16 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU A DECEPCIONAR

Nino Prataoi

Lépidos leitores, se até o Dunga acha que a sua seleção precisa melhorar - "temos  de melhorar sempre", segundo ele próprio -, é bom a dungaiada se tocar e jogar o futebol que tantas alegrias já trouxe à sofrida torcida brasileira.

Apesar de fogos, buzinaços, cornetadas, carreatas pelas ruas, praças, bares e outros locais - até mesmo de trabalho - do País, ficou o gostinho de quero mais.

AUTO_waldez Hoje me decido a dar folga para a rapaziada que está presa na África do Sul porque o próprio Maicon disse, muito bem, que "agora é descansar para estar bem no domingo". Eu também espero estar bem até lá e, principalmente, no dia do segundo jogo do Grupo G. Aí vem a Costa do Marfim e, se a dungaiada não tomar cuidado, o elefante atropela o canarinho, tadinho. Não vai dar nem tempo de dizer, à lá Piu-Piu: "Acho que vi um elefantinho; vi sim". A diferença é que no desenho animado, Frajola (no caso, o elefante) leva a pior.

"El loco, el Toro" e apenas 1 a 0

 robertocandia No primeiro confronto de americanos na Copa - Honduras, da América Central, com técnico colombiano; e Chile, América do Sul, com técnico argentino -, quem é favorito, por ter melhor time e mais experiência internacional jogou para vencer, sem deixar dúvidas em itens como posse de bola, escanteios, jogadas de ataque benfeitas, algumas envolventes e quase umas pinturas de gol.

O Chile venceu Honduras por 1 a 0, mas foi muito pouco pelas situações criadas. Marcelo Bielsa montou o time para ganhar e jogar bonito. Logo no primeiro minuto de jogo Valdivia sofreu falta, para Fernández cobrar com estilo e a bola pousar na rede, em cima do gol. Foi assim o tempo, a partida toda: Chile firme na marcação, com toque de bola refinado do meio pra frente, lançamentos rápidos, escanteios ou faltas a seu favor; faltou acertar a pontaria. 

Isla, Sanchez, Vidal, Fernández, Valdivia, Beausejour, à frente, e Medel e Ponce na defesa são nomes para ser anotados por Dunga com atenção porque os chilenos podem cruzar o caminho dos brasileiros nas oitavas.

Aos 34 do primeiro tempo, numa das tantas boas tramas pela direita, Fernández lançou Isla, que cruzou na área, para Beausejour dividir com a zaga e abrir o placar. O autor do gol é bom também nas armações de jogada, no toque de bola. Deve ter torcedor francês enciumado (lembram-se de que falei dele numa das primeiras colunas?). Mas o jogador é chileno, mesmo com ascendência haitiana.

Valdivia, chamado por palmeirenses de "el mago", é Toro no sobrenome. Acredito que "el toro" caia melhor para ele pela disposição em campo, veloz, objetivo e napoleao_desenhosolidário. Curiosidades não faltam aos dois times.

Se Honduras tem Guevara, sem poder de fogo, é verdade, na meia cancha, quem adota o visual do ícone cubano-mundial é o zagueiro Ponce, do Chile. Impecável na sua área, ele caça o adversário até o meio de campo, para tomar-lhe a bola, se  preciso. Para completar, "el loco" Bielsa, técnico do Chile, bem que poderia interpretar Napoleão Bonaparte, desses que a gente vê em pinturas e no cinema. Só falta colocar a mão no peito, por dentro do agasalho.

E ainda teve mais no segundo tempo: saiu Pavon, apagado no time hondurenho, ao contrário da ave que adora exibir-se, e eis que surge Welcome - bem-vindo, uma ova; entrou numa gelada, para tentar ver se mudava o placar adverso. Ficou sem conseguir a façanha, e o Chile está liderança do Grupo H, mas tem companhia.

 

O amargo sabor do chocolate

AUTO_aroeira22 Para quem esperava a estréia de uma das mais badaladas seleções desta Copa, a Espanha, com um chocolate pra cima da Suíça, na quarta (16), viu a Fúria provar o amargo sabor do chocolate.

Como diria um locutor esportivo: a Espanha tem um timaço-aço-aço, a começar do goleiro Casillas, mas quem salvou a pátria no gol foi Benaglio, da Suíça. O arturorodriguez2resultado de 1 a 0 para os vermelhos dos Alpes, que jogaram de camisas brancas, se não traduz o que foram as chances de gol criadas, porém comprova que no futebol não basta ter nome; tem de jogar com objetividade.

Os espanhóis deveriam saber que os suíços não tomam gols em Copas e, até, chegaram agora à sua nona vitória na competição. Mesmo sem o seu principal  goleador, Frei (figura abençoada), a Suíça seguiu à risca a disciplina tática (própria do seu técnico alemão Ottmar Hitezfeld) de se fechar na defesa e contra-atacar sempre que possível. Num deles, aos 5 do segundo tempo, saiu o gol de Fernandes, em jogada que, de tanta trapalhada da defesa espanhola, Piqué saiu sangrando na fronte e Casillas, a meu ver, chegou a fazer pênalti em Derdiyok - que nem precisaria ter sido marcado porque a fatura já estava pronta.  

A Espanha com seus jogadores de alto nível técnico, a meu ver, abusou de jogadas de efeito, individuais, que o que mais que produziram foram escanteios, cruzamentos, uma ou outra chegada na área adversária, além de chutes a gol de longa distância. Num deles, Xabi Alonso, apagado, acertou o travessão, numa das poucas vezes em que o goleirão suíço foi batido. O técnico Vicente Del Bosque, ele sim, deve estar mais furioso que miúra ferido.

No final, já nos acréscimos, que seriam 5 e viraram 6 minutos, Benaglio tomou amarelo por fazer cera. Abusado esse Casillas dos Alpes.

Clipboard01 Compare os times e aplauda o que os suíços fizeram no Estádio Moses Mabhida, em Durban:

Espanha - Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol, Capdevila; Xabi Alonso, Xavi, Busquets (Navas), Iniesta (Torres),David Silva (Pedro), Davi Villa.

Suíça - Benaglio; Lichtsteiner, Senderos (Von Bergen), Grichting, Ziegler; Barnetta (Yakin), Inler, Huggel, Fernandes; Derdiyok (Eggimann), Nkufo. 

 

“Pax uruguaia” enfeitiça bafanas

África do Sul e Uruguai fizeram no Loftus Versfeld Stadium, em Pretória, o jogo 3 afr6do Grupo A, sinal de que a Copa engrenou e a gente nem percebe; quando vê, já estamos com a primeira rodada completa dos grupos. A ansiedade eufórica da estréia parece ter dado lugar à tranquilidade sonífera dos bafanas, que mal se postavam em campo, mal tocavam a bola e mal chutavam a gol. Ganhar como? Teriam sido picados pela mosca azul-celeste?

O Uruguai, de branco (não se sabe se para dar sorte ou sinalizar que a celeste estava ali em paz – a pax uruguaia deve ser como a pax romana: ”se queres a paz, prepara-te para a guerra), foi bem mais objetivo porque time, já se sabe, tem mais que a seleção de Parreira.

Dessa vez, prevaleceu a lógica, no placar de 3 a 0 para nossos vizinhos, afr2que praticamente garantem a passagem para as oitavas e ainda têm Forlán na artilharia da competição com seus dois gols de hoje; o terceiro foi de Álvaro Pereira.

Um lance diz muito: Forlán marca, em chute forte e preciso da intermediária, um golaço surpreendendo a zaga, que estava em linha, e Khune, aos 23 do primeiro tempo. O atacante foi muito bem na partida, assim como toda a equipe. Nem parece que se classificaram para a Copa na repescagem.

Outro lance diz também: Mphela sai em desabalada carreira, pela direita, até próximo da área uruguaia – cruzar pra quem, se o centroavante é ele? Os bafanas mostravam toda sua inocência, como aconteceu também em falta de Digkacoi afr5sobre Suárez em disputa de bola quase perdida na lateral do campo.

No segundo tempo, os uruguaios reclamaram de dois pênaltis, não marcados, mas no terceiro, não teve como: Suárez recebe livre na área, dribla o goleiro e leva a rasteira. Pra piorar, Khune recebe cartão vermelho, aos 30. Quatro minutos depois, Forlán bate forte, no alto, à direita do infeliz Josephs, que acabara de entrar.

  Parreira optou por tirar Pienaar, mas já havia tentado acordar a rapaziada afrao substituir Letsholonyane por Moriri, um atacante a mais para ajudar Mphela. Sem resultado. Os sul-africanos abusavam das faltas, e a torcida começava a deixar o  estádio.

Nos acréscimos, a ducha esfriou de vez. Depois de cobrança de escanteio, sempre bem executada por Forlán, a bola chega a Suárez, que da direita coloca no lado oposto para Álvaro Pereira, livre, fazer o terceiro, em cabeceio para o chão com o canto do gol livre.

 

Institucional mandou bem

"O país mais fechado do mundo não tem uma defesa tão fechada assim"

(mensagem institucional de uma empresa de Comunicação, referindo-se à Coréia do Norte).

AUTO_alecrim

E pensar que no quesito defesa, a nossa própria é bem guardada; a da Suíça, então, chega a dar nos nervos, né, Fúria? A do Uruguai dá nas canelas, e por aí vai...

___________________________Na estrada__________________________

Seguem mais cinco opções de frases de internautas como sugestão para os ônibus das delegações:

  • Coréia do Norte - "1966 de novo! Vitória para a Coréia!"

Por que não:

VAMOS BOMBAR NESSE MUNDIAL!

  • Gana - "A esperança da África"

passaria a ser

GATOS EM PELE DE LEÕES

  • Japão - "O espírito samurai nunca morre! Vitória para o Japão!

ficaria assim:

A GENTE CABERIA NUMA VAN, NÉ?

  • Grécia - "A Grécia está em todos os lugares"

significa, filosoficamente

O QUE SEI É QUE NADA SEI; MAS QUE VAMOS GANHAR, ISSO VAMOS...

  • Nigéria - "Super Águias e superfãs unidos, nós acreditamos"

Algo mais prático:

VAMOS TIRAR A BARRIGA DA MISÉRIA

Por hoje, é isso.
Mensagens para esta coluna devem ser enviadas para ninoprata@yahoo.com.br
fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

charge; alecrim; aroeira; valdez; jorge braga

Uniformes da Seleção Brasileira.

Em um século, os uniformes ganham visual arrojado e incorporam tecnologia que ajuda a melhorar o desempenho dos atletas. Ao longo de todo esse tempo a evolução dos materiais esportivos buscando o melhor desempenho dos atletas não parou. Com a Seleção Brasileira não poderia ser diferente, ela também teve sua camisa modificada diversas vezes. Mas o que mais na realidade a principal alteração ocorreu com o tecido. Ela vai do obsoleto algodão, que concentrava o suor e pesava muito ao tecido cool motion, que expulsa o suor, fazendo-o evaporar rapidamente.

Entre 1914 a 1949 muitas foram as variações dos uniformes, entre outros podemos destacar o de 1916, com listras verticais em verde e amarelo; os de 1917, quando chegou disputar jogos do Sul-Americano, com uma camisa vermelha, além dos utilizados em amistoso nos anos de 1918 e 1918. Posteriormente usou a camisa azul na Copa Rocca e mundial de 1938 seguindo até a branca com gola azul lançada em quarenta e nove e utilizada na Copa do Mundo de 1950.

Apontada como um dos fatores principais para a perda do título para os uruguaios ela foi abolida da Seleção Brasileira em 1952. No ano seguinte o jornal Correio da Manhã em comum acordo com a C.B.D. promoveu um concurso nacional para mudar as cores do uniforme da Seleção Brasileira. A principal exigência do concurso era de que na composição do novo uniforme deveriam ser combinadas as quatro cores da bandeira nacional.

O vencedor foi o jornalista e estudante de direito gaúcho Aldyr Garcia Schlle, nascido em Jaguarão e morador da cidade de Pelotas. Assim surgiu a famosa camisa canarinho, que teve sua estréia no ano seguinte, durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo.

fonte:cbf

15 de junho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU A RESULTADO MAGRO

Nino Prata

Krishnamurtianos leitores, muita calma nesta hora! Os soldados de Dunga foram a campo (de batalha?!) contra a enigmática Coréia do Norte de Kim Jong-Hun.

Mão no queixo, AUTO_lilaexclamo: Huuummm!!!

Única seleção a participar de todas as Copas, o Brasil começou a escrever nesta terça (15) mais uma trajetória rumo ao título, cá entre nós o almejado hexa. Pesquisa do Ipespe/Diário SP revela que 65% das mulheres entrevistadas acreditam mesmo na conquista, e 59% dos homens idem. Até aí, beleza. Mas 51% dos paulistas ouvidos aceitam o título, mesmo com a seleção do Dunga jogando feio. Eu não estaria entre eles. Dá para jogar bem e ganhar.

Os jogadores de futebol brasileiros têm um cartel expressivo de estréias na competição. Em 18 edições, são 2 derrotas apenas (nas duas primeiras), 2 empates (em 1974 e 1978). Em todas as demais, vitórias, duas por goleada (3 a 0, em 1958; 4 a 1, em 1970), quando fomos campeões na final, com equipes que marcaram a história do futebol mundial.

aroeira Na véspera da estréia, na África do Sul, jogadores de ponta no atual elenco - Kaká, Robinho, Júlio César - mostraram-se confiantes ao falar com jornalistas. O estádio Ellis Park, em Joanesburgo, deixa o time em casa porque ali o Brasil ganhou a Copa das Confederações há dois anos.

Bons presságios. Ainda por cima, Costa do Marfim e Portugal nos deram de bandeja um empate por 0 a 0, na partida que abriu o Grupo G. Aí está o ponto, minha gente!

O jogo

Bola rolando, o Brasil foi superior, em domínio de bola e troca de passes, aos comandados do Kim técnico, mas conseguiu apenas duas vezes balançar as redes adversárias, para uma deles, quando tudo já parecia definido no placar, até com possibilidades de ser ampliado a favor dos brazucas.

Nilmar, que entrou no lugar de Kaká no segundo tempo, em menos de 5 minutos chutou com direção certa mais do que Luís Fabiano em todo o tempo de jogo. O lampejo de Dunga,ela em colocar um atacante no lugar de Kaká, era um dos motivos que me fazia acreditar que a goleada poderia vir.

Isto porque o Brasil ia muito bem da sua intermediária até a do adversário, mas faltava aos jogadores acertarem o pé para concluir.

Na medida em que o tempo de jogo passava, mais os norte-coreanos se fechavam. Num dos contra-ataques, Lúcio ganhou de Jong Tae-Se na velocidade e cortou na hora agá do arremate. Na cobrança de escanteio, Hong Yong-Jo mandou a bola para o outro lado do campo, que permitiu um passe rápido para trás, porém uma conclusão fraca para fora.

Num time em que o destaque é Elano, para mim um jogador de técnica limitada, 2 a 1 chega a ser goleada. Foi do volante o segundo gol. O primeiro foi de Maicon, golaço quase da linha de fundo, enganando o goleiro ao colocar a bola entre ele e a trave esquerda.

O que mostra por que a gente precisaria mais de atacantes para não sobrecarregar os meio-campos e os defensores. O gol norte-coreano saiu pela direita da defesa brasileira. À frente no placar, o jogo ficava ao gosto de Dunga: bolas pro lado, para trás, à espera do contragolpe ofensivo.

Luís Fabiano esteve abaixo da crítica neste jogo, sem concluir com perigo, mas bom ao matar as saídas dos norte-coreanos ao contra-ataque. Fez tanta falta que chegou a ser advertido pelo húngaro Viktor Kassai, apenas verbalmente.

Kaká me pareceu ou fora de forma física ou sem ritmo de jogo (chegou a errar dois passes seguidos, em menos de 4 minutos, no primeiro tempo, e se atrapalhou todo numa disputa de bola na linha de fundo, no segundo, quando por pouco não foi ao chão de forma bizarra), e talvez seja arriscado demais esperar que ele cresça numa competição tão curta. Robinho fez lá suas graças, mas pelo menos deu o lançamento preciso para Elano marcar o segundo gol, em chute em diagonal, no canto direito de Ri Myong-Guk.

Como se diz, deu pro gasto, e o resultado magro não ajuda muito se for preciso gordura no saldo de gols para definir a classificação para as oitavas.

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Lances da partida

  • 1º. tempo – 6´, Elano chuta de esquerda e a bola passa à direita do gol norte-coreano; Robinho tenta o mesmo, mas pega mal na bola que sai à esquerda; 8´, a zaga brasileira, bem posicionada, corta cruzamento da direita; 9´, Michel Bastos chuta cruzado, e a bola sai à esquerda da meta – arremate que poderia ter sido aproveitado por algum atacante que acompanhasse a jogada; 11´, o homem-gol Jong Tae-Se chuta a gol, e Júlio César defende com facilidade; 12´, Elano chuta, e a bola bate na zaga – Maicon e Kaká acompanhavam a jogada, também em condições de arremate; 16´, os norte-coreanos chutam a gol, em apoio do lateral ao ataque vermelho; 17´, boa troca de passes de Kaká e Maicon, em bola cruzada da esquerda para a direita; 19´, Maicon cruza e, por pouco, não complica a vida de Myon-Guk, mas não havia um único brasileiro para aproveitar a sobra; 20´, Robinho recebe de Luís Fabiano, quase na pequena área, e mesmo marcado gira, mas o chute sai fraco, em cima do goleiro; 33´, Robinho dribla pra trás e pros lados, mas não chuta a gol; prefere servir alguém que venha de trás, e o arremate é desviado de leve pelo goleiro, sem que ninguém aproveitasse a sobra; 40´, Felipe Melo chuta de longe para longe da meta; 41, escanteio, mal cobrado, que permite saída de bola rápido da Coréia do Norte; 42, escanteio, que também deu em nada; 44´, Michel Bastos apóia bem, entra na área, mas bate torto, não se sabe se cruzou ou chutou a gol.

 

  • 2º. tempo – em 2 minutos, Brasil chega por duas vezes ao ataque, na área adversária, sem saber o que fazer para botar a bola pra dentro; Elano tenta de fora da área, limpando a jogada e concluindo sem perigo; 4´, falta próxima da meia-lua da área norte-coreana, chance de ouro para abrir o placar, desperdiçada por Michel Bastos, que manda a bola à direita do gol em direção da grua; 6´, escanteio, comemorado como se fosse gol por Maicon – vê se pode!; 7´, chute de Robinho pra fora... e Kaká aplaude – o que, eu não sei; 8´, escanteio para a Coréia do Norte; 9´, raro contra-ataque rápido feito pelo Brasil, que para quando chega na intermediária; 10´, Maicon resolve a parada num foguete disparado, depois de receber passe preciso de Elano: 1 a 0; 13´, Felipe Melo vai nas pernas de um norte-coreano, em falta que bem poderia ser punida com cartão amarelo; 15´, Michel Bastos acerta o pé, mas Myon-Guk rebate;16´, Robinho é acertado no tornozelo em disputa de bola; 17´, Elano coloca a bola na área, para quem vem de trás, mas Juan se atrapalha todo e manda por cima do gol: nem cruza nem conclui; 18´, Luíz Fabiano tem a chance de gol que um matador não pode desperdiçar – segue na seca de gols; em compensação, Elano recebe passe preciso de Robinho, avança em diagonal e bate cruzado para marcar o segundo gol brasileiro; 19´, a Coréia do Norte tenta fazer o seu gol, sem êxito; 22´, Pak Chol-Jin cai, com cãibra, na jogada em que fez carga em Kaká; 24´, falta em Gilberto Silva, também merecedora de cartão amarelo; 25´, raro pique de Kaká, para recuperar a bola que se perderia na lateral, para servir Michel Bastos; Dunga coloca Daniel Alves no lugar de Elano; 29´, Luís Fabiano recebe na área, demora para se decidir e consegue apenas escanteio, em vez de tentar o chute a gol; 30´, Robinho leva a mão ao rosto, em dividida de bola com coreanos; 31´, Lúcio tenta uma de suas arrancadas e sente o pé, quando já estava próximo da área norte-coreana; 33´, sai Kaká, entra Nilmar; 34´, em sua primeira jogada, Nilmar chuta em meio de zagueiros, e goleiro bate-roupa de leve; ninguém acreditou no rebote; 35´, Felipe Melo tenta o dele e, pelo menos, a bola vai na direção certa, para defesa do goleiro; 36´, Nilmar acompanha o contra-ataque norte-coreano e faz falta; na cobrança, Júlio César sai bem do gol e segura firme; 37´, escanteio depois de bola chutada por Robinho; Lúcio apóia pela esquerda; 38´, entra Ramires no lugar de Felipe Melo; 39´, Nilmar recebe, marcado, ajeita e chuta de primeira nas mãos do goleiro; 40´, Juan corta com precisão avanço de Tae-Se; Júlio César sai bem na cobrança do escanteio; 42´, Ramires recebe amarelo por entrada mais dura; 43´, bobeira geral: Ji Yung-Nam sai para o apoio, vence dois marcadores e chuta por cima na saída de Júlio César: 2 a 1.

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Nem elefante nem bacalhau

A4 A grande expectativa para a partida de abertura do Grupo G, entre Costa do Marfim e Portugal, no Nelson Mandela Bay Stadium, em Porto Elizabeth, era a presença de Drogba. O que só aconteceu no segundo tempo).

Dá gosto ver em campo craques como o marfinense, na equipe em que o símbolo é o elefante (não sei se pela inteligência ou pelo porte físico; acredito que sejam os dois), da mesma maneira que entre os lusitanos, que tornaram o bacalhau mais conhecido que os noruegueses, o brilho de Cristiano Ronaldo seria bem-vindo (às vezes, ele brilha mais pelo gel nos cabelos).

No duelo do 27o. com o 3o. no ranking da Fifa, Portugal veio mais bem credenciado pela terceira participação seguida em Copas e por ter em campo os luso-corinthianos Deco e Liedosn.

Os gajos, vestidos de branco, começaram a criar mais jogadas, dominavam a posse de bola e não abriam mão de marcar a saída de bola adversária, bem como tinham uma linha de zagueiros bem armada (isso é que é levar a sério o refrão do hino: "às armas! Às armas!"). Hino, aliás, solenemente não cantado por Cristiano Ronaldo, apesar da vibração de seu colega ao lado.

A Costa do Marfim soube usar a técnica, a velocidade e disposição física de seus jogadores, acertando aos poucos a marcação e chegando junto, às vezes com perigo - para os adversários. Numa dessas entradas mais ríspidas, saiu um dos cartões amarelos mais rápidos da competição (se não o mais). Para facilitar o acompanhamento do jogo do grupo do Brasil, confira quadro com os Lances capitais.

Acontece que cartão que dá em marfinense não dá em lusitano, segundo o uruguaio Larrionda. Aos 28, Pedro Mendes operou a canela de seu opositor sem ser advertido pelo árbitro. O que traz à tona a recorrente discussão: que raios são os tais critérios de arbitragem? Pra mim, esses figurões têm mais é que tomar JUIZo!!!

No segundo tempo, em que as duas equipes procuraram intensificar as jogadas de ataque, sem maior resultado prático, sobrou pra um dos luso-corinthianos, Deco, que foi direto pros vestiários. Deve ter ido tomar aquela ducha quente porque o frio estava bestial!

Tiene, a meu ver, foi um dos nomes do jogo, bem como Liedson, quando havia estrelas de maior grandeza em campo. A mais esperada delas, pra quem gosta do bom futebol, surgiu para não brilhar. Drogba, porém, foi a substituição mais aplaudida da Copa até agora, viu seu Túlio Panaca? (nipo-brasileiro que quase tira o astro da competição, em amistoso recente).

Gervinho, por sua vez, até ser substituído por Keita,  esteve mais pra diabinho por infernizar, como poucos, a zaga lusitana. Do lado dos cultuadores de Camões, Raul Meireles, apesar de meia/volante, tornou-se o finalizador mais obstinado, sobretudo nos 10 minutos finais da partida.

Quem também veio pro jogo foi Romaric (referência a Romário, com a camisa 13 cultuada por Zagalo). Estaria aí o talismã para botar a bola pra dentro do gol?

Num jogo disputado com equilíbrio no poder de fogo das seleções, o Brasil se deu melhor porque, se vencer a Coréia do Norte, sai na dianteira do Grupo G.

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Lances capitais

  • 1o. tempo - aos 6´, cartão amarelo para Zokora em carrinho (mais pra trator) em Cristiano Ronaldo; 8´, dois escanteios para Portugal, sem maior perigo para o gol dos elefantes; 10´, bom arremate de Cristiano Ronaldo morre na trave direita de Barry; 13´, Tiene cobra falta para fora, sem perigo para Eduardo; 20´, Demel e Cristiano Ronaldo recebem amarelos, o primeiro por falta, não marcada pelo juizinho; o segundo, por reclamação xiliquenta; 22´, Gervinho põe pra dançar o vira dois marcadores, mas Paulo Ferreira acerta as tamancas e desvia a jabulani; 24´, de novo, Tiene bate falta, dessa vez para o guarda-valas subir tranquilo e segurar o esférico; 27´, escanteio marfinense, mal cobrado para quem vinha detrás e... não chegou; 37´, enfiada de bola benfeita por Yaya Touré, mas o goleiro luso sai para abafar; 39´, Raul Meireles sola Demel, em disputa de bola, os dois meio que se estranham; 42', escanteio cobrado por Tiene, da direita, sai muito veloz e se perde pela lateral esquerda.

 

  • 2o. tempo - 13´, escanteio, mais uma vez, mal aproveitado pela Costa do Marfim; 21´, Yaya Toré recebe na intermediária e tenta surpreender o goleiro português; 26´, escanteio para Portugal, cobrado curto para Raul Meireles arrematar; a bola bate na defesa e sai pela lateral direita. Na sequência, a bola chega até Liedson, que cabeceia pro gol, em lance que já havia sido impugnado por falta de ataque; 31´, Kolo Touré sente a temida cãibra em jogo disputado no inverno; 32´, Raul Meireles dispara outro torpedo de fora pra fora da meta adversária; 33´, Tiene faz falta em Cristiano Ronaldo, em lugar favorável à cobrança; 34´, O próprio 7 lusitano se concentra, mais do que o momento exige pelo que fez: bola longe do alvo; 39´, Kolo Touré volta a sentir cãibra, termômetro da dramaticidade do jogo; 45´, Drogba, mesmo caído, tenta encontrar alguém em condições de fazer o gol salvador, e a bola só não se perde na lateral oposta porque houve falta. A pressão nos acréscimos é toda da Costa do Marfim que, no último lance, demorou para cobrar escanteio, em dois toques curtos - a bola praticamente não saiu do lugar, e o árbitro uruguaio não queria mais jogo.

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Feio e simpático como diabo-da-tazmânia

Nova Zelândia e Eslováquia, 78o. e 38o. no ranking da Fifa, fecharam a primeira rodada do Grupo F com a esperança de uma das seleções assumir a liderança, em caso de vitória. Nenhuma das duas conseguiu o feito histórico, e embolou tudo na chave: dois empates por 1 a 1.

Time de alta estatura e muita força física, a Nova Zelândia, em que prevalece a marcação implacável, até tentou jogadas de ataque no início da peleja. O que fazia principalmente em cobranças de falta, para aproveitar uma de suas características, que é o jogo aéreo.

A Eslováquia, estreante em Copas, como país independente (até 1993, formava a Tchecoslováquia), chegou bem cotada à África do Sul por ter eliminado seleções de certa tradição, como as da Polônia e República Tcheca.

No Royal Bafoken Stadium, em Rustemburgo, mostrou, do meio para o fim do primeiro tempo, que tinha mais poder ofensivo em jogadas de ataque. Logo aos 5 da segunda etapa, Vittek cabeceou, preciso, no canto direito do gol neozelandês, depois de pedir que Sestak alçasse a bola para ele. Gol merecido, pelo andar da carruagem, ainda que duvidoso na posição do artilheiro eslovaco, que está perto de tornar-se o mais bem-sucedido de seu país.

Se faltaram futebol vistoso e gols, sobraram caneladas, chuteiradas, empurrões de toda ordem. Strba, aos 9, recebeu amarelo por reincidência em pegadas mais fortes.

Tudo parecia resolvido, mas a insistência da Nova Zelândia resultou no gol ao estilo da jogada que mas sabe fazer: em cruzamento de Smetz, da esquerda, Reid cabeceou, sem chance de defesa para Mucha.

O técnico Ricki Herbert até escalou Vicelich, para ver se enganava no grito algum eslovaco, mas vai ver que a pronúncia não saiu conforme a escrita. Não foi este o ator decisivo.

A Nova Zelândia, mais conhecida por ser país em que nasceu Roussel Crowe, astro de grandes sucessos do cinema, e por ter na sua fauna o diabo-da-tazmânia, mostrou que futebol pode ser feio, como o bichinho, mas esse animal é também boa gente, como os neozelandeses.    

Menos para os eslovacos, que saíram de cara amarrada por deixar escapar nos acréscimos a liderança sobre italianos, camaroneses e os persistentes adversários desta terça (15).

Esquema 171 é o que se poderia dizer da Coréia do Norte. Fechadinha, fechadinha, enquanto pode esconder-se da imprensa, inscreveu Kim Myong Won, atacante, como terceiro goleiro. O duas-caras participou de 3 vitórias de sua seleção nas Eliminatórias, atacando.

Agora vai ter de defender, se escalado, porque só pode atuar no gol. Descoberta a manobra, o técnico Kim Jong Hun tentou explicar-se: "O Kim é atacante e foi registrado como goleiro porque iniciou a carreira assim. É que vocês desconhecem a nossa realidade. Ele é um goleiro veloz, por isso foi usado como atacante, mas na Copa quis exercer a função e goleiro".

Tá bão, nhô Kim! A gente até quer saber mais sobre vocês, mas não deixam. O slogan do técnico dever ser: "Kim por Kim, acreditem em mim!".

Imaginar não é proibido, ao contrário de certos treinamentos. Nos ultra-secretos dos norte-coreanos, o Kim técnico deve fazer aquelas mirabolantes escalações de 4 equipes em espaço reduzido: uma só de seus xarás; outra de nomes iniciados em Pak; uma terceira de nomes em Ri; e numa quarta, vem os An, Jong, Choe, Nam, Mun, Hong.

Fonoaudiólogos de plantão, socorro!!!

República Mundial

Pensar - e disso ninguém deve abrir mão - também é cultura. Anotem e adotem este, de Leonardo Boff, pensador brasileiro de projeção internacional: "Está dentro das possibilidades de nosso ser viver esse tipo de o humanismo necessário, como condição da paz duradoura, vista já por Kant como o fundamento da República Mundial". 

_______________________Na estrada__________________________

Mais algumas frases de internautas para substituir as que estão nos ônibus das delegações

  • França - "Todos juntos por um novo sonho em azul"

não esconde a verdade:

DESODORANTES PODEM ESTAR VENCIDOS, O TIME NUNCA

  • Honduras - "Um país, uma paixão e 5 estrelas no coração"

está mesmo é

EM BUSCA DE UM SONHO. OU PELO MENOS DE UM PRESIDENTE.

  • México - "É tempo de um novo campeão!"

Mas, caramba,

SE BUSCAMOS NOSSO LUGAR AO SOL, POR QUE TEMOS QUE USAR ESSES MALDITOS SOMBREROS?

  • Nova Zelândia - "Chutando no estilo kiwi"

Falar nisso,

MAS QUE DIABOS DA TAZMÂNIA ESTAMOS FAZENDO AQUI?

  • Sérvia - "Jogando com o coração, andando com um sorriso!"

Pensando bem,

VAI DAR ZEBRACOVIC

Por hoje, é isso.
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fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

charge; sponholz; aroeira; lila