Lobão conta suas relações de drogas e música em autobiografiapor Marcus Preto Depois de receber do pai um soco na cara, Lobão começou a gritar para que saísse do quarto enquanto terminava de fazer as malas. Estava sendo expulso de casa. O velho não saía. Avistou, então, os dois violões em cima da cama. Ainda pensou: "O preto ou o de nylon?". O de nylon. Pegou o instrumento e fez dele uma clava. Deu com força na cabeça do pai repetidas vezes. O homem caiu no chão, arrastou-se para fora do quarto tentando fugir dos golpes, que continuavam. Apanhava em silêncio. Ensanguentado, conseguiu chegar à escada. Em última tacada, o filho o empurra pelos degraus. Só sossegou porque não havia mais violão para continuar batendo. Em seguida, chamou a irmã: "Vamos sair deste hospício". Nunca mais voltou para casa. Tinha 19 anos. Hoje, aos 53, o músico reúne histórias como essa algumas ainda mais pesadas na volumosa autobiografia "Lobão - 50 Anos a Mil". "O que mais me deixou orgulhoso é que o livro está bem escrito", diz. "Se, teoricamente, tudo o que eu contei ali fosse mentira, ele valeria como um bom romance." |
via: folha