Embora ela não tenha se classificado (o que foi uma pena), tem aparecido em algumas cidades da Rússia, algumas paradas de ônibus temáticas da Copa do Mundo de 2010. Claro que é uma propaganda da cerveja Carlsberg que estava atrás de uma campanha criativa. E nem é o pais do futebol. |
21 de junho de 2010
Aproveitando o clima de Copa do Mundo…
A SELEÇÃO CHEGOU A SER CAÇADA PELO ELEFANTE
Patrióticos leitores, a seleção do Dunga conseguiu neste domingo (20) um resultado que a deixa com folga na liderança do Grupo G. Venceu a Costa do Marfim por 3 a 1 (dois de Luís Fabiano, o segundo, um golaço; e 1 de Elano). De melhor no jogo, a meu ver, é que o centroavante de Dunga saiu da "lei seca", mais implacável que a dos tempos dos mafiosos nos Estados Unidos, e marcou dois belos gols, depois de seis partidas sem chegar às redes adversárias. Os jogadores estiveram mais soltos do que contra a Coréia do Norte, mesmo porque a Costa do Marfim também jogava solto, não se fechando em demasia. O árbitro francês Stephane Lannoy comprometeu a lisura do jogo, ao ser complacente com as entradas de marfinenses nas pernas dos brasileiros, algumas delas merecedoras até de cartão vermelho. Kaká, pra mim, ainda está só Ka - falta o Ká entrar em campo também. O pior é que sobrou pra ele o cartão vermelho porque já havia levado o amarelo, por falta, e ao entrar na provocação dos marfinenses, deixou o cotovelo na costela de ___, que exagerou na contusão, como se tivesse sido atingido no rosto. A baixa de Kaká só não foi pior que a de Elano, que acabara de fazer o terceiro gol brasileiro. Numa dividida de bola, no chão, foi pisado na perna direita por ___. Não havia necessidade de o marfinense deixar a chuteira cravada no brasileiro e, muito menos, de o árbitro ser tão frouxo. Maicon, no apoio pela direita, é garantia de jogada de perigo, nem tanto quanto Lúcio, que é afoito, mas se perde nas próprias pernas, quando não bate as suas nas dos adversários que vêm na captura do zagueiro-capitão. Drogba fez o dele, calmo como um elefante sem fome, ao receber cruzamento livre de marcação. Era só ele e Júlio César, e a bola morreu quietinha no canto esquerdo do brasileiro. Mesmo descontando o fato de estar contundido, o craque marfinense deixou o B de seu nome brilhar do outro lado; restaram as outras cinco letras, que formam a palavra que bem representa a arbitragem: uma droga!!! Nada disso poderia ter acontecido, mesmo porque a teia - que ficou parecendo de intrigas - que envolve pessoas de uma e outra equipe é inegável: além de o técnico Eriksson ter treinado Dunga na Fiorentina (e lá se vão 22 anos), Daniel Alves joga no Barcelona com Yaya Toure e já atuou com Zokora, Kone e Romaric no Sevilla; clube em que Luís Fabiano esteve com os mesmos colegas marfinenses. Júlio Baptista, Eboue, Gilberto Silva e Kolo Toure atuaram juntos no Arsenal durante anos. Elano e Keita jogam no Galatasaray e estiveram com Michel Bastos no Lille. Grafite, Romaric e Gervinho jogaram no Le Mans. Lances do Jogo
100% Paraguai Meu Deus, lá vêm Eslováquia e Paraguai para abrir a segunda rodada do Grupo F. Hoje é domingo, eu poderia acordar um pouco mais tarde e acompanhar a Missa de Aparecida na TV. Minha mãe na certa não aprovaria trocar missa por futebol - ainda mais que entre os eslovacos deve haver ainda muitos comunistas. Será que serei perdoado? Mas, se Deus é brasileiro, é mais um motivo para a certeza do perdão, né não, Dunga? Que eslovenos e paraguaios pelo menos jogassem futebol. A chave deles estava embolada com os dois empates na rodada inaugural, pelo mesmo placar, ou seja, todas as 4 seleções absolutamente iguais. Vladimir Weiss e Gerardo Martino escalaram equipes reforçadas no ataque, o que não deixava de ser promissor. Sestak e Roque Santa Cruz têm poder de finalização apurados, e a pátria de um deles estaria a salvo, com gols, e o futebol também. Aos 3 minutos, Santa Cruz já disse a que veio: recebeu na entrada da área, ajeitou e chutou, mesmo prensado, e a bola assustou o goleiro Mucha; nada a ver com bola (M)urcha!!! Em todo o primeiro tempo, o Paraguai foi mais time porque não tinha trabalho em sua defesa, armava as jogadas no meio e acionava seus atacantes, conseguindo ao menos faltas que representassem alguma chance de vencer a muralha eslovaca, pelo alto, mas que romper o ferrolho estava difícil. Aos 18, Riveros acrescentou a esse arsenal seu chute de longe, para boa defesa de Mucha, no chão. Foi um raro momento de defesa aberta no miolo da área eslovaca. Aos 28, Vera - o motor do time - completou lançamento curto e chutou, entre dois marcadores, com categoria, à direita do goleiro: 1 a 0. O argentino Martino conversou com Santa Cruz, na lateral do campo. Pelo jeito, queria mais da equipe e sabia ter encontrado o melhor caminho para romper de vez a retranca eslovaca. Só aos 35, uma raridade: a Eslováquia no ataque conseguiu cobrança de falta a seu favor. E já aos 38, em troca rápida de passes, Santa Cruz chutou fraco, pressionado por um zagueiro. O Paraguai variava, então, suas jogadas de ataque pela sua direita e poderia ter ido para os vestiários com o placar ampliado. O segundo tempo começou como repeteco da etapa anterior e foi assim até os acréscimos. Passados 10 minutos, a Eslováquia se tocou que time de futebol tem de contar com defesa, meio de campo e... ataque. Ficou na intenção, como ao descer pela direita com Sestak (olha ele aí, gente!), que, ousado, invadiu a área guarani e esbarrou na marcação dupla. Kozäk também se esforçou para ajudar a sua equipe a sair do 0 no placar. O jogo ganhou em movimentação, não necessariamente emoção. Quando ia pra cima. o Paraguai era mais incisivo por contar com até 4 jogadores em condições de finalizar as jogadas. Aos 17, em escanteio, a Eslováquia bem que tentou: bola da esquerda foi parar lá do outro lado, rente à lateral, e Weiss se atrapalhou todo para recuperá-la. Por pouco não catou cavaco. Aos 20, aconteceu lance claro e perigoso para Santa Cruz, quando ia pela direita e foi pego por trás na parte baixa da canela. Baixaria foi o árbitro Eddy Maillet, de Sychelles, não ter dado falta. Dois minutos depois, foi a vez de Valdez infernizar a vida de dois marcadores que, como chacais, iam nas pernas do jogador paraguaio, não na bola. A tônica da partida não mudava: paraguaios criando situações de gol, eslovacos só se defendendo e, raramente, tentando alguma coisa de positivo na frente. A Eslováquia, neste domingo, esteve ridícula - saudades da Tcheca?! Já o Paraguai esteve 100% à frente dos adversários e chegou à liderança do Grupo F, que ainda dependia do que iria acontecer, logo mais, entre Nova Zelândia e Itália. Riveros marcou o segundo paraguaio, aos 41, pela esquerda do ataque, ao acertar o chamado foguetaço em meio a 4 eslovacos. Era a conclusão de uma cobrança de fala, da esquerda, com a bola ajeitada de cabeça até chegar aos pés do meia. A jabulani foi pras redes, no alto, à esquerda de Mucha. Só nos acréscimos, alguém resolveu experimentar Villar, no gol paraguaio. O chute saiu forte e com endereço certo, mas ainda sem ter trabalhado, o goleiro desviou firme para escanteio. Estava liquidada a fatura.
Estádio que é o bicho! Nova Zelândia e Itália tinham de se virar para alcançar a vitória e, pelo menos, empatar com o Paraguai na liderança do Grupo F. O jogo, no Mbombela Stadium, em Nelspruit, teve a azzurra com a mesma formação da rodada de estréia, apenas com a ausência de Buffon, que não joga mais na Copa, e de Pirlo, em recuperação. Mas foi a Nova Zelândia que saiu pro ataque, e deu para ver claramente na telinha que as duas linhas de 4 na marcação italiana seriam a constante no jogo. Aos 4 minutos, Zambrotta levou um trompaço no escutador de ópera, mas logo se refez do atentado à música erudita. A Itália tem no lateral direito um dos mais vibrantes (epa!) jogadores: defende, apóia e ataca como poucos. Mas foi pelo seu lado que veio a surpresa neozelandesa: bola alçada na área, Cannavarro errou feio na cobertura e deixou Smelts livre para vencer Marchetti. Essa jabulani nem Buffon segurava. Abusada, a Nova Zelândia começou a tocar a bola, na sua defesa, - a Itália que viesse tomá-la. Senza perdere la pazienza, os azzurri trabalhavam a redonda com calma, estudando a melhor maneira de organizar-se para atacar. Zambrotta recebeu cartão amarelo por reclamação. Teria o tapão na orelha afetado os neurônios do lateral? Quem aplicava as duas linhas de 4 na marcação perto da área, agora, eram os neozelandeses. O italianos experimentavam de seu próprio veneno. Aos 19, Killen deixou o cotovelo na dita boca-de-estômago de Cannavarro, em disputa de bola no alto. O capitão da azzurra, no chão, custou a puxar o ar, na boa. Aos 21, Zambrotta, agora refeito dos xiliques, avançou e chutou a jabulani, com gosto, que passou perto do gol defendido por Paston. Aos 22, Chiellini experimentou também a força do braço do serial Killen, que já tinha levado amarelo. Os italianos queriam que fosse dado o segundo, mais o vermelho, para quem sabe com um jogador a mais poderem dar o troco, na bola, e empatar a peleja. A sequência de ataques italianos foi algo dramático, com Montolino, De Rossi, Iaquinta, até De Rossi sofrer pênalti de Smith, que recebeu o amarelo. Iaquinta bateu com precisão no canto esquerdo à meia altura, e o goleiro pulou pro lado direito. A insistência italiana em jogadas de ataque resultava em escanteios sucessivos, que chegariam a 13 até o final da partida. O gol de Iaquinta fez a Itália distribuir melhor as suas jogadas, ora pela esquerda ora pela direita do seu ataque, mas a insistência no jogo aéreo prevalecia sobre qualquer tentativa de um lance individual. Zambrotta continuava incansável e até chapéu deu num marcador, antes de conclui a gol, enquanto De Rossi se desculpava por tentar chutar de longe. Aí veio o segundo tempo, e o tudo ou nada seria o que cada equipe poderia fazer, para se safar de empate que não interessava a nenhuma delas. A Itália fez o possível e o impossível para ganhar o jogo e, assim, pelo menos empatar na classificação do grupo com o Paraguai. Se pudesse golear, então, melhor porque o saldo de gols, nessa altura, é fundamental. Lippi fez as suas três alterações, em clara opção pelo ataque com todas as forças disponíveis da defesa aos homens de frente, passando pelos meias. Camoranesi se destacou pelas tentativas, ao lado de De Rossi. Mas, do lado neozelandês, o que se vu também foi inconformismo com o resultado. Nada muito alentador, porém, como na subida de Bertos, pela direita, que até meia-lua aplicou em seu marcador, mas o máximo que conseguiu foi a cobrança de lateral. Ricky Herbert só fez as suas mudanças depois de Lippi ter completado as suas. Aos 17, a zaga italiana deu um presente a Zabavnik em rebote malfeito. O chute saiu à esquerda de Marchetti e, por pouco, a Itália não foi surpreendida de novo. Os neozelandeses souberam segurar o ímpeto da atual campeã do mundo, sabendo até mesmo dosar as mudanças, para colocar jogadores descansados à medida que o desgaste dos italianos aumentava. Um dos últimos lances de perigo foi de Camoranesi, que chutou de longe, obrigando Paston a espalmar com estilo. Mesmo nos acréscimos a Nova Zelândia ainda tinha uma substituição a fazer. Entrou Barron, pra barrar de vez as pretensões italianas de vitória na parida. Na rodada final, o drama continua para os azzurri, mais do que para os neozelandeses. O estádio zebrado, pelo visto, assustou os italianos diante de um time que traz no uniforme as cores da zebra, ainda mais com um raminho no escudo - só pode ser de esperança. Lippi e seus comandados insistiram em jogar nas alturas, quem sabe inspirados pelas girafas estilizadas que formam as colunas de sustentação do Mbombela. Definitivamente, esse estádio é o bicho!
Primeiro, o que é seleção Ao questionar, no sábado (19), se no Brasil o nível de conhecimento sobre futebol acompanha a evolução do esporte no mundo, Dunga falou, entre outros aspectos, que tática é uma coisa e sistema é outra coisa. E eu que não sabia e não sei distinguir bem um conceito do outro. Mas o conceito que deve vir antes de todos, convenhamos, é o de seleção, que significa escolher os melhores. Já pensou a gente ir ao sacolão, à feira, ao super ou minimercado, gastar um tempão para escolher, sei lá, laranjas, e ainda levar pra casa umas perebentas? Ninguém merece! "Técnico-editor" Assino embaixo: "Você, Dunga, é quem deve pedir desculpas" é o título da nota do editor-executivo de Lance, cuja íntegra é a seguinte: "Era só o que faltava. Dunga fecha os treinos e ainda se irrita com os jornalistas que procuram fazer o seu dever: o de informar. E se irrita ainda mais com a divulgação da mudança do time, constatada no treino por fotos publicadas ontem (19) pela LANCE!, que mostram Josué no time titular. E se não bastasse, ainda pede para a imprensa se desculpar. Desculpas por que, ô cara pálida? Por fazer o nosso trabalho? Quem deve pedir desculpas é você, Dunga, pelo péssimo futebol apresentado na estréia. E vamos deixar uma coisa bem clara: sua função é treinar a Seleção. E nossa função é informar e analisar com isenção e independência". Murro nas lamentações Antes as lamentações pela perda de Buffon e Pirlo, o técnico Marcello Lippi foi incisivo: "A pior coisa que o time pode fazer é chorar por suas ausências. Temos de acreditar, e essa confiança vai transformar-se em gols". Isso, antes da partida com a Nova Zelândia. Vai saber o que pensa agora. Descobertos, afinal O confronto Itália X Nova Zelândia, pelo menos, serviu para que eu tirasse uma dúvida de infância (não sei como não me traumatizou): Dois Bertos, irmão caçula de Hum Berto, mora na Nova Zelândia. Só pode ser o número 11 deles. E, nas horas vagas, deve criar diabos-da-tazmânia. Tá na cara! Costa larga "Deus é o único que manda nesse momento e ele não quis." Assim Eto´o procurou justificar a eliminação de Camarões da Copa. O craque camaronense, ao se dizer na maior desilusão de sua carreira, avaliou: "A aventura acaba em cinco dias com muitas lamentações, mas dei tudo o que podia das minhas pernas e do meu coração". E adiantou: "Temos que terminar de maneira digna, principalmente, para o povo camaronês, mesmo sendo difícil", referindo-se ao último compromisso da sua equipe em gramado sul-africano diante da já classificada Holanda, no dia 24. Vergonha na cara "O vestiário estava tão silencioso que seria possível ouvir um alfinete caindo no chão. Os jogadores estavam de cabeça baixa. Pareciam bastante envergonhados" (depois do empate com a Argélia). Segundo o Sunday Mirror, jornal inglês, este era o clima pós-jogo entre Rooney & Cia, visto por Pavlos Joseph, torcedor. Como Pavlos foi parar lá me intriga porque ele estaria apenas procurando um banheiro e teria sido mal orientado por um segurança, de acordo com sua entrevista ao jornal. Diante de um surpreso Beckham, Pavlos teria afirmado, "olhando nos olhos" do jogador que acompanha a delegação: "David, gastamos muito dinheiro para vir até aqui. Isto é uma vergonha. O que vocês vão fazer a respeito?". Um alerta para o Brasil, que organiza a Copa de 2014, quanto a segurança. E outro para os soldados de Dunga, sobre atitude diante de um mau resultado.
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: afp, reuters charge; camilo,pires, tiagote, junião,lézio, bira, seri |
20 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A TREMER
Nino Prata Otimistas leitores, continuem assim porque não é adversário no campo que faz os soldados do Dunga tremerem. O frio previsto para a hora do jogo contra a Costa do Marfim neste domingo (20) é que preocupa. O considerado melhor goleiro do mundo, Júlio César, revelou que quase congelou no confronto com a Coréia do Norte. Acredito que, no caso, foi mais por causa da imobilidade embaixo dos três paus, porque os norte-coreanos ameaçaram pouco a meta brazuca (expressão besta, esta: embaixo dos três paus porque dois ficam à direita e à esquerda do goleiro, um pra cada lado, e o maior fica em cima. Aliás, as traves e o travessão nem de pau são há muito tempo e, se o fossem, deveriam ser de madeira certificada.). Se todo bom time começa por um goleiro, convém tomar todos os cuidados que o clima local exige. O da temperatura meteorológica e também o clima de ter de enfrentar uma seleção que pode dar trabalho. Tem lá os Toure (Kolo e Yaya), o Eboué, o Boka, o Zokora, o Romaric, o Gervinho; o Drogba pode entrar em campo, e o técnico dos elefantes não é bobo, pelo contrário é rodado na posição em vários países – foi até treinador do Dunga quando este jogava na Fiorentina. Em certo sentido, vai ser um duelo de mestre e aluno, se é que o Dunga aprendeu alguma coisa comm o sueco Sven-Göran Eriksson, no comando dos marfinenses desde março deste ano. Eriksson é de 1948; Dunga, de 1963. O Brasil, nas Eliminatórias, venceu 9 jogos, empatou 7 e perdeu 2; Costa do Marfim venceu 8 e empatou 4, sem uma derrota nas Eliminatórias, mas fez menos jogos. Enfim, o jogo de logo mais entre as duas seleções promete. Dunga, ao que dizem, colocou Josué no time titular num de seus treinos fechados. Fechado é adjetivo que o técnico adora. Fechado lá atrás; carranca fechada; mão fechada e por aí vai. Josué tem a confiança de Dunga até em momentos de lazer (imaginem esse gaúcho se divertindo), que no caso seria uma pescaria em que os dois teriam sido vistos juntos. Até na escolha do substituto de Gilberto Silva (Dunga garantiu na coletiva de sábado que o titular joga no domingo), o treinador canarinho foi bem lá atrás. Josué é nome bíblico do Antigo Testamento, foi braço-direito de Moisés na libertação do povo hebreu do Egito. Que os dois e todos os demais companheiros nos levem à terra prometida do hexa. Laranja madura Holanda e Japão fizeram no Estádio Moses Mobhida, em Durban, a partida de abertura da segunda rodada do Grupo E. Com arbitragem do argentino Hector Baldani, os laranjas em campo são sempre garantia de jogo bonito – se não for no gramado, pelo menos na torcida. Neste jogo, a equipe de Bert van Marwijk confirmou que a laranja está madura. Aliás, lembro que duas torcedoras que estiveram no primeiro jogo da Holanda, em um grupo que dizem ser de modelos, revelaram que sofreram maus-tratos ao ser detidas e depois expulsas, não sei se do estádio (em que teriam entrado por favorecimento) ou mesmo do pais. O motivo da expulsão é que faziam propaganda uma marca de cerveja que não está no cardápio da Fifa. Football, cada vez mais business. Deixem as moças em paz que a alegria do futebol agradece! A seleção japonesa, que não brinca em serviço ( haja vista a voadora de Panaca em Drogba, em amistoso, que quase tira o craque marfinense da Copa), fez falta logo na saída de bola holandesa. O argentino iria ter trabalho e, por isso, tratou de pedir calma aos jogadores. Os holandeses também não amaciaram nas dividias. Von Bommel-De Jong-Van Persie-Kuyt, pela esquerda; Von Bommel-Heitinga-Sneijder, pela direita, trocavam passes precisos e pra frente, em jogadas de ataque que renderam escanteio logo as 4 minutos. Até onde resistiria a disciplina tática nipônica? O desenho da partida não saiu muito desse roteiro. Esta seleção holandesa me lembra a de 1974, não apenas na camisa, que tem tudo a ver com a do Carrossel de Rinus Mitchell. Chegou à impressionante marca de 83% de posse de bola no confronto deste sábado (19), e a torcida começou a hollandesa cedo. A implacável marcação japonesa foi-se ajeitando e proporcionou alguns contra-ataques sem maior perigo porque a Holanda se fechava bem, ainda que com menos jogadores atrás, comparados com o número de kamikases na área do outro lado. Faltas sucediam-se par a par, algumas feias, como a trombada de Van der Wiel para conter a arrancada de Matsui. Bom esse meia japonês, que sempre cria condições de ataque. Quando o jogo estava numa daquelas de compadre, meio que sonolento para assiste pela TV, ainda mais pelo zumbido das vuvuzelas , o árbitro soube entender a situação do telespectador e terminou o primeiro tempo. Os dois técnicos queriam a vitória e partiram para as mudanças no segundo tempo. Não entendi a saída de Matsui para a entrada de Nakamura (mas este é “o cara”, segundo um Guia especializado da Copa; não Okara, um bom nome pra zagueiro). Na verdade, o que imagino é que os dois juntos dariam mais trabalho à marcação laranja. O Japão teve o seu momento de pressão sobre os adversários, quando todo o time holandês voltava para marcar, bem ao estilo da Laranja Mecânica. Mas assim como aquela, esta laranja de agora preparou bem o bote fatal. Aos 28, Sneijder chutou forte, de fora da área, para vencer o bom goleiro Kawashima, que ainda tocou na bola; a área japonesa estava congestionada, como sempre, e a jabulani foi ajeitada para o disparo enviezado. No minuto seguinte, Sneijder retribuiu o passe precioso e lançou Van Persie, que preferiu cruzar; se tivesse chutado a gol, sei não... O Japão teve a sua melhor chance de empatar aos 44, quando Okazaki, que havia entrado no lugar de Hasebe, recebeu passe de cabeça de Tanaka, a bola passou com perigo à direita da meta de Stekelenburg. Durante os 3 minutos de acréscimo, a pressão japonesa foi digna das incursões de seus aviões na Segunda Guerra, nada, porém, que tirasse a Holanda do sério. Com esta vitória, os laranjas garantiram a passagem para as oitavas e ainda chegaram à invencibilidade de 21 jogos. Bom resultado. Bela torcida. “Leão ferido” não come canguru Gana e Austrália fecharam a segunda rodada do Grupo D, no Royal Bafokeng Stadium, em Rustemburgo, num jogo em que os australianos precisariam se impor porque vinham de goleada com a Alemanha e ainda precisam encarar a Sérvia no último jogo da chave. Gana pelo menos venceu o seu primeiro confronto O gaúcho Simon foi o quarto árbitro da partida, apitada pelo italiano Roberto Rosetti. Os australianos foram com tudo ao ataque e já pediram pênalti aos 2 minutos, corretamente não marcado. Se quisessem ganhar no grito, saibam que italiano é bom de garganta e gesticula praca. Aos 7, porém, houve pênalti não marcado, talvez de birra, vai saber. Um minuto depois, Gana conseguiu seu primeiro escanteio. Os dois times davam a tônica do jogo porque ninguém queria perder a chance de melhorar a própria situação na tabela. Aos 11, em cobrança de falta, Bresciano mandou o famoso canudo, o goleirão bateu roupa, e Holman entrou com tudo para marcar, tocando sobre Kingson, que ainda tocou na bola. Gana deu o troco, conseguindo sucessivos escanteios. Aos 23, Ayew enganou bonito dois marcadores, perto da linha de fundo, entrou na área pela direita e cruzou para chute com endereço certo; Kewell tirou com o braço, na risca do gol: pênalti e expulsão do meia-atacante, que saiu de campo inconformado. Gyan cobrou aos 25, colocando a jabulani, certinho, no canto esquerdo de Schwarzer, caído pro outro lado. O atacante ganense, que marcou seu segundo gol na competição, sintetiza o espírito de luta dessa seleção africana: “...o povo de Gana está esperando muito da seleção. É por isso que jogamos como leões feridos”. Com um jogador a menos e a pressão de Gana, a situação da Austrália se complicou. Até terminar o primeiro tempo, só deu o time africano no ataque. Não sei se para quebrar o galho dos cangurus (pernetas a essa altura), o italiano encerrou o jogo antes dos 45. A torcida vaiou, não sei se a Austrália ou o juiz. Os australianos teriam muito o que conversar nos vestiários. Um dos resultados, pelo jeito, foi que o time teria de ser mais agressivo. Mas foram os ganenses que sempre tomaram a iniciativa de chegar ao gol desempate. Viraram franco-atiradores, sobretudo passado o primeiro quarto do segundo tempo, com chutes de média e longa distâncias. O jogo não foi, porém, de um time só. A Austrália fez substituições-suicida colocando atacantes e chegou a criar situações de virar o placar também. No duelo do canguru com o “leão ferido”, a fera estava em seu habitat, mas não abateu por completo a presa. O empate foi pior para os australianos, que estão com apenas 1 ponto na chave. A última rodada deve ser eletrizante. Camarão à moda viking Camarões e Dinamarca entraram no Lotus Versfeld Stadium, em Pretória, para fazer o chamado jogo da morte para suas pretensões de se manter com chances de passar à próxima fase da competição. Sem vencer no Grupo, na primeira rodada, as duas equipes viviam situações internas diferentes: ambiente conturbado entre os camaronenses, com críticas abertas ao técnico Paul Le Guen por não saber escalar o time africano, tirando de cada jogador o que teria de melhor para o grupo, em contraste com a tranqüilidade dos dinamarqueses. Talvez tranqüilos em demasia, os vikings se atrapalharam, aos 9 minutos, numa saída de bola – e esta foi apenas a primeira na partida -, justamente perto de Eto´o. O atacante agradeceu o presente e matou Sorensen com um tiro rasteiro. Justo o goleiro, que havia sido o porta-voz nórdico ao afirmar que o espírito lá entre eles era maravilhoso e uma derrota (2 a 0 para a Holanda) não iria jogá-los para baixo. A estrela do time africano começou a brilhar, e os camaronenses foram mais objetivos nos 20 minutos iniciais, sem descuidar, porém, do sistema defensivo. Mesmo porque a Dinamarca procurou imprimir mais velocidade no jogo para superar o abatimento pelo gol sofrido infantilmente. A força e disciplina tática dos vikings encaravam o talento de Eto´o, que sempre pode desequilibrar uma partida a favor de seus companheiros. O brilho do camaronense foi, porém, superado pelo de um de seus adversários. Camarões pecavam por falta de objetividade nas conclusões, e aos 32, num contra-ataque mortal. Rommedahl deixou Brendtner livre para vencer Hamidou num chute rasteiro. O jogo passou a concentrar-se no meio de campo, e quem fosse mais bem-sucedido num lançamento ou numa tabela pra frente poderia desempatá-lo. Mas foi em dois contra-ataques que vieram chances de gol, uma para cada time. Aos 41, a zaga camaronense salvou gol certo, depois de Rommedahl deixar seu marcador no chão, em drible desconcertante, e servir quem vinha de trás para o chute, que parou num rebote. Aos 42, porém, se o meia dinamarquês ofuscava o brilho de Eto´o, a zaga fazia outra pixotada complicando a vida de Sorensen no gol. O empate, além de não ajudar nem Camarões nem Dinamarca, ficaria de bom tamanho para Japão e, mais ainda, Holanda. A equipe camaronense foi dona das melhores jogadas de ataque nos instantes iniciais da segunda etapa, conseguindo escanteios sucessivos e obrigando o goleiro dinamarquês a se desdobrar nas defesas, enquanto a Dinamarca quando ia pra frente era parada com faltas, algumas perigosas e desperdiçadas em cobranças equivocadas. Webo desperdiçou duas chances preciosas dos africanos, numa delas chutando a jabulani pra lua e em outra concluindo, mascado, nas mãos de Sorensen. Rommedahl – sempre ele, na partida – foi mais eficaz, ao virar o placar a favor dos vikings aos 15, em rápido contra-ataque, em resposta aos vacilos de Webo. O meia nórdico entrou na área pela direita e chutou, de pé trocado, no canto direito de Hamidou, que nada pode fazer. Belo gol em partida disputadíssima, não necessariamente bonita, mas dramática. Camarões ainda colocaram Idrissou, mais um atacante, porém seus jogadores erravam demais nas finalizações. A Dinamarca se fechava e mantinha o perigo de gol a favor apenas nos contra-ataques. Se Eto´o deixou a desejar com seu talento, todavia cobrar apenas de um jogador a salvação da pátria seria o mesmo que escalar Ronaldinho Gaúcho no Ibis e exigir do jogador milanista que levasse o pior time do mundo a ganhar o Mundial Interclubes. Pena que na Copa realizada na África, Camarões seja o primeiro do continente a dar adeus à competição, além de África do Sul e Gana estarem com suas chances de passar às oitavas limitadíssimas. Que os marfinenses não queiram vingar-se na gente, logo mais.
Frases da Copa
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: AFP charge; aroeira, cicero, bessinha |
19 de junho de 2010
No futuro vai ser assim…
Já se perguntou como será o futebol em 2020? Orange Future of Football, fez um relatório em conjunto com a Future Laboratory, prevendo mudanças revolucionárias, tanto no campo como para torcedores nas arquibancadas, salas e bares em todo o mundo.
A holografia, bandeirinhas robotizados, monitores de TV em assentos nos estádios, são alguns dos avanços tecnológicos que estão por vir. Robôs poderão substituir bandeirinhas nos campos de futebol em 2020, diz o amplo estudo sobre o impacto da tecnologia no futebol, publicado nesta semana em Londres. |
via: orange