20 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A TREMER
Nino Prata Otimistas leitores, continuem assim porque não é adversário no campo que faz os soldados do Dunga tremerem. O frio previsto para a hora do jogo contra a Costa do Marfim neste domingo (20) é que preocupa. O considerado melhor goleiro do mundo, Júlio César, revelou que quase congelou no confronto com a Coréia do Norte. Acredito que, no caso, foi mais por causa da imobilidade embaixo dos três paus, porque os norte-coreanos ameaçaram pouco a meta brazuca (expressão besta, esta: embaixo dos três paus porque dois ficam à direita e à esquerda do goleiro, um pra cada lado, e o maior fica em cima. Aliás, as traves e o travessão nem de pau são há muito tempo e, se o fossem, deveriam ser de madeira certificada.). Se todo bom time começa por um goleiro, convém tomar todos os cuidados que o clima local exige. O da temperatura meteorológica e também o clima de ter de enfrentar uma seleção que pode dar trabalho. Tem lá os Toure (Kolo e Yaya), o Eboué, o Boka, o Zokora, o Romaric, o Gervinho; o Drogba pode entrar em campo, e o técnico dos elefantes não é bobo, pelo contrário é rodado na posição em vários países – foi até treinador do Dunga quando este jogava na Fiorentina. Em certo sentido, vai ser um duelo de mestre e aluno, se é que o Dunga aprendeu alguma coisa comm o sueco Sven-Göran Eriksson, no comando dos marfinenses desde março deste ano. Eriksson é de 1948; Dunga, de 1963. O Brasil, nas Eliminatórias, venceu 9 jogos, empatou 7 e perdeu 2; Costa do Marfim venceu 8 e empatou 4, sem uma derrota nas Eliminatórias, mas fez menos jogos. Enfim, o jogo de logo mais entre as duas seleções promete. Dunga, ao que dizem, colocou Josué no time titular num de seus treinos fechados. Fechado é adjetivo que o técnico adora. Fechado lá atrás; carranca fechada; mão fechada e por aí vai. Josué tem a confiança de Dunga até em momentos de lazer (imaginem esse gaúcho se divertindo), que no caso seria uma pescaria em que os dois teriam sido vistos juntos. Até na escolha do substituto de Gilberto Silva (Dunga garantiu na coletiva de sábado que o titular joga no domingo), o treinador canarinho foi bem lá atrás. Josué é nome bíblico do Antigo Testamento, foi braço-direito de Moisés na libertação do povo hebreu do Egito. Que os dois e todos os demais companheiros nos levem à terra prometida do hexa. Laranja madura Holanda e Japão fizeram no Estádio Moses Mobhida, em Durban, a partida de abertura da segunda rodada do Grupo E. Com arbitragem do argentino Hector Baldani, os laranjas em campo são sempre garantia de jogo bonito – se não for no gramado, pelo menos na torcida. Neste jogo, a equipe de Bert van Marwijk confirmou que a laranja está madura. Aliás, lembro que duas torcedoras que estiveram no primeiro jogo da Holanda, em um grupo que dizem ser de modelos, revelaram que sofreram maus-tratos ao ser detidas e depois expulsas, não sei se do estádio (em que teriam entrado por favorecimento) ou mesmo do pais. O motivo da expulsão é que faziam propaganda uma marca de cerveja que não está no cardápio da Fifa. Football, cada vez mais business. Deixem as moças em paz que a alegria do futebol agradece! A seleção japonesa, que não brinca em serviço ( haja vista a voadora de Panaca em Drogba, em amistoso, que quase tira o craque marfinense da Copa), fez falta logo na saída de bola holandesa. O argentino iria ter trabalho e, por isso, tratou de pedir calma aos jogadores. Os holandeses também não amaciaram nas dividias. Von Bommel-De Jong-Van Persie-Kuyt, pela esquerda; Von Bommel-Heitinga-Sneijder, pela direita, trocavam passes precisos e pra frente, em jogadas de ataque que renderam escanteio logo as 4 minutos. Até onde resistiria a disciplina tática nipônica? O desenho da partida não saiu muito desse roteiro. Esta seleção holandesa me lembra a de 1974, não apenas na camisa, que tem tudo a ver com a do Carrossel de Rinus Mitchell. Chegou à impressionante marca de 83% de posse de bola no confronto deste sábado (19), e a torcida começou a hollandesa cedo. A implacável marcação japonesa foi-se ajeitando e proporcionou alguns contra-ataques sem maior perigo porque a Holanda se fechava bem, ainda que com menos jogadores atrás, comparados com o número de kamikases na área do outro lado. Faltas sucediam-se par a par, algumas feias, como a trombada de Van der Wiel para conter a arrancada de Matsui. Bom esse meia japonês, que sempre cria condições de ataque. Quando o jogo estava numa daquelas de compadre, meio que sonolento para assiste pela TV, ainda mais pelo zumbido das vuvuzelas , o árbitro soube entender a situação do telespectador e terminou o primeiro tempo. Os dois técnicos queriam a vitória e partiram para as mudanças no segundo tempo. Não entendi a saída de Matsui para a entrada de Nakamura (mas este é “o cara”, segundo um Guia especializado da Copa; não Okara, um bom nome pra zagueiro). Na verdade, o que imagino é que os dois juntos dariam mais trabalho à marcação laranja. O Japão teve o seu momento de pressão sobre os adversários, quando todo o time holandês voltava para marcar, bem ao estilo da Laranja Mecânica. Mas assim como aquela, esta laranja de agora preparou bem o bote fatal. Aos 28, Sneijder chutou forte, de fora da área, para vencer o bom goleiro Kawashima, que ainda tocou na bola; a área japonesa estava congestionada, como sempre, e a jabulani foi ajeitada para o disparo enviezado. No minuto seguinte, Sneijder retribuiu o passe precioso e lançou Van Persie, que preferiu cruzar; se tivesse chutado a gol, sei não... O Japão teve a sua melhor chance de empatar aos 44, quando Okazaki, que havia entrado no lugar de Hasebe, recebeu passe de cabeça de Tanaka, a bola passou com perigo à direita da meta de Stekelenburg. Durante os 3 minutos de acréscimo, a pressão japonesa foi digna das incursões de seus aviões na Segunda Guerra, nada, porém, que tirasse a Holanda do sério. Com esta vitória, os laranjas garantiram a passagem para as oitavas e ainda chegaram à invencibilidade de 21 jogos. Bom resultado. Bela torcida. “Leão ferido” não come canguru Gana e Austrália fecharam a segunda rodada do Grupo D, no Royal Bafokeng Stadium, em Rustemburgo, num jogo em que os australianos precisariam se impor porque vinham de goleada com a Alemanha e ainda precisam encarar a Sérvia no último jogo da chave. Gana pelo menos venceu o seu primeiro confronto O gaúcho Simon foi o quarto árbitro da partida, apitada pelo italiano Roberto Rosetti. Os australianos foram com tudo ao ataque e já pediram pênalti aos 2 minutos, corretamente não marcado. Se quisessem ganhar no grito, saibam que italiano é bom de garganta e gesticula praca. Aos 7, porém, houve pênalti não marcado, talvez de birra, vai saber. Um minuto depois, Gana conseguiu seu primeiro escanteio. Os dois times davam a tônica do jogo porque ninguém queria perder a chance de melhorar a própria situação na tabela. Aos 11, em cobrança de falta, Bresciano mandou o famoso canudo, o goleirão bateu roupa, e Holman entrou com tudo para marcar, tocando sobre Kingson, que ainda tocou na bola. Gana deu o troco, conseguindo sucessivos escanteios. Aos 23, Ayew enganou bonito dois marcadores, perto da linha de fundo, entrou na área pela direita e cruzou para chute com endereço certo; Kewell tirou com o braço, na risca do gol: pênalti e expulsão do meia-atacante, que saiu de campo inconformado. Gyan cobrou aos 25, colocando a jabulani, certinho, no canto esquerdo de Schwarzer, caído pro outro lado. O atacante ganense, que marcou seu segundo gol na competição, sintetiza o espírito de luta dessa seleção africana: “...o povo de Gana está esperando muito da seleção. É por isso que jogamos como leões feridos”. Com um jogador a menos e a pressão de Gana, a situação da Austrália se complicou. Até terminar o primeiro tempo, só deu o time africano no ataque. Não sei se para quebrar o galho dos cangurus (pernetas a essa altura), o italiano encerrou o jogo antes dos 45. A torcida vaiou, não sei se a Austrália ou o juiz. Os australianos teriam muito o que conversar nos vestiários. Um dos resultados, pelo jeito, foi que o time teria de ser mais agressivo. Mas foram os ganenses que sempre tomaram a iniciativa de chegar ao gol desempate. Viraram franco-atiradores, sobretudo passado o primeiro quarto do segundo tempo, com chutes de média e longa distâncias. O jogo não foi, porém, de um time só. A Austrália fez substituições-suicida colocando atacantes e chegou a criar situações de virar o placar também. No duelo do canguru com o “leão ferido”, a fera estava em seu habitat, mas não abateu por completo a presa. O empate foi pior para os australianos, que estão com apenas 1 ponto na chave. A última rodada deve ser eletrizante. Camarão à moda viking Camarões e Dinamarca entraram no Lotus Versfeld Stadium, em Pretória, para fazer o chamado jogo da morte para suas pretensões de se manter com chances de passar à próxima fase da competição. Sem vencer no Grupo, na primeira rodada, as duas equipes viviam situações internas diferentes: ambiente conturbado entre os camaronenses, com críticas abertas ao técnico Paul Le Guen por não saber escalar o time africano, tirando de cada jogador o que teria de melhor para o grupo, em contraste com a tranqüilidade dos dinamarqueses. Talvez tranqüilos em demasia, os vikings se atrapalharam, aos 9 minutos, numa saída de bola – e esta foi apenas a primeira na partida -, justamente perto de Eto´o. O atacante agradeceu o presente e matou Sorensen com um tiro rasteiro. Justo o goleiro, que havia sido o porta-voz nórdico ao afirmar que o espírito lá entre eles era maravilhoso e uma derrota (2 a 0 para a Holanda) não iria jogá-los para baixo. A estrela do time africano começou a brilhar, e os camaronenses foram mais objetivos nos 20 minutos iniciais, sem descuidar, porém, do sistema defensivo. Mesmo porque a Dinamarca procurou imprimir mais velocidade no jogo para superar o abatimento pelo gol sofrido infantilmente. A força e disciplina tática dos vikings encaravam o talento de Eto´o, que sempre pode desequilibrar uma partida a favor de seus companheiros. O brilho do camaronense foi, porém, superado pelo de um de seus adversários. Camarões pecavam por falta de objetividade nas conclusões, e aos 32, num contra-ataque mortal. Rommedahl deixou Brendtner livre para vencer Hamidou num chute rasteiro. O jogo passou a concentrar-se no meio de campo, e quem fosse mais bem-sucedido num lançamento ou numa tabela pra frente poderia desempatá-lo. Mas foi em dois contra-ataques que vieram chances de gol, uma para cada time. Aos 41, a zaga camaronense salvou gol certo, depois de Rommedahl deixar seu marcador no chão, em drible desconcertante, e servir quem vinha de trás para o chute, que parou num rebote. Aos 42, porém, se o meia dinamarquês ofuscava o brilho de Eto´o, a zaga fazia outra pixotada complicando a vida de Sorensen no gol. O empate, além de não ajudar nem Camarões nem Dinamarca, ficaria de bom tamanho para Japão e, mais ainda, Holanda. A equipe camaronense foi dona das melhores jogadas de ataque nos instantes iniciais da segunda etapa, conseguindo escanteios sucessivos e obrigando o goleiro dinamarquês a se desdobrar nas defesas, enquanto a Dinamarca quando ia pra frente era parada com faltas, algumas perigosas e desperdiçadas em cobranças equivocadas. Webo desperdiçou duas chances preciosas dos africanos, numa delas chutando a jabulani pra lua e em outra concluindo, mascado, nas mãos de Sorensen. Rommedahl – sempre ele, na partida – foi mais eficaz, ao virar o placar a favor dos vikings aos 15, em rápido contra-ataque, em resposta aos vacilos de Webo. O meia nórdico entrou na área pela direita e chutou, de pé trocado, no canto direito de Hamidou, que nada pode fazer. Belo gol em partida disputadíssima, não necessariamente bonita, mas dramática. Camarões ainda colocaram Idrissou, mais um atacante, porém seus jogadores erravam demais nas finalizações. A Dinamarca se fechava e mantinha o perigo de gol a favor apenas nos contra-ataques. Se Eto´o deixou a desejar com seu talento, todavia cobrar apenas de um jogador a salvação da pátria seria o mesmo que escalar Ronaldinho Gaúcho no Ibis e exigir do jogador milanista que levasse o pior time do mundo a ganhar o Mundial Interclubes. Pena que na Copa realizada na África, Camarões seja o primeiro do continente a dar adeus à competição, além de África do Sul e Gana estarem com suas chances de passar às oitavas limitadíssimas. Que os marfinenses não queiram vingar-se na gente, logo mais.
Frases da Copa
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: AFP charge; aroeira, cicero, bessinha |
19 de junho de 2010
No futuro vai ser assim…
Já se perguntou como será o futebol em 2020? Orange Future of Football, fez um relatório em conjunto com a Future Laboratory, prevendo mudanças revolucionárias, tanto no campo como para torcedores nas arquibancadas, salas e bares em todo o mundo.
A holografia, bandeirinhas robotizados, monitores de TV em assentos nos estádios, são alguns dos avanços tecnológicos que estão por vir. Robôs poderão substituir bandeirinhas nos campos de futebol em 2020, diz o amplo estudo sobre o impacto da tecnologia no futebol, publicado nesta semana em Londres. |
via: orange
18 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A SE PREOCUPAR
Nacionalistas leitores, se a Copa do Mundo Fifa terminasse hoje (18 de junho), o Brasil estaria sem chance de chegar ao hexa e ainda teria de aguentar os hermanos à frente na artilharia da competição: o argentino Higuaín, com 3, e de quebra o uruguaio Forlán, com 2. E aquele monte de jogadores com 1 golzinho só, fora o restante que nem gol faz. Não sei por que foram para lá. Mas que coisa mais idiota, não é mesmo? Tá na cara que a Copa não acaba hoje nem amanhã nem no domingo nem no fim do mês (o que sempre esmilingue antes de o mês acabar é o salário); vai até 11 de julho, perto da data em que se comemora a queda da bastilha. Neste ano, a bastilha, digo, a fortaleza da França caiu antes - benfeito! Os soldados de Dunga continuam lá, aquartelados, fizeram joguinho-treino com uns garotos sul-africanos para os reservas, preparando-se para ver se derrubam a bastilha dos Côte d´Ivoire - lembra alguma coisa?! Vai que os afro-franceses queiram se vingar na gente do que os representantes da matriz não foram capazes ante a turba mexicana. Mas vamos ao que interessa. Vamos não; eles vão ao que lhes interessa: bicho de R$ 750 mil pra cada um se conquistarem o título. Afinal, os soldados de Dunga têm com o que se preocupar. Caneco caro esse, não!
Água na chopas... Alemanha e Sérvia fizeram o jogo mais dramático da Copa até agora - dramático para os alemães, claro, que perderam por 1 a 0, levaram uma sacola de cartões amarelos na bagagem e um vermelho para Klose. Se não bastasse, Podolski perdeu pênalti, defendido por Stojkovic.Nem a blitzkrieg alemã foi suficiente para romper a muralha sérvia, que mais se consolidava quando o tempo de jogo ia pros estertores. Os sérvios também sentiram um pouco o drama de ver Stankovic baqueado - mas aí já estava para terminar a batalha em Porto Elizabeth. O camisa 10 participou de três Copas por três países diferentes: Iugoslávia, na França, em 1998; Sérvia e Montenegro, em 2006, na Alemanha; e, agora, na África do Sul, Sérvia. A mesma de onde veio Petkovic. Tinha razão o jogador do Flamengo em dizer, em entrevista ao Lance, que a Alemanha não é melhor do que a Sérvia. Boca santa esse Pet, hem?! A partida, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth, válida pelo Grupo D, começou equilibrada e, até os 20 minutos iniciais, até nos cartões os dois times se igualavam. O juiz espanhol Alberto Undiano foi pródigo na distribuição deles, mas afrouxou no segundo tempo. Quem não afrouxou a marcação foi a Sérvia, e a Alemanha por sua vez foi para o tudo ou nada, privilegiando nas substituições colocar atacantes (Cacau e Mario Gomez) para ver se o poder de fogo alemão funcionaria. Mas nada disso aconteceu. O gol sérvio foi numa daquelas jogadas bem tramadas, aos 37 do primeiro tempo: Jovanovic ficou livre, na pequena área, para colocar de leve a bola pra dentro, depois de a jabulani ter vindo da direita, para o grandalhão Zigic, de 2m02, ajeitar de cabeça, por trás da zaga, no segundo pau. Isso logo depois da expulsão de Klose, que tomou o segundo cartão amarelo. A Alemanha foi pro vinagre e seu futebol também, melhor dizendo: botaram água na chopas! das chucrutas! Com os 10 minutos que restavam e mais todos os 45 e tantos do segundo tempo, acreditava que a famosa disciplina tática e persistência alemãs fossem dar conta de até inverter o placar. Aí, sim, diria o Zagallo, os germânicos foram surpreendidos novamente por eles próprios: Vidic pôs a mão na bola num lançamento pelo alto, em sua área. Pênalti marcado e cartão amarelo pro infrator. Podolski na cobrança, fatura certa. O goleiro Stojkovic defendeu, e a pátria sérvia estava salva. Quem pensou que seria mais uma sacola de gols tedescos, se equivocou. Eu, entre eles. Gosto do futebol alemão e, mais ainda, do hino germânico. Gostaria de saber cantá-lo, mas cadê a letra? Convido os leitores a uma respeitosa brincadeira, que já fizera na Copa de 2006. Tentem cantar o hino alemão colocando nomes de jogadores a título de letra. Poderia ser assim (até o técnico entrou na dança, melhor, na música): Schweinsteiger, Klose, Özil Neuer, Müller, Low, Friedrich. Mertesacker, Tasci, Boateng Marin, Kiessling, Cacau und Gomez. Badstuber, Jansen, Lahm, Träsch, Butt und Westermann. (bis)
Arbitragem à Bin Laden Estados Unidos e Eslovênia, duas equipes do bloco intermediário - nem zebras juramentadas nem favoritos ao título -, abriram a segunda rodada do Grupo C no Ellis Park, em Joanesburgo. O que não se esperava é que a arbitragem do malinês Koman Coulibaly fizesse a diferença. A Eslovênia começou superior à seleção do tio Sam e vencia por 2 a 0 até os 2 minutos do segundo tempo. Pintava aí uma zebrinha alviverde com os gols de Birsa e Ljubijankic. Foi quando Donovan e Bradley resolveram mostrar que são bons de bola, este não só ser filho do técnico, e empataram a partida. O fim do jogo estava próximo, e os comandados de Bob Bradley queriam mais porque o empate não refrescava muito a vida deles na chave. A Eslovênia, pelo menos, vinha de uma vitória e somava 4 pontos; os Estados Unidos somariam apenas mais 1 pontinho ao outro do primeiro jogo. Nos acréscimos, a pressão dos marines foi sufocante, com Altidore no comando da reação. Time que tem jogador com um nome desses não pode ser propaganda enganosa (outdoor, understand?). Não que a Eslovênia também não tentasse fazer o terceiro seu na partida. Foi quando, numa jogada de empurra-empurra na área eslovena, Donovan cobrou falta da direita e a bola sobrou para Edu marcar. O árbitro malinês anulou o gol, não se sabe por quê. Sem alarmismo, peitar os Estados Unidos assim na caruda só pode ser coisa da Al-Quaeda. Bem que avisaram que poderia haver atos terroristas na Copa.
Ah, se fosse no tempo das Cruzadas Horror mesmo ainda estava para vir. De um lado, "God save the Queen"; de outro, "Alá é misericordioso" (só não vale "morte aos infiéis"). Ah, se fosse no tempo das Cruzadas. Inglaterra e Argélia fecharam a segunda rodada do Grupo C no Green Point, na Cidade do Cabo, ressabiadas com seus frangueiros, que não foram escalados. Na guerra santa do futebol, sobrou pra jabulani. Os dois times fizeram partida horrorosa, sem levar em consideração que nas tribunas havia príncipe herdeiro para prestigiar os súditos da rainha Elizabeth. Quando estudávamos o ginásio, em Turvo (SC), nosso professor de inglês, recém-chegado de Londres, usava músicas para ajudar no aprendizado, uma delas o hino britânico. Havia quem cantasse god shave (faça a barba) e não save (salve) the queen. Mardade! A rainha nunca foi dessas mulheres barbadas de circo, mas o English Team nesta sexta protagonizou com a Argélia um verdadeiro circo de horrores. Nem parece ser aquele que fez bela campanha nas Eliminatórias com apenas uma derrota. O árbitro do Uzbequistão, Ravshan Imatoo, não sabia o que inventar para ver se saía um golzinho que fosse. A Inglaterra jogava tão sério, mas tão sério que seus atletas não se falavam, nem no corredor que dá acesso aos vestiários. O próprio técnico Capello, italiano da gema, não gesticulava e parecia cochichar aos ouvidos de seus pupilos - vai saber o que pretendia. Beckhann, elegante como sempre, tinha hora que ficava irado no banco de reservas, não se sabe se pê da vida com o árbitro ou com os colegas. Estrelas como Rooney, Lampard, Gerrard e auxiliares como o grandalhão Crouch, de 2m01 - este, num mês de junho, aqui, certamente seria apelidado de pau-de-sebo -, não fizeram por merecer outro resultado que 0 a 0. Não tenho do que reclamar da Argélia, que pelo menos não esfolou ninguém do time adversário. O jogo foi, no mínimo, sonoLennon. Este também não lembra no futebol nem um pouco da categoria que o Lennon famoso teve na história do rock and roll. Benfeito pra quem entrou como um dos favoritos ao título estar com apenas 2 pontos na tabela. Vai ser difícil a Inglaterra não fazer companhia aos bleus na caminhada para as oitavas. Bem mais difícil vai ser ter de assistir a um confronto mais horroroso que esse.
O nível de leitoras da coluna não está fraco não! ________________Na estrada__________________ Completo hoje a primeira rodada de frases sugeridas por internautas para se colocar no lugar das oficiais nos ônibus das delegações. Confiram!
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: reuters,afp charge; aroeira; clayton |