Yágicos* leitores, o jogo é jogado, o lambari é pescado, e a gente é predestinado. De novo, Chile no caminho da seleção brasileira numa Copa e, de novo, goleada: 3 a 0 com gols de Juan (yes, nós temos zagueiro artilheiro), Luís Fabiano (em jogada benfeita de Robinho e Kaká com finalização perfeita, deixando o goleiro na saudade) e Robinho (quem sabe agora desencanta e desanda a fazer gols). Sinceramente, esperava que os chilenos dessem mais trabalho nesta segunda (28), no Ellis Park, em Joanesburgo, mesmo porque foram deles as iniciativas de ataque, no início, contidas pela defesa canarinho. Não teve essa de um ficar estudando muito o jogo do outro. Aos 4 minutos, Luís Fabiano tentou arremate, que passou longe da meta de Bravo. Aos 8, aconteceu o primeiro escanteio a favor do Brasil e, na sequência, o segundo e o terceiro tiros-de-canto. O poderio ofensivo dos soldados de Dunga era intenso; faltava ajustar a mira. Foi num escanteio, aos 34, que Juan cabeceou certeiro, atrás de zaga chilena e logo atrás de Luís Fabiano: 1 a 0. Estava aberta a porteira, por onde poderia passar a manada de goles. A goleada se anunciou, três minutos depois, com Luís Fabiano recebendo a bola de Kaká, entrando na área com a bola dominada e tirando Bravo da jogada; o goleiro ainda tocou no pé do atacante, que preferiu ir em frente para tocar pro gol, em vez de cair e esperar que o juiz marcasse pênalti. Aos 13 do segundo tempo, a fatura aumentou para 3, depois de Robinho receber assistência mágica de Ramires e mandar pras redes de Bravo. A essa altura, difícil saber quem estivesse mais bravo, se o goleiro ou Bielsa. O técnico fez o que pode, tanto que já veio dos vestiários com duas alterações, uma delas Valdivia - quem sabe, por este conhecer melhor o jeitinho brasileiro... Qual o quê! As ausências de Elano e Felipe Melo não foram tão sentidas, mesmo porque Ramires é mais contido nos ímpetos defensivos e fez a jogada que resultou no gol de Robinho. Passe preciso, à direita. Daniel Alves se saiu bem, mas está com a pontaria descalibrada. O ponto mais positivo na seleção desta segunda (28), para mim, foi a velocidade aliada à movimentação de quem ia pro ataque e dos quem saíam da defesa (Lúcio principalmente) para o apoio ofensivo. O mais perto que o Chile esteve do gol de Júlio César foi em chute de Suazo, aos 32 do segundo tempo. A bola bateu na trave e, por pouco, o "Chupete" não justifica o apelido. Dunga e/ou Jorginho souberam a hora certa de mexer no time, tanto que a primeira substituição, a de Luís Fabiano por Nilmar, foi para dizer aos chilenos que a seleção canarinho queria dar mais umas bicadas. Depois, com o jogo praticamente decidido, foi só garantir o placar de 3 a 0, reforçando a marcação com Kléberson no lugar de Kaká e, sobretudo na saída de Robinho, já aos 39 do segundo tempo, para não correr qualquer risco de última hora. O Brasil chegou às quartas e engatou a primeira. Que venham holandeses e quem mais passar de fase. Os jogadores que levaram o Brasil às quartas de final são estes:
Laranja quase vira bagaço O placar de 2 a 1 para a Holanda sobre a Eslováquia, no jogo das oitavas no Estádio Moses Mabhida, em Durban, não retrata o domínio de bola e a técnica dos laranjas, bem superiores aos dos adversários. Mas tem a ver com o que é capaz de fazer uma seleção bem armada e que procura o ataque até o último segundo. A surpresa da Copa, apontada por analistas, já dissera a que veio ao despachar a tetracampeã e atual detentora do título, a Itália. Além dessa façanha, a Eslováquia vinha credenciada pela boa campanha nas Eliminatórias (vitórias sobre a Polônia e a própria República Tcheca, sofrendo apenas duas derrotas, para a Eslovênia, que também esteve na África do Sul). E, no Grupo F, classificou-se com 4 pontos, 1 a menos apenas do que o primeiro colocado, o Paraguai. Estreante em Copas, assim como o técnico Vladimir Weiss, que jogou a Copa de 1990 na seleção da Tchecoslováquia, a Eslováquia tomou 10 gols e teve a pior defesa entre todas as equipes da Europa nas Eliminatórias. A Holanda, cerebral em seu planejamento e no modo de se portar em campo, tanto sabe do que é capaz a seleção eslovaca que, em nenhum momento nos dias recentes, alardeou favoritismo. E contou na partida das oitavas com o seu astro principal, Robben, desde o início, recuperado de lesão sofrida no músculo femoral distal da perna esquerda, logo acima do joelho. em amistoso antes da Copa. Tratado à base de alongamento extremo, agulhas de acupuntura, curativos com espuma de borracha e outras técnicas desenvolvidas pelo seu fisioterapeuta, Dick van Toorn, Robben foi o nome do jogo. A Holanda, que já vinha bem na competição, com 100% de aproveitamento na fase inicial, ficou melhor ainda e fez 1 a 0 exatamente numa arrancada de seu número 11, pela direita. Foi aos 17 do primeiro tempo que Robben provou o quanto um craque faz a diferença. Recebeu lançamento em rápido contra-ataque, dominou a jabulani, limpou a jogada e chutou em meio a três marcadores, de esquerda, no canto esquerdo de Mucha. A Eslováquia começava a provar o ácido sabor da laranja, que se fechava quando atacada com até 9 em sua área, mas seus contragolpes poderiam ser mortais. Além de lançamentos, o toque de bola holandês é uma de suas armas porque faz o tempo passar a seu favor e provoca faltas. No segundo tempo, a Holanda já começou no ataque e manteve o domínio de bola e das iniciativas de ataque. Num deles, pela esquerda, em rápida cobrança de falta, os 38, Sneijder marcou com o gol escancarado depois de receber de Kuyt. Este aproveitou a bobeira geral da zaga e do goleiro; tomou a bola de Mucha, de cabeça, para servir o companheiro. E ainda teve cartão amarelo para o bom e nervoso Skrtel, por reclamação acintosa. A laranjada que poderia ser servida quente deixou a Holanda muito dona de si. A Eslováquia insistia em jogadas pela esquerda de seu ataque, e numa delas, no último minuto dos acréscimos, Vittek bateu com categoria o pênalti no canto direito de Stekelenburg. O goleirão nem saiu na foto, que merecia por ter salvado, em pelo menos duas finalizações eslovacas, a Holanda de sofrer gols que poderiam fazer da laranja apenas o bagaço. Dunga & Cia. já podem ir ligando o espremedor de frutas porque a laranja está no ponto de ser descascada. A Holanda chegou às quartas de final graças a este time:
Mais respeito com “Ban Ban”
Boa notícia
Frases da Copa
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: aft, reuters |
28 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU ÀS QUARTAS ENGATANDO A PRIMEIRA
O equívo que Belo Monte!
“Belo Monte é uma resposta medíocre para o desafio de gerar energia para o país” - Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace no Brasil. Reproduzo na integra o texto abaixo sobre a barbaridade que esta sendo cometido com os povos indígenas. Nota do autor: O autor desse post esforçou-se ao máximo para não mostrar sua raiva e indignação em relação a esse projeto, proferindo tudo aquilo que ele pensa sobre governo e todos aqueles defensores de obra que já nos causou tanto sofrimento e, mesmo com todos os contras, continua em pauta. O projeto de construção da Usina de Belo Monte não é de agora, há mais de 20 anos que esse assunto circula pelo país. Uma questão um pouca complexa, com vários lados e muitas pessoas envolvidas mas que, ao meu ver, é muito simples: interesses econômicos aliados a incompetência política. Desde o ano passado, com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, que intensificaram-se as discussões e o envolvimento popular, principalmente de movimentos sociais contrários à construção. Localizada no município de Altamira, Pará, a terceira maior hidrelétrica do mundo – atrás apenas da Três Gargantas na China e a Itaipu, entre Brasil e Paraguai – é uma das mais importante obras do PAC e prevê um investimento em mais de R$ 19 bilhões. Segundo especialistas, para sua construção será preciso deslocar mais de 20 mil indígenas e desmatar 50 mil hectares em zona de mata, ainda razoavelmente conservada, em pleno coração da Amazônia. Aos protestos, vem os “benefícios” dessa grande obra: geração de empregos e, principalmente, energia. Ao rebater os protestos do cineasta James Cameron, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), diz “ [...] a represa ajudará a reduzir abismos sociais em uma região em que ‘a pobreza não é ficção científica’, como ocorre no filme Avatar.” Claro que uma obra deste tamanho vai gerar renda, mas a pergunta é: pra quem?! Pro’s ganhadores do leilão(?)? E a questão de energia… Todos sabem que energia elétrica não é como água que se pode armazenar: produziu tem de ser consumida. Todos lembram também daquelas aulas de física sobre a perda de energia no transporte. O quão longe fica o Pará dos grandes centros urbanos? Será que valerá o investimento, o desgate de mais de 20 anos, a corrupção e destinação do dinheiro, as perdas ambientais e humanas desta obra para suprir a carência energética do país nos próximos anos? Como disse o Marcelo Furtado, esse é um projeto defasado, “Ela não agrega novas tecnologias, não embica o país para o futuro. É uma obra de cimento e aço, típica do século que passou.” Me pergunto se outras formas de geração de energia não seriam menos impactantes ao meio ambiente, se não seria uma oportunidade do país pesquisar e desenvolver métodos mais eficientes, de explorar energias eólica, solar, biocombustíveis, usinas de queima de lixo, célula de hidrogênio, e por aí vai… Todos somos cientes do potencial hidrelétrico do país, mas vamos ficar preso a ele? Em quanto tempo o projeto será realizado? A energia produzida não será suficiente. Vamos então às 54 usinas que serão construídas com o recurso do PAC 2 (sendo que o primeiro nem chegou aos 50% do total de obras previstas)? Aliás, nem caberão aqui minhas críticas a este “desenvolvimento acelerado-tardio” do país; da corrupção e falta de critérios claros de órgãos que liberam estas obras, como IBAMA e FUNAI… O Brasil precisa ouvir seu povo, nós precisamos aprender a gritar cada vez mais alto e levar nossas questões cada vez mais longe. Cada ato deve deve ser integrado, seja de artistas, do Greenpeace, ou do E esse tal Meio Ambiente?. Não podemos só deixar o tempo passar… quando olharmos para trás, o que teremos para dizer além do “o que foi que eu não fiz?”? |
graninha extra…
27 de junho de 2010
A SELEÇÃO CHEGOU A SER PROVOCADA
Xô, leitores, a todo chilique que possa acometê-los nesta hora. Contenham esse lado Luísa Helena de tratar as coisas. Chilique não leva a nada, quando não à morte - o que dá no mesmo do ponto de vista meramente corporal. Preparemos o grito de guerra: CHI CHI NE NE! Chinelada neles!!! Pode o Zamorano dizer que sabe como vencer os soldados de Dunga? O grito de guerra chi chi le le acaba em ChileNADA! Não preciso dizer mais nada. Quem foi que ressuscitou Zamorano, assim como lá na terrinha ressuscitam o Eusébio? São pessoas mortas no futebol e só aparecem em eventos da grandeza de uma Copa do Mundo, isso quando suas seleções passam das Eliminatórias. O Chile disputou, com esta agora, 8 Copas e o máximo que conseguiu foi um 3o. lugar, quando foi sede da competição, em 1962. Adivinha quem levantou "a taça do mundo é nossa?". Nas Eliminatórias para a África do Sul, os selecionados de Bielsa até surpreenderam com o 2o. lugar no grupo sudamericano. Quem foi o primeiro mesmo?
Ah, sim, falávamos de Zamorano. Deixa pra lá... Isso é que é programão de domingo. Neste 27 de junho, secamos (ou pelo menos tentamos) os comandados do Pibe; na segunda, batemos os (não nos, por favor!) selecionados de Zamorano, digo, Bielsa. Pra semana começar bem.
Chope no chá No Free State Stadium, em Bloemfontein, Inglaterra e Alemanha entraram em campo na segunda rodada das oitavas, embaladas por dois dos mais belos hinos nacionais que deveriam fazer jogadores comer grama. Os ingleses, sei não se fariam isso - os gramados de lá, mesmo os de praças, dizem, são impecáveis. Não que os da Alemanha não sejam. Mas grama não ganha jogo; às vezes, lamentavelmente, a grana, sim. Quem ganhou a vaga nas quartas de final foi o melhor futebol da Alemanha. Fechada com até 9 em sua defesa, a equipe alemã saía rapidíssima, precisa e objetiva nos contra-ataques. Além de contar com dois meias que fazem a diferença, Özil e Müller. Gratas revelações. No lado inglês, Rooney não se reencontrou com o gol, esteve apagado porque bem marcado. Não deu outra: os alemães devolveram, com juros e correção monetária, 45 anos depois, a derrota discutível para os ingleses, na decisão da Copa de 1966, na casa dos súditos da rainha. Neste domingo, foi 4 a 1 para a Alemanha, fora o baile. Sim, porque em alguns minutos do segundo tempo, os chucrutes puseram na roda os apreciadores do chá das cinco. Era dia de chope, que aliás deve ter acabado em Bloemfontein porque as duas torcidas são boas de copo; a Alemanha, também de Copa. Para lembrar ainda mais o confronto de 45 anos atrás (curiosamente, o tempo de jogo em cada etapa da partida), neste na África do Sul teve também erro de arbitragem. A Inglaterra experimentou, com atraso, em dose cavalar, do próprio e involuntário veneno. Logo depois de encostar no placar, que estava em 2 a 1, ao fazer o seu gol, Lampard mandou com categoria a bola por cima de Neuer, que raspou no travessão antes de cair mansamente dentro do gol. Poderia ser outro o resultado da partida, agora, como poderia nem ter havido prorrogação naquela decisiva de 1966. Na prorrogação, os ingleses ganharam, na época, a sua Copa do Mundo. A Alemanha já conquistou 3 e tem chances de chegar à quarta (xôôô!!!), além de Klose estar perseguindo quebrar o recorde de Ronaldo Fenômeno como artilheiro das Copas (faltam 3 para isso - xôôô!!!). Foi o número 11 alemão que abriu o placar, aos 20 do primeiro tempo, ao receber ligação direta de Neuer e vencer os zagueiros ingleses, para tocar na saída de James. Aos 32, Podolski ampliou para 2 a 0, ao receber de Müller, na esquerda, depois de troca de passes da direita. Ajeitou e mandou entre as pernas de James, cruzado. A Inglaterra deve ter acordado no susto e chegou a marcar com o zagueiro Upson, que subiu mais que todos e cabeceou por cima de Neuer, aos 36. Nem bem a bola saiu da meia cancha, os ingleses deram uma de alemães e chegaram com perigo ao gol de Neuer. Lampard fez um golaço, o empate estava garantido e até comemorado pelo jogador, pelo técnico Fabio Capello e pela torcida. Menos pela arbitragem, que não viu a bola entrar. O goleiro alemão, mais ligeiro do que nunca, apanhou a bola e saiu pra mais uma de suas ligações ao ataque. O segundo tempo começou com o jogo concentrado no meio de campo, Neuer tentou mais uma ligação direta aos 4, Rooney continuava muito bem vigiado e tentava armar as jogadas, já que concluí-las estava difícil. Aos 12, a zaga alemã vacilou e Neuer teve de sair com o pé na bola para evitar a chegada de Defoe. Boateng e Schweinsteiger tentaram ampliar o placar, sem sucesso, em chutes fracos. Mas, aos 21, a estrela de Müller juntou-se à categoria do jovem meia. Ele recebeu livre, à direita, e bateu à esquerda de James. O contra-ataque, preciso, foi organizado por Schweinsteiger, que soube esperar a hora certa de lançar o número 13 alemão. Se 3 a 1 estava de bom tamanho, a Alemanha queria mais, e a Inglaterra se atolava em erros de marcação, sobretudo. Dois minutos depois, a zaga inglesa brinca em serviço, ao assistir à chegada de Özil, pela esquerda, que serve para Müller estufar pela quarta vez as redes de James. Essa dupla ainda vai dar muito o que falar, além de alegrias à torcida tedesca. A seleção alemã que passou para as quartas jogou assim:
Eu esperava deste confronto um jogão de bola, dos mais disputados e equilibrados da Copa, porque as equipes de Joachim Löw e de Fabio Capello estão, a meu ver, entre as mais fortes no mundo da bola hoje. Jogadores de talento, alguns em emergência, não faltam às duas seleções. Pra mim, quem vencesse, estaria de bom tamanho. Ainda mais que atravessarão o caminho da seleção de Dunga só lá pro fim da competição. O poder de fogo do ataque alemão poderia fazer a diferença, e fez, resultado justo pelo que cada um dos dois conseguira na primeira fase da competição.
Atitude faz a diferença No jogo que fechou a segunda rodada das oitavas, no Soccer City, em Joanesburgo, México e Argentina terminaram no 3 a 1 para os hermanos do Sul. Uma partida decisiva, em que atitudes fizeram a diferença. Na primeira delas, ainda no aquecimento dos atletas, Maradona tocava a bola no gramado, como se estivesse no apronto para tirar o agasalho e, dali a pouco, ir a campo com a equipe. Dieguito "las manos de Diós" Maradona é paixão, inspiração da seleção que é a cara do treinador. No começo do jogo, o México ignorou que tinha pela frente um time bom no ataque e tomou, ele mesmo, a atitude de ir pra cima. Teve bola no travessão de Romero, Torrado e Salcido, este principalmente, aprontaram poucas e boas na área argentina, só pecando nas finalizações, que passaram perto do gol. Aí os hermanos se acertaram e criaram jogadas de ataque, não sem sofrer marcação cerrada, coordenada por Rafa Márquez. Jogo disputado, confronto de americanos tentando ir pras quartas. Não adiantou toda a corrente pró-México, cá entre nós, porque aí veio a atitude que faz a diferença que não deveria existir. Aos 25, Messi tabela com Tevez, Pérez sai nos pés do atacante e rebate; Messi toca para Tevez, impedido, fazer o primeiro gol. Deu o maior bafafá na linha lateral com o bandeira, que sabe-se lá o que argumentou com o árbitro Roberto Rosetti. O trio italiano pisou na bola mexicana e validou o gol. A marcação mexicana, a partir daí, começou a errar em excesso. Mesmo assim, Salcido continuou a aprontar seus salseiros pela esquerda do ataque, mas até Rafa Márquez perdeu a calma, recebendo amarelo em entrada mais pesada. Aos 32, Osório deu o presentaço para Higuaín, que agradeceu, dominou a bola, driblou zagueiro e goleiro, para tocar de leve pras redes mexicanas. Os 2 a 0 empolgaram, mais que ninguém, Maradona que, por várias vezes, ficou fora da área técnica, como se quisesse ainda entrar pra jogar. Com 2 minutos de acréscimo, o que restou de tempo de jogo foi todo de pressão mexicana no campo argentino. Numa das jogadas, Hernández por pouco não chegou antes de Romero para concluir o bom passe da esquerda. Na saída para os vestiários, teve confusão entre mexicanos e argentinos, o italiano Rosetti foi ver de perto o que se passava, e nada de prático resultou em termos de punição para esse ou aquele atleta. Javier Aguirre escalou Barrera no lugar de Bautista (muito fraco no primeiro tempo todo; nem marcava nem chutava a gol), em mais uma atitude que poderia fazer a diferença. A águia mexicana não iria vender barato uma derrota, ainda mais com gol ilegítimo e contestado, sem efeito. Logo aos 2 minutos, Demichelis repete Osorio, no mesmo espaço do campo, entregando o ouro para o ataque do México; faltou alguém para aproveitar a chance de marcar. Aos 4, Barrera, em sua primeira jogada, recebe à esquerda, livre, e demora para se decidir o que fazer; tenta o chute direto, que sai torto. Aí, aos 7, foi a vez de Tevez fazer a diferença. Brigou pela posse de bola, como é de seu feitio, ajeitou e mandou o canudo, indefensável no ângulo esquerdo de Pérez. Golaço que valeu pelo outro, irregular, mas que não faz voltar o placar. Argentina 3 a 0 deixou a marcação mexicana ainda mais confusa. A zaga parecia sentir mais que outros setores a derrota que se firmava. Aos 11, Rodríguez quase entregou o ouro, como já havia acontecido com Osorio. Dois minutos depois, em bate-rebate na área mexicana, a bola foi recuada, fraca, para o goleiro, e quase sai o terceiro gol. O jeito é reforçar pelo menos o ataque. Aguirre coloca Franco, para fazer dupla com Barrera, que aos 15 se empolga e passa de forma espetacular por Otamendi e Máxi Rodríguez, mas bate sem âng ulo, para fora, em vez de fazer o lançamento. Tevez estava a mil por hora, quando foi tirado para entrar Verón. Maradona optava pelo cadenciamento da partida, talvez por acreditar que o jogo já estava ganho. O 10 argentino saiu vizivelmente contrariado. O México não se entregava, e aos 24, Heinze tirou a bola que ia pro gol, pelo alto, em mais uma boa jogada de Salcido. No minuto seguinte, Hernández recebe, faz o giro e manda à esquerda de Romero. Com 3 a 1 pode ser que Maradona tenha se arrependido de tirar Tevez, atitude que não foi muito acertada. Quem demorou para tomar a atitude que se espera de quem tem o nome e a fama de melhor jogador do mundo foi Messi, que só aos 45 partiu pra cima, ao driblar 3 adversários e obrigar Perez a fazer boa defesa no seu canto superior direito. Num jogo marcado por atitudes positivas e negativas, o saldo de 3 a 1 foi até o que menos contou. Ficou aquele gostinho amargo aos mexicanos de que poderiam ter feito algo mais do que as 25 faltas, para 10 dos argentinos. Quem sabe mais futebol teria feito a diferença, também pelo lado do árbitro, que deixou o espetáculo menos bonito. A Argentina que conquistou a vaga para as quartas de final é esta:
Frases da Copa
Por hoje, é isso. Lembro que o texto desta coluna sai também no site www.cliqueabc.com.br fotos: aft, reuters charges: migueljc, padua, frank, waldez |