel, Sneijder, Van Persie...
Money, money, money As contabilidades da cartolagem e do apito vão bem, obrigado! A CBF, até aqui, já faturou US$ 14 milhões na Copa 2010: US$ 5 milhões nas fases anteriores e US$ 9 milhões do prêmio pela classificação às quartas de final. Se ganhar este Mundial de Futebol, o prêmio chegará a US$ 30 milhões. Valor a ser pago pela Fifa depois da competição. Por sua vez, cada árbitro que está na África do Sul, pela simples presença na Copa, já embolsa US$ 50 mil. Tem até um sueco que ainda nem apitou e já engodou a conta bancária com benvindo dinheirinho. Fora custeio de hospedagem e transportes, tudo pago pela Fifa.
Geopolítica da bola Ancelmo Gois, como sempre muito bem informado, em sua coluna no Diário SP, lembra o que disse Edmar Bacha: “... na Copa do Mundo, só dá Mercosul. Mais uma razão para não deixar a Venezuela entrar”. Como diria o próprio Gois: faz sentido. O pior é que Venezuela dá uma rima... Eliminados do apito O uruguaio Jorge Larrionda e o italiano Roberto Rosetti, árbitros responsáveis pelas lambanças nos jogos Inglaterra X Alemanha e México X Argentina, estão fora do Mundial. Blatter até pediu desculpas pelos erros crasos dos dois e mais todo o trio de arbitragem. Tem outro nome pra isso: quadrilha.Sul-americanos e europeus no quesito melhor apito na mão do que vuvuzela na orelha empatam, até aqui, na competição. Só pra lembrar: Larrionda simplesmente não validou belo gol de Lampard, que empataria o jogo em que a Alemanha eliminou a Inglaterra nas oitavas. Rosetti, para ser diferente, mas nem tanto, viu que Tevez empurrou a jabulani pras redes mexicanas, mas não viu que o 11 argentino estava em fragrante impedimento quando recebeu a bola de Messi. Dois apitaços desafinados, que se não tivessem acontecido, poderiam ter mudado a história das duas partidas. Vuvuzela neles!!!
Há craque e Fenômeno
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br charge: sinovaldo; paixão; jbosco; dálcio |