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20 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil

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Fortaleza verde-amarela

Nino Prata

20/06/2013 -  A capital cearense viveu momentos de euforia desde a chegada da Seleção Brasileira para o jogo com o México no Castelão, inaugurando oficialmente a belíssima arena e a segunda rodada do Grupo A na competição. Se os mexicanos estão atravessados em gargantas de nossos jogadores, devido a resultados recentes favoráveis à equipe rubro-verde,  todavia o carinho da torcida local pelos canarinhos desceu bem - a ponto de ser permitida a entrada de cerca de 3 mil torcedores ao treino da equipe verde-amarela, dois dias antes do confronto.

Próximo ao Castelão, um dos mexicanos a caráter, em seu sombrero cheio de adereços e com um acordeón, cantou empolgado "La Cucaracha" e "Cielito Lindo". Jogadores canarinhos passaram pelo túnel de acesso aos vestiários batucando um dos sambas que exalta as belezas nacionais, enquanto cantavam "... estava no Ceará, terra de Irapuã, de Iracema e Tupã...".

Com a bola rolando, estádio lotado, o que se viu foi o Brasil conquistar sua segunda vitória na Copa das Confederações ao vencer o México por 2 a 0, com mais um golaço de Neymar, ainda nos primeiros 10 minutos de jogo. Em jogada de Daniel Alves, pela direita, o lateral cruzou no miolo da zaga a bola, desviada pelo zagueiro que marcava Fred; o camisa 10 brasileiro acertou belo chute de primeira, a meia altura, no canto direito de Corona. 

A impressão que dava era que Neymar estava em dia de decidir a partida não só pelo belo gol, mas também porque eram dele as jogadas mais agudas pra cima da defesa mexicana. O Brasil comandava as ações ofensivas, e o México usava de todo seu poder defensivo, com uma retaguarda reforçada pelas alterações feitas pelo técnico De la Torre. Isso até os primeiros 15 minutos.

Para alguém esperava, como este colunista, uma goleada redentora de maus presságios, o placar dilatado não aconteceu. Os mexicanos não tinham o que perder, se quisessem se redimir da derrota no primeiro jogo do Grupo A, e tinham poder de contra-ataques, puxados por Giovanni dos Santos, Torrado e Chicarito. A pressão do selecionado rubro-verde foi bem suportada pela retaguarda brasileira, com a situação ficando um pouco mais complicada com o sangramento que o zagueir David Luiz sofreu no nariz: foi um tal de deixar o gramado, voltar e ter de sair de novo, que parecia não ter fim. 

marioalberto No segundo tempo, a seleção mexicana colocou jogadores de maior poder ofensivo (Herrera e Barrera, em momentos diferentes), partindo desde o seu meio de campo, e o sufoco brasileiro parecia que iria permitir o gol de empate.  Apenas nos minutos finais, em jogada antológica de Neymar, pela esquerda, o 10 canarinho passou em meio a dois marcadores,  percebeu o avanço de um terceiro pra cima dele e serviu Jô (substituto de Fred), que só teve o trabalho de colocar a bola fora do alcance de Corona.

Os comandados de Felipão tiveram nos mexicanos um adversário mais perigoso que os japoneses, e não fosse o talento e o brilho de Neymar a classificação às semifinais da competição poderia não estar garantida.

Solidários

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Neymar marcou golaço também fora de  campo, e nisso teve a companhia de  David Luiz. Os dois se manifestaram favoráveis às legítimas manifestações que acontecem País afora, sobretudo em grandes centros urbanos, com as pessoas reivindicando que se adote o padrão Fifa nos gastos com educação, saúde e transporte, e não apenas como foi feito até agora para viabilizar a construção de estádios de Primeiro Mundo.

Do lado de fora do Castelão, por exemplo, número estimado de 15 mil manifestantes era mais uma demonstração do grau de insatisfação que existe em segmentos sociais com casos de corrupção não apurada e devidamente punida, entre outros desmandos sobretudo da  classe política. 

Em Fortaleza, o protesto, que engrossou as manifestações iniciadas em São Paulo pela redução das tarifas de transporte coletivo, foi chamado+Pão-Circo. Entre seus alvos a remoção de famílias para a construção de obras da Copa do Mundo e a reivindicação de recursos para o semiárido nordestino.

Mesmo no momento da execução dos hinos, dentro do estádio, alguns torcedores ergueram cartazes de apoio às manifestações. Um deles tinha a frase: “Este protesto não é contra a seleção, mas sim contra a corrupção!#ogiganteacordou”. 

Cena inesquecível, por sinal, foi que pós o término da execução do hino, segundo o protocolo da Fifa, a torcida e os jogadores brasileiros continuaram a cantar o Hino Nacional.

Equipes ofensivas

A partida que fechou a segunda rodada do Grupo A foi marcada pelo duelo tático orquestrado pelos italianos Cesare Prandelli e Alberto Zaccheroni,  técnicos que escalaram equipes ofensivas nas alterações feitas, respectivamente, na Itália e no Japão. 

Quem ganhou com isso foi o futebol e os apreciadores do esporte. No meu entender, foi a partidaça da Copa das Confederações até aqui, e o placar de 4 a 3 mostra do que é capaz um confronto. Não tem graça quando apenas uma equipe manda no jogo, a menos que seja o time pelo qual torcemos. 

Italianos e  japoneses, não exatamente nessa ordem, fizeram do jogo na Arena Pernambuco uma sucessão de jogadas rápidas, oportunidades de finalização e trocas de passe, às vezes desconcertantes, como poucas vezes se vê em partidas de competições desse nível.

A pressão nipônica sobre a Azurra parecia obra de ficção, mas era pura necessidade de quem não tinha outro resultado, que não a vitória, para manter-se com chances de classificação. O Japão fez 2 a 0, com Honda cobrando pênalti de Buffon sobre Okazaki, aos 21 minutos do primeiro tempo. Aos 33, numa incrível bobeada de marcação da zaga italiana, Kagawa antecipou-se e cabeceou bola  cruzada da direita em cobrança de falta.

A torcida, que desde a saída inicial da bola estava ao lado dos japoneses, começou a pedir 'olé', e em alguns momentos os azurri ficaram mesmo na roda. Pirlo estava apagado, a bola não chegava no jeito para Balotelli, o técnico Prandelli tirou Aquilani, para colocar Giovinco. De Rossi tomou cartão amarelo por falta em Honda. Não era tão visível assim, mas estaria a experiente squadra azurra acometida de algum ataque de nervos? Como explicar, entre outros lances críticos, dois bate-roupas num mesmo lance, de Buffon, aos 36 minutos. 

Mas, aos 40, a Itália respirou, em cobrança de falta de Pirlo da direita até o cabeceio preciso de De Rossi, que parece não ter-se abatido pelo cartão que recebera. Até o zagueiro Chiellini se animou a ir pro ataque, e ainda no minuto de acréscimo a  trave salvou a meta defendida por Kawashima.

O que estava empolgante ficou eletrizante no segundo tempo. Aos 5 minutos, em jogada da esquerda, a bola cruzada iria certeira para Balotelli, e na tentativa de cortar, a zaga empurrou a bola pras próprias redes. Passado um minuto, Hazebe corta a jogada italiana com a mão - pênalti; Balotelli faz pose, avança, espera Kawashima escolher o canto e bate à esquerda do goleiro.

A experiente Itália, guerreira, 4 vezes campeã do mundo, ressurgia das cinzas. Nada, porém, que abalasse a garra samurai. Giovinco contribuía para dar outro alento às jogadas de ataque e obrigou Kawashima a fazer defesa milagrosa, ainda nos primeiros 15 minutos; o Japão, por sua vez, tinha na habilidade de Honda um de seus pontos fortes, a ponto de o camisa 4 aplicar um 'rolinho na pizza' em seu marcador. E veio o empate: Okazaki aprontou pra cima de De Sciglio, o jovem lateral fez falta; na cobrança de Endo, a bola chega redonda para o próprio Okazaki empatar.

Honda ainda teve a oportunidade de brindar a torcida com jogada de craque, ao driblar a zaga italiana, invadir a área e por pouco não fez um golaço de encher os olhos. A pressão nipônica  sobre os azurri foi massacrante nos 10 minutos finais; migueljchouve momento de o time todo - de Balotelli a Buffon - se espremer nos limites de sua área até o gol, e o  

bombardeio kamikaze prosseguia. O empate não era de todo bom pra Itália, e péssimo pro Japão. 

Dizem que em futebol não existe o impossível. Pois o inacreditável aconteceu: num lampejo de craques, De Rossi deu belo passe para Marchisio, à direita da área japonesa, e o meia cruzou rasteiro para Giovinco, livre na área, apenas empurrar para o gol aberto e fazer 4 a 3: a Itália se garante nas semifinais e decide com o Brasil quem fica com o primeiro lugar no Grupo A.

 

jovens!!! Tirou de letra - A presidente Dilma Rousseff,  em compromisso de sua agenda na terça (18), falou da onda de protestos em vários pontos do País, no dia anterior. Disse a presidente: "O Brasil, hoje, acordou mais forte. A grandeza das manifestações de ontem comprova a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população". 

brasi Orgulho de ser brasileiro - Dilma entende que "é bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô, juntos, com a bandeira do Brasil cantando o hino nacional dizendo com orgulho 'sou brasileiro' e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles". 

1016639_397436013707611_608454860_n Ouvir vozes - Na avaliação da presidente, deve-se louvar o "caráter pacífico" dos atos da segunda-feira, que, segundo ela, evidenciaram o "correto tratamento pela segurança pública" no que diz respeito à forma de lidar com a manifestação popular. Para Dilma, "essas vozes das ruas precisam ser ouvidas" e ultrapassam os "mecanismos tradicionais das instituições, dos partidos políticos, das entidades de classe e da própria mídia". 

casame Jovens quase maduros - Não deve ser mera coincidência que em duas das principais capitais do País, São Paulo e Rio, os governos tenham decidido baixar as tarifas de transporte público aos patamares anteriores. Esta coluna entende que toda manifestação é legítima, e que bom ver jovens à frente dos gritos nas ruas. Que esses jovens amadureçam rápido, o que vale também na condução das manifestações porque sempre se corre o risco de aproveitadores fazerem mau uso da legitimidade a duras penas conquistadas.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

18 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

' à vontade' para ver as Copas no Brasil
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Bem-vindos, 'primos pobres'!

Nino Prata

17/06/2013 - Taiti (a primeira delegação a chegar) e Nigéria (atrasadinha para a competição) fizeram no Mineirão o confronto dos 'primos pobres' da Copa das Confederações diante de 20.187 pessoas, certamente curiosas para ver a quantas anda o futebol de duas seleções que não são exatamente favoritas a avançar na classificação e, muito menos, disputar a final. 

Respectivamente a 138a. e a 31a. no ranking da Fifa, a representante da Oceania e a da África são compostas de atletas que não primam exatamente pela técnica, além do que os taitianos contam apenas com um jogador profissional, Vahirua, o número 3 que é atacante, organiza as jogadas, cobra faltas, bate escanteios; já os nigerianos têm um histórico bem mais expressivo em competições dentro e fora do próprio continente, além de contar com jogadores que atuam em grandes clubes europeus. Todavia, quase não vieram ao Brasil por problemas financeiros: a federação nigeriana cortou pela metade o prêmio prometido pelo desempenho em duas partidas válidas pela classificação nas eliminatórias para a Copa do Mundo. 

Logo no início do jogo, estava claro de que lado ficava a torcida mineira: o dos mais fracos. Evidente também ficou o amadorismo do Taiti, cujo cartão de visita foi um toque de bola pra fora com a bola dominada no seu campo. A Nigéria nem precisou se esforçar muito para aplicar goleada histórica em seu currículo doméstico e também em competições da Fifa.

Foi o que se chama de 3 vira, 6 acaba. Os taitianos bem que tentaram, mas não conseguiram parar os ataques nigerianos e ainda tiveram o desgosto de contribuir com bola desviada para sua própria meta, logo no primeiro gol, aos 5 do primeiro tempo; e gol claramente contra, no segundo tempo, o quarto da Nigéria.

comemoracao-taiti_rib------ Jonathan Tehau, um dos três irmãos que integram o elenco da equipe da Oceania, foi a um só tempo herói (fez o gol histórico do Taiti, ao  escorar de cabeça com perfeição, no segundo pau, o escanteio cobrado por Vahirua, aos 9 do segundo tempo) e vilão porque foi dele a empurrada de bola pras suas próprias redes, no quarto gol da Nigéria.

Oduamadi, esse sim, se  destacou na partida pelos 3 gols marcados, o que faz dele o artilheiro, até agora, da competição. Acredito que a Nigéria, até por ter uma vinda tumultuada ao Brasil, aproveitou para fazer um treino de luxo e, às vezes, até poderia ter ampliado mais a vantagem no placar, só não o conseguindo por preciosidades de seus finalizadores.

Destaque-se que do lado africano não houve desrespeito à fragilidade do adversário, que por sua vez não apelou em nenhum momento e fez o que pôde para conseguir resultado melhor. O amadorismo do Haiti ficou evidente até mesmo na parte física, que fez a equipe ficar cansada em campo de modo a atingir o desempenho de sua própria solitária estrela. 

Arrisco-me a dizer que o representante da Oceania na competição, pelo comportamento de seus jogadores no jogo de estreia, não só conquistou a simpatia da torcida mineira mas também pode  levar o troféu fairplay. É  só lembrar a maneira como comemoraram o seu gol, em jogada bem ensaiada: a equipe reunida no gramado fez os movimentos da canoagem, esporte mais desenvolvido na ilha da Polinésia Francesa.  

Oscar_Tabarez_1500759c 'Marrentito!!!' - O técnico do Uruguai, Oscar Tabarez, desde que chegou a Recife, é só críticas à organização do evento esportivo-teste para a Copa do Mundo. Falta estrutura, falta campo para seus pupilos treinarem - na visão dele, é aquela faltura! Tá pensando que é Mourinho, é? O 'marrentito' do país vizinho tem mais é que consertar a cuca dos muchachos celestes, que tomaram um vareio dos espanhóis, não refletido no placar.

ABr160613PZB_5669HGJ Isso é que é avião - Não bastassem os altos custos dos estádios das cidades-sede dos jogos, a situação de pessoas que teriam dificuldade até de arcar com aumentos nas tarifas de transporte urbano e a demora em se locomover antes e depois das partidas por meio de linhas de metrô-ônibus, eis que a Seleção Brasileira tem à disposição aeronave de fazer inveja a delegações de Primeiro Mundo. O 'mimo' estava à disposição dos canarinhos no embarque de Brasília para Fortaleza, onde os comandados de Felipão encaram o México na quarta-feira (19). 

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Por dentro da Cafusa - Apresentada em dezembro de 2012 pelo capitão do Penta, Cafu, a bola oficial da Copa das Confederações traz no nome a mistura de três palavras que são referências da cultura nacional: carnaval, futebol e samba. O próprio "100% Jardim Irene" foi quem deu as explicações durante o sorteio dos grupos da competição. Há ligação explícita também com o termo cafuso, que significa a mistura das raças negra e indígena. Bem melhor que o apelido que arranjaram para o pobre tatu-bola, símbolo da Copa Fifa 2014.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

15 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

'à vontade' pra ver as Copas no Brasil

relogio05A dois dias da abertura da Copa das Confederações, Brasil já começou a contagem regressiva para a Copa Fifa 2014

Quem paga a conta?

Nino Prata

15/06/2013 - O titular da pasta do Esporte, ministro Aldo Rebelo, saiu-se com essa, outro dia: "Esta é uma Copa com recursos privados. O governo investe em obras para a população. Obras que seriam feitas independentemente da realização do torneio". Suponho que a autoridade se refira à Copa das Confederações, que começa hoje, mas que a assertiva ministerial contemple também a Copa do Mundo em 2014. 

Numa leitura do IV Balanço, de dezembro de 2012, disponível no Portal da Copa, nota-se que o uso de recursos oficiais, seja em Financiamento Federal seja em Recursos Federais, consta na construção e/ou reforma de estádios nas cidades-sede dos eventos ludopédicos. 

Fiquemos apenas nas seis capitais (em ordem alfabética) em que serão disputados os jogos da Copa das Confederações: 

Belo Horizonte levou R$ 400 milhões de Financiamento Federal (dados de novembrode 2012) para erguer o novo Mineirão;  mineirao

Brasília, curiosamente, no dia em que fiz o levantamento desses dados, teimava em não abrir seus dados a meus insistentes cliques. Fmaneui salvo por matéria publicada no Diário de S. Paulo, na quinta-feira, 13 (amuleto do Zagalo), na qual se lê que para ter o Mané Garrincha pronto para a abertura da competição no jogo Brasil X Japão, a obra - orçada em R$ 745 milhões - sofreu "19 aditivos na construção. O valor final, pago pelo governo do Distrito Federal e pela administração da presidente Dilma Rousseff, foi de R$ 1,566 bilhão". Estádio que, por sinal, é o preferido de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, mas já preocupa especialistas quanto à viabilidade econômica. Mas isso é assunto pra outra coluna.

castelao fortalezaFortaleza, que em 19 de junho receberá Brasil e México no Castelão, abocanhou R$ 352 milhões (dados de novembro de 2012) também em Financiamento Federal;

arena pernambucoRecife, para dispor da Arena Pernambuco, recebeu R$ 400 milhões de Financiamento Federal (dados de  novembro de 2012);

maracanaRio de Janeiro, com o novo imponente Maracanã, no qual se espera que a Canarinho faça a final sem maracanazo, levou R$ 400 milhões de Financiamento Federal (dados de novembro de 2012);

fontenova bahiaSalvador conseguiu concluir a novíssima e belíssima Fonte Nova, onde se enfrentam Brasil e Itália no dia 22, com R$ 324 milhões, também de Financiamento Federal (dados de novembro de 2012).

Me perdoem ser repetitivo, mas é importante ressaltar que os valores são oficiais e se referem a novembro de 2012. Se projetarmos para as demais cinco cidades-sede o que aconteceu em Brasília, certamente revisões no que foi gasto um dia virão à tona.

O que permanece - tomara que não - é que mais uma vez ficaremos sem a devida resposta sobre quem paga a conta.

bolaadidas (1) O relógio da contagem regressiva para o período de um ano até que comece a Copa Fifa em 2014 foi inaugurado com pompa e circunstância em Copacabana, no Rio de Janeiro. Presentes o onipresente Jérôme Valcke, o ministro Aldo Rebelo, Pelé e autoridades da cidade maravilhosa. Tudo indica que a escultura, obra póstuma de  Niemeyer, será atração nas areias da badalada praia.  

bolaadidas (1)Rebelo, aliás, anda seguro de que as principais dificuldades e desafios na preparação para a Copa das Confederações foram superados. Foi o que disse no dia 10, depois de reunião, no Palácio do Planalto, com representantes dos ministérios envolvidos na preparação da festa ludopédica. 

bolaadidas (1)A conferir! - “Repassamos todos os planos operacionais relacionados com as seis cidades-sede: os dois ciclos de reuniões com as cidades, com os estados, com os organizadores. Concluímos que superamos todas as dificuldades, todos os desafios relacionados com a preparação da Copa, desde a entrega dos estádios. Todos foram entregues e testados em eventos”, afirmou Rebelo.

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

13 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

'à vontade' pra ver as Copas no Brasil

BLATTER-CID-PAULIST-1062013-RttodSousa_0502-72-ABREO francês Jérôme Valcke, alto excecutivo da Fifa, recebe a homenagem a Blatter: quem sustenta quem? 

Homem Mau

Nino Prata

13/06/2013 - Quando, na coluna que abriu esta série SALA DE ESTAR, escrevi que o Brasil é país conquistado pela Fifa, não me havia dado conta de que a submissão de parte da classe dominada tivesse chegado a tal ponto que levasse a Câmara Municipal de São Paulo a conceder o título de cidadão paulistano ao suíço Joseph Blatter,  presidente da ONU do futebol.

Blatter nem compareceu à cerimônia de outorga da homenagem, em 11 de junho, e mandou o secretário-geral da entidade, o francês Jérôme Valcke, o mesmo do 'chute no traseiro' dos brasileiros, para representá-lo.

Blatter me parece a rainha da Inglaterra, que só fica na boa, enquanto Valcke é quem trabalha de fato, tal qual o primeiro-ministro britânico. O secretário-geral ao menos me parece sincero.

Jerome Valcke high res XXX "Sei que sou visto como o cara mau da Fifa, que critica, exige e fala palavras que chocam", disse, no plenário da Câmara paulistana. Teria sido a resposta à vaia que recebeu de um público estimado em 200 pessoas.

Menos mal que a população se manifeste incomodada com a  presença dos dominadores. Chocante é ver ladeando o francês o presidente da Casa, Zé Américo, que quando mais jovem, em assembleias sindicais de jornalistas, fazia o estilo radical-propositivo.

Valcke, aliás, se revelou tremendo cara de pau ao prosseguir em sua fala: "Peço desculpas, mas represento uma entidade que sustenta o futebol e movimenta bilhões...".

Deixa ver se entendi bem: movimentar bilhões certamente a Fifa o faz, mas não seria ela a sustentada pelo futebol?

 

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 images (4) Neymar mudou apenas o número da camisa: de 11 passou a 10, mas o futebol dele na Seleção continua devagar.

Há quem o chamava de Neymala e, agora, acha melhor tirar do nome do craque o 'a' final. Desse jeito a Canarinho fica de Neymal a  pior...

images (4) Italianos tiveram seus formaggio e prosciutto, e até  mesmo café - dizem - confiscados pela  Vigilância Sanitária no desembarque da delegação. Alimentos que teriam sido doados a instituições de caridade. Ora, se os produtos não têm boa procedência  por  que destiná-los para consumo de pessoas carentes?

images (4) Haiti e Itália se encontraram em jogo beneficente no Estádio São Januário, do Vasco da Gama. Menos que  o placar, típico desses amistosos - 2x2 -, importa a destinação da renda da partida para os haitianos sobreviventes do terremoto em 2010. Isso sim é fazer caridade.    

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança

11 de junho de 2013

SALA DE ESTAR

'à vontade' pra ver as Copas no Brasil

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Contradictions Cup!!!

Nino Prata 

10/06/2013 - A Copa das Confederações no Brasil pode ser também a Copa das Contradições. Isso porque é de se perguntar: em que Brasil a competição acontecerá? O Brasil é formado por 'Brasis', estes com graus diferentes de avanços, problemas, menos ou mais desenvolvimento.

As cidades-sede dessa Copa - Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador - são capitais de estados representativos da diversidade nacional. Há costumes, crenças, culinárias, ecossistemas, sotaques distintos. 

Os estádios, que, modernizados, viraram arenas, embora forrados de grama - não de areia -, são exigências da Federação Internacional de Futebol Association (Fifa), e aí é como se o Brasil tivesse sido conquistado por esse país internacional do futebol, com suas regras claras, implacáveis. Mais que país, uma ONU do futebol. 

As contradições internas do País estão à solta e expõem as entranhas brasileiras a quem no mundo tiver apenas interesse em acompanhar a competição ludopédica. Não há como separar os 'Brasis': indígenas tomam conta de terras, que já seriam deles e foram invadidas, chegam ao Planalto em aviões da FAB, para negociar com o governo; São Paulo, a capital do estado mais rico  do País, vive dias de manifestações de rua contra aumentos de tarifas de ônibus urbano; no Pará, prefeito de uma pequena cidade, que não a capital do estado, teria dado ordens de se exterminar cães de rua; parece estar virando 'moda' em cidades paulistas mais avançadas  bandidos atearem fogo em pessoas desprovidas de dinheiro à altura do que esses marginais pretendiam roubar. 

E - suprema contradição - o  governo escolheu como mote da Copa: "país de chuteiras", o mesmo dos tempos da ditadura militar. Governo que tem à frente uma ex-prisioneira política da repressão dos anos de chumbo, um ministro dos Esportes que é do Partido Comunista do Brasil. 

Enquanto isso, delegações de países participantes da Copa - Taiti, em Belo Horizonte, e Itália, no Rio de Janeiro, à frente - começam a chegar a aeroportos de cidades-sede em absoluta calma, sem empecilhos burocráticos, ônibus à espera nas pistas, traslado em vias descongestionadas. Cena bizarra foi registrada à frente do hotel que hospeda a Azurra: um deputado federal disparava foguetes pro ar, em vez de estar em Brasília pra tocar compromissos que seu mandato exige.  

Em que País, afinal, se realiza a Fifa Confederations Cup Brazil 2013 (nome oficial da competição, que pode ser visto até em prosaicos álbuns de figurinhas) - com zê ou com esse?

Nino Prata é jornalista desde 1972 e apaixonado por futebol desde criança