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6 de julho de 2010

A Alemanha ganha a Copa…será?

A Alemanha será o grande vencedor da Copa do Mundo deste ano. É bem simples, basta acompanhar as curvas para ver que tem certa coerência. Se funciona ou não, só na próxima semana para descobrirmos. O gráfico esta no site alemão Nerdscore

copa-2010

via: buteco da net

AINDA BEM QUE A PRÓXIMA VAI SER AQUI...

AUTO_sinovaldo Nino Prata

Hexanquídeos leitores, me desculpem o palavrão aí, mas nada a ver com equídeos, e sim peixes em que se incluem os tubarões dotados de 6 ou 7 fendas branquiais, uma única nadadeira dorsal e um palato quadrado, articulado com a parte pós-orbital do crânio.

Tudo de que precisamos como símbolo do sucesso da seleção canarinho em 2014. Seis ou sete fendas simbolizam o hexa que está por vir e os 7 jogos para consegui-lo (3 na primeira fase; 1 nas oitavas; 1 nas quartas; 1 na semi; e o derradeiro do grito: hexacampeão!!!).

A única nadadeira desse tubarão faz com que ele dificilmente morra na praia, mesmo porque é bicho que alia sagacidade e força, e seu palato quadrado nos remete a quadrado mágico que, se bem escolhido e preparado, nos trará o hexa!!!

E, por fim, é bom saber que nos hexanquídeos o palato é articulado com a parte pós-orbital do crânio. Tudo quimagee faltou na África do Sul: não havia articulação eficaz do meio pra frente e, muito menos, crânio – cérebro, minha gente – em boa parte  do elenco.

Sábia mesmo é a Meire, “quase filha adotiva” de Zeduardo, de São Paulo (SP), que prestigia a coluna. Fanática, ela disse ao “paizão”, “entre lágrimas e risos”:

“Ainda bem que a próxima Copa vai ser aqui. Assim a seleção não vai ter que voltar para casa!!!”.

Zeduardo é desses brasileiros que têm muito mais o que fazer do que acompanhar a Copa como loucos que nem o colunista, mas avisa: “Tenho visto sim a ótima Copa & Cozinha. Um puta abraço”.

 

Semifinais prometem;

um pouco de lógica sempre tem

edera Jargão dos mais conhecidos do futebol, o de que esse esporte não tem lógica precisa ser apreciado com moderação, a exemplo de certas bebidas.

Pois não é que, na África do Sul, entre os candidatos à artilharia da competição estão Villa, Klose, Müller, Sneijder, Forlán e Suárez? Um espanhol, dois alemães, um holandês e dois uruguaios - jogadores que disputam as semifinais e estarão, em parte, na decisão final.

A campanha de cada uma das respectivas seleções também mostra certa lógica, evidentemente porque, à medida que as equipes avançam, jogam mais vezes e podem somar mais pontos, fazer mais gols.

Vamos conferir, abaixo, cada uma delas e o que o colunista viu nas partidas que as 4 semifinalistas disputaram. Se valessem apenas os pontos corridos, do início da Copa até hoje, a Holanda está nas semifinais com 15; Uruguai chegou a 13 (uma vitória nos pênaltis); Alemanha e Espanha têm 12. Em gols marcados, a Alemanha soma 13; Uruguai conseguiu 7 (mais os 4 na cobrança de pênaltis); a Holanda tem apenas 9; e Espanha soma 6. As 4 seleções estão equilibradas em gols sofridos: 3 da Holanda; 2 para cada uma das outras, à exceção do Uruguai que levou mais 2 em pênaltis pós-prorrogação.

As semifinais, mais do que qualquer outra fase, prometem. Torço para que a Holanda conquiste, afinal, o seu primeiro título em Copas do Mundo, mas a Alemanha anda atropelando quem lhe atravesse o caminho. Pior para o Brasil, que em caso da conquista germânica, terá mais uma seleção no seu calcanhar-de-aquiles e ainda pode ver Klose superar Ronaldo na artilharia da história da competição.

NEDHolanda – única que chega a 100% com seu futebol cerebral e bem jogado. O jogo de estreia contra a Dinamarca foi um show de talentos individuais, porém contidos, no placar de 2 a 0 para a equipe em que se destacaram Van der Vaart e Van Persie. No duelo de Vans e Sens, a laranja deu o primeiro passo para superar, como deseja Bronckhorst, a fama de jogar bem sem ganhar o Mundial.

Laranjas em campo são sempre garantia de jogo bonito – se não for no gramado, pelo menos na torcida. Em seu segundo, a equipe de Bert van Marwijk confirmou que a fruta estava madura. Von Bommel-De Jong-Van Persie-Kuyt, pela esquerda; Von Bommel-Heitinga-Sneijder, pela direita, em passes precisos e pra frente, superaram a rígida disciplina tática japonesa e venceram por 1 a 0 com gol de Sneijder.

Na terceira partida, Camarões custaram pra ser o prato da vez: camarão na moranga. Van Persie e Huntelaar marcaram nos 2 a 1, que garantiu a seleção com 100% na primeira fase. Eto´o diminuiu em pênalti bem cobrado.

O placar de 2 a 1 para a Holanda sobre a Eslováquia, no jogo das oitavas no Estádio Moses Mabhida, em Durban, não retratou o domínio de bola e a técnica dos laranjas, bem superiores aos dos adversários. Mas teve a ver com o que é capaz de fazer uma seleção bem armada e que procura o ataque até o último segundo. A surpresa da Copa, apontada por analistas, já dissera a que veio ao despachar a tetracampeã e atual detentora do título, a Itália. Robben e Sneijder garantiram o 100% da seleção na Copa, ao marcar para os laranjas,e Vittek cobrou pênalti com categoria para diminuir o placar.

Não dá para discutir números, a menos que sejam manipulados. A Holanda continua 100% na Copa, a cada partida amplia a sua invencibilidade. Jogo bonito, bonito mesmo, não existe mais, pra desespero de quem, a meu exemplo, gosta de futebol jogado com técnica, pra frente. Nas quartas, os laranjas ganharam dos soldados de Dunga, de virada: 2 a 1, gols de Robinho e Sneijder.

GER Alemanha – se não está 100% em pontos corridos, a artilharia é pesada com seus panzers implacáveis. No jogo de estreia, num domingo (13), aplicou a primeira goleada da Copa, ao bater a Austrália por 4 a 0 com Podolski, Klose, Müller e Cacau ditando o ritmo e os gols saindo com naturalidade, nascidos de jogadas rápidas e passes precisos.

Bastou vir a segunda partida, e o susto. Alemanha e Sérvia fizeram o jogo mais dramático da Copa até ali - dramático para os alemães, claro, que perderam por 1 a 0, levaram uma sacola de cartões amarelos na bagagem  e um vermelho para Klose. Se não bastasse, Podolski perdeu pênalti, defendido por Stojkovic. Nem a blitzkrieger foi suficiente para romper a muralha sérvia, que mais se consolidava quando o tempo de jogo ia pros estertores.

Ao fechar a participação no Grupo D, o jovem Özil, fez 1 a 0 aos 14 do segundo tempo, depois de receber passe na medida de Müller (outra revelação germânica), da direita, e acertar o pé, em finalização precisa, à meia altura, no canto direito de Kingson. Com o gol a Alemanha passou a liderar o Grupo.

A Alemanha pegou a Inglaterra nas oitavas e devolveu com juros e correção monetária o título perdido, em gol duvidoso, em 1966. No domingo (27), foi 4 a 1 para a Alemanha, fora o baile. Sim, porque em alguns minutos do segundo tempo, os chucrutes puseram na roda os apreciadores do chá das cinco. Era dia de chope, que aliás deve ter acabado em Bloemfontein porque as duas torcidas são boas de copo; a Alemanha, também de Copa. Klose abriu o placar, seguido de Podolski (1) e Müller (2); Upson diminuiu para os britânicos.

A Alemanha serviu o shokolade al tango, que deve ter descido quente e amargo goela abaixo dos comandados de Dieguito. Nas quartas, foi 4 a 0, fora o baile. Müller, Klose (2) e Friedrich fizeram os gols, em exibição impecável de Schweinsteiger no comando do espetáculo.

URU Uruguai – o que sobrou dos sul-americanos, com méritos na competição, e em boa hora repõe a celeste em lugar do qual nunca deveria ter saído. No confronto dos azuis, na segunda partida da Copa, Forlán e Lugano sobressaíram no time de Óscar Tabárez, mas para quem entrara em campo sabendo que, se houvesse um vencedor, estaria líder do Grupo A, o 0 a 0 deve ter sido frustrante.

No segundo jogo, a celeste não tomou conhecimento dos donos da casa e sapecou 3 a 0 nos bafana bafana de Parreira. Começavam a brilhar o talento e o faro de gol de Forlán. O camisa 10 ficou então na artilharia da Copa com seus dois gols; o terceiro foi de Álvaro Pereira.

A terceira partida do Grupo A colocou a celeste em briga de hermanos com o pessoal do sombrero, para ver qual dessas seleções ficaria em primeiro, para não ter de pegar, ou ser pega, pelos comandados de Maradona nas oitavas. Quem se deu melhor foram os uruguaios, ao vencer o jogo por 1 a 0 com Suárez, que teve o trabalho de apenas escorar, de cabeça, cruzamento preciso de Forlán.

Uruguai e Coreia do Sul jogaram as oitavas com empenho digno de duas equipes dispostas a decidir a partida, sem necessidade de prorrogação. Prevaleceu o melhor futebol de Forlán e Suárez. Este fez 2 a 1 para a celeste; Chung-Yong marcou o dele, em raro cabeceio em que levou a melhor sobre Lugano e Muslera, que também estava no lance.

Em jogo franco e muito disputado, nos seus 120 e poucos minutos, uruguaios e ganenses, com o empate de 1 a 1, chegaram a um final eletrizante das quartas. Gana saiu na frente, com Muntari; o Uruguai empatou com Forlán. Nos pênaltis, foi 4 a 2 para a celeste.

ESP Espanha – belíssimo elenco que ainda deve futebol mais efetivo. Que o diga o jogo de estreia, em que experimentou o amargo sabor do chocolate suíço, ao perder por 1 a 0. Resultado que, se não traduz o que foram as chances de gol criadas, porém comprova que no futebol não basta ter nome; tem de jogar com objetividade.

Na segunda partida, perdeu-se em preciosismos, como já acontecera na rodada inicial, com toques a mais. Fez 2 a 0 em Honduras, com David Villa, aos 17 do primeiro tempo; um golaço em lançamento de Piqué; foi dele também o segundo gol, logo aos 5 da segunda etapa. A goleada que se desenhava não aconteceu, e o camisa 7 ainda perdeu pênalti.

No jogo em que a Espanha venceu o Chile por 2 a 1, a melhor notícia veio para o Brasil. Os espanhois, que a meu ver ainda não mostraram tudo de que são capazes, ao assumir a liderança do Grupo H e enfrentariam Portugal nas oitavas. Com o segundo lugar os chilenos seriam os adversários do Brasil. Villa marcou o terceiro dele, Iniesta fez o segundo, e Millar com a bola desviada em Piqué descontou. O zagueiro espanhol não está com sorte na competição.

A Fúria ainda não me convenceu, ao passar das oitavas por 1 a 0 num joguinho, a meu ver, feio de lascar contra Portugal. Villa, sempre ele, salvou a pátria das touradas.

Nas quartas, o Ellis Park mais parecia uma plaza de toros, com o irritante toque de bola espanhol e a fúria paraguaia na busca de uma vitória. As mexidas do técnico argentino Gerardo Martino na seleção guarani parecem ter surpreendido os toureiros de Vicente Del Bosque. Villa chegou ao quinto gol dele, está na artilharia isolada, mas ô placar magro, sem-vergonha: 1 a 0.

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Abres-se a caixa-preta

elvis Começa a ser aberta a caixa-preta da delegação brasileira que foi à África do Sul tentar o hexa. Peritos anônimos e declarados dizem, por exemplo, que:

. Jorginho teria defendido que a equipe ficasse isolada e sem folgas;

. Dunga e seu fiel escudeiro teriam exigido que parentes de atletas ficassem no Brasil, porém Jorginho levou mulher e filhos para Joanesburgo - (conforme a Folha de S. Paulo)

Julinho Pernambucano chegou a comparar Dunga ao francês Domenech:

. “Infelizmente eles são iguais. Como jogador, Dunga já adorava o conflito. Sua comunicação foi desastrosa, respondendo de forma agressiva. Ele trouxe energia negativa para a Seleção, disparou o ex-meia canarinho a Le Journal Du Dimanche. (nada a ver com desmanche, bem-entendido; apenas domingo)

O médico José Luiz Ronco parece ter acordado do autossono e revelou a jornalistas:

. “Kaká tinha 85% de condições”. A meu ver, um absurdo! Se o doutor Ronco, digo, Runco já sabia da forma física não ideal do camisa 10 para um torneio de tiro curto como a Copa do Mundo, deveria tê-lo vetado. Se sabia e comunicou isso ao técnico, Dunga que assuma a total irresponsabilidade por insistir em escalar um meia-bomba no time.

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Feitos do Brasil

Para não dizer que os soldados de Dunga não chegaram a algum feito inédito na Copa, tenho de registrar que conseguiram tomar o único gol norte-coreano da vida dessa equipe na competição.

E o carateca-de-pau Felipe Melo fez o primeiro gol brasileiro contra em Copas. Abre o olho, gente! A Fifa deu o gol pro Sneijder.

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Pós-Copa brasileira

AUTO_rico

A goleada alemã sobre a Argentina evidenciou o erro de Dunga ao menosprezar o talento, ao desprezar a juventude - (Mariucha Moneró, jornalista)

A Alemanha joga à brasileira, a Holanda joga à brasileira, a Espanha joga à brasileira... só o Brasil joga a la Dunga e seus companheiros de viagem (ou melhor, de estocagem) - (Alberto Helena, jornalista)

Futebol é uma caixinha 2 de surpresas - (Ricardo Teixeira, segundo Agamenon Mendes Pedreira)

Ele está fazendo um grande Mundial, mas temos no nosso elenco jogador para substituí-lo - (Joachim Löw, técnico alemão, sobre o segundo cartão amarelo de Müller)

Estarmos entre os quatro é fantástico, importante para todos nós - (Vicente Del Bosque, técnico espanhol)

Esta seleção está resgatando uma história que o Uruguai já tinha... hoje as pessoas estão nas ruas comemorando, como ocorre no Brasil - (Pablo Forlán, pai de Diego, o 10 uruguaio)

Jogamos de forma organizada... deveríamos ter feito quatro ou cinco gols, sobretudo na fase final - (Bert Van Marwijk, técnico holandês)

Por hoje, é isso.
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fotos: agência brasil

Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

fotos:  aft, reuters

charges: sinovaldo, edera, rico, elvis

3 de julho de 2010

A COPA CONTINUA, JÁ A COZINHA...

AUTO_sinfronio (2)Nino Prata

Hexauridos* leitores, esta é a primeira coluna a série Copa & Cozinha em que não abrimos com o título falando dos soldados de Dunga. Pra quê? Deixemos que eles desmontem os acampamentos, recolham as armas e voltem para seus lares ou para onde acharem melhor.

O colunista acha melhor, depois desta edição no. 29, dar um tempo de folga aos leitores e promete voltar na terça-feira (6).

A Copa continua e, neste sábado (3), tivemos duas atrações.

 

Último tango em Ciudad del Cabo

chrg0704Argentina e Alemanha defenderam, no Green Point Stadium, na Cidade do Cabo, o direito de uma das seleções passar às semifinais e a dignidade de duas forças que, juntas, representam 5 títulos mundiais conquistados.

A Alemanha, que ganhou as Copas de 1954, 1974 e 1990, está perto de ultrapassar os 200 gols marcados na história da competição, tem dois artilheiros em Mundiais (Gerd Müller em 1970 e Klose em 2006) e foi semifinalista em 4 edições. Além de chegar ao 3º lugar três vezes e obter uma 4ª colocação. Um ranking notável em 16 participações, até 2006. Nesta Copa, apresentou ao mundo da bola gratas revelações, entre elas Müller (nome de peso) e Özil.

AUTO_myrria A Argentina, campeã em 1978 e 1986, duas vezes vice, em 14 participações, vive um momento iluminado pela estrela do polêmico técnico Diego Armando Maradona e por ter no elenco jogadores de boa técnica, cada um na sua, como o detentor do título de melhor do mundo pela Fifa, Messi, secundado por Tevez, Verón, Di Maria, Higuaín, Milito, Mascherano, Burdisso. Se a estrela de Messi ainda não brilhou plenamente na África do Sul, todavia a equipe do meio de campo pra frente é de respeito. Está na hora de alguém riscar um fósforo próximo do camisa 10, pra ver se lhe surge aquela luz. E Maradona não é à toa que tem Armando no nome; sempre arma uma das suas...

Clipboard01 Dessa vez, não deu. O que conseguiu foi levar um shokolade al tango: 4 a 0 pros chucrutes sobre los hermanitos. Logo aos 3 minutos , a Argentina tomou gol em cobrança de falta da esquerda pro meio da área. Podolski colocou a jabulani a meia altura, Müller veio de trás e cabeceou de leve, para Romero engolir o seu frango na Copa. Pros padrões alemães, 1 a 0 é pouco, e foi o time de Joachim Löw que criou condições de amplair o placar a seu favor o tempo todo.

A Argentina precisou de muita ajuda de seus homens de frente para virem ajudar a defesa; Messi, Tevez e Di Maria, além de Maxi Rodriguez, a todo momento vinham de sua defesa tentando organizar as jogadas de ataque. Em vão.

100703_GermanyArgentina5_h_ss_full Di Maria jogou muito, Messi pouco; só entra em campo com o nome; Tevez batalhou bastante também. Nada que impedisse blitzkrieger de funcionar a pleno vapor. Maradona escutava o auxiliar Mancuso, pegava toda hora a bola que saída pela lateral, como se quisesse ele começar as jogadas. Os deutschelandeses foram implacáveis.

A Alemanha é assim: quando pode, goleia, não importa quem esteja pela frente; ainda mais que contam com jogadores habilidosos, e jovens, a exemplo de Müller e Özil. O próprio Schweinsteiger, que sempre achei um volante apenas de contenção e botinudo, aprendeu como se dribla, como se toca uma bola, mesmo sendo a jabulani, e como se serve um 100703_GermanyArgentina7_h_ss_full companheiro em condições de arrematar pro gol.

Para não dizer que Messi não fez nada, aos 27, num raro lampejo de craque, à direita do seu ataque, se livrou de dois, com toquitos de canhota, invadiu a área e errou no cruzamento.

Taí a diferença. A Argentina bem que tentou, vindo para o segundo tempo pra cima. E o que se viu em alguns minutos foram pegadas fortes, uma pra cada lado: Schweinsteiger em Dia Maria (os alemães sabem quem dá trabalho no jogo); Mascherano dando o troco no volante alemão. Aos 8, Maxi Rodriguez ajeita de peito para Tevez mandar de primeira; a bola explode no rosto de Mertesacker e vai pra escanteio.

Aos 12, Romero evitou o segundo gol alemão, em jogada de Klose. A Alemanha se fechava com oito na defesa, saía rápida pro ataque, quando não Neuer tentava a ligação direta, principalmente em cobranças de tiros de meta.

100703_GermanyArgentina6_h_ss_full Aos 22, em troca de passes pela esquerda, Müller, mesmo caído, faz a bola chegar a Podolski, que vai quase até a linha de fundo e serve Klose, livre, para fazer 2 a 0; o 3º. dele na Copa e o 13º. em Mundiais.

A solução maradônica foi colocar Pastore, para reforçar o ataque; e até que o jogador se saiu bem, ao avançar pela esquerda e cruzar a bola, que passeou pela área tedesca, sem ninguém pra concluir ou rebater.

Não adiantou muito. Aos 28, Schweinsteiger humilhou toda a ala esquerda argentina, passando como quis pela marcação, e mandou a jabulani para trás; o zagueiro Friedrich fez 3 a 0. Fosse certo time ao sul do equador, se acomodaria até antes disso.

Os alemães queriam mais, Klose era um leão, ajudando na defesa, indo pro ataque. Numa de suas descidas pela direita, deu drible desconcertante, ao cortar a bola e fazer o seu marcador passar lotado. Mascherano e Messi apelaram, de leve(?!), o volante ao dar carrinho por trás em Schweinsteiger, sem visar a bola – difícil parar esse panzer; e o meia (no caso, meio-atacante) ao deixar a trava da chuteira na coxa de um alemão.

Os tedescos não entraram em provocação seja de que grau fosse. Aos 43, Klose faz 4 a 0; o 4º. dele na Copa e o 14º. na artilharia de todos os Mundiais. O recorde de Ronaldo está para ser igualado ou, até, batido pelo 11 alemão.

Aos 46, no único minuto de desconto (o juizão teve dó dos hermanitos), Messi teve a última chance de pelo menos fazer um golzinho nesta Copa. Em vão.

A equipe alemã que serviu o shokolade al tango jogou assim:

Manuel Neuer; Philipp Lahm, Per Mertesacker, Arne Friedrich, Jerome Boateng (Marcell Jansen); Thomas Müller (Piotr Trochowski), Sami Khedira (Toni Kroos), Mesut Özil, Bastian Schweinsteiger, Lukas Podolski; Miroslav Klose

Técnico: Joachim Löw

 

Dia de toureiro

ss-100703-wc-17_ss_fullEspanha e Paraguai, no Ellis Park, em Joanesburgo, chegaram às quartas com campanhas parelhas, cada uma alcançando o primeiro lugar no seu Grupo, com pesos e medidas bem diferentes na trajetória em Mundiais.

Primeiro, o que cada uma das seleções obteve na África do Sul: Paraguai, 5 pontos na fase inicial com 2 empates 1 vitória, 3 gols pró, contra (+ 2); Espanha.6 pontos com 2 vitórias, 1 derrota, 4 gols a avor e 2 contra (+2). As duas passaram por adversários de categoria distinta nas oitavas com placar apertado (Espanha 1 a 0 em Portugal; Paraguai, empate sem gol com o Japão e vitória nos pênaltis por 5 a 3).

No confronto matriz e filial, por motivos históricos (invasão espanhola no fim do século 16), é bom saber um pouco do que cada seleção foi capaz de fazer até hoje em Copas. A Espanha chegou à África do Sul, cheia de pose, com elenco fabuloso e multimilionário. Já esteve em 12 Mundiais e o máximo que conseguiu foi o 4º. lugar em 1950. Tinha de ser aqui. Quando sediou a Copa, em 1982, amargou uma 12ª. posição. Desde 1978 não perdeu a vaga em nenhuma das edições da ss-100703-wc-12_ss_full competição. E aterrissou no continente africano como a favorita das favoritas.

O Paraguai, mais modesto, participou de 7 Copas, fora esta. Tirando a 8ª. posição em 1930, nas outras vezes oscilou entre o 11º. E o 18º. lugar. Nesta Copa estava, portanto, até este sábado, o maior dos lucros.

O Ellis Park mais parecia uma plaza de toros, com o irritante toque de bola espanhol e a fúria paraguaia na busca de uma vitória. As mexidas do técnico argentino Gerardo Martino na seleção guarani parecem ter surpreendido os toureiros de Vicente Del Bosque.

Foram pelo menos 15 minutos iniciais de jogo equilibrado, sem perigo de gol. Villa, el matador, por exemplo, só apareceu aos 26, em boa jogada pela esquerda; 1 minuto depois foi a vez de Torres fazer igual pela direita. Aos 28, Xavi recebeu na intermediária, de costas pro gol, girou e mandou a jabulani bem próxima do travessão paraguaio.

ss-100703-wc-16_ss_full O primeiro tempo burocrático, por parte dos espanhois, me deixa a impressão de que eles acham que podem decidir a partida, no caso, a tourada, no minuto em que acharem conveniente. Seus picadores, se não espetam lanças no pescoço do oponente, procuram – ao abusar do toque de bola em todas as direções – cansar os paraguaios.

Nossos vizinhos do Mercosul impuseram forte resistência, à maneira dos guaranis quando da colonização espanhola. Val dez e Cardozo, quais meras feridos, iam do ataque à sua própria defesa com o mesmo ímpeto. Num dos ataques, os dois estavam juntos, quando a bola sobrou para Cardozo ajeitar a jabulani e mandá-la pras redes de Casillas. O juizão anulou erradamente o gol, aceitando sinalização de impedimento feita pelo bandeirinha.

Mais fácil torcer pro toureiro, ora! Da paliçada espanhola Del Bosque instruía sua equipe, quem sabe preocupado em se poupar para eventual prorrogação ou, até, cobrança de pênaltis.

Nos 45 minutos finais da porfia, logo aos 11, Piqué comprovou que não anda bem na competição; quase arrancou o braço de Cardozo, de tanto puxá-lo. Pênalti, que o próprio 11 paraguaio bateu, para Casillas defender à sua esquerda. Uma cobrança meia-boca. O touro estava debilitado, e os bandarilheiros preparavam o animal pra matança.

A equipe guarani continuou aplicadíssima, solidária, sobretudo na marcação. A Espanha seguia, tecnicamente irritante. Num acesso de velocidade, chega na área paraguaia, Alcaraz derruba Villa, em carga sobre o 7 espanhol. Xabi Alonso ajeita a jabulani, mira o gol como o toureiro o miúra à sua frente, pronto pra a estocada fatal. A bola entra no canto direito, mas o guatemalteco Carlos Batres viu invasão de área e mandou voltar a cobrança. Alonso mudou o canto, e Villar voou certo, pra defender.

Nem os espanhóis agüentavam mais passinho pra cá, passinho pra lá. Começaram a insistir nos cruzamentos de um lado para o outro do ataque, até que aos 37, saiu o gol salvador: Iniesta avançou pela direita, serviu Pedro (entrara cerca de 10 minutos antes), que chutou a bola na trave; no rebote, Villa mandou, colocado, no canto esquerdo, a jabulani que ainda tocou no lado interno da trave antes de morrer nas redes guaranis.

Foi o 5º. gol do meia na competição, que tem novo artilheiro, isolado. O Paraguai, abatido, mas não morto, foi pro tudo ou nada. Já havia entrado Santa Cruz no time; aí veio Barrios pro ataque. Aos 43, Casillas salvou por duas vezes seguidas a Espanha de tomar o gol de empate, em chutes de Barrios e Santa Cruz, que pegou o rebote.

Os 3 minutos de acréscimo serviram para prolongar a agonia do miúra paraguaio, que não se sabe como resistiu à estocada final e conseguiu, em lance de Santana, ao tentar a puxeta, acertar o rosto de Sergio Ramos. Foi dia de toureiro. A Espanha tem de melhorar porque o touro alemão é bem mais agressivo.

A Espanha chegou à semifinal europeia com este time:

Iker Casillas; Sergio Ramos, Gerard Piqué, Carles Puyol (Carlos Marchena), Joan Capdevila; Andrés Iniesta, Sergio Busquets, Xavi, Xabi Alonso (Pedro), David Villa; Fernando Torres (Cesc Fábregas)

Técnico: Vicente Del Bosque

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Proposta ousada

Li ou ouvi num dos tantos noticiários esportivos que a Fifa pretende realizar a Copa do Mundo, depois de 2014, apenas em países da Europa ou da América do Norte (entenda-se Estados Unidos) pelas implicações que a competição tem em economias mais frágeis.

Então, tá! Proponho que se crie, rápido, a Fofa – Federação dos Otários Fútbol Asociación porque sul-americanos revelam e exportam jogadores como ninguém. Quero ver é fazer Copas sem times.

A empreitada não é nada fácil, mas tem muito europeu que considera a Eurocopa, a Champion´s League, e sei mais o que, mais importante que o torneio da Fifa. E algum jogador de futebol, pra consegui ser eleito o melhor do mundo, se não estiver num clube europeu, pode desistir por mais genial que seja.

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Desclassificados da Copa

A capa do Diário de S. Paulo trouxe a manchete PROCURA-SE TÉCNICO, no sábado (3), sob o título acima. A arte lembra as seções de classificados de jornais, e o texto detalha o que se espera dos pretendentes:

O cargo não exige diploma, mas requer experiência comprovada em empregos anteriores. Damos preferência aos candidatos que tenham liderança positiva, foco em resultados e que não falem palavrões no serviço. Exige-se capacidade para suportar pressões e administrar crises de relacionamento com o público e a imprensa. Disponibilidade pra trabalhar aos fins de semana. Não é necessário ter boa aparência, mas é recomendável que evite roupas escandalosas e fora de moda. Fundamental que saiba a diferença entre cabeça de bagre e ganso”.

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Frases da Copa

O Brasil teve a cara de Dunga: mal-humorado, prepotente e guerreiro - (Casagrande, em sua coluna no Diário SP)

Eu me sinto orgulhoso por ter estado à frente desse grupo de tanta dignidade - (Dunga)

O castigo veio a cavalo. Queridinho do Dunga, Felipe Melo foi o responsável direto pelos gols e pela derrota  - (Nelson Ayres, jornalista)

Tivemos bons resultados, e o principal foi resgatar a Seleção Brasileira - (Dunga, citado no Lance)

“... o Brasil não resistiu ao primeiro adversário sério nesta Copa - (Álvaro de Oliveira, jornalista)

Jogamos melhor no primeiro tempo, mas não mantivemos a forma de atacar” - (Dunga)

Música mais tocada na volta da delegação: ‘ Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou...’” - (Gutemberg de Caminha, enviado especial, no vôo Joanesburgo-Rio da seleção)

Ah, não! é a mãe!!!” - (Dunga pra Gutemberg)

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*Licença jornalística

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Por hoje, é isso.
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charges: sinfrônio, mirrya

2 de julho de 2010

A SELEÇÃO CHEGOU ATÉ ONDE DEU...

liberati Nino Prata

Hexaspemos* leitores, os soldados de Dunga plantaram a cada dia as sementes do hexa, que frutificarão na certa a ponto de amadurecer o fruto de mais um título mundial em 2014. Nada como uma Copa após a outra. O Brasil é o único que esteve em todas elas, e a próxima será aqui. Saímos, em certo sentido, em vantagem.

Basta corrigir erros, oAUTO_alecrimtimizar acertos. Muito bate-boca ainda vai rolar: por que a contusão de Elano foi malcuidada? Por que Nilmar, quando entra, tem de sair Luís Fabiano? Não dá pra jogar pra frente, com atacantes? Lúcio, bom demais na zaga,  com Juan, é quem tem de ir pra frente, tentar jogadas de ataque, quando não ainda arrematar pro gol adversário.

Pra que tanto treino secreto? Pra que tanto rancor e ironia pra cima de jornalistas que estão ali a trabalho, não por mero entretenimento?

Por que insistir num Kaká meia-bomba e deixar Ronaldinho que vive, de novo, grande momento em seu clube? No jogo desta sexta (2) pelas quartas de final, já tinha até feito o título, mas aí...

 

Emperrou o câmbio!

simon Lembram-se de que num dos títulos mais recentes da coluna coloquei que o Brasil havia engatado a primeira? Pois é, o câmbio emperrou. A laranja já estava meio bichada, depois do gol de Robinho, o Brasil havia conseguido bem mais escanteios do que a Holanda, se fechava bem na defesa, eu já tinha até feito o título sobre o jogo: Tá bichada!!!

Pode até estar bichada, mas tem o Robben infernizando o lado esquerdo de nossa defesa; tem o Kuyt oportunista; tem o Sneijder organizando tudo; tem o Van Persie bom de bola, de passe. Os holandeses se movimentam muito em campo e, na maioria das vezes, o fazem bem. E teve o elemento-surpresa, Ooijer, que entrou pra marcar firme as nossas esperanças de gol. Sem falar em Von Bommel, De Jong, Bronckhorst.

Não dá para discutir números, a menos que sejam manipulados. A Holanda continua 100% na Copa, a cada partida amplia a sua invencibilidade. Jogo bonito, bonito mesmo, não existe mais, pra desespero de quem, a meu exemplo, gosta de futebol jogado com técnica, pra frente.

Havia um tempo em que eu sonhava: quando ganhasse aquela bolada na loteria, formaria um time só, pra fazer exibição; poderia até tomar goleadas, mas como jogaria bonito. Nele só entrariam jogadores do estilo Dicá, João Paulo, Pita, Zenon (cito de propósito gente que não teve oportunidades numa seleção brasileira), mas também Rivellino, Gerson, Clodoaldo, Tostão, Didi, Garrincha, Canhoteiro, Carlos Alberto Torres, Nilton Santos, Zico, Falcão, Edmundo, Neto. O goleiro? Só poderia ser Gilmar dos Santos Neves. Pra sacanear, Pelé seria o técnico.

Aí me vinha à mente a letra da música: “Sonhar mais um sonho impossível”, da peça Dom Quixote. Cantada pela Bethânia, claro.

Brasil perder por 2 a 1 para um time desses da Holanda, em jogo muito bem disputado, com um gol só de diferença, não é demérito. Deixo aqui apenas o que, para mim, foram os lances capitais. A conclusão é de cada um de vocês.

1º. tempo - Jogo começa faltoso; em 3 minutos, duas faltas brasileiras e Clipboard06 uma holandesa; Luís Fabiano é advertido pelo árbitro; 6´, Robben ajuda a sua defesa e faz graça no domínio de bola; 7´, Juan rouba a bola, avança, de seus pés sai a jogada do gol brasileiro, em conclusão de Robinho; bandeira assinala impedimento de quem passou a bola para o camisa 11; 9´, Robinho recebe lançamento preciso e precioso de Felipe Melo, e executa Stekelenburg, adiantado: 1 a 0; 10´, Kuyt chuta no canto direito, Júlio César espalma; na cobrança de escanteio, o goleiro rebate pra longe da área; 13´, falta de Heitinga (cartão amarelo) em Luís Fabiano; o pontapé, sem bola, poderia ser merecedor de vermelho; 14´, Lúcio erra na saída de bola; Michel Bastos faz falta em Robben; 16´, Van Persie bate direto, muito forte, longe do gol; 18´, Robinho acerta Robben no meio de campo, o jogo segue; 19´, Juan, soberano, sai na cobertura, toma a bola e vai pro ataque; 21´, Felipe Melo é atingido por Von Bommel, depois de aplicar chapéu; 23´, falta de Michel Bastos em Robben; Lúcio toma a bola, sai jogando e é derrubado; 24´, Kaká recebe passe de Maicon, zaga chega e manda pra escanteio; 25´, Juan recebe a bola na área, depois de boa jogada de Daniel Alves, mas pega mal o chute; 27´, Kaká cai pela direita e é derrubado por Ooijer, que é advertido pelo árbitro; 30´, Kaká bate de chapa, pro ângulo esquerdo de Stekelenburg, que faz boa defesa; 34´, jogada ridícula de Robben, no que seria cobrança de escanteio: ele passa por cima da bola, mas toca nela, que quase não sai da meia lua do canto; 35´, Sneijder dispara foguete e Júlio César só abafa, bem colocado; 36´, Michel Bastos faz falta em Robben e recebe amarelo, o segundo dele na competição; 37´, Bonckhorst chega junto de Daniel Alves, no meio de campo; 40´, Luís Fabiano se estranha com a zaga na área holandesa; 42´, Van Persie derruba Maicon no ataque brasileiro; 43´, Luís Fabiano consegue mais um escanteio; 45´, Choque na área brasileira; 46´, jogada da esquerda pra a direita do ataque, bola sobra para Maicon arrematar, com abola desviando no goleiro.

2º. tempo – Brasil erra na saía de bola, de maneira grotesca, que sai pra lateral; Felipe Melo faz graça, a bola sobra pra Robben, que não acredita no presente do meia; 1´, Van der Wiel recebe amarelo por simular falta; 2´, Clipboard05 escanteio depois de boa troca de passes Kaká-Robinho; 5´, falta no meio de campo; 7´, Robben sofre falta; 8´, Sneijder manda a bola pra área, Júlio César sai mal junto a Felipe Melo, que toca de leve na bola, que vai pras redes brasileiras: 1 a 1; 9´, Van Persie se contunde, fora de campo; 15´, Maicon vai pro ataque, serve Kaká, que sofre falta; 19´, De Jon recebe amarelo por segurar Robinho; 20´, Kaká demora pra se definir, chuta de chapa e a bola sai à esquerda, sem perigo; 21´, escanteio holandês; 222´, Juan não brinca em serviço e manda pra escanteio; 23´, Robben cobra à meia altura, na cabeça de Kuyt, que desvia para Sneijder marcar, também de cabeça: 2 a 1; 24´, falta de Daniel Alves para impedir contra-ataque; 26´, falta em Robinho, no campo Clipboard02 brasileiro; 27´, Felipe Melo é expulso por falta dupla, seguida de pisão em Robben; 29´, Robben, que inferniza a defesa brasileira, pela direita, recebe falta; 30´, Brasil poderia ir pro tudo ou nada, ao preparar Nilmar, mas entra o 21 e sai o 9, Luís Fabiano; 34´, Kaká faz falta em nosso campo; Van Persie cobra, de longe, muito forte, pra fora; 35´, Nilmar consegue mais um escantClipboard04eio; Lúcio pega de primeira, depois da cobrança; é novo escanteio, de onde quase sai gol; Kuyt desvia de cabeça, rasteiro, pra fora; 38´, Júlio César defende na hora certa; 42´, Juan vai bem na cobertura porque Huntelaar já chegava pro arremate; 43´, falta em Lúcio no ataque; 44´, Daniel Alves se concentra  todo e bate na barreira; 46´, Daniel Alves reclama de estar sofrendo muitas faltas; 47´, Júlio César tenta a ligação direta.

O time holandês que conseguiu passar para as semifinais é este:

Maarten Stekelenburg; Gregory van der Wiel, Johnny Heitinga, André Ooijer, Giovanni van Bronckhorst; Arjen Robben, Mark van Bommel, Wesley Sneijder, Nigel de Jong, Dirk Kuyt; Robin van Persie (Klaas-Jan Huntelaar)

Técnico: Bert van Marwijk

 

Gana elimina-se nos pênaltis

Clipboard08 A briga da raça celeste contra Gana, para ver quem chegava às semifinais, só poderia dar mesmo em prorrogação, pênalti, enfim, nenhum dos dois lados iria entregar fácil a rapadura. Sobraram força e disposição pras duas equipes; faltou categoria a Gyan e Mensah e, mais ainda, a Maxi Pereira, nos instantes cruciais e decisivos.

Em jogo franco e muito disputado, nos seus 120 e poucos minutos, uruguaios e ganenses, com o empate de 1 a 1, chegaram a um final eletrizante. Gana saiu na frente, mas só aos 46 do primeiro tempo, num chute bem calibrado de Muntari, do meio da rua; Gyan teve tempo de se abaixar, e a jabulani foi certeira pra o canto esquerdo de Muslera.

Lugano saiu contundido de campo, e espera-se que possa recuperar-se para a próxima fase. Desde que na equipe médica uruguaia não tenha um dr. Runco da vida.

No segundo tempo, para não deixar barato, o Uruguai empatou logo aos 8 minutos comClipboard07 Forlán. Em mais um de seus chutes, com categoria, cobrou falta de direita pra balançar as redes de Kingson.

Teve de tudo antes de irem para os pênaltis: Gana pressionou, a partir dos 9 da etapa final da prorrogação, com Gyan e Boateng por pouco não vencendo o jogo. Faltando 1 minuto para acabar o drama, em bate-rebate na área uruguaia, Suárez tirou com as mãos a bola que definiria a vitória africana. O centroavante recebeu cartão vermelho e desfalca a celeste contra a Holanda, nas semifinaiClipboard09s.

Gyan pegou a bola, foi com calma até a marca do pênalti e mandou a jabulani com  força... no travessão. Indignada, a bola nem voltou pro campo. Foi o primeiro – e decisivo – pênalti perdido.

Depois foram mais alguns minutos de agonia, terminada em 4 a 2 pros uruguaios. Forlán, Victorino, Scotti e Abreu mandaram pras redes suas cobranças; Gyan, Appiah fizeram os seus.

Mas Maxi Pereira chutou pra fora; Mensah e Addiah, displicentes, bateram para fácil defesa de Muslera.

A seleção do Uruguai passou às semifinais com:

Fernando Muslera; Maximiliano Pereira, Diego Lugano (Andrés Scotti), Mauricio Victorino, Jorge Fucile; Álvaro Fernández (Nicolás Lodeiro), Diego Pérez, Egidio Arévalo, Edinson Cavani (Sebastián Abreu), Luis Suárez, Diego Forlán.

Técnico: Óscar Tabárez

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Frases da Copa

Perdemos por causa do Felipe Melo, a personificação da segunda ‘era Dunga’... talvez o mundo do ‘Patriotismo Cego e Burro Futebol Clube’ tenha acabado - (Marília Ruiz, jornalista)

Dunga é um manipulador. Exige transparência, mas não é transparente. Coloca-se como dono da verdade, mas a esconde quase o tempo todo. - (Marcelo Damato, jornalista)

“... somos o país com a maior cultura futebolística. Quando o menino nasce, ele ganha uma bola (Óscar Tabárez, técnico uruguaio)

Estamos vivendo um sentimento especial. Temos toda a África nos apoiando e não nos sentimos pressionados, pelo contrário (Asamoah Gyan, atacante ganense que joga com a 3)

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*Hexaspemo é o que contém 6 sementes

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Por hoje, é isso.
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Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br

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charges: liberati, alecrim, simon

1 de julho de 2010

Imagens da Copa…

A SELEÇÃO CHEGOU À ÁFRICA DO SUL COMO APRENDIZ

 fifa-logo Nino Prata

Zelosos leitores, Brasil, pátria, equipe são palavras de seis sílabas e, assim, caminhamos para o hexacampeonato, cujo nome da vez é Copa do Mundo Fifa África do Sul 2010. Football é cada vez mais business, e nesse diapasão a Fifa virou logomarca multiplicada em produtos licenciados mundo afora.

Com todos os defeitos que possa ter, a vetusta entidade leva o futebol a sério e cobra de seus filiados que façam o mesmo. Prova disso são as exigências feitas a países que se candidatam a sediar uma Copa e, mais ainda, ao que é escolhido para realizar o evento.

O Brasil, vencida a batalha inicial para sediar o Mundial de 2014, vai ter de ralar muito para se sair bem como anfitrião, a exemplo do que faz agora a África do Sul. Itens como segurança, transportes, rede hoteleira, rede hospitalar, atrações turísticas e gastronômicas devem ser motivo de preocupação diária que na prática resulte em idéias, projetos e ações para tornar realidade o sonho.

Se nascemos para jogar futebol, como está num slogan da marca que fornece o material esportivo da seleção canarinho, temos de chegar à capacidade plena de organização da Copa do Mundo de modo excelente.

Se no futebol jogado no campo somos considerados mestres, na organização do Mundial somos aprendizes. Que a lição da África do Sul seja assimilada no que revela de bom e nem tão bom, para superarmos as falhas e otimizarmos os aspectos positivos, com a máxima urgência.

 

Pontapé inicial é amarelo-laranja

copas Na linha do aprendizado, vamos procurar saber mais sobre as seleções que começam a disputar as quartas de final na sexta-feira, 2 de julho. Brasil e Holanda dão o pontapé inicial, revivendo encontro que já aconteceu em três Copas.

Na de 1974, depois de passar a duras penas por Iugoslávia (0 a 0), Escócia (0 a 0) e Zaire (3 a 0), diria o Zagallo, fomos surpreendidos em um grupo que tinha Alemanha Oriental, Argentina e Holanda. Ganhamos da Alemanha Oriental por 1 a 0, da Argentina por 2 a 1, perdemos para a Holanda por 2 a 0, e o zagueirão Luís Pereira perdeu a cabeça, ao ser expulso, mas não o orgulho, ao deixar o gramado mostrando à torcida, no peito, o escudo tricampeão. Depois, na decisão do 3º. lugar, a Polônia de Lato (autor do gol) nos bateu por 1 a 0.

Aí vieram os confrontos de 1994 e 1998, o primeiro nas quartas de final e o segundo nas semifinais. Vitórias brazucas por 3 a 2 (com o antológico gol de Branco, a bola disparada em curva passando por entre Romário e um laranja, indo morrer no cantinho esquerdo de De Goej) e por 4 a 2, nos pênaltis, depois do empate por 1 a 1. Dessa vez brilhou a estrela de Taffarel, hoje olheiro de Dunga.

Curioso é que em 1974 a Holanda foi a vice-campeã diante das donas da casa, a Alemanha Ocidental de Beckenbauer, Gerd Müller e Cia., e o Brasil ficou no 4º. lugar; em 98, nós ficamos em 2º., com a França de Zidane campeã, e os holandeses conseguiram a 4ª. posição. Mas em 1994 foi a vez do tetra verde-amarelo, com os laranjas amargando a 7ª colocação.

A Holanda de 2010 está com uma invencibilidadeAUTO_sinovaldo impressionante de 23 partidas,  embora só tenha pegado duas seleções de peso nessa trajetória – Itália e Inglaterra, coincidentemente as duas que foram mais cedo para o aeroporto, na viagem de volta pra casa.

Esta seleção é considerada por analistas como a melhor formação laranja desde o Carrossel Holandês de 1974. Esta, sim, para mim, foi a única equipe que representou uma revolução no futebol, desde que me conheço por gente. Grosso modo, à exceção do goleiro Jongbloed, ninguém guardava posição, e todos defendiam e atacavam com a mesma eficácia. Além de  contar com o talento de Johan Cruyff e ter no líbero Krol um de seus destaques. Este revelou, certa vez, usar a amarelinha por debaixo da camisa laranja.

paixao Hoje, Robben dita o ritmo, do meio para a frente os jogadores tanto são capazes de cadenciar o jogo como organizar jogadas de ataque fulminantes, mas a defesa tem seus pontos vulneráveis. Nas palavras do especialista Steven Esselink, citado no Guia Lance Copa 2010, a seleção de Bert van Marwijk segue o que havia sido iniciado por Marco van Basten. “O sistema tático é claro, e os jogadores sabem o que fazer”. Que o digam Van Bommel, Sneijder, Van Persie...

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Money, money, money

As contabilidades da cartolagem e do apito vão bem, obrigado! A CBF, até aqui, já faturou US$ 14 milhões na Copa 2010: US$ 5 milhões nas fases anteriores e US$ 9 milhões do prêmio pela classificação às quartas dAUTO_jbosco (1)e final. Se ganhar este Mundial de Futebol, o prêmio chegará a US$ 30 milhões. Valor a ser pago pela Fifa depois da competição.

Por sua vez, cada árbitro  que está na África do Sul, pela simples presença na Copa, já embolsa US$ 50 mil. Tem até um sueco que ainda nem apitou e já engodou a conta bancária com benvindo dinheirinho. Fora custeio de hospedagem e transportes, tudo pago pela Fifa.

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Geopolítica da bola

Ancelmo Gois, como sempre muito bem informado, em sua coluna no Diário SP, lembra o que disse Edmar Bacha: “... na Copa do Mundo, só dá Mercosul. Mais uma razão para não deixar a Venezuela entrar”. Como diria o próprio Gois: faz sentido.

O pior é que Venezuela dá uma rima...

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Eliminados do apito

O uruguaio Jorge Larrionda e o italiano Roberto Rosetti, árbitros responsáveis pelas lambanças nos jogos Inglaterra X Alemanha e México X Argentina, estão fora do Mundial. Blatter até pediu desculpas pelos erros crasos dos dois e mais todo o trio de arbitragem. AUTO_dalcioTem outro nome pra isso: quadrilha.Sul-americanos e europeus no quesito melhor apito na mão do que vuvuzela na orelha empatam, até aqui, na competição. Só pra lembrar: Larrionda simplesmente não validou belo gol de Lampard, que empataria o jogo em que a Alemanha eliminou a Inglaterra nas oitavas. Rosetti, para ser diferente, mas nem tanto, viu que Tevez empurrou a  jabulani pras redes mexicanas, mas não viu que o 11 argentino estava em fragrante impedimento quando recebeu a bola de Messi.

Dois apitaços desafinados, que se não tivessem acontecido, poderiam ter mudado a história das duas partidas. Vuvuzela neles!!!

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Há craque e Fenômeno

De John Carlin, jornalista autor do livro* que deu origem ao filme Invictus, sobre: Messi – “Tem uma extraordinária eloqüência com a bola nos pés, mas, fora isso, não tem nada a dizer”.

Ronaldo – “Se você conversar com os jogadores dos times em que ele atuou, todos só vão ter elogios

*Conquistando o Inimigo – Nelson Mandela e o jogo que uniu a África do Sul

Sonho antigo - O mesmo jornalista, na boa entrevista que concedeu ao Lance, avalia: A Seleção de 70 – “O melhor time de todos os tempos, o mais fantástico que vi em toda minha vidaA seleção de Dunga“... quase um time militar. Dunga é o antibrasileiro! Está mais para o estilo de jogo italiano, alemão, onde o objetivo é conseguir resultados

Assino embaixo e dou fé.

 

Por hoje, é isso.
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charge: sinovaldo; paixão; jbosco; dálcio