Nino Prata Fiéis leitores, a seis dias da estréia do Brasil contra a enigmática Coréia do Norte, eis que o lado mais sinistro do general Dunga desaba sobre Robinho, soldado até agora bom na artilharia. Não morro de amores por Robinho, fora das quatro linhas, ainda mais depois que ele disse, em entrevista de capa ao Lance, que corinthiano é muito chato. Isso foi há algum tempo, acho que ainda tentava fazer carreira na Europa. Imagina o que, a essa altura, o camisa 11 de Dunga deve estar a pensar do seu comandante. Mas a repreensão de Dunga ao jogador, só porque ele falou com um jornalista no dia de folga do elenco, é medida de força descabida. Ainda bem que o autoritarismo de Dunga não apaga o brilho da Copa. A África do Sul está em festa, acredito que só superada pela que se fez na queda do apartheid. A vuvunzelada, promovida no centro de Joanesburgo, com o desfile do selecionado de Parreira - um dia antes da Celebração do Futebol, como se chamou a abertura oficial da Copa, num show multicolorido e multimusical -, é digna dos momentos em que se comemora a conquista do título. O país de Mandela, a partir de agora, no dizer de Parreira, é também o país do futebol, e desde já a África do Sul é campeã pelo que já conquistou nesses dias. Problemas, há; mas há muito brilho, muita alegria nas avenidas, ruas, becos e favelas. E há o brilho de estádios, como o Soccer City Stadium (para 88,4 mil pessoas), palco da partida de abertura na sexta (11), entre África do Sul e México. Que me perdoem os vizinhos da América do Norte, mas cravo vitória dos Bafana Bafana. No outro jogo do dia, aposto em empate de Uruguai e França. Mas são apenas palpites. Depois vão me cobrar mesmo... CURTAS Ponto alto, para mim, na festa de abertura da Copa, foi a presença do arcebispo anglicano Desmond Tutu, Nobel da Paz, paramentado de verde-amarelo, cores da Seleção da África do Sul, em meio aos shows que sacudiram a galera. As palavras dele incendeiam mais do que os rebolados de Shakyra. Porque vão fundo ao coração. Sinto uma ausência nessa celebração. Será que convidaram Peter Gabriel para se apresentar, será que ele não achou espaço na agenda? Estranho, para quem fez pungente canção em memória de um dos mais bravos combatentes do apartheid, Steve Biko, morto pelo regime racista. Quem é rei nunca perde a majestade, seja no vôo para a África do Sul seja no evento com crianças, já no país-sede da Copa, Pelé é assediado por onde passa e atende a todos com atenção que não se vê em muito jogador de futebol que se acha a quintessência do esporte. O rei do futebol e atleta do século (passado), em encontro com estudantes sul-africanos em Joanesburgo, defendeu o investimento na formação de crianças e afirmou que a Copa do Mundo trará benefícios duradouros para a África do Sul. Para ele, “o fato de trazer a Copa para a África do Sul traz também toda a atenção do mundo para cá e investimentos de todo o mundo”, afirmou durante entrevista coletiva. Para Pelé, a Fifa acertou ao escolher como sede do Mundial um país do continente africano: porque muitos dos principais jogadores de futebol da atualidade vêm da África e por acreditar que o mundo como um todo deve colaborar para o desenvolvimento de regiões mais pobres. Chief Mandela, neto de Nelson Mandela, durante o evento, agradeceu a presença de Pelé na Copa e aproveitou para falar sobre um dos maiores avanços que o torneio traz país: a união da população e do Continente Africano. “Precisamos mostrar a África do Sul como um país. Não só o nosso país, todo nosso continente”, afirmou ele. “Esta é uma oportunidade para a África resolver conflitos que sempre separaram o seu povo.” As informações são da Agência Brasil. Pesquisa encomendada pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) revelou que 82% dos torcedores brasileiros irão assistir aos jogos em casa, dos quais 16% vão gastar com decoração verde e amarela e comprar aparelhos eletrônicos novos. O restante dos torcedores pretende assistir aos jogos em bares e restaurantes. Se projetarmos para o restante do país, os números não devem ser muito diferentes... O Brasil entra na Copa com 14 estreantes no elenco, salvo engano do colunista; na Coréia do Norte todos são estreantes. Isso é o que se pode chamar de jogo de estréia, hem?! Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: ebc |
10 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A CENSURAR ROBINHO
Bacana - Jornal Visual: uma referência para a comunidade de surdos.
A TV Brasil produz há algum tempo um informativo destinado a comunidade dos surdos, estimada em mais de 5 milhões de pessoas. É apresentado diariamente por Claudia Jacob e David Tapajós, produzido por Rosa Harlet e Jhonatas Narciso. Uma batalha nobre dos intérpretes de Libras que merece registro. via: tv brasil,seu guara |
Quem pode tirar essa dúvida?
via: tabela periódica
Cinema e futebol…
Bando e a Bola de Ouro (1993 – 90 min) Menino de pequena aldeia na Guiné sonha em ser uma estrela de futebol. Porém, um acidente causado por um chute errado na bola que havia ganho é o estopim para uma longa odisséia do garoto pelo país, quando seu talento será descoberto em meio a muitas confusões. Produção: Guiné. Direção: Cheik Doukouré. - Apoio cultural do Goethe-Institute São Paulo. Os Onze Diabos (1927 – 98 min) Filme mudo, apresenta o torneiro Tommy, goleiro do clube operário Linda, que recebe uma proposta para jogar no International, clube da elite. O que ele não sabia é que, por causa de um troféu oferecido por um jornal de esportes, ele enfrentaria justamente seus velhos amigos. Produção: Alemanha. Direção: Zoltán Korda. - Apoio cultural do Goethe-Institute São Paulo. via: Goethe-Institute |
Filme integrante do ciclo Futebol (e) Arte, uma seleção de produções que possuem o futebol como tema, com apoio cultural do Goethe-Institute São Paulo.
9 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A FAVORITA DE MESTRES
Nino Prata Palavra de mestre não volta atrás e pesa mais que a de outros pobres mortais. Franz Beckenbauer, o Kaiser, campeão mundial como jogador em 1974 e como técnico em 1990, é um desses mestres. Numa entrevista, há tempos, revelou que quase desistiu de jogar futebol quando, certa vez, viu Pelé em campo. Os dois deviam ser, então, jovenzinhos. Ainda bem que Beckenbauer comprovou ser alemão mesmo; estes não desistem nunca em campo. Podem jogar até prorrogação com a disciplina tática de sempre e... chutam de longe. O Kaiser disse em Joanesburgo, em entrevista ao Diário de S. Paulo, que o Brasil "é uma seleção muito forte, como mostram os resultados. Dunga faz um bom trabalho, e os jogadores têm um espírito de competição aguçado. Certamente o Brasil entra como favorito". Não sem lembrar que a Espanha também leva jeito, e a Alemanha vai ter de ralar mais. Zico e Cruyff também estão por lá. Um trio de mestres que parece ter combinado o que falar - imagina esses três juntos num time! Para o Galinho, o selecionado canarinho "é um time muito forte e com grandes chances de ser campeão". Já o craque holandês, embora mais comedido, nos coloca lá: "Há uma inversão de papéis: os brasileiros jogam hoje à maneira europeia, e os espanhóis exibem um estilo técnico. Ambos são fortes". Chama atenção na declaração dessa santíssima trindade ludopedista o uso do mesmo adjetivo para se referir aos soldados de Dunga: FORTES. Tomara que seja o suficiente! E dois deles citam também a Espanha como candidatíssima ao título. Tomara que queimem a língua! Eu, que não sou mestre nem nada - sou apenas imortal, como dizia Plínio Marcos, por não ter onde cair morto -, já deixo claro antes que me perguntem: se não der Brasil, que dê Holanda, que há tempos merece vencer uma Copa, e a meu ver é a única seleção que apresentou algo revolucionário no futebol que jogava em 1974, em que - à exceção do goleiro - ninguém guardava posição. E todos se saíam bem... De mestres do gramado a um mestre da mídia, lembro que neste ano de Copa nos deixou mestre Armando Nogueira, reconhecido nesta categoria por colegas e por atletas, técnicos e um número diversificado de pessoas de outras áreas. Às vésperas da Copa de 2006, Fiori Gigliotti, que já se preparava para cobri-la com a mestria de sempre, viajou fora do combinado; durante a competição, o humor brasileiro perdeu Bussunda. Esta coluna, mais que um aquecimento final para o início dos jogos, faz aqui reverência a mestres como os citados que ensinam sobre o futebol e a vida. CURTAS
Sobre Nilton Santos: "Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto! Eras um só, Nílton Santos". E sobre Zico: "A bola é uma flor que nasce nos pés de Zico, com cheiro de gol". Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br |