4 de julho de 2013

Gogol Bordello - Pura Vida Conspiracy - 2013

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01. We Rise Again (3:43)
02. Dig Deep Enough (3:47)
03. Malandrino (3:37)
04. Lost Innocent World (4:30)
05. Name Your Ship (3:42)
06. Rainbow (3:20)
07. Amen (4:19)
08. I Just Realized (3:31)
09. Gypsy Auto Pilot (3:52)
10. Hieroglyph (3:53)
11. John The Conqueror (3:34)
12. We Shall Sail (10:09)


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via: laspikedelycmusic

1 de julho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Jogo pra história: defesa impecável...

 

 

 

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... meio de campo soberano...

 

 

 

 

... ataque matador: 4 vezes campeão!

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'Roja' de raiva


Nino Prata

1o./07/2013 - Esta 13a. coluna que escrevo não foi planejada para ter este número, amuleto de Zagalo: 13. E não é que deu Brasil 3 a 0 contra a Espanha na final dos sonhos?! Muito se falou, antes da partida, às vezes com pitadas de autoconfiança e até com uso de metáforas (cereja no bolo de uns; Fusca vendido caro por outros - ver Notas), e o que se viu de fato no remoçado Maracanã foi que a razão - mesmo nem sempre tendo lógica no futebol - estava do nosso lado.

Eu me arrisco a dizer que foi exibição impecável, histórica. Não entendi,  por exemplo, por que Del Bosque escalou Mata, com a 13 - mais um amuleto zagalino. Gracias!   

Com Mata ou sem, com Iniesta, Xavi, Busquets, Piqué, Sergio Ramos e Casillas; Alba, Aberloa (gracias!), Pedro (?!) e Torres (depois entraram Azpilicueta, Navas e Villa), a melhor seleção do mundo não foi páreo para os brasucas. Cabalisticamente,  Fred  abriu o placar aos 2 do primeiro tempo, raçudo, estatelado no chão mas encobrindo Casillas, em arremate de  direita, e  fechou aos 2 do  segundo, metendo a bola entre as pernas de Azpilicueta (isso lá é nome de jogador?) e longe do alcance do goleiro; Neymar fez o segundo da partida, aos 44 do primeiro tempo, outro golaço num tirambaço de canhota por cima do experienteportero, depois de bela troca de passes com Oscar.

O time de Felipão foi bem do goleiro ao ponta-esquerda (como se dizia lá nos anos a perder de vista), salvo o vacilo de Marcelo no pênalti sobre Navas, que Sergio Ramos desperdiçou. Piqué, então, bem que tentou impressionar Shakyra, mas foi expulso por pegada feia em Neymar, que partiria pra dentro da área  espanhola. Eles terão tempo pra  se desculpar,  se entender no Barça...

Iniesta, a meu ver, foi quem mais tentou fazer algo pra mudar a história do jogo, mas  jogo histórico sempre se conta do lado vencedor. O Brasil poderia ter feito um ou dois gols a mais. Já a Espanha, se ameaçou, foi uma oclaytonu outra vez, porém encontrou Júlio César em mais uma excelente jornada e, quando poderia ter  marcado, David Luiz tirou a bola a meio metro (se tanto) da risca do  gol. O 4 brasileiro, de nariz quebrado e tudo, não baixou a crista. 

Empurrada pela torcida - desde  o hino cantado a plenos pulmões com os jogadores, nos pedidos de 'Olé!', ao grito de "O campeão voltou" -, a  equipe  brasileira mostrou estar no caminho certo. Por enquanto, ganhar a quarta Copa das  Confederações, invicta, vencendo na final a ainda toda-poderosa Roja, passando pelos  campeões mundiais Itália e Uruguai, sem a baba do Taiti  (que os espanhóis experimentaram), por enquanto, repito, está de bom tamanho.

Há muito caminho ainda a percorrer, por isso que venham amistosos de peso - contra Alemanha, Holanda, de novo França, Inglaterra, Itália, quem sabe a própria Espanha (duvido que topem) -, que se mantenha e se reforce o grupo. 

E que os gritos das ruas sejam ouvidos o quanto antes.

Aí, sim, teríamos brasileiras e brasileiros contentes, muito mais do que com a seleção, com as conquistas de suas legítimas reivindicações.

Aqui a coluna se despede, prometendo voltar na Copa  Fifa 2014, quando certamente o País terá mudado para melhor.

Preliminar de luxodefende!!!-tilemmh

Uruguai e Itália fizeram na Fonte Nova, em Salvador, o que considero uma preliminar de luxo do jogo principal do dia. O início, às 13 horas, me fez lembrar os tempos de criança, em São José dos Campos (Vale do Paraíba), no bairro dos mineiros: era missa às 11 da manhã e o futebol  em seguida, nos campos de várzea, em que clássicos memoráveis foram disputados. Guardadas todas as proporções, foi como senti o clima ludopédico deste domingo (30).  

No confronto dos reclamões da competição (os uruguaios se queixaram da falta de local adequado para treinar, de dificuldades em se locomover nas cidades, de intransigência da Fifa quanto a horário de reconhecimento de gramado e, até mesmo, houve quem ficasse preso em elevador;  os italianos, por sua vez, também reclamaram da falta de local de treino adequado, das viagens e jogos

em cidades distantes umas das outras e, até mesmo, de lesões), para decidir quem seria terceiro e quarto colocados dentre oito seleções, a Itália escalou una squadra de muitos reservas, enquanto o Uruguai foi de força máxima. Força, aliás, que nem sempre é característica elogiável nos hermanitos

Deu 3 a 2 para a Itália - gols de Aquilani, El Shaarawy, Giaccherini; e Cavani, Suárez, na cobrança de pênaltis. Buffon salvou a Azurra na primeira cobrança, caindo certo no chute de Forlán, e também no quarto e quinto chutes de Cáceres e Gargano.  Muslera ainda defendeu a cobrança do lateral De Sciglio, mas insuficiente para tirar a diferença.   

Teve de tudo um pouco na partida, até vira-casaca da torcida, que começou pela Itália e terminou do lado uruguaio; valeu principalmente a superação das duas equipes, que empataram por 2 a 2 no tempo normal de jogo (placar que se repetiu durante a prorrogação), com direito a dois golaços de falta, respectivamente de Diamanti e Cavani - jogadores que foram os destaques de suas equipes. 

Os dois também fizeram as jogadas quando o placar esteve igual por 1 a 1. Diamanti cobrou falta da direita enganando Muslera, que esperava cruzamento; a bola bateu na trave direita, no cangote do goleiro e sobrou para Astori empurrar de leve em cima da linha; já  Cavani se aproveitou de bobeira da zaga italiana, que perdeu a bola em sua intermediária; o atacante uruguaio recebeu, dentro da área, cortou e mandou de pé direito, tirando Buffon da linha da bola, que morreu mansinha no canto esquerdo.

O resultado, parelho, fez jus a duas seleções que têm história no futebol - seis títulos mundiais -, contam com elencos de respeito em clubes europeus (a Itália, aliás, veio com uma seleção quase 100% feita em casa) e, terminada a Copa das Confederações, precisam ça se ocupar das eliminatórias para a Copa do Mundo 2014. 

Os 43.382 torcedores assistiram a uma partida honesta, que certamente entrou na história da renovada Fonte Nova como marco dos eventos oficiais de sua inauguração. Não é a todo momento que se tem a oportunidade de ver preliminar de luxo desse nível. Pena que decidida nos pênaltis.       

bolaj Taiti não conta - Felipão,  em entrevista antes do jogo: "Sabemos que a Espanha, nesta Copa das Confederações, praticamente teve um jogo a menos, porque no jogo contra o Taiti todos foram trocados. Os jogadores, então, se recuperaram, estão em perfeitas condições para o nosso jogo", disse, cheio de confiança em que seria possível derrotar o rival, com todo o respeito.

bolajIrônico - Vicente Del Bosque, técnico da Roja, disse depois da classificação espanhola para a final: "Agora, é Espanha e Brasil. Vamos ver se estamos à altura desse jogo para dar uma resposta aos brasileiros", provavelmente ironizando as vaias que sua equipe recebeu em cada partida realizada na competição.

bolajDesejo atendido - Jesus Navas, que decidiu a semifinal ao marcar o 7o. gol espanhol, nos pênaltis, ao interpretar o que rola entre os jogadores: "Nós queríamos estar na final, queríamos jogar contra  o Brasil e vamos desfrutar essa situação". Xavi também havia manifestado estar perto de realizar sonho de menino: jogar um dia na Maracanã contra os donos da casa.

bolajAzedou o bolo - "Vencer o Brasil numa final em sua casa e fazer um novo Maracanazo é a cereja que falta no bolo desta seleção." Arbeloa, lateral direito, dando a entender como o confronto era visto no elenco espanhol. Na Roja desde 2007, o jogador não via como ignorar o atual favoritismo da sua equipe: "Vamos para o jogo com a cabeça bastante erguida e o peito cheio".

bolajNeymar e o Fusca - Mais solto que de costume numa entrevista coletiva, Neymar usou de metáfora para falar do estado de espírito entre os canarinhos antes da partida: "Quando eu era pequeno, meu pai me disse... que eu tinha de vender meu Fusca caro. Tem de suar... A gente tem de vender o Fusca caro. Foi o que a Itália fez. Vendeu o Fusca caro".   

bolajFred pegador - "Agora que as minhas bolas começaram a entrar, estou com a confiança lá em cima." O 9 brasileiro, 3 gols em 2 jogos, tá podendo...  

bolajMais um na conta - Até o confronto deste domingo (30), Espanha e Brasil haviam se enfrentado 8 vezes (5 delas em Copas do Mundo e 3 amistosos), com 4 vitórias brasileiras, 2 empates e 2 vitórias espanholas, num total de 11 gols brasileiros e 8 espanhóis. Confira placar e ano de cada jogo:

Copas do Mundo - Brasil 1 x 3 Espanha (1934); Brasil 6 x 1 Espanha (1950); Brasil 2 x 1 Espanha  (1962); Brasil 0 x 0 Espanha (1978); Brasil 1 x 0 Espanha (1986). 

Amistosos - Brasil 1 x 0 Espanha (1981); Brasil 0 x 3 Espanha (1990); Brasil 0 x  0 Espanha (1999).  

Com o resultado da final desta Copa das Confederações botamos mais um resultado expressivo em nossa conta. Afinal, a Espanha não perdia há 29 jogos, e sabe-se lá quando tomou um vareio de 3 a 0. 

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Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

28 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Jesus decide pra Espanha

Nino  Prata

Espanhóis e italianos reviveram no Castelão, em Fortaleza, de forma dramática, a final da Eurocopa 2012, ao disputar a semifinal do Grupo B da Copa das Confederações. A Espanha precisou da ajuda de Jesus Navas (que fechou a série de cobranças de pênaltis) para vencer o confronto por 7 a 6. Foram 90 minutos de tempo normal, mais acréscimos, prorrogação (também com acréscimo no seu primeiro tempo), num grau de calor e umidade que extenuaram os atletas e fizeram o placar ficar em 0 a 0.

Jesus Navas foi uma das substituições que Del Bosque fez, para ver se abria a retranca italiana pelos flancos. Foram dele alguns lances mais agudos, desperdiçados nas finalizações, que não saíram de acordo com a categoria que a Roja costuma mostrar. Mesmo as estrelas Xavi e Iniesta não conseguiram repetir atuações que fazem a seleção espanhola ser ainda a melhor do mundo. E mais temida. 

Temor não foi, porém, o que demonstrou a Itália de Cesare Prandelli, mas antes a cautela. 

A torcida era nitidamente italiana, apoiando a Azurra em sucessivos gritos de Itália! Itália e 'olé!'. Não se sabe se por achar que a Azurra pudesse ser adversário mais fácil para o Brasil na final de domingo (30) ou se por alguma bronca com membros da delegação espanhola que não teriam sabido se comportar nos momentos de folga. Os dois motivos, na verdade, carecem de sustentação, mesmo porque se a Itália deu trabalho - e muito - para a Espanha, imagina se seria presa fácil do Brasil.

Os italianos, historicamente, valem bem mais que os espanhóis no futebol. Afinal, são 4 vezes campeões do mundo, contra apenas um título espanhol.  Mas, nos últimos cinco anos, a Espanha se tornou o papa-tudo: duas Eurocopas (2008 e 2012) e o Mundial na África do Sul. 

Prandelli, dessa vez, ao contrário do que aconteceu na final da Eurocopa (quando ousou encarar a Roja por igual), ressuscitou o catenaccio, escalando três zagueiros, um lateral direito, cinco meio-campistas e apenas um atacante de ofício. O máximo que conseguiu foi conter o toque de bola espanhol  e criar mais situações de gol a seu favor, principalmente no primeiro tempo.  A Itália soube marcar as peças-chaves da Espanha e chutar mais a gol, não com muita pontaria. Pecar nas finalizações, aliás, foi algo comum às duas seleções.

Até em bolas mandadas na trave italianos e espanhóis foram iguais: 1 a 1. Quando as conclusões teriam endereço certo, os cabeceios e chutes saíram fracos, nas mãos dos goleiros, com raras exceções. Embora muito pegado, o jogo se desenvolveu num total de faltas civilizado. catenaccio valendo O desgaste físico de lado a lado contribuiu também para que a partida não fosse a esperada em gols. Torres, David Silva e Pedro não brilharam, enquanto que o solitário Gilardino pouco pôde fazer para balançar as redes de Casillas. Pirlo também não brilhou em cobranças de falta, mas foi mais eficiente nos passes que Iniesta. Esses contrapontos todos podem servir de espelho para Felipão armar a sua seleção de modo a aproveitar o que os italianos fizeram de melhor e os espanhóis ficaram devendo.

Parreira é um dos que não vê a hora de encarar a Espanha. Acredita que a equipe, da qual é coordenador técnico, está em condições de incomodar a Roja. Incomodar só não basta; tem de se fazer gols.

Que Deus o escute, e que Jesus não jogue no time adversário.

bolaadidas (1) Banho de garrafinha - Jogadores das duas seleções tomaram o que  se pode chamar de banho de garrafinhas de água, tal o nível de desgaste físico. Dentro e fora do gramado era comum ver também massagens, aplicação de bolsas de gelo em todo o corpo: da cabeça às pernas de alguns atletas.

bolaadidas (1)Isso é que é chegar junto - Itália e Espanha chegaram juntos antes mesmo de a partida começar. Os ônibus e os comboios que conduziram as duas seleções à Arena Castelão por pouco não congestionaram o acesso ao portão destinado ao acesso das delegações. Foi questão de minutos.

bolaadidas (1)Trabalho facilitado - Montar uma seleção espanhola não deve ser tarefa das mais difíceis. É só observar Barcelona e Real Madri, para escolher titulares e reservas, acrescentando um ou outro espanhol que atua no exterior. Quem diz é Marcos Senna, que atuou pela Fúria. 

bolaadidas (1)Perguntar não ofende - Em sucessivos boletins noticiosos que pude ver na telinha, correspondentes brasileiros diretamente de Madri informavam que a temperatura na capital espanhola estava nos 30 graus. A mesma registrada em Fortaleza, na hora do jogo. Por que tanto desgaste, então, de espanhóis em campo - só pela excessiva umidade? E pensar que para a Copa do Mundo estão previstos jogos com início às 13 horas daqui. 

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

27 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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MINEIRAZO!!!

Nino Prata com Agências

27/06/2013 - O Uruguai que o Brasil venceu na semifinal da Copa das Confederações é time experiente (17 dos 23 jogadores convocados agora pelo marrentito Oscar Tabarez chegaram à semifinal da Copa do Mundo 2010) e joga no esquema que considero o mais adequado a uma equipe que se pretenda vencedora: o 4-3-3.

A potencial força no ataque só é superada pela pegada de seus zagueiros, que não brincam na marcação, às vezes chegando junto e até mesmo antes. O duelo prometido poderia descambar em faltas, digamos, abusivas porque time que sabe marcar não precisa ser necessariamente  botinudo. A Espanha é exemplo, nesse aspecto, porque sabe marcar, sabe segurar a bola e comete poucas faltas, qualquer que seja o adversário. 

Os comandados de Felipão mostraram ter evoluído bastante nos jogos disputados até ontem para um time ainda em formação, segundo o próprio treinador. Passados quase 63 anos do Maracanazo, demos aos hermanitos um quase troco com este Mineirazo.  Que venha a  Espanha, se a Itália deixar...

Mas nesse confronto com o Uruguai, para ver qual equipe teria o direito de ir à final, o Brasil não atuou bem, antes contou com a sorte na defesa de Júlio César na amorim2cobrança de pênalti infantil, cometido por David Luiz em Lugano - justo o zagueiro clássico em cima do zagueiro voluntarioso. Forlán tentou achar o canto esquerdo do  goleiro canarinho, mas a defesa foi precisa, espalmando para escanteio.

Alguns jogadores brasileiros estiveram irreconhecíveis e, por outro lado, os uruguaios fizeram marcação implacável tanto na sua defesa como no meio de campo e no nosso ataque, dificultando o toque de bola, uma raridade na partida. Os comandados de Felipão erraram passes além da conta, até que Paulinho acertasse, nos instantes finais do primeiro tempo, um lançamento à Gerson. Neymar dominou a bola, passou com categoria pelos zagueiros e tentou encobrir Muslera com leve toque; o goleiro desviou com uma das mãos, a bola sobrou para Fred estufar as redes, batendo de canela mas de jeito a desviar a bola de três uruguaios diante dele. Já estávamos nos 41 minutos da primeira etapa.paixao

Os uruguaios vieram com mais força ainda para o segundo tempo, e logo aos 3 minutos Cavani - que fez uma partidaça multiplicando-se em todos os setores de campo - empatou em bobeira generalizada na área brasileira. Foi aquela ducha de água fria.

O jogo ficou ainda mais pegado, o Brasil não se achava, alguns jogadores se estranharam - Fred e Lugano; González e Neymar -, e tudo levava a prever uma dramática prorrogação, disputa na cobrança de pênaltis.  Aos 15, Felipão atende ao clamor da torcida e põe Bernard no lugar de Hulk.

semitres (1)Acertou porque a entrada do atleticano, jogando em casa, deu novo ritmo às jogadas de ataque. A troca de posição entre os  jogadores brasileiros se intensificou, Hernanes também foi pro jogo, no lugar de Oscar, o que liberou Paulinho para arriscar-se mais no ataque. 

O Uruguai também mexeu no time, mais para compensar o cansaço de alguns de seus jogadores, e nos 10 minutos finais já se arriscava menos. Godin era um dos mais debilitados, mas mantinha a eficiência da zaga. Gargano substituiu González, que, ao sair de campo pela linha de fundo, passou próximo de Neymar (que cobraria escanteio) e provocou-o protagonizando cena digna de pelada. Neymar retribuiu com alguma gentileza, González ainda retrucou e recebeu de volta beijinhos a distância do 10 brasileiro.

Estávamos nos 36 minutos. Aos 41, cabalisticamente, em mais uma cobrança de escanteio, Neymar cobrou com perfeição no segundo pau, para Paulinho saltar mais que Cáceres e cabecear sem chances de defesa para Muslera.

Num jogo sofrível o placar foi apertado, mas a galera cantou firme e forte o "Eu sou brasileiro...". Felipão, em entrevista às vésperas da partida, parecia preparar os ânimos ao avaliar: "Às vezes a vitória mascara.  A derrota pode te dar um caminho". Ao falar depois da partida, o técnico reconheceu: "... time não esteve bem, os jogadores sabem que não jogaram bem".

1034724037  Nem é  preciso dizer mais nada. A seleção tem poucas horas para se acertar e fazer partida impecável na final. Por enquanto, o Mineirazo é nosso!  

   


Embate Fenomenal

fenomenUM (1) Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local (COL), e Romário, deputado federal (PSB-RJ), já não se entendem nesses tempos de Copas como nos tempos em que atuaram juntos pela Seleção  Brasileira. O Fenômeno já estava na berlinda pelo cargo que ocupa no COL e, na semana de manifestações populares em todo o Brasil, passou de herói a vilão. Tudo por conta de um antigo vídeo, repicado nas redes sociais, em que diz que "Copa se faz com estádio, e não com hospitais". 

Nos protestos sobraram para o (ainda) ídolo nacional frases como "Mais Romário, Menos Ronaldo". 

Além de ser vítima de memes na internet, chamando-o Debi e Loide, o maior artilheiro de todas as Copas foi 'cornetado' pelo baixinho.

Numa tentativa de driblar a situação vexatória, com a categoria que demonstrou em gramados pelo mundo, Ronaldo deu a entender que não compactua com sua antiga declaração e ser um "homem do povo". "Não senti medo porque sou do povo FenomenDOIS e reivindico as mesmas coisas que o povo está reivindicando. Não tenho medo de sofrer qualquer tipo de represália. Meu sentimento é igual ao do povo. Quero um Brasil mais justo com o povo. Ele quer dar fim à corrupção, aos desvios de dinheiro. O povo quer hospitais. E eu estou com o povo. O Brasil não tem falta de dinheiro. O que falta é investimento certo. Temos de responsabilizar os culpados pelos desvios", afirmou.
Perguntando se iria às manifestações, Ronaldo mostrou ter vontade de participar, mas receio do que poderia acontecer: "Eu iria. Mas não sei se ia dar certo. Ia ser um pouco confuso, ia atrapalhar a manifestação. Mas estou vendo uma grande maioria fazer um protesto pacífico", disse.

Sobre o deputado federal fluminense Ronaldo afirmou: "Não tenho absolutamente nada para falar do Romário. Eu vejo, não só o Romário, vejo muita gente se aproveitando para ganhar uma medalhinha. Vivemos um momento de reflexão. Precisamos de soluções para melhorar o Brasil e não só ficar apontando o dedo para fulano e sicrano, sendo que o Brasil precisa de mudanças. Gostaria de mudar, mas não tenho cargo público e político, ele tem", cutucou.

A resposta do ex-atacante de Vasco, Flamengo, Fluminense foi enfática: "Se tem alguém se aproveitando dessa situação de indignação popular, certamente, não sou eu. Desde 2011, quando assumi meu mandato, tenho me informado sobre tudo que acontece no Brasil na área de esporte para contribuir com minha experiência".

"Para finalizar, parceiro, não é só governo que contribui com o bem da população de seu país, empresários e cidadãos bem intencionados também compartilham desta inestimável generosidade", afirmou.

O baixinho chegou a divulgar carta aberta ao ex-companheromario3 iro de Seleção no domingo (23), garantindo que faz seu papel de deputado federal, cobrando ainda ingressos prometidos aos portadores de deficiência para o Mundial. Em um dos trechos da carta se lê:

"Uma coisa que você não deve saber, é que uma das funções de deputado é fiscalizar, além da CBF, entidades como a que você faz parte (o COL). E ninguém pode dizer que não tenho feito isso", argumenta o Baixinho.
O campeão mundial em 1994, em seguida, lista ações que já realizou, definidas por Ronaldo como "apontar o dedo": "São incontáveis os relatórios divulgados por mim sobre o excesso de gastos. Visitei todas as cidades-sedes para fiscalizar obras de mobilidade, aeroportos, estádios e acessibilidade".

Romário ainda lembrou a Ronaldo que como deputado federal pode apenas fiscalizar, mas que a "canetada final", como ele próprio definiu, cabe ao poder Executivo. Entre as ações que ele afirma estar tomando está a proposição para que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as ações da Fifa no país.

A carta aberta diz ainda: "Como você (Ronaldo) também deve saber, estou tentando instalar um CPI da CBF na Câmara, para que possamos por fim aos desmandos daquela instituição e resgatar a verdadeira função do futebol, que é fortalecer este esporte tão amado por mim, por você e por milhões de brasileiros".

Romário também escreveu: "O primeiro impacto negativo que tive foi a Lei Geral da Copa, que dava poderes excessivos à Fifa. Trabalhei junto com outros deputados para tornar aquele texto mais favorável ao Brasil. Sugeri que a Fifa deixasse no Brasil 10% do seu lucro, de R$ 4 bilhões, para investimento no futebol de base e outros esportes praticados por pessoas com deficiência. Entre outros projetos que você, certamente, pode conferir posteriormente".

O deputado federal pelo PSB fluminense aproveitou ainda para cobrar uma antiga concessão que seria feita a seu pedido. "Nós da Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência ainda esperamos os 32 mil ingressos para a Copa do Mundo prometidos publicamente por você, em nome do COL, para as pessoas com deficiência de baixa renda".

bolaadidas (1) Balotelli a 30 centavos - Para quem ama colecionar figurinhas, do mesmo jeito que Edson Castelli, atenção! Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, é possível negociar o 9  italiano, bem como outros craques de todas as seleções que estão na Copa das Confederações em condições especiais mediante troca ou compra. Cada figurinha custa Cr$ 0,30. Bem melhor que ir a uma banca de jornal e desembolsar três vezes mais por um pacote de 4 figurinhas repetidas. Quem curte colecionar álbuns sabe que o bom mesmo é trocar as que tem a mais por outras que ainda não tem.

bolaadidas (1)Espaço do Colecionismo - Edson é dono do Espaço do Colecionismo, que fica na Avenida Pereira Barreto, 1.500, Box 34. É possível contatar o empresário pelo telefone 11 4341-4182, celular 11 97121-7101 ou pelo e-mail ecastelli@uol.com.br. Edson especializou-se na compra, venda e avaliação de cédulas, moedas antigas e cartões telefônicos, bem como carrinhos em miniatura e adesivos. E, lógico, F I G U R I N H A S.

bolaadidas (1)Álbum histórico - Esta Copa das Confederações já entrou pra história pelo contexto sociopolítico em que se desenrola a competição. Não perca tempo: faça um bom negócio e complete o seu álbum, os dos filhos e dos netos. Antes que seja tarde!   

bolaadidas (1)Prantelli -  O técnico italiano tem nome de imperatore, Cesare. Mas o prantelli Prandelli do sobrenome merece ter o dê trocado por tê: Prantelli. Na segunda-feira (24), ele quase foi aos prantos ao reclamar da organização da Copa das Confederações, que faz seleções viajarem longas distâncias e atuarem em regiões de climas diferentes. Ora, Colombo e Cabral já sabiam das dimensões continentais do Brasil bem antes de o calccio ser inventado. Se faltou organização, foi na preparação da Azurra para venire qui.  

bolaadidas (1)Falha nossa! - Em uma das notas publicadas nesta coluna, escrevi erroneamente que jogadores espanhóis foram vítimas de furto em hotel no Rio. Na verdade, a ação criminosa teria acontecido em hotel de Recife. E o caso ganhou toques picantes com revelações mais recentes, depois de minuciosa análise de imagens de câmeras de segurança do estabelecimento. O que faz supor que os lesados teriam sido vítimas de garotas que eles próprios levaram pros seus quartos, de madrugada, para jogar strip pôquer. O que teria feito com que ficassem de calças nas mãos e sem dinheiro no bolso... algo em torno de R$ 3 mil.  A Fifa confirmou o furto; a federação espanhola negou o cenário do crime.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

24 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Deu lógica maneira

Nino Prata

24/06/2013 - No Grupo B da Copa das Confederações deu a lógica do começo ao fim. Espanha e  Nigéria jogaram no Castelão, em Fortaleza, num clima tão animado no entorno do estádio que mais lembrava festa junina ou carnaval. Uruguai e Taiti se enfrentaram na Arena Pernambuco, em Recife. 

E, como se esperava, deu a lógica: vitória da Roja por 3 a 0 e goleada da Celeste por 8 a 0. Teremos as semifinais anunciadas entre Brasil e Uruguai, na quarta-feira (26) no Mineirão; Espanha e Itália, na quinta-feira (27), no Castelão. 

Não foi, porém, um complemento de rodada que seguiu à risca o favoritismo dos mais fortes sobre os mais fracos. Antes do início do primeiro tempo entre espanhóis e nigerianos a torcida já gritava: 'Nigéria! Nigéria'!. Logo no primeiro minuto de jogo a Espanha  chegou com perigo na área adversária, em espetacular drible de Iniesta;  e aos 3, Alba finalizou com precisão uma bela troca de passes desde o meio de campo espanhol, em 8 toques de bola. 

O placar relâmpago de 1 a 0 não foi, porém, suficiente para  intimidar os africanos - mesmo com nova chance de gol aos 8 minutos, quando Xavi lançou Fàbregas no miolo da área nigeriana: goleiro e zagueiro se chocaram e ainda cederam escanteio. A partir daí até os 22 minutos, foi a Nigéria que mandou no jogo. Faltou caprichar nas finalizações.

Do lado espanhol, quem desperdiçou oportunidades de ampliar o placar foi Soldado, aos 25, talvez por displicência na conclusão das jogadas. Os nigerianos insistiram nas jogadas de ataque sem levar em conta o poderio do adversário, mas sempre pecaram no arremates. Aos 30, Soldado conclui fraco nas mãos de Enyeama. 

niger 3VALENDO A Nigéria viveu o seu melhor momento na competição, a decantada posse de bola da Espanha ficou em 59%, depois baixou para 55%, e  a Nigéria finalizou mais. Não se sabe se apenas pelo forte calor ou porque a Nigéria soube marcar a equipe de Del Bosque, sem abusar de faltas (apenas 4 nas duas seleções até os 35 minutos), mas até Iniesta deu um chute bizarro aos 41, na tentativa de encobrir o goleiro adiantado. Busquets ainda cobrou falta nos acréscimos de 2 minutos, mas a bola foi fraca pras mãos de Enyeama.  

Na volta do intervalo havia movimento no banco de reservas espanhol, sinal de que o andamento do jogo não agradava Del Bosque. Se não bastasse, a Nigéria teve momentos de Espanha ao tocar a bola em seu campo. A torcida foi à loucura aos gritos de 'Nigéria! Nigéria!. Em arrancada de Musa, que cruza para um distraído Ineye, atrás da zaga, por pouco não saiu o gol de empate. Em outro momento os africanos abusaram da própria categoria em boa trama pelo lado esquerdo da área espanhola. E Soldado até que se esforçava do outro lado, como ao sofrer falta, na medida para Xavi bater. O 8 espanhol mandou a bola por cima do goleiro, mas também do travessão, tocando a rede do lado de fora. 

A Nigéria, mesmo nesses momentos de aperto na defesa, não abria mão de atacar. Até Torres substituir Soldado e, aos 16, usar bem a cabeça em cruzamento de Pedro, que recebeu a bola de Alba. Foi o 104o. gol do 9 espanhol com a camisa da seleção, além de ser o artilheiro da competição com 5 arremates certeiros.

A Nigéria também mexeu no time, procurando reforçar as jogadas de ataque, mesmo porque a essa altura já estava em busca de um  milagre porque o Uruguai goleava o Taiti. A partida continuava, porém, em ritmo civilizado: apenas 13 faltas. E na base do lá e cá. 

Mikel enfileirou a marcação espanhola e ia livre para a conclusão até sofrer falta. A Espanha retomou o conhecido toque de bola.  Gambo, que entrou no lugar de Akpala, perdeu o gol de que a Nigéria precisava para criar mais ânimo ainda, em bela jogada de Musa, que passou por dois marcadores e cruzou na medida. Em arrancada espetacular de Iniesta, finalmente, Villa (substituto  de Pedro) arrematou firme, mas em cima da zaga.

O coro de mais de 50 mil vozes vinha das arquibancadas: "Eu sou brasileiro, como muito orgulho, com muito amor..." e cutucava a Fúria: "Espanha, pode esperar, a sua hora vai chegar...". Nos cinco minutos finais a Nigéria mostrava sinais de cansaço, a ponto de o lateral Echiejile chutar pro gol espanhol da esquerda, mas bola foi parar fora de campo do lado direito. Se no primeiro tempo, os espanhóis foram superados pelos nigerianos em chutes a gol, agora dominavam também nesse aspecto com 19 finalizações. 

Aos 42 minutos, a Nigéria ainda teve chance  de sair do zero em cobrança de  escanteio. Todo o time espanhol estava na defesa. Mas saiu em contra-ataque, fulminante, para Alba fazer o segundo gol dele na partida, em belo lance, depois de limpar o goleiro e tocar pras redes de Enyeama. O placar de 3 a 0 foi um castigo para a Nigéria.

A impressão que fica é a de que, numa característica, a Espanha é imbatível: não se perturba, aguarda o momento certo e dá a estocada final, a exemplo dos toureiros. 

Taiti enriquece o faiplay

Oscar Tabarez, el marrentito, que pensa ser Mourinho, fez algumas alterações no time do Uruguai que goleou por 8 a 0 o Taiti. Destaque para os 4 gols de Hernández, um deles com direito  a chapéu, matada no peito e conclusão inapelável. Suárez fez 2; Pérez e Lodeiro, 1 cada. Os taitianos sofreram 24 gols e marcaram apenas 1, saldo de - 23 nas três partidas disputadas.  

Mas o Taiti, para esta coluna, foi a seleção que marcou a Copa das Confederações no momento em que o Brasil viveu nas ruas tempos de tensão e, mais que isso, provocação de vândalos, desocupados e, até, bandidos, a julgar por algumas prisões anunciadas.

A seleção que representou a Oceania, não importa em que circunstâncias, mostrou que é preciso levar o fairplay a patamares inimagináveis. A passagem desse time por estádios que jamais sonhou sequer visitar fica na história, mais que pelas goleadas, pelas atitudes de cortesia e atenção para com torcedores e adversários. 

Taiti-agradecimentobv

A distribuição de colares da sorte e a visita a projetos sociais foram etapas, entre outras atitudes, de algo que culminou na despedida, no domingo: levaram pro gramado bandeiras brasileiras e a faixa com apenas duas palavras: Obrigado Brasil. 

Nós brasileiros é que deveríamos agradecer pela gentileza.   

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança