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29 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU AO ESTADO DE GRAÇA

Nino Prata

aroeira Wagnerianos leitores, o Abre desta coluna vem da correção e sugestão do maestro Norberto Sorato, que estranhou o colunista ter pulado a 23a. letra do alfabeto na sequência dos jogos.

Observação aceita, correção feita, fiquei contente ao saber que entre vocês está um de meus colegas de estudo, desde o ginásio ao ensino superior. Aí cada um seguiu o seu tino profissional, sem perder vínculos de amizade.

Por que wagnerianos? Pelo estilo vigoroso da obra do compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), gênio da música, mas execrável pelo seu antissemitismo. Eu disse alemão? Pois faz mais sentido ainda porque os alemães estão com a gente na missão de não deixar os hermanos chegarem ao terceiro título deles em Copas. Além do que, em seu nome - Carlos Caetano Bledorn Verri -, Dunga traz a origem teuto-italiana de seus pais.

Que os soldados de Bledorn Verri, em estado de graça depois de despachar o Chile, com folga (a primeira goleada canarinho na Copa), incorporem toda a força, a técnica e o estilo que fazem de Brasil, Itália e Alemanha o trio de ferro das conquistas dos mundiais de futebol.

Lembro que o alfabeto português, conforme decisão unânime da Academia Brasileira de Letras, em 12/08/1943, consta de 23 letras fundamentais (a-b-c-d-e-f-g-h-i-j-l-m-n-o-p-q-r-s-t-u-v-x-z) e mais 3 para uso em casos especiais (k-w-y). Não há evento mais especial que Copa do Mundo, convenhamos.

E não me venham dizer que sou hexagerado!!!

 

Com gosto de quero mais

jap Paraguai e Japão fizeram nesta terça (29), no Loftus Versfeld, em Pretória, o jogo que deixaria os paraguaios na melhor colocação de uma seleção do país em Copas: entre as 8 forças do futebol mundial. O Paraguai venceu, nos pênaltis, por 5 a 3, e com ele são 4 sul-americanos na hegemonia ludopédica.

O feito deve motivar a equipe guarani a querer mais. Quem não queria ter um sul-americano pela frente foi o nipo-brasileiro Tulio Tanaka. Não sei por quê. Para mim, este era o confronto mais imprevisível nesta Copa, para saber quem sairia vencedor.

A campanha das duas seleções na fase inicial foi muito parecida: em 3 jogos, 6 pontos para o Japão (segundo no Grupo em que tinha a Holanda), 5 para o Paraguai (líder do Grupo em que a Itália pisou literalmente na bola); e empate no saldo de gols: 2 para cada lado. Ataques um tanto econômicos, é verdade, com 4 gols marcados pelos nipônicos e 3 pelos guaranis; e defesas sólidas, com 2 e 1 gols sofridos respectivamente. 

jap2 Era a hora de o cavalo paraguaio mostrar que pode atropelar numa reta final, com sua técnica superior, ou de os robôs asiáticos provarem que também têm faro de gol, que é o que garante a emoção no futebol.

O jogo foi caracterizado pela forte marcação no meio de campo, sobretudo nos primeiros 20 minutos, com apenas uma real chance de gol criada: em bola cruzada da esquerda, Barrios recebeu na área japonesa, passou por dois e não teve pernas para chutar forte; apenas tocou de leve para as mãos de Kawashima.

Foi o suficiente para acordar o Japão. Matsui, de primeira, chutou de longe, e a jabulani explodiu no travessão de Villar. Aos 27, na segunda cobrança de escanteio paraguaia, Santa Cruz ficou com a bola no pé esquerdo, fuzilou, mas para fora. O centroavante é mais um jogador que falta dizer a que veio na Copa, por ser um matador, até aqui apenas de tempo. É dada como certa a despedida dele da seleção.

No mais das vezes muito disputada, a partida teve lances de craque, como a caneta aplicada por Barrios em Hasebe ou o toque de calcanhar de Santa Cruz, ao perceber que Bonet iria passar ali pela direita do ataque.

No duelo da aplicação tática dos japoneses com a técnica dos paraguaios sobrou para o futebol. A Copa do Mundo de 2010 já não se encerrará sem a famigerada disputa nos pênaltis.

jap3 jap4 Os dois técnicos até que tentaram, ao reforçar o ataque em suas substituições, mas nada de arriscar muito, hem rapaziada! O Japão pressionou mesmo foi nos 10 minutos finais do segundo tempo, não sei se para evitar a prorrogação ou desgastar ainda mais o adversário do que a si mesmo.

De nada adiantou. Os 30 minutos de prorrogação também não serviram para mudar o panorama da partida, e me pareceu que os dois times apostavam em seus goleiros, bons de fato. O Paraguai chegou mais inteiro nas cobranças de pênalti, dois deles batidos por quem havia entrado depois no jogo: Barreto, que abriu a contagem; e Cardozo, que fechou o placar, sem necessidade japada última participação japonesa. O Japão, por sua vez, utilizou jogadores que estiveram em campo o tempo todo.

Kawashima, em duas cobranças, acertou certinho o canto, mas não conseguiu evitar a fatura; Villar acertou uma vez por onde a bola passaria.

Decidida a vaga nos pênaltis, os gols foram, pela ordem das cobranças, de Barreto e  Endo (1 a 1); Barrios e Hasebe (2 a 2); Riveros e Komano - este mandou a bola no travessão (3 a 2); Valdez e Honda (4 a 3); Cardozo (5 a 3).  

A equipe paraguaia que já fez história na Copa é esta:

Justo Villar; Carlos Bonet, Paulo da Silva, Antolín Alcaraz, Claudio Morel; Enrique Vera, Néstor Ortigoza (Edgar Barreto), Cristián Riveros; Roque Santa Cruz (Oscar Cardozo), Lucas Barrios (Nelson Valdez)

Técnico: Gerardo Martino

 

Com gosto de nunca mais

esp Sinceramente, de onde a gente mais espera daí é que vem nada mesmo é a frase que melhor ilustra o que (não) jogaram Espanha e Portugal, para ver a quem caberia a honra de ir pras quartas de final.

Esquisita a expressão clássico ibérico, não é mesmo? Se há dois países na região, que raios de clássico se apenas uma peleja pode ser disputada entre ambos... É ao mesmo tempo clássico, segunda e terceira divisão, dá no mesmo e dá nos nervos.

Espanhois ainda estão devendo uma exibição à altura do que seja Copa do Mundo, onde deveria apresentar-se a nata do futebol dos países classificados. Portugal bateu na Coreia do Norte, e foi só, naquela chave – lembram-se? Aquilo sim foi clássico: um asiático que não joga nada, nem peteca, se bobear; e espa3um europeu que pensa que joga futebol.

Cristiano Runaldo, que deveria comandaire os gajos, voltou a me lembrar aquele  comercial da bola, e devolvo-lhe a pergunta: “Ond´istá tua?” Os portugueses mandaram as tamancas mais nas canelas inimigas do que na jabulani. Quando cansavam das tamancas era tapa no peito, soco na cara e por aí vai... Os espanhois apanharam quietos até onde puderam. Xavi Alonso recebeu o cartão amarelo, se não me engano o primeiro da equipe até agora na Copa, e o luso praticante de luta-livre, Ricardo Costa, recebeu direto vermelho por agressão na área inimiga, nos estertores da porfia. Este zagueiro já tinha merecido tomar amarelo há muito tempo.

Ah, sim, nuClipboard13m raro momento de futebol, Villa, sempre ele, recebeu passe açucarado, de bola ajeitada no bico da chuteira e passada de calcanhar, em posição duvidosa. A meu ver, o cotovelo de um portuga, do outro lado da linha burra (aí já é pleonasmo), dava-lhe condições. E foi o que o 7 da Fúria fez: tocou pro canto direito, Eduardo rebateu no chão; Villa pegou o rebote e mandou nas alturas estufando as redes.

Classificada por 1 a 0 num joguinho feio de lascar, não duvido que a Fúria caia do cavalo paraguaio nas quartas de final. Coice, já tomou muito nesta terça. Espero nunca mais assistir a um clássico desse nível.

A seleção espanhola que avançou na competição é esta:

Iker Casillas, Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol, Joan Capdevila; Andrés Iniesta, Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso (Carlos Marchena), David Villa (Pedro); Fernando Torres (Fernando Llorente)

Técnico: Vicente del Bosque

 

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De guru pra vudu

OPI-002.epsPaulo Coelho teria pedido a Mick Jagger que, pelamordedeus, se fosse assistir ao jogo Brasil X Chile, torcesse pelo time de Bielsa. Apesar de ser pai de um brasileirinho, cuja mãe é Luciana Gimenez.

O que se sabe é que o roqueiro britânico esteve no Ellis Park, em Joanesburgo, durante a partida. Deve ter seguido o conselho do guru de multidões por esse mundo afora. Xô, vudu! Satisfaction por tê-lo como testemunha ilustre de mais uma boa exibição da seleção canarinho. Já a dos súditos de sua majestade, sorry!

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Clique da Copa

gabNa foto da filha Gabriela, o colunista mostra que não é figura de ficção, ao lado da mulher Dalva e do neto Gabriel. Foi logo depois da CHINELADA NELES!!! Lembram-se?

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Mais uma de Juanito

Juanito Cochabamba, inconformado com a eliminação do México pela Argentina, torceu como ninguém para o Paraguai contra o Japão, direto de Monterrey. Para ele, os nipônicos já teriam ido longe demais na Copa com o que Juanito batizou de time HorrEndo, como se refere à dupla Honda e Endo.

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Frases da Copa

Jogador técnico é punido, o que bate é agraciado” - (Dunga, ao avaliar o cartão amarelo de Kaká contra o Chile, o terceiro do meia na Copa, além de um vermelho)

Temos uma final antecipada contra a Holanda” - (Maicon, lateral, sobre a expectativa do jogo nas quartas de final)

“Vai ser um jogo difícil, mas o Brasil é favorito como em 94 e 98” - (Rivaldo, em seu twitter)

Brasil tem a arrogância positiva de que é invencível. Também deveríamos ter” - (Bert van Marwijk, técnico holandês)

Precisamos jogar um pouco melhor” - (Robben, astro da laranja)

Ramires deu muito mais velocidade ao time” - (Romário, tuitando – pena que o meia levou o segundo amarelo dele na competição e fica fora de um jogo)

Espero a seleção com os braços abertos” - (Sebastian Piñera, presidente do Chile)

Chegamos a essa partida de forma justa e fomos eliminados de forma justa” - (Bielsa, técnico da seleção chilena)

 

Por hoje, é isso.
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fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

fotos: aft, reuters

charge: aroeira; amarildo

Mordillo

019

28 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU ÀS QUARTAS ENGATANDO A PRIMEIRA

xuntitled2 Nino Prata

Yágicos* leitores, o jogo é jogado, o lambari é pescado, e a gente é predestinado. De novo, Chile no caminho da seleção brasileira numa Copa e, de novo, goleada: 3 a 0 com gols de Juan (yes, nós temos zagueiro artilheiro), Luís Fabiano (em jogada benfeita de Robinho e Kaká com finalização perfeita, deixando o goleiro na saudade) e Robinho (quem sabe agora desencanta e desanda a fazer gols).

Sinceramente, esperava que os chilenos dessem mais trabalho nesta segunda (28), no Ellis Park, em Joanesburgo, mesmo porque foram deles as iniciativas de ataque, no início, contidas pela defesa canarinho. Não teve essa de um ficar estudando muito o jogo do outro.

Aos 4 minutos, Luís Fabiano tentou arremate, que passou longe da meta de Bravo. Aos 8ruan, aconteceu o primeiro escanteio a favor do Brasil e, na sequência, o segundo e o terceiro tiros-de-canto. O poderio ofensivo dos soldados de Dunga era intenso; faltava ajustar a mira.

Foi num escanteio, aos 34, que Juan cabeceou certeiro, atrás de zaga chilena e logo atrás de Luís Fabiano: 1 a 0. Estava aberta a porteira, por onde poderia passar a manada de goles.

A goleada se anunciou, três minutos depois, com Luís Fabiano recebendo a bola de Kaká, entrando na área com a bola dominada e tirando Bravo da jogada; o goleiro ainda tocou no pé do luis atacante, que preferiu ir em frente para tocar pro gol, em vez de cair e esperar que o juiz marcasse pênalti.

Aos 13 do segundo tempo, a fatura aumentou para 3, depois de Robinho receber assistência mágica de Ramires e mandar pras redes de Bravo. A essa robi altura, difícil saber quem estivesse mais bravo, se o goleiro ou Bielsa. O técnico fez o que pode, tanto que já veio dos vestiários com duas alterações, uma delas Valdivia - quem sabe, por este conhecer melhor o jeitinho brasileiro... Qual o quê!

As ausências de Elano e Felipe Melo não foram tão sentidas, mesmo porque Ramires é mais contido nos ímpetos defensivos e fez a jogada que resultou no gol de Robinho. Passe preciso, à direita. Daniel Alves se saiu bem, mas está com a pontaria descalibrada.

O ponto mais positivo na seleção desta segunda (28), para mim, foi a velocidade aliada à movimentação de quem ia pro ataque e dos quem saíam da defesa (Lúcio principalmente) para o apoio ofensivo.

O mais perto que o Chile esteve do gol de Júlio César foi em chute de Suazo, aos 32 do segundo tempo. A bola bateu na  trave e, por pouco, o "Chupete" não justifica o apelido. 

Dunga e/ou Jorginho souberam a hora certa de mexer no time, tanto que a primeira substituição, a de Luís Fabiano por Nilmar, foi para dizer aos chilenos que a seleção canarinho queria dar mais umas bicadas. Depois, com o jogo praticamente decidido, foi só garantir o placar de 3 a 0, reforçando a marcação com Kléberson no lugar de Kaká e, sobretudo na saída de Robinho, já aos 39 do segundo tempo, para não correr qualquer risco de última hora.  

O Brasil chegou às quartas e engatou a primeira. Que venham holandeses e quem mais passar de fase.

 Os jogadores que levaram o Brasil  às quartas de final são estes:sel

Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan, Michel Bastos; Daniel Alves, Gilberto Silva, Kaká (Kléberson), Ramires, Robinho (Gilberto Melo); Luís Fabiano (Nilmar)

Técnico: Dunga

* Yágicos é uma licença jornalística para o substantivo yagi, que significa antena de ondas curtas, direcional e seletiva. Como a da torcida brasileira, que está cada vez mais antenada na direção do hexa.

 

Laranja quase vira bagaço 

3799-970x600-1 O placar de 2 a 1 para a Holanda sobre a Eslováquia, no jogo das oitavas no Estádio Moses Mabhida, em Durban, não retrata o domínio de bola e a técnica dos laranjas, bem superiores aos dos adversários. Mas tem a ver com o que é capaz de fazer uma seleção bem armada e que procura o ataque até o último segundo.

A surpresa da Copa, apontada por analistas, já dissera a que veio ao despachar a tetracampeã e atual detentora do título, a Itália. Além dessa façanha, a Eslováquia vinha credenciada pela boa campanha nas Eliminatórias (vitórias sobre a Polônia e a própria República Tcheca, sofrendo apenas duas derrotas, para a Eslovênia, que também esteve na África do Sul). E, no Grupo F, classificou-se com 4 pontos, 1 a menos apenas do que o primeiro colocado, o Paraguai.

Estreante em Copas, assim como o técnico Vladimir Weiss, que jogou a Copa de 1990 na seleção da Tchecoslováquia, a Eslováquia tomou 10 gols e teve a pior defesa entre todas as equipes da Europa nas Eliminatórias.

A Holanda, cerebral em seu planejamento e no modo de se portar em campo, tanto sabe do que é capaz a seleção eslovaca que, em nenhum momento nos dias recentes, alardeou favoritismo. E contou na partida das oitavas com o seu astro 3769-970x600-1 principal, Robben, desde o início, recuperado de lesão sofrida no músculo femoral distal da perna esquerda, logo acima do joelho. em amistoso antes da Copa.

Tratado à base de alongamento extremo, agulhas de acupuntura, curativos com espuma de borracha e outras técnicas desenvolvidas pelo seu fisioterapeuta, Dick van Toorn, Robben foi o nome do jogo.

A Holanda, que já vinha bem na competição, com 100% de aproveitamento na fase inicial, ficou melhor ainda e fez 1 a 0 exatamente numa arrancada de seu número 11, pela direita. Foi aos 17 do primeiro tempo que Robben provou o quanto um craque faz a diferença. Recebeu lançamento em rápido contra-ataque, dominou a jabulani, limpou a jogada e chutou em meio a três marcadores, de esquerda, no canto esquerdo de Mucha.

A Eslováquia começava a provar o ácido sabor da laranja, que se fechava quando atacada com até 9 em sua área, mas seus contragolpes poderiam ser mortais. Além de lanç3762-970x600-1amentos, o toque de bola holandês é uma de suas armas porque faz o tempo passar a seu favor e provoca faltas.

No segundo tempo, a Holanda já começou no ataque e manteve o domínio de bola e das iniciativas de ataque. Num deles, pela esquerda, em rápida cobrança de falta, os 38, Sneijder marcou com o gol escancarado depois de receber de Kuyt. Este aproveitou a bobeira geral da zaga e do goleiro; tomou a bola de Mucha, de cabeça, para servir o companheiro. E ainda teve cartão amarelo para o bom e nervoso Skrtel, por reclamação acintosa. 

A laranjada que poderia ser servida quente deixou a Holanda muito dona de si. A Eslováquia insistia em jogadas pela esquerda de seu ataque, e numa delas, no último minuto dos acréscimos, Vittek bateu com categoria o pênalti no canto direito de Stekelenburg. O goleirão nem saiu na foto, que merecia por ter salvado, em pelo menos duas finalizações eslovacas, a Holanda de sofrer gols que poderiam fazer da laranja apenas o bagaço.    

Dunga & Cia. já podem ir ligando o espremedor de frutas porque a laranja está no ponto de ser descascada. 

A Holanda chegou às quartas de final graças a este time:

Maarten Stekelenburg; Gregory van der Wiel, Johnny Heitinga, Joris Mathijsen, Giovanni van Bronckhorst; Arjen Robben (Eljero Elia), Mark van Bommel, Wesley Sneijder (Ibrahim Afellay), Nigel de Jong, Dirk Kuyt; Robin van Persie (Klaas-Jan Huntelaar)

Técnico: Bert van Marwijk

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Mais respeito com “Ban Ban”

Gastón, chileno dos bons, manda e-meio para lembrar que Luis "Ban Ban" Zamorano merece respeito pelo que fez no futebol e por seu engajamento sociopolítico. Eu concordo.

Mesmo porque Zamorano marcou 34 gols em 69 jogos pela seleção de seu país, passou por clubes como Real Madrid e Inter de Milão e colocou sua imagem e prestígio em campanha para ajudar vítimas de terremoto no Chile. Se não bastasse, foi tido por Madona como "símbolo sexual". Aí já não é comigo.

Mas lembro que, como vidente, "Bem Bem" deve ser um bom comentarista esportivo porque ele havia dito que o ponto fraco do Brasil era a zaga. Acho que, no caso, a zaga que deixa a desejar foi a outra.

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Boa notícia

Todos os 196 exames no antidoping realizados depois dos jogos da primeira fase deram negativos. A informação é da Fifa, por meio do seu chefe do departamento médico, Jiri Dvorak.

Do lado dos atletas, a lisura da competição está a salvo. Pena que o mesmo não se possa dizer da arbitragem. E há quem, maldosamente, sugira que se estenda o antidoping aos técnicos.

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Frases da Copa

"Você vai deixar de ganhar se eu passar três horas com o meu marido e meu filho no dia depois dos jogos?" - (Vivian, mulher de Robinho, ao questionar Dunga; a conversa teria sido por telefone)

"Bielsa sempre será protagonista"  - (Mariano Dayan, jornalista do Olé, sobre o estilo do técnico)

"Prefiro correr riscos ao invés de deixar a bola com uma equipe que sabe o que fazer com ela" - (Bielsa, às vésperas do jogo contra o Brasil)

"Se quiser ganhar deles, tem de jogar da mesma forma" - (Dunga, sobre a seleção de Bielsa)

"Bielsa pode ser louco, mas é bom técnico" - (Casagrande, em sua coluna no Diário SP)

"A vitória sempre nos faz bem... Estou orgulhoso de fazer parte do grupo" - (Maradona, que revelou às vezes ter vontade de vestir a camisa de jogador e entrar em campo)

"Os deuses do estádio nos castigaram pela vaga vergonhosa que não era para ter sido aceita, pois foi presente de grego" - (Petit, consultor de mídia, que jogou na França campeã em 1998)

"Também fomos castigados por nossa ignorância e arrogância" - (Idem)

 

Por hoje, é isso.
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fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

fotos: aft, reuters

graninha extra…

nike A Nike firmou um contrato de US$ 80,000 dólares com cada jogador que calçar estas chuteiras

Diz o fabricante que a linha Elite Series proporciona, maior controle da bola e estabilidade em campo.

As cores de todos os modelos da linha são prateado, laranja e preto. Quando o jogador está em movimento, ocorre o realce do laranja e do preto, que transitam para o prateado, tornando mais fácil a localização em campo do jogador pelos colegas, melhorando a realização de passes.

Melhor que isso, só se for verdade.

preço. R$ 1,200.

27 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU A SER PROVOCADA

Nino PrataAUTO_waldezo

Xô, leitores, a todo chilique que possa acometê-los nesta hora. Contenham esse lado Luísa Helena de tratar as coisas. Chilique não leva a nada, quando não à morte - o que dá no mesmo do ponto de vista meramente corporal.

Preparemos o grito de guerra:  CHI CHI NE NE! Chinelada neles!!! Pode o Zamorano dizer que sabe como vencer os soldados de Dunga? O grito de guerra chi chi le le acaba em ChileNADA!

Não preciso dizer mais nada. Quem foi que ressuscitou Zamorano, assim como lá na terrinha ressuscitam o Eusébio? São pessoas mortas no futebol e só aparecem em eventos da grandeza de uma Copa do Mundo, isso quando suas seleções passam das Eliminatórias. 

O Chile disputou, com esta agora, 8 Copas e o máximo que conseguiu foi um 3o. lugar, quando foi sede da competição, em 1962. Adivinha quem levantou "a taça do mundo é nossa?".  

Nas Eliminatórias para a África do Sul, os selecionados de Bielsa até surpreenderam com o 2o. lugar no grupo sudamericano. Quem foi o primeiro mesmo?

padua (1)

Ah, sim, falávamos de Zamorano. Deixa pra lá...

Isso é que é programão de domingo. Neste 27 de junho, secamos (ou pelo menos tentamos) os comandados do Pibe; na segunda, batemos os (não nos, por favor!) selecionados de Zamorano, digo, Bielsa.

Pra semana começar bem.  

     

Chope no chá

  AUTO_frankNo Free State Stadium, em Bloemfontein, Inglaterra e Alemanha entraram em campo na segunda rodada das oitavas, embaladas por dois dos mais belos hinos nacionais que deveriam fazer jogadores comer grama. Os ingleses, sei não se fariam isso - os gramados de lá, mesmo os de praças, dizem, são impecáveis. Não que os da Alemanha não sejam. Mas grama não ganha jogo; às vezes, lamentavelmente, a grana, sim.

Quem ganhou a vaga nas quartas de final foi o melhor futebol da Alemanha. Fechada com até 9 em sua defesa, a equipe alemã saía rapidíssima, precisa e objetiva nos contra-ataques. Além de contar com dois meias que fazem a diferença, Özil e Müller. Gratas revelações.ale2

No lado inglês, Rooney não se reencontrou com o gol, esteve apagado porque bem marcado. Não deu outra: os alemães devolveram, com juros e correção monetária, 45 anos depois, a derrota discutível para os ingleses, na decisão da Copa de 1966, na casa dos súditos da rainha.

Neste domingo, foi 4 a 1 para a Alemanha, fora o baile. Sim, porque em alguns minutos do segundo tempo, os chucrutes puseram na roda os apreciadores do chá das cinco. Era dia de chope, que aliás deve ter acabado em Bloemfontein porque as duas torcidas são boas de copo; a Alemanha, também de Copa.

Para lembrar ainda mais o confronto de 45 anos atrás (curiosamente, o tempo de jogo em cada etapa da partida), neste na África do Sul teve também erro de arbitragem.

dentro A Inglaterra experimentou, com atraso, em dose cavalar, do próprio e involuntário  veneno. Logo depois de encostar no placar, que estava em 2 a 1, ao fazer o seu gol, Lampard mandou com categoria a bola por cima de Neuer, que raspou no travessão antes de cair mansamente dentro do gol. Poderia ser outro o resultado da partida, agora, como poderia nem ter havido prorrogação naquela decisiva de 1966. Na prorrogação, os ingleses ganharam, na época, a sua Copa do Mundo.

A Alemanha já conquistou 3 e tem chances de chegar à quarta (xôôô!!!), além de Klose estar perseguindo quebrar o recorde de Ronaldo Fenômeno como artilheiro das Copas (faltam 3 para isso - xôôô!!!). Foi o número 11 alemão que abriu o placar, aos 20 do primeiro tempo, ao receber ligação direta de Neuer e vencer os zagueiros ingleses, para tocar na saída de James.

ale5 Aos 32, Podolski ampliou para 2 a 0, ao receber de Müller, na esquerda, depois de troca de passes da direita. Ajeitou e mandou entre as pernas de James, cruzado.

A Inglaterra deve ter acordado no susto e chegou a marcar com o zagueiro Upson, que subiu mais que todos e cabeceou por cima de Neuer, aos 36. Nem bem a bola saiu da meia cancha, os ingleses deram uma de alemães e chegaram com perigo ao gol de Neuer. Lampard fez um golaço, o empate estava garantido e até comemorado pelo jogador, pelo técnico Fabio Capello e pela torcida. Menos pela arbitragem, que não viu a bola entrar. O goleiro alemão, mais ligeiro do que nunca, apanhou a bola e saiu pra mais uma de suas ligações ao ataque. 

O segundo tempo começou com o jogo concentrado no meio de campo, Neuer tentou mais uma ligação direta aos 4, Rooney continuava muito bem vigiado e tentava armar as jogadas, já que concluí-las estava difícil.

Aos 12, a zaga alemã vacilou e Neuer teve de sair com o pé na bola para evitar a chegada de Defoe. Boateng e Schweinsteiger tentaram ampliar o placar, sem sucesso, em chutes fracos.ale4

Mas, aos 21, a estrela de Müller juntou-se à categoria do jovem meia. Ele recebeu livre, à direita, e bateu à esquerda de James. O contra-ataque, preciso, foi organizado por Schweinsteiger, que soube esperar a hora certa de lançar o número 13 alemão.

Se 3 a 1 estava de bom tamanho, a Alemanha queria mais, e a Inglaterra se atolava em erros de marcação, sobretudo. Dois minutos depois, a zaga inglesa brinca em serviço, ao assistir à chegada de Özil, pela esquerda, que serve para Müller estufar pela quarta vez as redes de James. Essa dupla ainda vai dar muito o que falar, além de alegrias à torcida tedesca.

A seleção alemã que passou para as quartas jogou assim:

Manuel Neuer; Philipp Lahm, Per Mertesacker, Arne Friedrich, Jerome Boateng; Thomas Müller (Piotr Trochowski), Sami Khedira, Mesut Özil (Stefan Kiessling), Bastian Schweinsteiger, Lukas Podolski; Miroslav Klose (Mario Gomez)

Técnico: Joachim Löw

Eu esperava deste confronto um jogão de bola, dos mais disputados e equilibrados da Copa, porque as equipes de Joachim Löw e de Fabio Capello estão, a meu ver, entre as mais fortes no mundo da bola hoje. Jogadores de talento, alguns em emergência, não faltam às duas seleções.

Pra mim, quem vencesse, estaria de bom tamanho. Ainda mais que atravessarão o caminho da seleção de Dunga só lá pro fim da competição.

O poder de fogo do ataque alemão poderia fazer a diferença, e fez, resultado justo pelo que cada um dos dois conseguira na primeira fase da competição.

 

Atitude faz a diferença

AUTO_waldez No jogo que fechou a segunda rodada das oitavas, no Soccer City, em Joanesburgo, México e Argentina terminaram no 3 a 1 para os hermanos do Sul. Uma partida decisiva, em que atitudes fizeram a diferença.

Na primeira delas, ainda no aquecimento dos atletas, Maradona tocava a bola no gramado, como se estivesse no apronto para tirar o agasalho e, dali a pouco, ir a campo com a equipe. Dieguito "las manos de Diós" Maradona é paixão, inspiração arg3da seleção que é a cara do treinador.

No começo do jogo, o México ignorou que tinha pela frente um time bom no ataque  e tomou, ele mesmo, a atitude de ir pra cima. Teve bola no travessão de Romero, Torrado e Salcido, este principalmente, aprontaram poucas e boas na área argentina, só pecando nas finalizações, que passaram perto do gol. Aí os hermanos se acertaram e criaram jogadas de ataque, não sem sofrer marcação cerrada, coordenada por Rafa Márquez.

Jogo disputado, confronto de americanos tentando ir pras quartas. Não adiantou toda a corrente pró-México, cá entre nós, porque aí veio a atitude que faz a diferença que não deveria existir.

arg4 Aos 25, Messi tabela com Tevez, Pérez sai nos pés do atacante e rebate; Messi toca para Tevez, impedido, fazer o primeiro gol. Deu o maior bafafá na linha lateral com o bandeira, que sabe-se lá o que argumentou com o árbitro Roberto Rosetti. O trio italiano pisou na bola mexicana e validou o gol.

A marcação mexicana, a partir daí, começou a errar em excesso. Mesmo assim, Salcido continuou a aprontar seus salseiros pela esquerda do ataque, mas até Rafa Márquez perdeu a calma, recebendo amarelo em entrada mais pesada.

Aos 32, Osório deu o presentaço para Higuaín, que agradeceu, dominou a bola, igua driblou zagueiro e goleiro, para tocar de leve pras redes mexicanas. Os 2 a 0 empolgaram, mais que ninguém, Maradona que, por várias vezes, ficou fora da área técnica, como se quisesse ainda entrar pra jogar.

Com 2 minutos de acréscimo, o que restou de tempo de jogo foi todo de pressão mexicana no campo argentino. Numa das jogadas, Hernández por pouco não chegou antes de Romero para concluir o bom passe da esquerda.

Na saída para os vestiários, teve confusão entre mexicanos e argentinos, o italiano Rosetti foi ver de perto o que se passava, e nada de prático resultou em termos de punição para esse ou aquele atleta.

Javier Aguirre escalou Barrera no lugar de Bautista (muito fraco no primeiro tempo todo; nem marcava nem chutava a gol), em mais uma atitude que poderia fazer a diferença. A águia mexicana não iria vender barato uma derrota, ainda mais com gol ilegítimo e contestado, sem efeito.

Logo aos 2 minutos, Demichelis repete Osorio, no mesmo espaço do campo, entregando o ouro para o ataque do México; faltou alguém para aproveitar a chance de marcar.

Aos 4, Barrera, em sua primeira jogada, recebe à esquerda, livre, e demora para se decidir o que fazer; tenta o chute direto, que sai torto.

Aí, aos 7, foi a vez de Tevez fazer a diferença. Brigou pela posse de bola, como é de sarg1eu feitio, ajeitou e mandou o canudo, indefensável no ângulo esquerdo de Pérez. Golaço que valeu pelo outro, irregular, mas que não faz voltar o placar. Argentina 3 a 0 deixou a marcação mexicana ainda mais confusa.

A zaga parecia sentir mais que outros setores a derrota que se firmava. Aos 11, Rodríguez quase entregou o ouro, como já havia acontecido com Osorio. Dois  minutos depois, em bate-rebate na área mexicana, a bola foi recuada, fraca, para o goleiro, e quase sai o terceiro gol.

O jeito é reforçar pelo menos o ataque. Aguirre coloca Franco, para fazer dupla com Barrera, que aos 15 se empolga e passa de forma espetacular por Otamendi e Máxi Rodríguez, mas bate sem ângmes ulo, para fora, em vez de fazer o lançamento.

Tevez estava a mil por hora, quando foi tirado para entrar Verón. Maradona optava pelo cadenciamento da partida, talvez por acreditar que o jogo já estava ganho. O 10 argentino saiu vizivelmente contrariado.

O México não se entregava, e aos 24, Heinze tirou a bola que ia pro gol, pelo alto, em mais uma boa jogada de Salcido. No minuto seguinte, Hernández recebe, faz o  giro e manda à esquerda de Romero. Com 3 a 1 pode ser que Maradona tenha se arrependido de tirar Tevez, atitude que não foi muito acertada.

Quem demorou para tomar a atitude que se espera de quem tem o nome e a fama de melhor jogador do mundo foi Messi, que só aos 45 partiu pra cima, ao driblar 3 adversários e obrigar Perez a fazer boa defesa no seu canto superior direito. Num jogo marcado por atitudes positivas e negativas, o saldo de 3 a 1 foi até o que menos contou. Ficou aquele gostinho amargo aos mexicanos de que poderiam ter feito algo mais do que as 25 faltas, para 10 dos argentinos. Quem sabe mais futebol teria feito a diferença, também pelo lado do árbitro, que deixou o espetáculo menos bonito.

A Argentina que conquistou a vaga para as quartas de final é esta:

Sergio Romero; Nicolás Ottamendi, Martín Demichelis, Nicolás Burdisso, Gabriel Heinze;  Maxi Rodríguez (Javier Pastore), Javier Mascherano, Lionel Messi, Ángel Di María (Jonás Gutiérrez); Carlos Tévez (Juan Sebastián Verón),  Gonzalo Higuaín

Técnico: Diego Maradona

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Frases da Copa

"Futebol é 11 contra 11, mas a Alemanha sempre vence" - (Gary Lineker, goleador inglês - 48 gols em 80 partidas pela seleção)

"O italiano está perdido que nem o time do México" - (Luciano do Valle, locutor esportivo, aos 37 do primeiro tempo)

"Em 2006 França e Itália se encontraram na final. Em 2010, foi no aeroporto"  - (circula na rede)

Navegar é preciso no www.controversia.com.br - Aqui vai uma dica de site, cujo lema é "o site que distribui cultura".

 

Por hoje, é isso.
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10 maiores gols de falta da história das copas.

26 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU ÀS OITAVAS EM 1o.

Nino PrataAUTO_frank

Ufanistas leitores, os soldados de Dunga empataram com os comandados de Carlos Queirós e chegam às oitavas de final de mais uma Copa, com méritos: primeiro do Grupo G. Só não foi 100%.

Na próxima fase, a seleção canarinho terá pela frente o Chile, freguês de outras oitavas. Preparemo-nos para o melhor, então.

O jogo, no Estádio Moses Mabhida, em Durban, foi apitado por Benito Archundia, do México, que faz história em Copas como o mais longevo apitador da competição.

Brasil e Portugal já se enfrentaram em Copas duas vezes, com esta. A primeira, de triste memória - a de 1966 - porque a seleção da época, com toda a bagunça que precedeu a convocação, o preparo e tudo o mais, ainda contava com Pelé.

jb O camisa 10 foi caçado em campo e saiu, de vez, da competição na Inglaterra. Portugal venceu a porfia por 3 a 1. Houve quem sugerisse dar o troco agora, mas o Brasil já entrou em campo no Moses Mabhida  com a vaga garantida para a próxima fase. Os lusitanos também praticamente já tinham carimbado o passaporte para as oitavas. Restava apenas decidir quem se classificaria em primeiro e a quem caberia o segundo lugar na chave.

A Costa do Marfim, com chances remotas, se vencesse com folga de gols a Coreia do Norte e o Brasil batesse Portugal, ainda sonhava com a possibilidade de ser ela mais uma equipe africana a prosseguir na competição. Não conseguiu, mas se despediu  honrosamente da competição com os 3 a 0 sobre a equipe asiática.                                                         

Torcida foi da olah! à vaia

br1 O que me intriga é que o técnico português consegue montar um time com 3 avançados (que é como eles lá chamam os atacantes) e médios (meio-campo) mais ofensivos que o Dunga.

Por que a seleção de Dunga não poderia ser mais ousada ou, pelo menos, usar o jogo desta sexta (25) contra uma equipe forte para ver como se saem, por exemplo, Nilmar e Grafite mais Robinho ou Nilmar, Robinho e Luís Fabiano; ou ainda Nilmar, Luís Fabiano e Grafite?

Sem falar que nas laterais vamos bem em uma e sofríveis na outra, e no meio tivemos 2 volantes mesmo, e apenas 1 meia, com o reforço de mais um lateral.

Mas, não! Se Nilmar entra é porque não joga Robinho; se Grafite vai pro jogo quem br3 saí é o Luís Fabiano. Lúcio, em certos momentos, foi o melhor atacante, mas fez graças na defesa que poderiam ter dado de bandeja um golzinho pros gajos.

Numa delas, Júlio César confirmou a condição de melhor guarda-redes do mundo, mas ao ser atendido deixou à mostra sugestiva proteção lombar. Para que expor um goleiro num jogo que pouca coisa decidia, em vez de dar a vez para Gomes ou, mesmo, Dono?                          

A partida nem portuguesa com certeza foi porque o vocabulário de uns e outros difere, não apenas o esquema de jogo. O Brasil foi superior a Portugal nos escanteios, que Daniel Alves parece ter desaprendido a cobrar; em cartões amarelos quase empatamos e nas substituições perdemos em ousadia.

O jogo oxo foi também chocho. Sábia é a torcida brasileira que foi da olah! à vaia com os adeptos lusitanos. Tinha até faixa alfinetando Cristiano Runaldo, ao lembrar que Ronaldo só tem um, aquele que é o maior artilheiro das Copas e, hoje, é tuiteiro desta.  

O time que levou o Brasil às oitavas é este:

Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan, Michel Bastos; Daniel Alves, Gilberto Silva, Júlio Baptista (Ramires), Felipe Melo (Josué), Nilmar; Luís Fabiano (Grafite)

Técnico: Dunga

Portugal passou com:

Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Fábio Coentrão; Tiago, Pepe (Pedro Mendes),  Raul Meireles (Miguel Veloso); Danny (Simão), Cristiano Ronaldo, Duda (Simão)

Técnico: Carlos Queirós

Veja como ficou o Grupo G:

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Faltou um pontinho

marf A Costa do Marfim goleou a Coreia do Norte por 3 a 0, e até foi pouco pelo que os dois times apresentaram no Estádio Mbombela, em Nelspruit, em jogo apitado pelo espanhol Alberto Undiano.

Até os marfinenses golearam os pernas-curtas vermelhos, viu Dunga? Ficaram em terceiro na tabela, mas saem honrados da Copa porque terminaram apenas 1 pontinho atrás dos patrícios.

Yaya Touré, Romaric e Kalou balançaram as redes adversárias, que marfide tão pesadas (a Coreia do Norte levou 12 gols e marcou apenas 1, na gente!!! - viu,  Dunga?) devem ir para o livro dos recordes.

Em ritmo acelerado, Keita e Gervinho por pouco não abriram o placar em menos de 10 minutos de bola rolando. Quatro minutos depois, Boka cruzou rasteiro, Yaya Touré dominou e bateu colocado, no canto esquerdo.

O segundo gol teve a participação de Drogba, que aos 21 carimbou o travessão e, no rebote, Romaric tocou de cabeça para o gol vazio. O massacre marf3dos elefantes se anunciava, e Gervinho quase fez o terceiro gol aos 38 minutos. O meia marfinense recebeu sozinho na área e chutou cruzado. A bola resvalou na trave e foi para fora.

Na segunda etapa, a Costa do Marfim deu aquela aliviada... no ritmo. Mesmo assim, trabalhando mais a bola, completou a goleada simples, chegando aos 3 a 0 , aos 36: Boka cruzou e Kalou se antecipou à defesa norte-coreana para desviar com o pé direito.

 

Meia Fúria incomoda

cxe3 No jogo em que a Espanha venceu o Chile por 2 a 1, a melhor notícia veio para o Brasil. Os espanhóis, que a meu ver ainda não mostraram tudo de que são capazes, assumiram a liderança do Grupo H e enfrentarão Portugal nas oitavas.

Com o segundo lugar os chilenos serão os adversários do Brasil, na segunda (28), e virão com seu sistema defensivo no prejuízo. Waldo "el Che" Ponce tomou o segundo amarelo, bem como Medel; Estrada foi expulso. Três lacunas que El loco Bielsa terá de preencher da melhor maneira. Se bem que, em seleções, não é raro reservas superarem titulares quando têm a oportunidade de ir pro jogo.

A notícia que preocupa, mas aí atinge os dois lados, e não é novidade, é que o tempo de descanso entre uma partida e outra, agora, é menor, viu Daniel Alves?

Para o Chile, bastaria o empate contra a Espanha; a Fúria, por sua vez, ainda não cxe1 disse a que veio nesta Copa. As duas seleções queriam porque queriam continuar na competição. Mas tinham a Suíça no meio do caminho - que, porém, não foi nenhuma pedra nas chuteiras dos rivais a uma vaga nas oitavas; e Honduras, com remotas chances de seguir até a próxima fase. 

Por aí se vê como meia Fúria incomoda muita gente. Villa fez o terceiro gol dele na Copa, ao abrir o placar aos 24 do primeiro tempo, e deve estar agradecido ao goleiro chileno. Bravo (troca de nome, cara!) saiu estabanado para cortar o avanço de Torres pela esquerda do ataque, marcado, e carrinhou a bola em direção ao 7 espanhol em vez de despachá-la pro mato. Com o gol escancarado, foi só tocar de primeira, esnobando na curva que a jabulani desenhou no ar antes de morrer no canto esquerdo do gol.

O Chile jogou bem? Sim! Foi pro ataque? Sim! Como fez nos demais jogos, até agora. É uma equipe que dá gosto de ver em campo, principalmente do meio pra frente.

A Espanha fez o segundo gol ainda no primeiro tempo. Villa lançou Iniesta, bem colocado, que teve calma e categoria para chutar de chapa tirando a bola de Ponce, à sua frente, e de Bravo.

cxe2 Bravo mesmo ficou El loco Bielsa em boa parte do segundo tempo. Fez as alterações que poderia, assim como Del Bosque, e o Chile até diminuiu para 2 a 1. Millar, que já veio como uma das mudanças no intervalo, aos 44 segundos furou na hora do arremate para as redes de Casillas. Aos 2 minutos, se redimiu, ao chutar como se deve, e contou com o desvio da bola em Piqué para dentro do gol, fora do alcance do goleiro. O zagueiro espanhol não anda com sorte neste Mundial.

Até a metade do segundo tempo, espanhóis e chilenos criaram mais oportunidade de gol, mais os europeus que nossos vizinhos. Daí até os acréscimos (apenas 2 minutos - até o juiz não aguentava mais), foi um dos tempos de jogo mais sonolentos da competição. Quem parece ter acordado foi a Fúria, enquanto os chilenos sofreram a primeira derrota de uno equipo sudamericano en la competición. 

Os times que levaram Espanha e Chile às oitavas são estes:  

Chile - Claudio Bravo; Mauricio Isla, Gary Medel, Waldo Ponce, Gonzalo Jara; Arturo Vidal, Marco Estrada, Jorge Valdívia (Esteban Paredes), Mark González (Rodrigo Millar); Alexis Sánchez (Fabián Orellana), Jean Beausejour  

Técnico: Marcelo Bielsa

Espanha - Iker Casillas; Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol, Joan Capdevila; Andrés Iniesta, Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso (Javi Martínez), David Villa; Fernando Torres (Cesc Fábregas)

Técnico: Vicente del Bosque

Abaixo, como ficou a classificação:

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Ninguém no meio do caminho

su1 Se haveria a possibilidade de uma equipe atravessar o caminho de espanhóis e chilenos, Suíça e Honduras não conseguiram concretizá-la.

O jogo no Free State, em Bloemfontein, acabou em 0 a 0, com arbitragem do argentino Hector Baldassi. Os suíços criaram mais chances de marcar no primeiro tempo, mas desperdiçaram todas. Uma delas de forma bisonha: Nkufo, ao tentar ajeitar a bola no peito, não teve categoria para tratar a jabulani como se deve.

No segundo tempo, Honduras até tentou chegar à sua suprimeira vitória, mas o máximo que conseguiu foi alcançar 1 ponto. Até em chances perdidas o jogo foi  igual. Suazo recebeu cruzamento da direita e cabeceou, de raspão, pra fora do gol. Foi do atacante o passe para Alvarez, que até colocou com estilo para boa defesa de Benaglio, desviando para escanteio.

A Suíça ainda teve como fazer um golzinho, mas Frei (abençoada figura!) não anda lá essas coisas. 

 

As oitavas sul-americanasamorim2

A fase inicial da Copa terminou e trouxe nada de novo no futebol jogado em campo. As seleções são preparadas, ao que parece, para não perder e, se possível, ganhar - salvo raras exceções.

Surpresas sempre acontecem e, dependendo de que lado a gente esteja, são benvindas; impossível não comemorar o vexame dos franceses - que nem deveriam estar na Copa - e o tropeço dos italianos, que nos deixam, por enquanto, como pentacampeões isolados. Com o detalhe de a próxima Copa ser aqui.

Teremos tempo suficiente de nos prepararmos de modo a exorcizar o fantasma do maracanaço?

É de se comemorar também que os sul-americanos avançaram na competição, com méritos. Estão aí Argentina, Uruguai, Paraguai, Brasil e Chile, pela ordem da data de classificação das equipes.

A lamentar, sinceramente, o fato de apenas uma seleção africana ter passado de fase.

Do lado europeu, teremos duas partidaças, entre Alemanha e Inglaterra e o clássico ibérico com Portugal e Espanha.

Teremos mais surpresas? Gana, Estados Unidos, uma delas vai pras quartas de final; Holanda deve passar pela Eslováquia. Será? Coreia do Sul enfrenta o Uruguai, já neste sábado (26), e México, a Argentina, no domingo. Bienvenidas sorpresitas!!!    

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Frases

"Em Mundial, qualquer time pode te bater" - (Vicente del Bosque, técnico da seleção espanhola, antes do início da Copa, ao avaliar o decantado favoritismo da Fúria)

"Não gosto do Dunga, mas pensei que não viveria para ver um treinador da seleção brasileira peitar a Globo, dizer que está lixando para os privilégios assinados no passado." - (Juarez Soares, jornalista esportivo, sobre a convocação ao Dia sem Globo em apoio a Dunga. Por anda o velho e bom China? Respostas pra coluna, rápido...)

Salompas ou emplastro sabiá?

Não é implicância, mas pode ter relevância. Júlio César, titular do brDunga na seleção, dividiu a bola, livrou a gente de tomar o gol. Ao ser socorrido, deixou à mostra a proteção que usa na lomba.

Fim de jogo, explica: "Tô zerado, tô tranquilo". A Susana Werner deve ter ficado feliz, mas cá entre nós se está tudo bem com o atleta, pra que proteção daquele jeito?

O avançado português que dividiu o esférico com nosso guarda-redes disse que bem que tentou aplicar-lhe a cueca, mas o relvado não permitiu o remate e por pouco os dois não foram ao poste. Pena que, na tentativa de não atingir o adversário, tenha-lhe rasgado a  camisola.

Bacalhau na cachaça

Ju A-Kim, lembram-se dele? Pois eis que o luso-nipônico, nascido nas Coreias (sim, ele foi parido bem na fronteira), nos brinda com a receita de bacalhau no saquê, que cá entre nós - explica o mestre-cuca - pode ser

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cbf-bacalhau cachaca

       Bacalhau na cachaça

  • pegue o Cristiano Runaldo, o Deco, o Liedson e... reserva!
  • coloque o Ricardo Carvalho para congelar durante os próximos 20 dias;
  • exprema bem o Simão até ficar só o bagaço;
  • tire a pele do Hugo Almeida e ponha para secar por 20 dias;
  • ponha no pilão o Raul Meireles e chame o Júlio Baptista para socar bem;
  • pique em pedacinhos o Eduardo, o Miguel, o Bruno Alves e salgue bem;
  • amasse o Coentrão e o Tiago e ponha numa britadeira para moer bem;
  • adicione o Pedro Mendes, o Duda, o Pepe, o Ricardo Costa, o Daniel Fernandes, o Paulo Ferreira, o Beto, o Rubem Amorim, o Miguel Veloso, o Rolando, o Danny, todos bem picados, e deixe curtir em molho bem apimentado durante 20 dias;
  • misture tudo numa tina com cachaça até a tampa e... reserva!!!
  • leve a fogo alto com óleo fervente;
  • deixe no forno até 2014.

E, aí, é só servire!!!

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El loco de piedra

Marcelo "Napoleón" Bielsa, técnico do Chile, - dizem - está cada vez mais louco mesmo. Além de não dar entrevista e mandar recado aos jogadores só por meio do preparador físico, quando faz palestras enfatiza que o medo é o elemento mais positivo para incentivar a equipe, e não a confiança.

Trata-se de "um sentimento mais puro", diz El loco, seja lá o que isso queira dizer.

Rodriguisen

rodr

Tem são-bernardense na Dinamarca. A galera da Catanduva chama a atenção do colunista que Rodrigo Nogueira encarnou no Jacobsen, número 6, não no futebol porque Rodrigo jogou muito mais, mas na fisionomia e no jeito como ia pra barreira.

O craque são-bernardense gostava mesmo é de cobrar falta, de canhotinha, geralmente nas redes adversárias.

Nota de esclarecimento

Melhor que de falecimento. Estou muito à vontade com esse movimento de boicote à Globo porque, já dizia Stanislaw Ponte Preta, se não engano, o clique na mudança de canal é a melhor coisa que existe no aparelho de TV.

Em esportes, tem muita emissora que dá banho na do plin-plin... é só saber escolher.

 

Por hoje, é isso.
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