Documentário resgata o lendário Lira PaulistanaNo velho porão do Lira, espaço de vanguarda e efervescência cultural, despontaram grupos como Rumo, Premê, Língua de Trapo e Ultrage a Rigor Mais de 40 degraus separavam a porta de entrada do palco. Mas quem não se aventurou pela escadaria que levava àquele porão não vivenciou um dos mais estimulantes movimentos culturais experimentados pela cidade de São Paulo no início da década de 1980. O teatro Lira Paulistana, que funcionou de 1979 a 1986 no bairro de Pinheiros foi, a um só tempo, palco para uma música que as gravadoras não queriam ouvir e microfone para um grito cultural que a ditadura deixara entalado. “Contar a história do Lira é contar a história de toda uma geração”, resume Riba de Castro, um dos fundadores do espaço de arquitetura intrigante e sons vanguardistas. Muita gente sabe que aquele palco teve como habitués artistas como Ná Ozzetti, Paçoca, Vânia Bastos, Cida Moreyra, Luiz Tatit, Wandi Doratiotto, Tetê Espindola, Arrigo Barnabé, Laura Finocchiaro, Laerte Sarrumor, Jorge Mautner, Nelso Ayres, Boccato e Lanny Gordan. “Aquele era o momento em que o País estava mudando. Éramos meio hippies. O sonho não tinha acabado ainda.” Riba de Castro, um dos sócios do emblemático Teatro Lira Paulistana, atualmente morando em Madrid, em breve fará o caminho de volta a São Paulo para realizar um documentário que resgatará e tornará pública a memória do Lira.O documentário pretende mostrar não só a indiscutível importância do Lira como palco da música de vanguarda em São Paulo, mas também registrar sua importante atuação em outras áreas como a gravação de discos, o jornalismo cultural, a produção editorial e as artes plásticas. |
via: terra