Até que ponto podemos ficar machucados de tal forma a se posicionar, revidar? E quando machucamos qual o ponto que sabemos que temos que parar? Nem sei por onde começar a falar desse filme que mexeu comigo de tantas formas a se tornar um dos melhores que eu assisti. Esse é o primeiro filme do diretor/ator britânico Paddy Considine. Excelente estréia que rendeu ótimas críticas. E não é por menos. Tiranossauro é um filme direto, seco e realista a tal ponto que chega a machucar. O roteiro não poupa ninguém, trata de temas tão fortes de uma forma ímpar. O filme segue a vida de um viúvo atormentado, alcoólatra e violento e de uma mulher religiosa, casada e que sofre em silêncio por ter um marido extremamente arrogante, ciumento e agressivo... Tudo é extremamente filmado de uma forma bruta, real! Faz tudo ficar pesado. Conseguimos sentir a angústia, medo, mágoa A trilha sonora é certeira e a direção é irretocável. Paddy ousou bastante para surpreender o público. Ele soube criar a atmosfera perfeita para o filme. Desde a imagem cinzenta que faz tudo parecer mais angustiante e tenso, até os diálogos duros e cheios de verdade. Os coadjuvantes é outro elemento essencial a trama. O marido da Hannah e o vizinho insuportável com seu Pit bull enraivecido são retratos que faz nascer ainda mais o ódio e o rancor nos protagonistas, fazendo assim a trama se desenrolar de forma mais cruel e surpreendente. O filme se chamar Tiranossauro é outra surpresa. A cena em que se fala sobre isso é impressionante e genial. Afinal, quantas pessoas no mundo, ás vezes até mesmo nós nos sentimos assim. Uma carcaça: Cheios de dor, vazios, sem sentimentos, amargos... Como se estivéssemos nos decompondo. Mas essas carcaças são valiosas como a de um Tiranossauro. Joseph é um tiranossauro. Hannah também é. Ás vezes até mesmo nós somos! |
via: omelhordatelona
