24 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Deu lógica maneira

Nino Prata

24/06/2013 - No Grupo B da Copa das Confederações deu a lógica do começo ao fim. Espanha e  Nigéria jogaram no Castelão, em Fortaleza, num clima tão animado no entorno do estádio que mais lembrava festa junina ou carnaval. Uruguai e Taiti se enfrentaram na Arena Pernambuco, em Recife. 

E, como se esperava, deu a lógica: vitória da Roja por 3 a 0 e goleada da Celeste por 8 a 0. Teremos as semifinais anunciadas entre Brasil e Uruguai, na quarta-feira (26) no Mineirão; Espanha e Itália, na quinta-feira (27), no Castelão. 

Não foi, porém, um complemento de rodada que seguiu à risca o favoritismo dos mais fortes sobre os mais fracos. Antes do início do primeiro tempo entre espanhóis e nigerianos a torcida já gritava: 'Nigéria! Nigéria'!. Logo no primeiro minuto de jogo a Espanha  chegou com perigo na área adversária, em espetacular drible de Iniesta;  e aos 3, Alba finalizou com precisão uma bela troca de passes desde o meio de campo espanhol, em 8 toques de bola. 

O placar relâmpago de 1 a 0 não foi, porém, suficiente para  intimidar os africanos - mesmo com nova chance de gol aos 8 minutos, quando Xavi lançou Fàbregas no miolo da área nigeriana: goleiro e zagueiro se chocaram e ainda cederam escanteio. A partir daí até os 22 minutos, foi a Nigéria que mandou no jogo. Faltou caprichar nas finalizações.

Do lado espanhol, quem desperdiçou oportunidades de ampliar o placar foi Soldado, aos 25, talvez por displicência na conclusão das jogadas. Os nigerianos insistiram nas jogadas de ataque sem levar em conta o poderio do adversário, mas sempre pecaram no arremates. Aos 30, Soldado conclui fraco nas mãos de Enyeama. 

niger 3VALENDO A Nigéria viveu o seu melhor momento na competição, a decantada posse de bola da Espanha ficou em 59%, depois baixou para 55%, e  a Nigéria finalizou mais. Não se sabe se apenas pelo forte calor ou porque a Nigéria soube marcar a equipe de Del Bosque, sem abusar de faltas (apenas 4 nas duas seleções até os 35 minutos), mas até Iniesta deu um chute bizarro aos 41, na tentativa de encobrir o goleiro adiantado. Busquets ainda cobrou falta nos acréscimos de 2 minutos, mas a bola foi fraca pras mãos de Enyeama.  

Na volta do intervalo havia movimento no banco de reservas espanhol, sinal de que o andamento do jogo não agradava Del Bosque. Se não bastasse, a Nigéria teve momentos de Espanha ao tocar a bola em seu campo. A torcida foi à loucura aos gritos de 'Nigéria! Nigéria!. Em arrancada de Musa, que cruza para um distraído Ineye, atrás da zaga, por pouco não saiu o gol de empate. Em outro momento os africanos abusaram da própria categoria em boa trama pelo lado esquerdo da área espanhola. E Soldado até que se esforçava do outro lado, como ao sofrer falta, na medida para Xavi bater. O 8 espanhol mandou a bola por cima do goleiro, mas também do travessão, tocando a rede do lado de fora. 

A Nigéria, mesmo nesses momentos de aperto na defesa, não abria mão de atacar. Até Torres substituir Soldado e, aos 16, usar bem a cabeça em cruzamento de Pedro, que recebeu a bola de Alba. Foi o 104o. gol do 9 espanhol com a camisa da seleção, além de ser o artilheiro da competição com 5 arremates certeiros.

A Nigéria também mexeu no time, procurando reforçar as jogadas de ataque, mesmo porque a essa altura já estava em busca de um  milagre porque o Uruguai goleava o Taiti. A partida continuava, porém, em ritmo civilizado: apenas 13 faltas. E na base do lá e cá. 

Mikel enfileirou a marcação espanhola e ia livre para a conclusão até sofrer falta. A Espanha retomou o conhecido toque de bola.  Gambo, que entrou no lugar de Akpala, perdeu o gol de que a Nigéria precisava para criar mais ânimo ainda, em bela jogada de Musa, que passou por dois marcadores e cruzou na medida. Em arrancada espetacular de Iniesta, finalmente, Villa (substituto  de Pedro) arrematou firme, mas em cima da zaga.

O coro de mais de 50 mil vozes vinha das arquibancadas: "Eu sou brasileiro, como muito orgulho, com muito amor..." e cutucava a Fúria: "Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar...". Nos cinco minutos finais a Nigéria mostrava sinais de cansaço, a ponto de o lateral Echiejile chutar pro gol espanhol da esquerda, mas bola foi parar fora de campo do lado direito. Se no primeiro tempo, os espanhóis foram superados pelos nigerianos em chutes a gol, agora dominavam também nesse aspecto com 19 finalizações. 

Aos 42 minutos, a Nigéria ainda teve chance  de sair do zero em cobrança de  escanteio. Todo o time espanhol estava na defesa. Mas saiu em contra-ataque, fulminante, para Alba fazer o segundo gol dele na partida, em belo lance, depois de limpar o goleiro e tocar pras redes de Enyeama. O placar de 3 a 0 foi um castigo para a Nigéria.

A impressão que fica é a de que, numa característica, a Espanha é imbatível: não se perturba, aguarda o momento certo e dá a estocada final, a exemplo dos toureiros. 

Taiti enriquece o faiplay

Oscar Tabarez, el marrentito, que pensa ser Mourinho, fez algumas alterações no time do Uruguai que goleou por 8 a 0 o Taiti. Destaque para os 4 gols de Hernández, um deles com direito  a chapéu, matada no peito e conclusão inapelável. Suárez fez 2; Pérez e Lodeiro, 1 cada. Os taitianos sofreram 24 gols e marcaram apenas 1, saldo de - 23 nas três partidas disputadas.  

Mas o Taiti, para esta coluna, foi a seleção que marcou a Copa das Confederações no momento em que o Brasil viveu nas ruas tempos de tensão e, mais que isso, provocação de vândalos, desocupados e, até, bandidos, a julgar por algumas prisões anunciadas.

A seleção que representou a Oceania, não importa em que circunstâncias, mostrou que é preciso levar o fairplay a patamares inimagináveis. A passagem desse time por estádios que jamais sonhou sequer visitar fica na história, mais que pelas goleadas, pelas atitudes de cortesia e atenção para com torcedores e adversários. 

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A distribuição de colares da sorte e a visita a projetos sociais foram etapas, entre outras atitudes, de algo que culminou na despedida, no domingo: levaram pro gramado bandeiras brasileiras e a faixa com apenas duas palavras: Obrigado Brasil. 

Nós brasileiros é que deveríamos agradecer pela gentileza.   

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

23 de junho de 2013

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' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Lição de casa ainda por fazer


Nino Prata

23/06/2013 - O apelo da voz que vem das ruas que, para mim, sintetiza melhor o que vai nos corações e mentes de brasileiras e brasileiros é o que estava, na sexta (21), numa das faixas de manifestantes em Santo André: "Isto é uma Ordem, Queremos Progresso!". Estima-se em 30 mil as pessoas movidas por esse sentimento, que vem justamente de uma cidade onde se originou, em 2002, um dos casos mais nebulosos da recente política brasileira: o sequestro e assassinato do prefeito Celso Daniel. Político carismático, de rara visão administrativa, ligado ao esporte.

O ABC Paulista fica a poucas dezenas de quilômetros da capital do estado, que tem na Avenida Paulista um de seus cartões-postais e origem das manifestações que se espalharam país afora.  

Não sou daqueles que, a exemplo de Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da Seleção Brasileira, dizem que política e esporte não se misturam. Há exemplos históricos de que ambos estão imbricados, sim, até mesmo no  Brasil e em países vizinhos. Há infelizmente os que fazem mau uso dessa, digamos, parceria. Casos das ditaduras militares sul-americanas.

Torcedoras e torcedoras fizeram bem em driblar a segurança e ir pra dentro de estádios com mensagens expressas em cartazes, deixando claro que os protestos são contra desmandos de políticos, principalmente, e não contra os selecionados de Felipão.

A impressão que fica, nos dias de hoje, é que ainda não aprendemos a fazer a lição de  casa. Saúde, educação, transporte (incluo moradia por minha conta) estão entre as carências mais gritantes das reivindicações sociais que tomaram conta das ruas país afora. Por trás de tudo o que até hoje não foi realizado nessas áreas por governos de todas as instâncias denunciam-se a corrupção, o mau uso do dinheiro público, entre outras sem-vergonhices.

Dói, a essa altura do campeonato (mais precisamente das Copas  das Confederações e do Mundo), termos de tomar pito de pessoas daqui e de fora (ler Notas desta coluna), ligadas ao esporte, que vão do meia italiano Giaccherini ao presidente da Fifa, Joseph Blatter - sem falar do vexatório pontapé nos fundilhos, sugerido lá atrás (desculpem a redundância) por Jérôme Valcke. Dói ainda mais sabermos que os estádios já prontos e os ainda em construção tiveram orçamentos, de origem já grandiosos, ultrapassados em proporções absurdas. Custos estes, no mínimo, reveladores da falta de planejamento, do desrespeito à transparência.

Decididamente, o jeito brasileiro não bate com o jeito Fifa, por mais defeito que tenha a entidade máxima do futebol mundial. Em pronunciamento oficial na noite de sexta-feira (21), em rede nacional, a presidente Dilma Rousseff anunciou medidas numa tentativa de atender ao clamor das ruas. Entre elas: a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; a destinação de 100% dos royalties do petróleo para a educação, proposta já em discussão no Congresso; trazer mais médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de se estabelecer um pacto com governadores, prefeitos e líderes das manifestações para se alcançar melhoria dos serviços públicos. O que se pretende é chamar todos esses segmentos para conversar em Brasília.

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Duelo pela liderança

Itália e Brasil se enfrentaram pelo Grupo A, em Salvador, na partida que decidiu quem ficaria em primeiro lugar - para enfrentar possivelmente o Uruguai numa das semifinais - e segundo, que encara a temida Espanha na outra semi. 

Eram 9 títulos mundiais em jogo, no estádio da Fonte Nova, colorido de verde-amarelo, na capital baiana dos acarajés, dos afoxés, do candomblé, dos orixás.

Num primeiro tempo em que predominou a pegada dos dois lados, com recorde de cartões amarelos distribuídos numa única partida, os canarinhos se deram melhor nos lances de gol, mas perdeu David Luiz, que não suportou a paulistinha que sofreu na coxa direita. 

Se o zagueiro titular precisa benzer-se, seu substituto, Dante, um dos baianos de origem no gramado, fez, já nos acréscimos, o gol, resultante de boa cobrança de escanteio por Neymar; Fred cabeceou, Buffon rebateu, e o número 13 (amuleto de Zagalo) tocou pras redes italianas em impedimento.

O segundo tempo começou no mesmo ritmo - Brasil no ataque e Itália com nove na defesa e apenas Balotelli avançado. Mas foi a Itália que fez o gol de empate, logo aos 6 minutos. Balotelli, mesmo sofrendo falta, tocou de calcanhar para Giaccherini, que avançou pela direita e bateu em diagonal tirando a bola do alcance de Júlio César. O Brasil, porém, deu o troco logo no minuto seguinte: Marcelo serviu Neymar, que foi derrubado próximo à linha da grande área e ainda sofreu pisão numa das mãos. 

O camisa 10 cobrou com perfeição, por fora da barreira, no canto esquerdo de Buffon. Mais um golaço do agora jogador do Barcelona, o terceiro dele na competição. O jogo ficou acelerado, como na arrancada de Hulk aos 13 minutos e nas sucessivas subidas da Itália. Numa delas Balotelli mandou um míssil, em cobrança de falta, que desviou na defesa e obrigou Júlio César a espalmar no seu canto esquerdo. 

A Itália ainda teve pênalti não marcado em Balotelli, aos 17, ao ser puxado por Dante. Mas dois minutos depois, em primoroso lançamento de Marcelo, Fred ajeitou a bola na coxa, venceu Chiellini na raça e mandou enviezado longe de Buffon, no canto direito.

Com 3 a 1 a partida parecia resolvida, o que nunca se deve considerar num confronto de dois times de primeiríssima linha. Bernard entrou no lugar de Neymar, o que poderia prever maior velocidade nos ataques brasileiros, mas foi a Itália quem chegou lá. Depois de cobrança de escanteio, houve outro pênalti em Balotelli, que teria sido marcado pelo árbitro, mas a bola sobrou para Chiellini arrematar rasteiro no canto esquerdo de Júlio César. Gol validado, apesar da reclamação geral dos brasileiros, e o placar de 3 a 2 colocou fogo no jogo.

Felipão substituiu Hulk por Fernando, reforçando  a marcação, mas os canarinhos recuaram em demasia. O sufoco da Azurra chegou a preocupar nos 10 minutos finais. Os brasileiros abusavam de faltas e, numa delas, o chute de Balotelli bateu no braço de um adversário; no minuto seguinte, em cobrança de escanteio, Maggio cabeceou a bola no travessão; mais três minutos, e em mais uma falta, Balotelli desperdiça a finalização em jogada ensaiada.fred!!!Mas era dia da redenção de Fred, em jejum nos dois primeiros jogos. aos 43, em jogada de Bernard pela esquerda, Marcelo chutou colocado, Buffon rebateu e o 9 brasileiro definiu o placar em 4 a 2.

Os três minutos de acréscimo também foram sufocantes para a defesa de Felipão, que precisa ser mais atenta na marcação e não confundir chegar junto com agarrões pelas costas adversárias. Teremos duas semifinais de arrepiar: Brasil x Uruguai e Espanha x Itália. Se der a lógica no futebol.

No mesmo horário do jogo do Brasil, México e Japão cumpriram tabela, no Mineirão, em jogo que acabou 2 a 1 para os rubro-verdes. Chicharito, a exemplo de Fred, desencantou e fez os dois gols da vitória, enquanto Okazaki anotou o dos samurais da bola.

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Desejo de melhora - Emanuele Giaccherini, meia da Azurra, ao ser perguntado sobre as manifestações de rua, avaliou: "O que vi no Brasil é que é um país pobre, muito pobre, e que está procurando por essas manifestações encontrar soluções. Espero que as manifestações deem a possibilidade de o Brasil melhorar".

imagesjBrasil que quis - Joseph Blatter, presidente da Fifa, mandou ver no dia herjosef!!!images  18: “O Brasil pediu essa Copa do Mundo. Nós não a impusemos ao Brasil. Eles sabiam que para ter uma boa Copa do Mundo naturalmente teriam que construir estádios. Mas nós dizemos que não é apenas para o Mundial. Junto com os estádios há outras construções: rodovias, hotéis, aeroportos... São itens do legado para o futuro".

imagesjJusto o Mané! - O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TC-DF) divulgou na sexta (21) o custo atualizado da construção do Estádio Mané Garrincha: R$ 1,78 bilhão - duas vezes e meia o que foi estipulado em 2010. O governo local questiona os valores (que  num período de apenas um mês subiram R$ 200 milhões, pois estavam em R$ 1,5 bilhão em maio) com a desculpa de que no relatório do TC-DF estão inclusas obras no entorno do estádio.

Romario-Foto-Ueslei-MarcelinoREUTERS_LANIMA20120329_0129_26  'Uma farsa' - Romário, que praticamente levou o Brasil ao Tetra em 1994,  hoje deputado federal, questiona o anunciado custo global da Copa do Mundo em 2014: "Os R$ 28 bilhões são uma farsa. Vamos passar de R$ 35 bilhões".

imagesj'Tiro no pé' - Gilvan Ribeiro, editor de  Esportes do Diário de S. Paulo, recomenda: "... As arenas já estão de pé e, goste-se ou não..., chegou a hora de o país ter o retorno dos investimentos... Hostilidades capazes de afugentar os estrangeiros serão um tiro no pé".

parrudo Cheio de pose - Parreira, coordenador técnico da Seleção, na cúpula do futebol nacional desde os anos 1970, saiu-se com essa: "Estou doido para que aconteça logo um Brasil x Espanha... estou na torcida para que esse jogo seja realizado... A Espanha precisa encontrar um time que a incomode". A conferir!

imagesj'Calotelli' - O atlético 9 italiano, Mario Balotelli, se sentiu tão em casa em Salvador que bebeu tranquilo aquela água de coco in natura, passeou ileso, se deixou fotografar, mas não teria pagado a conta. Bola fora, hem?! O prejuízo do vendedor de coco foi pequeno, porém, em relação ao que teria sido furtado de jogadores espanhóis, no Rio, dos quartos de hotel em que se hospedou a Fúria.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

21 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Tudo ou nada

Nino Prata

21/06/2013 - O 'marrentito' Oscar Tabarez havia previsto que a sua equipe vencesse, ontem, a Nigéria, na Arena Fonte Nova, em Salvador, estaria garantida nas semifinais. Segundo ele, perder para a Espanha no primeiro jogo não foi nada demais. E ficou implícito que vencer o Taiti, domingo, são favas contadas. 

O técnico escalou um time reforçado com Forlán (que ficara no banco de reservas na rodada inicial do Grupo B) e foi pra cima dos nigerianos num ritmo e volume de jogo impressionantes. 

Não  demorou, e os uruguaios abriram o placar - imaginem - com Lugano, de canela, escorando cruzamento que veio da esquerda. Forlán mandou a bola, rasteiro, Cavani furou e, como  se fosse um corta-luz, sobrou para o parrudo zagueiro.  

Lugano, no entanto, esteve mais como o estabanado de sempre, abusando de faltas e do jeito violento, confundido por seus fãs com garra. 

Foi sobre  ele que aconteceu o gol de empate da Nigéria, em brilhante jogada de Mikel, depois de troca de passes com bola no chão no ataque africano. O meia-atacante recebeu na área e pedalou; por pouco, Lugano não foi pro chão. Aí foi só  colocar no ângulo e empatar a partida.forlan

O segundo tempo foi quase uma repetição do primeiro com a diferença de ser a Nigéria que tomou a iniciativa do ataque. Não durou muito, porém, a pressão africana sobre os sul-americanos. O sufoco que se anunciava não durou nem 6 minutos. 

Foi quando brilhou a estrela de Forlán, no dia em que completou 100 jogos pela Celeste. Suárez puxou um contra-ataque, mandou a bola para Cavani, que serviu o 10 uruguaio livre à esquerda;  Forlán soltou a bomba no ângulo à direita de Enyeama. Foi o 34o. gol dele na seleção do país vizinho. 

A Nigéria bem que tentou, mas não conseguiu sequer empatar a partida, resultado que de qualquer maneira não seria de todo útil para ela. Tabarez mexeu melhor na sua equipe, reforçando a marcação, que no mais das vezes é implacável. Cavani até teve a chance de ampliar o marcador, ao matar no peito, avançar livre de marcação, mas concluiu nas alturas o que poderia ser a confirmação da vitória.

Com os 2 a 1 o Uruguai é o provável segundo colocado do Grupo B, para decepção da torcida do estado mais africano no Brasil, que apoiou a Nigéria o tempo todo. Os comandados de Felipão pegariam os hermanitos nas semifinais. 

O Brasil, por sinal, já está em Salvador, onde enfrenta a Itália no sábado para decidir quem fica em primeiro lugar no Grupo A. David Luiz, com fratura no nariz, assim como Paulinho, contundido,  preocupam, mas ainda é cedo para dá-los como desfalques certos.  

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Em ritmo de treino

A Espanha não precisou mais do que um time de reservas, praticamente durante todo o tempo de jogo, toque de bola abaixo de sua média histórica e ritmo moderado na variação de jogadas, para aplicar no Taiti a maior goleada em uma competição oficial da Fifa: 10 a 0 (4 gols de Fernando Torres, 3 de David Villa, 2 de David Silva, 1 de Mata). Torres ainda desperdiçou pênalti, ao mandar a bola no travessão.

Mais uma vez os taitianos levaram o vareio no faiplay, sem apelar; apenas o goleiro, depois de levar o oitavo gol, marcado por Malta se desesperou socando o gramado. Mas estava totalmente recuperado, na entrevista depois da partida, envergando, garboso, a camisa que ganhou de Reyna.

A torcida deu espetáculo à parte, apoiando o tempo todo a equipe da Polinésia e, já no segundo tempo, com a partida quase decidida, soltou a voz no "Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor", seguindo afinadíssima na interpretação do Hino Nacional. Sinal do clima de cidadania que varre o País e, quem sabe, um aviso aos espanhóis: no que depender da brava gente brasileira, vocês não levam essa Copa. 

O ritual de distribuição de colares da sorte, nos cumprimentos iniciais, a toda a equipe adversária - titulares, reservas, comissão técnica - e agradecimento à torcida na despedida, pelo incentivo, foi seguido à risca pelos taitianos. Gestos que, no caso deles, são mais que meramente protocolares.         neycidadao (1)

bola Seleção cidadã 1 - "Quero um Brasil mais justo, mais seguro, mais saudável e mais honesto" (Neymar, camisa e nota 10). 

bolaSeleção cidadã 2 - "Sou a favor de uma manifestação pacífica e do direito de as pessoas poderem protestar" (David Luiz, camisa 3 e nota 10). 

images Bola fora - "Vamos nos esquecer de toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a seleção brasileira é o nosso país, o nosso sangue" (Edson Arantes do Nascimento, que já foi camisa 10 e fica de recuperação em cidadania)

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

20 de junho de 2013

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' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Fortaleza verde-amarela

Nino Prata

20/06/2013 -  A capital cearense viveu momentos de euforia desde a chegada da Seleção Brasileira para o jogo com o México no Castelão, inaugurando oficialmente a belíssima arena e a segunda rodada do Grupo A na competição. Se os mexicanos estão atravessados em gargantas de nossos jogadores, devido a resultados recentes favoráveis à equipe rubro-verde,  todavia o carinho da torcida local pelos canarinhos desceu bem - a ponto de ser permitida a entrada de cerca de 3 mil torcedores ao treino da equipe verde-amarela, dois dias antes do confronto.

Próximo ao Castelão, um dos mexicanos a caráter, em seu sombrero cheio de adereços e com um acordeón, cantou empolgado "La Cucaracha" e "Cielito Lindo". Jogadores canarinhos passaram pelo túnel de acesso aos vestiários batucando um dos sambas que exalta as belezas nacionais, enquanto cantavam "... estava no Ceará, terra de Irapuã, de Iracema e Tupã...".

Com a bola rolando, estádio lotado, o que se viu foi o Brasil conquistar sua segunda vitória na Copa das Confederações ao vencer o México por 2 a 0, com mais um golaço de Neymar, ainda nos primeiros 10 minutos de jogo. Em jogada de Daniel Alves, pela direita, o lateral cruzou no miolo da zaga a bola, desviada pelo zagueiro que marcava Fred; o camisa 10 brasileiro acertou belo chute de primeira, a meia altura, no canto direito de Corona. 

A impressão que dava era que Neymar estava em dia de decidir a partida não só pelo belo gol, mas também porque eram dele as jogadas mais agudas pra cima da defesa mexicana. O Brasil comandava as ações ofensivas, e o México usava de todo seu poder defensivo, com uma retaguarda reforçada pelas alterações feitas pelo técnico De la Torre. Isso até os primeiros 15 minutos.

Para alguém esperava, como este colunista, uma goleada redentora de maus presságios, o placar dilatado não aconteceu. Os mexicanos não tinham o que perder, se quisessem se redimir da derrota no primeiro jogo do Grupo A, e tinham poder de contra-ataques, puxados por Giovanni dos Santos, Torrado e Chicarito. A pressão do selecionado rubro-verde foi bem suportada pela retaguarda brasileira, com a situação ficando um pouco mais complicada com o sangramento que o zagueir David Luiz sofreu no nariz: foi um tal de deixar o gramado, voltar e ter de sair de novo, que parecia não ter fim. 

marioalberto No segundo tempo, a seleção mexicana colocou jogadores de maior poder ofensivo (Herrera e Barrera, em momentos diferentes), partindo desde o seu meio de campo, e o sufoco brasileiro parecia que iria permitir o gol de empate.  Apenas nos minutos finais, em jogada antológica de Neymar, pela esquerda, o 10 canarinho passou em meio a dois marcadores,  percebeu o avanço de um terceiro pra cima dele e serviu Jô (substituto de Fred), que só teve o trabalho de colocar a bola fora do alcance de Corona.

Os comandados de Felipão tiveram nos mexicanos um adversário mais perigoso que os japoneses, e não fosse o talento e o brilho de Neymar a classificação às semifinais da competição poderia não estar garantida.

Solidários

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Neymar marcou golaço também fora de  campo, e nisso teve a companhia de  David Luiz. Os dois se manifestaram favoráveis às legítimas manifestações que acontecem País afora, sobretudo em grandes centros urbanos, com as pessoas reivindicando que se adote o padrão Fifa nos gastos com educação, saúde e transporte, e não apenas como foi feito até agora para viabilizar a construção de estádios de Primeiro Mundo.

Do lado de fora do Castelão, por exemplo, número estimado de 15 mil manifestantes era mais uma demonstração do grau de insatisfação que existe em segmentos sociais com casos de corrupção não apurada e devidamente punida, entre outros desmandos sobretudo da  classe política. 

Em Fortaleza, o protesto, que engrossou as manifestações iniciadas em São Paulo pela redução das tarifas de transporte coletivo, foi chamado+Pão-Circo. Entre seus alvos a remoção de famílias para a construção de obras da Copa do Mundo e a reivindicação de recursos para o semiárido nordestino.

Mesmo no momento da execução dos hinos, dentro do estádio, alguns torcedores ergueram cartazes de apoio às manifestações. Um deles tinha a frase: “Este protesto não é contra a seleção, mas sim contra a corrupção!#ogiganteacordou”. 

Cena inesquecível, por sinal, foi que pós o término da execução do hino, segundo o protocolo da Fifa, a torcida e os jogadores brasileiros continuaram a cantar o Hino Nacional.

Equipes ofensivas

A partida que fechou a segunda rodada do Grupo A foi marcada pelo duelo tático orquestrado pelos italianos Cesare Prandelli e Alberto Zaccheroni,  técnicos que escalaram equipes ofensivas nas alterações feitas, respectivamente, na Itália e no Japão. 

Quem ganhou com isso foi o futebol e os apreciadores do esporte. No meu entender, foi a partidaça da Copa das Confederações até aqui, e o placar de 4 a 3 mostra do que é capaz um confronto. Não tem graça quando apenas uma equipe manda no jogo, a menos que seja o time pelo qual torcemos. 

Italianos e  japoneses, não exatamente nessa ordem, fizeram do jogo na Arena Pernambuco uma sucessão de jogadas rápidas, oportunidades de finalização e trocas de passe, às vezes desconcertantes, como poucas vezes se vê em partidas de competições desse nível.

A pressão nipônica sobre a Azurra parecia obra de ficção, mas era pura necessidade de quem não tinha outro resultado, que não a vitória, para manter-se com chances de classificação. O Japão fez 2 a 0, com Honda cobrando pênalti de Buffon sobre Okazaki, aos 21 minutos do primeiro tempo. Aos 33, numa incrível bobeada de marcação da zaga italiana, Kagawa antecipou-se e cabeceou bola  cruzada da direita em cobrança de falta.

A torcida, que desde a saída inicial da bola estava ao lado dos japoneses, começou a pedir 'olé', e em alguns momentos os azurri ficaram mesmo na roda. Pirlo estava apagado, a bola não chegava no jeito para Balotelli, o técnico Prandelli tirou Aquilani, para colocar Giovinco. De Rossi tomou cartão amarelo por falta em Honda. Não era tão visível assim, mas estaria a experiente squadra azurra acometida de algum ataque de nervos? Como explicar, entre outros lances críticos, dois bate-roupas num mesmo lance, de Buffon, aos 36 minutos. 

Mas, aos 40, a Itália respirou, em cobrança de falta de Pirlo da direita até o cabeceio preciso de De Rossi, que parece não ter-se abatido pelo cartão que recebera. Até o zagueiro Chiellini se animou a ir pro ataque, e ainda no minuto de acréscimo a  trave salvou a meta defendida por Kawashima.

O que estava empolgante ficou eletrizante no segundo tempo. Aos 5 minutos, em jogada da esquerda, a bola cruzada iria certeira para Balotelli, e na tentativa de cortar, a zaga empurrou a bola pras próprias redes. Passado um minuto, Hazebe corta a jogada italiana com a mão - pênalti; Balotelli faz pose, avança, espera Kawashima escolher o canto e bate à esquerda do goleiro.

A experiente Itália, guerreira, 4 vezes campeã do mundo, ressurgia das cinzas. Nada, porém, que abalasse a garra samurai. Giovinco contribuía para dar outro alento às jogadas de ataque e obrigou Kawashima a fazer defesa milagrosa, ainda nos primeiros 15 minutos; o Japão, por sua vez, tinha na habilidade de Honda um de seus pontos fortes, a ponto de o camisa 4 aplicar um 'rolinho na pizza' em seu marcador. E veio o empate: Okazaki aprontou pra cima de De Sciglio, o jovem lateral fez falta; na cobrança de Endo, a bola chega redonda para o próprio Okazaki empatar.

Honda ainda teve a oportunidade de brindar a torcida com jogada de craque, ao driblar a zaga italiana, invadir a área e por pouco não fez um golaço de encher os olhos. A pressão nipônica  sobre os azurri foi massacrante nos 10 minutos finais; migueljchouve momento de o time todo - de Balotelli a Buffon - se espremer nos limites de sua área até o gol, e o  

bombardeio kamikaze prosseguia. O empate não era de todo bom pra Itália, e péssimo pro Japão. 

Dizem que em futebol não existe o impossível. Pois o inacreditável aconteceu: num lampejo de craques, De Rossi deu belo passe para Marchisio, à direita da área japonesa, e o meia cruzou rasteiro para Giovinco, livre na área, apenas empurrar para o gol aberto e fazer 4 a 3: a Itália se garante nas semifinais e decide com o Brasil quem fica com o primeiro lugar no Grupo A.

 

jovens!!! Tirou de letra - A presidente Dilma Rousseff,  em compromisso de sua agenda na terça (18), falou da onda de protestos em vários pontos do País, no dia anterior. Disse a presidente: "O Brasil, hoje, acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprova a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população". 

brasi Orgulho de ser brasileiro - Dilma entende que "é bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô, juntos, com a bandeira do Brasil cantando o hino nacional dizendo com orgulho 'sou brasileiro' e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles". 

1016639_397436013707611_608454860_n Ouvir vozes - Na avaliação da presidente, deve-se louvar o "caráter pacífico" dos atos da segunda-feira, que, segundo ela, evidenciaram o "correto tratamento pela segurança pública" no que diz respeito à forma de lidar com a manifestação popular. Para Dilma, "essas vozes das ruas precisam ser ouvidas" e ultrapassam os "mecanismos tradicionais das instituições, dos partidos políticos, das entidades de classe e da própria mídia". 

casame Jovens quase maduros - Não deve ser mera coincidência que em duas das principais capitais do País, São Paulo e Rio, os governos tenham decidido baixar as tarifas de transporte público aos patamares anteriores. Esta coluna entende que toda manifestação é legítima, e que bom ver jovens à frente dos gritos nas ruas. Que esses jovens amadureçam rápido, o que vale também na condução das manifestações porque sempre se corre o risco de aproveitadores fazerem mau uso da legitimidade a duras penas conquistadas.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

18 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Bem-vindos, 'primos pobres'!

Nino Prata

17/06/2013 - Taiti (a primeira delegação a chegar) e Nigéria (atrasadinha para a competição) fizeram no Mineirão o confronto dos 'primos pobres' da Copa das Confederações diante de 20.187 pessoas, certamente curiosas para ver a quantas anda o futebol de duas seleções que não são exatamente favoritas a avançar na classificação e, muito menos, disputar a final. 

Respectivamente a 138a. e a 31a. no ranking da Fifa, a representante da Oceania e a da África são compostas de atletas que não primam exatamente pela técnica, além do que os taitianos contam apenas com um jogador profissional, Vahirua, o número 3 que é atacante, organiza as jogadas, cobra faltas, bate escanteios; já os nigerianos têm um histórico bem mais expressivo em competições dentro e fora do próprio continente, além de contar com jogadores que atuam em grandes clubes europeus. Todavia, quase não vieram ao Brasil por problemas financeiros: a federação nigeriana cortou pela metade o prêmio prometido pelo desempenho em duas partidas válidas pela classificação nas eliminatórias para a Copa do Mundo. 

Logo no início do jogo, estava claro de que lado ficava a torcida mineira: o dos mais fracos. Evidente também ficou o amadorismo do Taiti, cujo cartão de visita foi um toque de bola pra fora com a bola dominada no seu campo. A Nigéria nem precisou se esforçar muito para aplicar goleada histórica em seu currículo doméstico e também em competições da Fifa.

Foi o que se chama de 3 vira, 6 acaba. Os taitianos bem que tentaram, mas não conseguiram parar os ataques nigerianos e ainda tiveram o desgosto de contribuir com bola desviada para sua própria meta, logo no primeiro gol, aos 5 do primeiro tempo; e gol claramente contra, no segundo tempo, o quarto da Nigéria.

comemoracao-taiti_rib------ Jonathan Tehau, um dos três irmãos que integram o elenco da equipe da Oceania, foi a um só tempo herói (fez o gol histórico do Taiti, ao  escorar de cabeça com perfeição, no segundo pau, o escanteio cobrado por Vahirua, aos 9 do segundo tempo) e vilão porque foi dele a empurrada de bola pras suas próprias redes, no quarto gol da Nigéria.

Oduamadi, esse sim, se  destacou na partida pelos 3 gols marcados, o que faz dele o artilheiro, até agora, da competição. Acredito que a Nigéria, até por ter uma vinda tumultuada ao Brasil, aproveitou para fazer um treino de luxo e, às vezes, até poderia ter ampliado mais a vantagem no placar, só não o conseguindo por preciosidades de seus finalizadores.

Destaque-se que do lado africano não houve desrespeito à fragilidade do adversário, que por sua vez não apelou em nenhum momento e fez o que pôde para conseguir resultado melhor. O amadorismo do Haiti ficou evidente até mesmo na parte física, que fez a equipe ficar cansada em campo de modo a atingir o desempenho de sua própria solitária estrela. 

Arrisco-me a dizer que o representante da Oceania na competição, pelo comportamento de seus jogadores no jogo de estreia, não só conquistou a simpatia da torcida mineira mas também pode  levar o troféu fairplay. É  só lembrar a maneira como comemoraram o seu gol, em jogada bem ensaiada: a equipe reunida no gramado fez os movimentos da canoagem, esporte mais desenvolvido na ilha da Polinésia Francesa.  

Oscar_Tabarez_1500759c 'Marrentito!!!' - O técnico do Uruguai, Oscar Tabarez, desde que chegou a Recife, é só críticas à organização do evento esportivo-teste para a Copa do Mundo. Falta estrutura, falta campo para seus pupilos treinarem - na visão dele, é aquela faltura! Tá pensando que é Mourinho, é? O 'marrentito' do país vizinho tem mais é que consertar a cuca dos muchachos celestes, que tomaram um vareio dos espanhóis, não refletido no placar.

ABr160613PZB_5669HGJ Isso é que é avião - Não bastassem os altos custos dos estádios das cidades-sede dos jogos, a situação de pessoas que teriam dificuldade até de arcar com aumentos nas tarifas de transporte urbano e a demora em se locomover antes e depois das partidas por meio de linhas de metrô-ônibus, eis que a Seleção Brasileira tem à disposição aeronave de fazer inveja a delegações de Primeiro Mundo. O 'mimo' estava à disposição dos canarinhos no embarque de Brasília para Fortaleza, onde os comandados de Felipão encaram o México na quarta-feira (19). 

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Por dentro da Cafusa - Apresentada em dezembro de 2012 pelo capitão do Penta, Cafu, a bola oficial da Copa das Confederações traz no nome a mistura de três palavras que são referências da cultura nacional: carnaval, futebol e samba. O próprio "100% Jardim Irene" foi quem deu as explicações durante o sorteio dos grupos da competição. Há ligação explícita também com o termo cafuso, que significa a mistura das raças negra e indígena. Bem melhor que o apelido que arranjaram para o pobre tatu-bola, símbolo da Copa Fifa 2014.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança