Blues Elétrico de James Solberg em L.A. Blues (1998)
L.A. Blues, de James Solberg, é um petardo do blues rock elétrico que captura a fúria controlada de um guitarrista veterano. Aos 47 anos, Solberg – lenda de Wisconsin que aprendeu banjo e violino na infância – comanda sua banda com John Lindberg no baixo pulsante e Robb Stupka na bateria explosiva, criando um som polido, mas feroz, com vocais roucos e solos que ecoam Johnny Winter e Albert Collins.
A faixa-título "L.A. Blues" abre com risadas e moedor excêntricos, enquanto o cover de 8 minutos de "Ballad Of A Thin Man", de Bob Dylan, brota em meditação sombria e intensa. Originais como "Bubba's Boogie" e "Happy Snails" injetam groove irresistível, provando o talento de Solberg como compositor.
Gravado no aconchegante Maple Street Studio, em Eau Claire (WI), longe das luzes de L.A., o disco reflete o processo intimista de Solberg, misturado no local e masterizado em Memphis para um punch soulful. Lançado logo após a morte de Luther Allison em 1997 – parceiro de longa data e mentor –, homenageia o legado, com a banda premiada como Blues Band do Ano nos W.C. Handy Awards de 1997 e 1998.
John Mayall em Along for the Ride, seu álbum de 2001 celebra 40 anos de carreira incendiando palcos. Mergulhado no blues rock clássico, com riffs afiados de guitarra, grooves pulsantes de Hammond e vocais roucos cheios de alma, o disco é uma aula de vitalidade aos 67 anos de Mayall. Acompanhado por ex-Bluesbreakers e astros como Billy Gibbons (ZZ Top), Gary Moore, Peter Green e Otis Rush, ele transforma faixas em hinos: "Yo Yo Man" explode com o slide hipnótico de Green, enquanto "If I Don't Get Home" ganha fúria irlandesa de Moore, e "So Many Roads" honra o Chicago blues com Rush.
Gravado em estúdio caseiro em Los Angeles, Mayall enviou demos para amigos globais, criando faixas remotas que capturam essência orgânica, sem overdubs excessivos. Outro trunfo? Lançado pós-milenar, reflete o renascimento blues dos anos 2000, influenciando revivalistas como Joe Bonamassa.
Retrospectacle: A Viagem Épica do Supertramp em 2005 (IN MEMORY OF RİCK DAVİES 1944/2025)
O Supertramp Retrospectacle (The Supertramp Anthology) de 2005 é uma celebração vibrante do legado de uma das bandas mais icônicas do rock progressivo e pop. Com um som que mistura melodias cativantes, arranjos sofisticados e letras introspectivas, este álbum duplo reúne clássicos como “The Logical Song”, “Breakfast in America” e “Dreamer”, além de pérolas menos conhecidas como “Land Ho” e “Sister Moonshine”. As faixas destacam a habilidade da banda em transitar entre o lirismo melancólico e a energia contagiante, com os vocais marcantes de Roger Hodgson e Rick Davies.
A seleção de faixas foi cuidadosamente curada para refletir a evolução da banda, incluindo raridades como “Surely” do álbum de estreia. O álbum captura o auge dos anos 70 e 80, com contribuições magistrais do saxofonista John Helliwell, que dá um toque jazzístico único.
Ivar Avenue Reunion: Uma Explosão de Blues e Psicodelia em 1970
Lançado em 1970, Ivar Avenue Reunion é uma joia do blues rock com toques psicodélicos, gravada nos estúdios RCA em Ivar Avenue. Liderado por Neil Merryweather, o supergrupo traz Barry Goldberg (órgão/piano), Charlie Musselwhite (harmônica) e Lynn Carey (vocais). Faixas como “After While”, com seu groove à la “Smokestack Lightning”, e “Fast Train”, com vocais vibrantes de Carey, são destaques. O álbum nasceu de uma jam session improvisada, reunindo amigos em um ambiente descontraído. A capa, com o grupo posando, reflete a vibe crua e autêntica da época.
Time Ain’t My Friend (2025), da Magnetic Gardener, é um mergulho vibrante no blues com toques de classic rock, trazendo 11 faixas repletas de alma. Destaques como “Never Crown A Clown” e a faixa-título exalam energia crua e letras poéticas. Sob a produção de Sepp Wejwar, o álbum mistura riffs intensos e melodias cativantes. As gravações capturam improvisos ao vivo, dando um toque espontâneo. Gravado pela Jazzualdo Records, conta com músicos como Pete Jason Conrad no estúdio.
The Blues Volume Low (2014), estreia solo de Sunny Lowdown, é uma pérola do blues tradicional, com raízes profundas em John Lee Hooker e Muddy Waters. Com sua guitarra elétrica e acústica, Sunny entrega 13 faixas viscerais, como “Can’t Be Satisfied” e “Red Devil Blues”, misturando covers clássicos e originais. O álbum brilha pela simplicidade poderosa, com destaque para o trio (Sunny Bottom no baixo, Sunny Tubs na bateria) em três faixas. Sunny, ex-Mink DeVille, gravou aos 16 anos com Hooker!